Desafiando a Gravidade escrita por LinaFurtado


Capítulo 17
Nuvem de confusão




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Capítulo 17. Nuvem de confusão

Bella, o que eu estou querendo dizer é que assim que te vi com o seu namorado, comecei a me sentir mal. Não entendia o por quê até que eu entendi. – Suspirou. – Porque eu gosto de você.

Fiquei sem reação assim que escutei as palavras de Jacob. Não sabia o que fazer naquele momento. Ele simplesmente tinha jogado as informações em cima de mim e esperava por uma resposta, só que... Eu não sabia, exatamente, como agir. Afinal, o que fazer quando o seu melhor amigo e único, no momento, se declara para você?

Desviei meu olhar, olhando para a areia gelada da praia, tentando organizar os meus pensamentos.

-Jake... – Mordi o lábio. – Eu nem sei o que falar... – disse sincera.

-Bella, - Virou-se para mim, pegando as minhas mãos. Mesmo não querendo olhar em seus olhos, assim mesmo o fiz. – Só diga o que sente e, por favor, não tenha medo de me machucar. Sei que está mal, com tudo que te aconteceu, que se sente traída, mas eu não podia mais guardar esse sentimento para mim. Tinha que falar em voz alta e para você.

Sustentei seu olhar por alguns segundos.

-Jake, você é o meu melhor amigo e, bem, eu nunca faria nada que pudesse estragar isso. – Apontei para nós dois. – Tenho certeza que me entende quando disse que estou um pouco desestruturada com tudo que me aconteceu e ainda descobrir o envolvimento da minha família...

Suspirei cansada do que acontecia comigo, cansada de toda a confusão que teimava em me rodear.

-Sinto muito, Jake. – Seu rosto se contorceu diante das minhas palavras e eu senti uma necessidade de apartá-lo. Abracei-o. – Eu te amo, Jake. Mas, infelizmente, não do mesmo modo.

-Eu sei, Bella. Entendo... Ou, tento entender... – Sua voz era baixa e triste.

Jacob seria a pessoa perfeita para mim no momento. Porque, mesmo que a minha defensiva com as pessoas tivesse voltado a se armar por conta dos acontecimentos, ele não me tinha feito nada com que me fizesse ir contra ele. Ainda...

Odiava voltar a ser como eu era, mas o que eu podia fazer quando fui enganada?

-Obrigada por tentar entender, Jake. – Afastei-me dele e lhe sorri do melhor modo que podia.

Sem mais falar sobre o assunto, encontramos Embry e Quil, amigos de Jacob, indo aprontar. Saímos com eles, o tempo todo, eu era o centro de provocações, mas eu deixava, pois estava me divertindo com as besteiras que os três falavam quando estavam juntos. Jake parecia normal ou tentava não demonstrar a tristeza de ter sido recusado. Me odiava por isso também, como eu era insensível!

De noite, já deitada para dormir, com Jake, desmaiado no colchão ao lado da cama, pensei nas minhas possibilidades. Um lado meu pedia para que eu fugisse de tudo que me cercava, de tudo e todos, mas um lado mais racional, dizia que nada adiantaria fugir dos problemas, que isso seria estupidez. E, por mais que o menos racional gritasse, estava pensando na possibilidade do que fazer daqui para frente, sem fugir.

Ri baixo e sem humor.

Como eu era idiota. Não tinha muito que fazer. Não poderia ficar na casa de Jacob eternamente, por isso, querendo ou não, voltaria para casa. Hoje de manhã, quando falei com Alice, ela me implorando para perdoá-la e para voltar para casa, meu peito se apertou. Alice era a minha irmã, mesmo sem ser de sangue, e a minha melhor amiga... Vê-la daquele jeito, mexeu comigo.

Comecei a imaginar como estariam Carlisle e Esme. Principalmente ela, que era uma mãe para mim. O modo como Esme se preocupava comigo era realmente maternal, ela entrava em desespero quando algo acontecia comigo. Carlisle da mesma forma, mas não tão dramaticamente quanto ela, só que ainda assim ficava preocupado... Oh! Eu sentia tanto a falta deles... Meu orgulho era grande demais.

Foda-se o orgulho!, gritei internamente ao fechar meus olhos cheios de lágrimas com força, agarrando-me ao travesseiro.

O pior de tudo eram os meus sentimentos! Esses sim eu queria apagar! Não queria mais gostar de Edward, queria apagar o seu rosto da minha mente e nunca mais me lembrar do que um dia passei com ele!

Só que...

Não conseguia.

O tempo todo, que me permitia pensar nele, para provar o ódio crescente que sentia pelo mesmo, seu rosto se iluminava nas minhas memórias dos momentos que tivemos juntos. Seu sorriso... O sorriso mais lindo que vi em toda a minha vida sendo entregue a mim... Seu olhar preocupado quando estava deitada na sua cama, machucada... A cor hipnotizante de seus olhos...

"Eu, Bella, tenho certeza que eu não te deixaria na mão. Nunca fui de fazer isso e, essa não será a primeira vez. Você tem a mim." Mentiu para mim, Edward... Agora entendo porque quis se aproximar de mim...

Céus! Esqueça-o! Agora! Pare de pensar nele, sua idiota!

Tudo que eu queria no momento, era um remédio tarja preta para me fazer dormir.

Elizabeth's POV

Não agüentava mais ver meu filho sofrer daquele jeito. Edward parecia sem vida ao andar pela casa, quando saía do quarto, pois era raro isso. Todos os dias, eu levava comida ao seu quarto, forçando-o a comer e mesmo assim ele se recusava, só que eu não saia de lá sem que ele comesse tudo.

Tive que pedir ajuda à minha mãe, uma vez que também tive uma época que estive assim, não por um amor, mas por problemas que me aconteciam.

Estávamos na cozinha, eu a ajudava a fazer o almoço, enquanto cortava os tomates em rodelas.

-Ah, mãe... – Bufei, tristonha. – Não sei mais o que fazer com Edward.

-Calma, filha. Isso é só uma fase. – Olhou-me, tentando jogar um sorriso de apoio. – Mas se você diz que tudo isso é por causa de uma garota... Você pode tentar fazer alguma coisa, não sei.

-Como assim? – perguntei interessada.

-Não sei... A conhece? – Assenti. – Pois então, fale com ela. Você é psicóloga, sabe como lidar com as pessoas.

-Ao que parece, não com o meu filho... – Voltei a cortar os tomates.

Margaret secou as mãos e colocou uma sobre o meu ombro.

-Filha, nós aprendemos a sermos mães com o passar do tempo, quando passam os acontecimentos e esse é somente um na vida de Edward.

-Ó, mãe! – Larguei tudo e a abracei com força. – Queria tanto saber como agir, fazer com que ele volte ao normal, mas... Desse jeito... Me sinto tão impotente! – Comecei a chorar, enquanto ela afagava as minhas costas.

-Não se sinta assim. Vai dar tudo certo, só temos que pensar no que vamos fazer.

-Tenho medo, mãe. – Confessei, escondendo meu rosto em seu ombro. – Edward ama muito Bella, nunca o vi assim. E ela, quando vinha aqui, via que também sentia o mesmo. Carlisle me contou que ela saiu de casa e que um amigo dela é o único roteador entre ela e a família, disse que ela está muito triste. Acho que Edward só voltará ao normal quando tê-la de volta...

-Pois então, temos que ajudara esses dois, querida. Temos que intervir.

Afastei-me e a olhei, enquanto Margaret sorria maternalmente para mim, segurando minhas mãos. Eu normalmente não chamava a ajuda da minha mãe quando os assuntos eram com relação à Edward, por conta que eu queria criá-lo da minha maneira e já bastava uma com o papel de mãe ali, mas dessa vez eu estava desesperada. Queria o colo dela e a ajuda urgentemente. Edward era a minha preocupação e eu faria de tudo por ele.

Esse era o problema, o que fazer por ele agora? Minha mãe, como se escutasse os meus pensamentos, disse:

-Temos que dar um choque nele e nela. Fazê-los entender que estão separados por uma besteira. – disse calmamente enquanto eu tentava bolar um plano na minha cabeça. – O que o fez ir atrás dela e se declarar? – perguntou.

Arregalei meus olhos assim que uma idéia surgiu na minha cabeça.

-Claro... – Falava comigo mesma. – Claro, claro! – Ri e voltei meus olhos para minha mãe. – Mãe! – Abracei-a forte e rápido. – Eu me lembro de ter mandado à Edward uma mensagem para o seu celular com a foto que eu tirei dos dois dormindo juntos aqui em casa! Foi nesse mesmo dia que Edward se declarou à Bella! É isso! Eu só tenho que mandar de novo e mandar para Bella também!

Margaret sorriu.

-Isso mesmo filha! – Partilhou da felicidade comigo.

-Vou fazer isso agora mesmo!

Saí correndo da cozinha e fui atrás de Edward, pegar seu celular sem ele saber. Entrei em seu quarto e o vi dormir. Assim era melhor, fazia algum tempo que ele não dormia. Me aproximei da cabeceira da cama, onde o seu celular repousava e o peguei, procurando pelo número de Bella. Assim que o achei, digitei no meu celular, coloquei o dele de volta no lugar certo e saí do quarto sem fazer barulho.

Enquanto ia ao escritório por o meu plano em prática, foi anexando a imagem dos dois, na mensagem, depois de feito comecei a digitar uma mensagem rápida e enviei, contente. Agora só faltava falar com Edward assim que acordasse. Daria certo, eu tinha fé!

Depois que almocei junto com a minha mãe, conversamos um pouco sobre Edward e resolvi subir para fazê-lo almoçar. Encontrei-o acordado, mas deitado na cama, com o rosto sem emoção ao olhar para o teto. Ele me olhou pelo canto do olho e voltou a encarar o teto.

Bufei ao me aproximar.

Edward se sentou, sem me olhar, enquanto eu colocava a bandeja de comida na sua frente. Fiquei de pé ao seu lado, esperando com comesse, quando assim fez, comecei.

-Edward, não pode ficar nesse quarto eternamente. – Ele nada disse, apenas, mexia na comida, levando uma ou duas garfadas à boca. – Tem que fazer alguma coisa, filho! Estou desesperada em vê-lo aqui, trancado, sem querer sair de casa! Chegou a ir na escola, mas depois parou! Edward, - Suspirei. - Por favor, filho.

-O que quer que eu faça? – Sua voz igualmente sem emoção.

-Vá atrás dela e lute por ela! Se a ama tanto assim, diga isso à ela! – Olhou-me com os olhos estreitos.

-Não acha que já tentei falar com ela?

-Tente de novo! Obrigue-a te ouvir! – Me aclamei, respirando fundo para parar de gritar. – Bella te ama também e, se você conversar com ela, mostrando seus sentimentos... Tenho certeza de que vão voltar a ficar juntos, mas..., para isso, você tem que fazer alguma coisa.

Peguei meu celular e enviei a foto deles para o celular dele, de novo. O aparelho vibrou e piscou na mesa de cabeceira. Edward o olhou e o pegou, antes de ver p que era. Vi que vários sentimentos passaram pelo seu rosto, muitos deles remetiam à dor. Não agüentei e o abracei com força.

-Ó, meu filho. – Mexi em seu cabelo. - Tenho certeza que você irão se ajeitar. Só não desista dela. – Afastei-me e encarei seu rosto contorcido de dor, antes de me afastar e deixá-lo sozinho com os próprios pensamentos.

Se isso não desse certo, não sei o que daria.

Bella's POV.

Estava sentada na varanda da casa de Jake, esperando ele voltar da escola, uma vez que resolvi dar uma volta na cidade, matando aula quando escutei o meu celular apitar alto. Estava sem vontade de ver o que era, mas no fim, me resignei e fui ver. Uma enorme mensagem de texto de um número desconhecido.

Tinha uma foto... Nela havia eu e Edward, no dia em que os meus pontos na cintura abriram por conta da bola de vôlei e ele havia me levado para a sua casa, cuidando de mim. Acabei dormindo e ele também. Eu dormia sobre o seu peito, agarrada à sua camisa e ele me envolvia com um braço, com a cabeça repousando na minha e sua outra mão junta da minha.

Bella, aqui é Elizabeth.

Mandei essa foto para que você se relembrasse do tempo que passou com Edward. Sei que deve estar passando maus bocados com tudo que aconteceu, mas eu assumo toda a responsabilidade. É verdade que Carlisle pediu minha ajuda por conta da sua falta de sociabilidade, mas como você não queria a minha ajuda, pedi para que Edward fosse o meu receptor entre mim e você. Fiz errado e certo quanto à isso. Errado por ter aproximado Edward de você desse jeito, afinal, ele se aproximaria de você de qualquer modo. Certo, porque foi por causa disso que vocês se conheceram e se apaixonaram.

Bella, desculpe, mas não culpe Edward. Tem todo o direito de ficar irritada, mas ele entrou nisso por minha culpa, realmente a ama e está sofrendo muito. Ele não come, não faz mais nada por conta disso! Converse com ele, pelo menos... Por favor. Traga o meu filho de volta.

Espero por você.

Elizabeth.

Ao terminar de ler, sequei minhas lágrimas ao ler aquilo. No fundo do meu peito, queria sair correndo de volta para os braços de Edward, mas eu ainda estava machucada. Mesmo que ela dissesse que a culpa não era dele, isso não importava! Ele mentiu para mim...

Edward... Sofrendo? Sem... comer? Que diabos ele estava fazendo?

Entrei correndo para dentro da casa e comecei a catar as minhas coisas, colocando tudo dentro da mochila. Vi a sombra de alguém atrás de mim e nem precisei ver que era Jacob. Ele analisava o que eu fazia, com o cenho franzido.

-O que está fazendo? – perguntou.

Eu me mexia rapidamente, jogando tudo para dentro da bolsa, enquanto falava.

-Eu tenho que voltar para a casa e fazer alguma coisa. – Respirei fundo, fechando meus olhos. – E se não o fizer, talvez eu me arrependa amargamente depois.

-Está falando sobre o quê?

-Sobre Edward e a minha família, Jacob. – Parei de arrumar e o olhei nos olhos.

-Vai voltar para ele depois do tanto que ele a fez sofrer? –Jacob estava indignado e eu não tirava a sua razão.

-Ele está sofrendo também, Jake... – Tentei explicar, mas ele me cortou.

-Sofrendo? Não estaria sofrendo se não tivesse feito merda!

-Ele mentiu para mim, mas para não me ver sofrer! – Sorri com aquilo que acabei de me convencer. Levei minhas mãos ao rosto, não contendo o sorriso que crescia nos meus lábios. – Sim! Edward faria uma coisa dessas! Eu fui tão burra e estúpida que não vi isso! Que esqueci do Edward que conheci! Daquele que se preocupava comigo!

Jacob me olhava com o cenho franzido, incrédulo com cada palavra dita por mim.

-Bella, não sabe a besteira que vai fazer... – disse baixo.

-Eu não sei, mas pago para ver o que vai acontecer. – Olhei-o seriamente nos olhos. – Jake, não posso ficar parada esperando que tudo passe. Tenho que enfrentar, saber todos os pontos e depois decidir o que fazer. Ele veio falar comigo, mas eu não deixei! Fui estúpida! Arghhhh! – Quase arranquei meus cabelos de felicidade e irritação.

Puxei a minha mochila e a bolsa grande que tinha as minhas roupas e o olhei para que me desse passagem. Assim fez e saí correndo para fora da casa, dando um tchau e um obrigada ao Billy. Jacob me seguiu. Joguei tudo no banco do passageiro, subi na picape, fechando a porta e colocando a chave na ignição, antes de olhar Jacob na janela do carro.

-Bella, por favor, pense melhor... Não quero que sofra... – Estava triste, visivelmente.

-Jake... – Sorri, ao pegar seu rosto com as duas mãos, o que o fez fechar os olhos e suspirar. – Eu te amo... E quero que entenda que, se eu sofrer... Pelo menos eu tentei ser feliz. Isso me fará mais forte no fim das contas... – Beijei sua testa. – Obrigada, Jake. Por tudo.

Parti, vendo o rosto triste de Jacob pelo espelho. Não queria sair dali, mas precisava me ajeitar, ajeitar a minha vida. Que o meu orgulho se foda!


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Notas finais do capítulo

Sim, eu demorei um século!

Desculpaaaa! ;{{{{

Ah! Desculpa também, pelos erros na fic. Estava com presa de postar :P O próximo sairá bem em breve :B

Queridas leitoras, MUITÍSSIMO obrigada por deixarem suas lindas reviews para moi! Lindas, lidíssimas, perfeitas! :DDD E PRECISO de REVIWS de incentivo, afinal, qual escritora não precisa, não? ;]

Já ia me esquecendo! Estão sentindo que a fic está na reta final? Pois é... Está :/ Ohhhh! Nããããão!

Mas deixaremos o momentos triste para depois ;]

Beijinhos e, mais uma vez, obrigada pelas reviews! :DDDD

Bye,

Lina Furtado.



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