Desafiando a Gravidade escrita por LinaFurtado


Capítulo 15
Não entendo...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Foi com carinho! *-*



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Capítulo 15. Não entendo...

Passei quase o final de semana todo pensando em Jacob. Ele não atendia as minhas ligações e seu pai, Billy, mais parecia estar inventando desculpas para não fazê-lo me atender. Estava realmente me tirando do sério, mas preferi guardar isso a mim mesma antes que Edward entendesse de uma má forma.

Eu e ele passamos o que restava do final de semana juntos. Saímos algumas vezes em grupo, todos juntos, agora que – de acordo com as palavras de Alice – estávamos tendo um encontro grupal. Em uma lanchonete pequena em Forks, fomos comer. Alice e Jasper depois que se declararam oficialmente namorados não se desgrudavam um minuto e isso era bem bonito de se ver. Estavam sentados um do lado do outro, assim com eu e Edward e Emmett e Rosalie.

Eles conversavam sobre alguma coisa com o qual eu não estava prestando a atenção, na minha mente só vinha o modo estranho de Jacob e as perguntas de por que ele não queria falar comigo.

-Bella, - Edward me chamou baixinho, não chamando a atenção dos outros. Virei-me para encarar seus olhos verdes. – O que houve? Está quieta.

Neguei com a cabeça, forçando um sorriso.

-Nada. Minha cabeça que está pensando em outras coisas. – disse esperando cortar o assunto, mas Edward não era burro, por isso continuou.

-Em Jacob? – Seu rosto parecia calmo e sem nenhum sinal de ciúme ou raiva. Assenti. – Ainda é porque ele não atende os seus telefonemas?

-É. – Abaixei meu olhar e me ajeitei em seu abraço. – Não entendo porque ele não quer falar comigo... Será que eu fiz alguma coisa? Falei o que não devia? Isso é tão... Eu. – disse tristemente.

-Errado. – Edward disse firme. – Isso era você. Não é mais. – Sorriu levemente para mim. – Quem te vê hoje, não acredita que um dia você era anti-social.

-Graças a você. – Completei e ele revirou os olhos, dando de ombros. – Mas... Não sei... Talvez eu realmente tenha dito algo rude e nem tenha notado... Argh! Eu preciso falar com ele! – Enterrei minha cabeça em seu peito e Edward começou a mexer em meus cabelos.

-Ele vai voltar a falar contigo. Fique tranqüila.

-Não... Do jeito que vai, eu duvido muito. – disse tristonha.

-Bella, - Escutei a voz de Alice me chamar e o resto do silêncio da mesa. Me afastei de Edward para poder vê-la e esperava que meu rosto estivesse decente. – O que aconteceu?

-Nada. Sono. – Disse rápida esperando que caísse nessa. Talvez Alice não caísse, mas o resto sim.

-Humm... – Alice demorou o olhar sobre mim, mas relevou. A bomba viria mais tarde.

-Quer que eu te leve para casa? – Edward perguntou e eu assenti. Nos levantamos, deixando o dinheiro para pagar o que consumimos e nos despedimos antes de irmos.

No caminho para a minha casa, Edward estava quieto e sentia seus olhos sobre mim de vez em quando. Ao chegarmos, não tinha ninguém lá e pedi a Edward para ficar comigo. Como não estava muito frio, nos sentamos no banco de pinheiro velho que tinha na frente da casa, abraçados.

Edward me mantinha em seus braços quando eu me ajeitei para me deitar em seu colo. Ficou mexendo nos meus cabelos, observando a garoa iniciar e as pequenas gotas caírem sobre a grama verde. Virei minha cabeça para olhá-lo, admirando a sua beleza e pensando no que fiz para merecê-lo. Ele voltou seus olhos para os meus com um olhar interrogativo.

-O que foi? – Perguntou.

-O que eu fiz para te ter? – Soltei sem pensar, quando dei por mim já havia soltado e Edward estava rindo do acúmulo de sangue em minhas bochechas.

Virei a minha cabeça para o outro lado, tentando esconder, mas Edward parou de rir, apenas sustentando aquele sorriso pretensioso e me forçou a olhá-lo.

-Respondendo a sua pergunta não mental: – Sorriu mais e eu fiz uma careta. – você não fez nada, só eu que penso nisso todas as vezes que te encontro e te beijo.

Fiquei olhando-o e ele retribui meu olhar - seguido pelo seu sorriso torto - em silêncio. Sorri de volta, ignorando a vergonha que passei e chamei-o para mais perto, ele atendeu meu pedido se debruçando sobre mim e dando um beijo na minha boca de leve, mas antes que ele se afastasse, passei uma mão para detrás de sua cabeça, fazendo-o ficar ali mais um pouco. Edward soltou um riso fraco, mas não ignorou, voltando e aproveitando mais um beijo.

Se afastou um pouco e mordiscou o meu lábio inferior. Seu cheiro era muito embriagador e ele só me deixava mais tonta fazendo esse tipo de coisas. Me ergui em sua direção e puxei para mais perto. Era incrível como eu não via nada que se passava ao nosso redor quando estava com Edward, tato é que não vimos quando Alice e Jasper apareceram e limparam a garganta.

Nos afastamos e eu me sentei rápido, fazendo tudo girar. Alice e Jasper estavam de mãos dadas e sorrindo para nós, perto do batente da porta. Não conseguia mais olhar para suas caras de tanta vergonha, por isso me ajeitei melhor no banco. Edward se levantou.

-Bem, vou indo. – Olhei-o e ele falava virado para o casal. Voltou seu olhar para mim e sorriu ao me estender a mão. – Amanhã nos vemos na aula.

-Ahh! Mas já vai, Ed? – Edward a fulminou com o olhar por ela estar chamando-o assim de novo. Alice riu mais ainda. – Podem ficar aí os pombinhos, juro que não vou atrapalhar.

-A propósito, Edward, você vai amanhã com a gente ver as peças do seu carro? – perguntou Jasper.

-Você e Emmett vão amanhã depois da aula? – Edward perguntou enquanto me ajudava a me pôr de pé. Agarrei-me a ele e fiquei prestando atenção na conversa, o mesmo que Alice.

-Essa é a idéia. – Completou Jasper.

-Essa é só uma tarde para garotos? – Alice interrompeu.

-A não ser que queira se juntar a nós em um passeio atrás de peças para os nossos carros... – Alice fez uma careta e nós rimos. – Foi o que eu pensei, Ali. – A puxou para perto e lhe deu um beijo.

-E quanto a você? – Escutei a voz de Edward me chamando a atenção para ele.

-Humm... Não acho que vou gostar muito de passar um tarde toda atrás de peças para carro... – Fiz uma careta também com a idéia e Edward sorriu, erguendo o meu queixo para ter uma visão melhor do meu rosto.

-Vai ficar bem sozinha? – perguntou.

-O contrário. Acho que não vou poder ficar sozinha. – Apontei com a cabeça para Alice. – O companheiro dela não vai estar também, então... Sobra para mim. – Calei-me por um momento pensando como seria amanhã com Alice, provavelmente me faria de boneca... – É... Eu realmente espero que isso não aconteça.

Edward riu entendendo o que eu falava.

Nos despedimos deles e eu e Alice entramos o mais rápido possível com o frio repentino que começou. Decidimos que faríamos uma fundi de chocolate, melhor, Alice decidiu. Me encolhi em um cobertor e me aconcheguei no sofá da sala enquanto Ali estava na cozinha preparando as coisas. Como eu estava ficando entediada, resolvi ajudá-la, cortando os morangos e as bananas.

Terminamos de muita bagunça que Alice fez, nos sujando todas. Levamos para a sala e liguei a TV. Assistimos um desenho que costumávamos ver quando pequenas e foi muito bom relembrar algumas coisas, o que nos arrancou muitas risadas.

-Amanhã vamos fazer compras em Seattle depois da aula! Eles não vão ter uma tarde só para homens? Pois então, teremos uma só para mulheres! – Sorriu abertamente e eu me encolhi. – Alice revirou os olhos. – O que foi agora?

-Sabe que eu não gosto disso... Além do quê estou pretendendo ir até Jacob amanhã. – A princípio era mentira, mas pensando bem não era uma má idéia.

-Jacob? – Ergueu a sobrancelha. – Faz um tempo que não o vejo aqui... Aconteceu alguma coisa?

Dei de ombros. Era tão bom fazer isso que para uma péssima mentirosa como eu, parecia bem natural. Assim Alice não me pegava.

-Hum... Tudo bem. Vou com Rosalie. – Se deu por vencida e eu agradeci mentalmente.

-Isso. – Me levantei rápido, puxando o meu cobertor. – Faça isso.

Dormir.

Eu precisava dormir, mas o sono me faltava. Não tinha certeza do que me fazia perdê-lo, imaginava talvez que fosse a minha preocupação com Jacob. Rolei na cama e abracei o travesseiro, desejava que Edward estivesse aqui comigo, me fazendo carinho. Comecei a pensar se talvez ele estivesse dormindo. Não acho que se incomodaria se eu ligasse.

Estendi minha mão para pegar o meu celular e disquei seu número, voltando para debaixo das cobertas. Tocou algumas vezes e pensei em desistir porque ele deveria estar dormindo, mas logo quando iria fazer isso ele atendeu com uma voz sonolenta. Fiz uma careta por tê-lo acordado.

-Bella? – Me chamou quando viu que eu não disse nada. – Está tudo bem?

-Hum? Não. Está sim. Só... queria ouvir sua voz. Desculpa ter ligado há essa hora.

-Tudo bem, mas, me diga, o que houve? Sua voz parece fraca.

-Queria que estivesse aqui comigo. – Confessei. Edward soltou um riso fraco e gostoso. Fechei meus olhos, concentrando-me em sua voz.

-Também, meu amor. – disse docemente. - Não consegue dormir?

-Não.

-Então... Por que não fazemos uma coisa. Vem para cá, ou o contrário, não sei. Se sentirá melhor assim?

Pensei por um momento. Esme ficaria louca se eu não estivesse em casa amanhã de manhã e também não sabia ao certo qual seria sua reação ao ver Edward dormindo aqui comigo. E como eu desejava tanto sua companhia, resolvi que preferia arriscar na primeira opção. Disse a Edward a minha resposta e me levantei em um salto depois de ter desligado para poder me trocar, deveria ser uma roupa que eu pudesse ir com ela amanhã para a escola.

Arrumei a minha mochila e peguei as minhas chaves antes de descer de fininho e fechar a porta. O problema seria com o barulho da minha caminhonete, mas como todos têm sono pesado, não vi motivos para ficar preocupada. E assim fiz, dirigi em direção à casa de Edward, mas parei uma rua antes para não acordar sua mãe. Joguei minha mochila no ombro e caminhei o resto do caminho escuro para a casa de dele. Quando cheguei, o encontrei já na porta com uma calça e um casaco de moletom, com seu cabelo todo bagunçado. Resumindo: Estava lindo como sempre.

Seu rosto estava com sono, mas sorriu, estendeu-me os braços e me deu um abraço, seguido por um beijo no topo da minha cabeça.

-Desculpe. – Comecei a me sentir culpada por ter vindo à uma hora dessas.

-Está tudo bem. – Garantiu-me. – Onde está seu carro?

-Na outra rua. Não queria acordar a sua mãe. – Edward fez uma careta de repreensão. – Não morri nesse caminho. – Rolei os olhos, enquanto entrávamos e ele fechava a porta.

-Não, mas eu canso de dizer que não é para você fazer esse tipo de coisa, muito menos á noite.

-Ta bom. – murmurei.

Quando se voltou da porta, pegou a minha mochila, segurando-a e passou o braço em cima dos meus ombros, me guiando para o andar de cima. Entramos em seu quarto e eu peguei a minha mochila de volta para guardar em algum canto. Edward trancou a porta e se jogou na cama, literalmente mergulhando nela. O barulho foi relativamente e o repreendi lembrando-se de sua mãe.

-Você espera dormir assim? – Perguntou com seu rosto prensado contra o travesseiro.

Dei de ombros.

-Não pensei muito em como eu iria dormir... – Fiquei pensando. Edward ergueu a sobrancelha e sorriu maliciosamente, quando eu notei o duplo sentido das minhas palavras. – Não. Bem, não foi isso que eu quis dizer, foi mais... Ah! Esquece!

Ele riu da minha luta contra as palavras e bateu no colchão ao seu lado, me indicando para me deitar e assim fiz, me ajeitando em seus braços e sentindo seu maravilhoso cheiro que parecia melhor à noite. Agarrei-me mais a ele.

-Sério, fico incomodado em pensar que talvez você não durma muito confortavelmente com esse jeans. – Admitiu.

-Estou bem. – Edward se afastou e se levantou, arrancado um gemido de desgosto da minha parte.

Foi até o seu armário e abriu uma gaveta. Fiquei olhando-o mexer nela e tirar uma calça de moletom verde musgo. Voltou-se a mim e jogou a calça no colchão ao meu lado.

-Vai ficar larga, mas tem elástico na lateral, então acho que vai caber. Já volto. – Destrancou sua porta e saiu para não sei onde.

Me sentei e peguei a calça, revirando os olhos. Logo Edward voltou com algo na mão que descobri ser uma blusa sem manga, branca. Fez todo o processo de antes, entrou e trancou a porta. Me estendeu a blusa.

-É da minha mãe. – Sorriu. Indicou o banheiro. - Vá em frente.

-Foi até o quarto de sua mãe pegar uma blusa para mim? – Estava indignada.

-Não. Ela tem um armário extra em outro quarto, já que suas roupas não cabem somente em um. – Deu de ombros e me puxou para me levantar, dando-me um breve beijo antes de me levar para o banheiro e fechar a porta.

Certo. Não tinha outra opção além de me trocar, assim fiz e... Não ficou tão ruim. A calça era realmente larga, mas não caía devido ao elástico e grande no comprimento, que me fazia pisar na barra o tempo todo. A blusa era justinha, mas com um tecido gostoso, liso e elástico. Pus-me para fora do quarto e encontrei Edward parado logo junto a ela. Me olhou de cima a baixo e sorriu.

-Ficou bom. – disse ele.

-É. Só estou pisando na barra da sua calça.

-Não tem problema nenhum. – Sorriu torto e me pegou em seus braços. – Está linda como sempre.

Abaixei a cabeça, enterrando-a em seu peito e corando, logicamente. Senti seu peito tremer por causa do riso baixo. Me pegou pela mão, mas antes de irmos dormir, coloquei minhas roupas dobradas em cima da minha mochila.

Nos deitamos e eu voltei para os braços de Edward.

-Como saiu de casa? Avisou aos seus pais aonde iria?

-Não.

-Não? – Afastou-me para me olhar com a pouca luz que entrava pelo quarto. –Não? – Repetiu quando viu que eu falava a verdade.

-Não. – Sorri da sua cara.

-Seus pais vão ficar preocupados, Bella...

-Certo, mas deixa isso para amanhã. Queria passar essa noite contigo. Senti sua falta. – Agarrei-me mais a ele.

Ele sorriu e passou as mãos pelos meus cabelos, tirando-os do meu rosto e me beijou delicadamente, mordendo o meu lábio inferior, fazendo-me perder a lucidez. Não pude evitar que minhas mãos corressem para seus cabelos e agarrá-los com força e puxá-lo para mais perto, aprofundando nosso beijo. Assim feito, Edward desceu sua mão ao longo do meu pescoço, provocando-me um arrepio.

Estava ficando sem ar por causa da intensidade de nosso beijo, por isso ofeguei quando Edward desceu seus beijos pelo meu pescoço. Subiu de volta e capturou meus lábios com uma intensidade maior que a outra, se é que é possível.

-Edward – Chamei-o entre os beijos.

-Hum? – Votou a me beijar.

-Eu... Esqueci... – Edward riu e se separou, levemente ofegante. – Por que parou? – Reclamei, fazendo uma careta.

Ele sorriu abertamente e afagou meu rosto, dando um beijo rápido em meus lábios.

-Porque tenho medo de perder o pouco controle que tenho, meu amor.

-Perder... O controle? – Fiquei confusa.

-Amor, lembre-se: Sou homem. – Sorriu. – Você não está namorando uma garota ou sei lá o quê. – Riu com sua própria piada.

A compreensão passou pelo meu rosto e isso o fez rir mais ainda, abraçando-me contra ele com força. Comecei a pegar o que ele tinha dito e isso, querendo ou não, me fez rir. Comecei a rir loucamente por eu fazer alguma coisa assim com Edward. Nem em sonhos pensei nisso, ao contrário, achava que tinham mulheres por aí bem melhores que eu e que fariam qualquer homem ficar assim, mas eu?

-O que há de tão engraçado?

-N-Nada. – Ria muito. Tive que me livrar dos braços de Edward e agarrar o travesseiro contra o meu rosto. Ele retirou do meu rosto e perguntou de novo. Engoli meu riso, mas mantive o sorriso. – Sério, Edward, acha mesmo que eu provoco esse tipo de sensações em você?

Ele franziu o cenho.

-E por que não provocaria?

-Eu? Ah! Olhe para mim – Disse inutilmente, pois ele já me fuzilava com os olhos. – Não tenho nada de especial e, na verdade, não sei como deixei nossa relação chegar a esse ponto, mas penso que a qualquer momento aparecerá uma mulher dez milhões de vezes mais interessante que eu e você vai me largar, logicamente, por ela. – Edward me encarava incrédulo. – E é bem provável que eu irei sofrer por isso.

Ficou em silêncio apenas me observando de boca aberta, absorvendo as minhas palavras.

-Nunca vi maior absurdo em toda a minha vida. – Disse por fim. Revirei os olhos e me deitei de costas a ele. Por causa das minhas palavras, o ambiente parecia carregado agora. Apenas escutava sua voz. – Bella, não me importa as outras mulheres, uma vez que você está comigo. Consegui quem eu queria, quem me faz bem, quem nunca me fez me sentir tão bem como me sinto agora, aqui, com você.

Senti seus braços me rodeando e começou a falar ao pé do meu ouvido, sussurrando palavras.

-Quantas vezes, tenho que te dizer que te amo para que acredite nisso? – Fiquei quieta, sentindo os arrepios que sua voz fazia em minha pele. – Já disse que nunca consegui dizer isso para mulher nenhuma, por quê? Porque nunca achei a certa, no entanto, quem eu menos imaginava se tornou a mulher da minha vida.

Suas palavras me tocaram e me senti bem mais leve. Girei meu corpo em sua direção, ficando com meu rosto a centímetros do seu. Olhei fundo em seus olhos, à procura de respostas e de certezas. Edward sustentou meu olhar e eu encontrei a minha resposta. Sim, ele me amava. Gostei muito do que vi por isso, gentilmente, o puxei e o beijei com amor.

Quando nos afastamos Edward tinha um belo sorriso torto brincando em seus lábios.

-Esse... – Tentou falar. – Bella, - Olhou-me intensamente. – Esse foi o melhor beijo que demos. Humm – Deu-me um breve beijo, fazendo sua língua correr em minha boca. – Quero mais. – Ri.

-Posso pensar no seu caso... – Sorri contra seus lábios e o beijei de leve, arrancando um gemido dele.

-Não me provoque, Bella. Para o seu próprio bem e para a minha sanidade mental. – Sussurrou de olhos fechados sobre os meus lábios.

-Certo... – Sorri e mordi seu lábio inferior.

Senti sua mão quente ir para debaixo da minha blusa, tocando minha barriga e fazendo-me estremecer, mas ela parou ali, não subiu nem desceu, ficou ali fazendo carinhos enquanto nossas bocas estavam ocupadas. Ficamos assim por algum tempo, apenas nos provocando quando o sono finalmente nos venceu e se não dormíssemos, faríamos isso na aula e não era uma boa idéia.

Dormimos abraçados sei lá que horas, só fui notar que estava de manhã, com sua mãe batendo com força na porta do quarto dizendo que Edward estava atrasado.

-Bella, meu amor. – disse em meu ouvido, mas não se mexeu.

-Hum?

-Estamos atrasados, então se não quisermos perder a hora é melhor irmos.

-Merda! – Murmurei me pondo de pé em questão de segundos, fazendo tudo girar devido a minha rapidez. – Ainnn... – Levei minha mão à cabeça, tentando me firmar, mas senti as mãos de Edward em minha cintura, me sustentando.

-Está bem? – Sustentava uma careta de preocupação.

Sorri levemente.

-Estou, só levantei rápido demais. – Garanti-lhe.

-Vá se trocar que eu vou falar com a minha mãe. – Beijou o topo da minha cabeça. – Nos vemos lá na cozinha.

-É... – Segurei sua mão antes de ele sair, me esperou dizer alguma coisa. – Acho que sua mãe não vai gostar da idéia de que eu dormi aqui...

-Não seja boba, Bella. – Sorriu. – Minha mãe te adora, e além do quê, ela não tem que gostar.

-Tem sim... – Me interrompeu, dando-me mais um beijo na cabeça.

-Vá se trocar e eu te espero lá na cozinha. – Piscou para mim e saiu me deixando sozinha no quarto.

Olhei ao meu redor e decidi me mexer. Peguei as minhas roupas e parti ao banheiro, me trocando rapidamente, antes de me pôr a descer, só que de repente me bateu uma vergonha enorme. O que Elizabeth pensaria se me visse em sua casa a essa hora da manhã? Parei no meio da escada e estava praticamente a cinco passos da cozinha e a vergonha me bateu com força.

Fechei meus olhos com força e terminei de descer. Entrei rapidamente no escritório de Elizabeth e fechei a porta atrás de mim. Precisava respirar e tomar coragem para entrar na cozinha. Dei uma olhada pelo escritório, avistando suas enormes estantes cheias de livros. Caminhei em sua direção, passando meus dedos sobre os nomes que via. Em sua maioria eram de psicologia, podia dizer que noventa por cento era.

Em sua mesa havia muitos papéis espalhados. Passei meus olhos sobre as letras muito elegantes e algo chamou a minha atenção. Havia o meu nome ali, poderia dizer que poderia ser qualquer Isabella, mas meu nome inteiro estava ali.

Isabella Marie Swan.

Peguei a folha em que tinha o meu nome e a analisei. Meu nome era mencionado várias vezes, nela havia uma análise de cada ação minha, mas o pior de tudo era estar mencionando Edward como se ele tivesse contado cada momento nosso, desde que ele havia me conhecido. Peguei as outras folhas com pressa e as olhei observando que em todas elas havia isso, quando uma luz veio à minha mente.

Como eu não pude pensar e notar isso antes?

Elizabeth era a psicóloga com quem Carlisle e Esme queriam com quem eu me consultasse por conta da minha falta de amizade, mas como ninguém conseguiu me convencer eles fizeram com que Edward se aproximasse de mim com a intenção de me estudar!

Minha respiração faltou quando notei no que eu caído. Me sentia em um buraco negro, como se que qualquer coisa que eu pudesse imaginar de bom para mim, não se passava de pura imaginação ou sonho. Uma utopia. Edward não gostava de mim, disse isso para que eu acreditasse nele e confiasse o bastante para que lhe contasse todas as minhas angústias e os meus medos, porém o pior ainda estava por vir. Vi o nome de Esme, Carlisle e Alice sendo mencionado como se eles tivessem concordado com todo o circo montado!

Meus olhos instantaneamente se encheram de lágrimas e a minha vontade era de socar alguma coisa por ter sido tão burra e ingênua! Não me importei em amassar a folha com força antes de me pôr para fora daquele lugar. Abri a porta com força e subi as escadas correndo para o quarto de Edward a fim de pegar a minha mochila e ir o mais longe possível dali. Não enxergava mais nada a minha frente por causa das lágrimas, tanto foi que fui batendo em tudo que via pela frente, tropeçando.

Edward pareceu me escutar e o vi, de canto de olho, sair da cozinha, mas não olhei para trás enquanto saía dali com pressa.

-Bellaw – Edward me chamou. – Bella? Onde está indo?

Não respondi, podia escutar seus passos apressados atrás de mim. Só me concentrei em não me virar ou parar, para não sentir maior dor do que eu sei nesse momento. Abri a porta que dava para a rua e senti uma lufada de vento bater contra o meu rosto gelado por conta das lágrimas que teimavam em cair.

-Bella! – Ficou em silêncio. – Bella! Pare! Por que está saindo desse jeito?

Ele estava mais próximo, podia ouvir sua voz e seus passos acelerados, mais próximos. Dei a volta no meu carro para ir para o banco do motorista e puxei minha mochila para frente a fim de pegar as minhas chaves e sair dali.

Senti uma mão firme me segurar no braço e me fazer rodar. Bati0me contra o peito de Edward. Tentei loucamente tentar me soltar, mas eu era uma muito fraca comparada a ele.

-Bella, o que aconteceu? Por que está chorando...? – Não conseguia nem ao menos olhar em seus olhos, apenas tentava me controlar para não lhe dar um tapa na cara por ter me feito de boba por todo esse tempo.

-Só... – Iniciei engolindo o choro, porque eu ainda odiava mostrar minha fraqueza diante dos outros. – Me deixe ir e... Nunca mais fale comigo em toda a sua vida. – disse firme, terminando com um último olhar para que ele visse a verdade em meus olhos.

Edward parecia chocado, mas eu pouco me importava com ele agora. Me livrei de seu aperto e entrei em meu carro, jogando minha mochila para o banco do lado, dando a partida e saindo dali.

Tive que parar assim que peguei a via expressa por não estar enxergando nada a minha frente. Ofeguei por ar. Meu peito doía devido à traição que sentia dentro de mim, exatamente isso, traição. Me sentia traída e... Suja! Suja pelas besteiras em que entrei e isso só comprovava a idiotice que fiz no dia em que permiti me abrir com Edward!

-Não posso acreditar... – Encostei minha cabeça no volante e tentei me controlar. Sentia a raiva correndo nas minhas veias. – Não...! - Chorei baixinho por alguns minutos, mas isso serviu para clarear a minha mente.

Não queria ir para a escola, muito menos para casa. Não queria ver ninguém que estivesse envolvido nisso tudo, só que o pior era que todo mundo estava! Isso só fazia meu peito doer mais ainda.

-Jake... – Bati com força no volante, precisando aliviar a minha raiva. Jake deveria estar na escola a essa hora... Olhei no meu relógio e vi que horas eram. Ainda daria tempo de eu pegá-lo antes de sair, mas... Ele não estava falando comigo. O que eu faço? – Merda!

Liguei o carro e não quis nem saber, fui para La Push atrás de Jacob. Não me importava se ele não estava falando comigo, pouco ligava, só queria sua companhia ou então..., eu iria para qualquer outro lugar. Chegando lá, desci do carro e toquei a campainha esperando que ele me atendesse, mas foi Billy quem o fez.

-Bella? – Billy parecia surpreso, só não sabia se era por eu estar ali ou se por eu estar chorando.

-Hum... Oi, Billy, será que... Jake está? – Mordi o lábio, esperando por sua resposta. Mentalmente, gritava para que ele estivesse.

-Bem... Está, mas ele estava indo para a escola...

-Posso falar com ele? É rápido...

-Bella? – Vi Jacob aparecer no corredor, com uma calça rasgada e sem blusa, com seu peito definido a mostra.

Não me importei em pedir licença para entrar, só desviei de Billy e fui até Jacob, abraçando-o com força, não conseguindo deixar que o choro não voltasse. Jacob ficou surpreso, mas retribuiu meu abraço um pouco desajeitado, colocando uma mão nas minhas costas e outra na minha cabeça, afagando-a.

-Pai, - Acho que Jacob fez algum sinal, me indicando e me carregou para dentro de seu quarto apertado, sussurrando alguns "Está tudo bem, Bella, pode chorar.", para mim.

Larguei-o e me sentei em sua cama, colocando meu rosto entre as minhas mãos. Senti a cama se mexer e ele havia se sentado ao meu lado, passando a mão em minhas costas, me confortando gentilmente. O que eu gostei foi que ele não me perguntou o que estava acontecendo, só deixou que eu ficasse ali chorando o tempo que fosse necessário.

Pulei para cima dele, abraçando-o de novo e fechando meus olhos com o conforto e a tranqüilidade que Jacob estava me passando, apenas com sua companhia. Nem ao menos lembrava de que não estávamos nos falando.

Depois que me tranqüilizei, me afastei ao lembrar que Jacob estava indo para a escola e eu o estava atrapalhando. Sequei meu rosto com as costas da mão e comecei a me desculpar.

-Desculpa... Eu não devia ter vindo há essa hora, te atrapalhar... – Desta vez fui eu que me surpreendi quando Jacob voltou a me abraçar, dando um beijo no topo da minha cabeça.

-Está tudo bem, Bella. Não vou mais.

-Por minha culpa. Desculpa...

-Shhh. – Afastei-me para enfim olhá-lo direito desde que tinha chegado.

-Jake, eu... Senti sua falta. – Contei a verdade, apesar de esse não ter sido muito bem o meu motivo de ter ido para lá.

Ele sorriu, com seu sorriso enorme e infantil.

-Sério, Bella. Eu não acho que você veio aqui por sentir a minha falta.

Mordi o lábio. Eu era mesmo transparente aos olhos dos outros, mas fiquei quieta. Jacob não me pressionou, apenas se levantou, pegou uma camisa qualquer e a colocou antes de estender a mão para mim.

-Vamos dar uma volta? – Olhei para sua mão estendida e depois para ele, que ergueu uma sobrancelha. – Ou... Prefere ficar nesse micro quarto?

Ri fraco e peguei sua mão.

Jacob avisou a Billy que iríamos dar uma volta e que logo voltaríamos. Billy nos olhou desconfiado e sue olhar durou mais tempo sobre mim, acho que quero ver se eu me encontrava bem. Lhe sorri para garantir, mas não acho que tenha saído um sorriso muito bonito ou convincente.

Caminhamos em direção à praia e, por alguns minutos, apenas ficamos andando em silêncio e escutando o barulho das ondas quebrando. Levei um susto quando senti sua mão quente, envolver a minha e me puxar para debaixo da sombra de uma árvore, onde havia um tronco quebrado, logo encostado nela. Nos sentamos lá, sem Jacob largar a minha mão. Puxou-a para o seu colo e ficou observando em silêncio. Eu nada disse, estava com muita coisa na cabeça, até ele começar, erguendo seu olhar para mim.

-Então... Quer conversar?

-Não sobre o real motivo que vim aqui. – disse a verdade. Não sabia se estava preparada para me abrir de novo. Acho que talvez, esse sentimento de traição, tenha trancado as portas que Edward havia aberto em mim e..., mesmo em minha mente, seu nome me provocava dores fortes no peito.

-Sobre o que quer conversar? – perguntou inocentemente.

Ajeitei-me, ficando de frente para ele e observei a minha mão ainda na dele, antes de olhá-lo.

-Quero saber por que você não retornava as minhas ligações. – É, esse seria um bom assunto.

-Humm... Não quero falar sobre isso. – Abaixou a cabeça, olhando para a areia abaixo de nossos pés.

-Não quer? Jake,... – Agora estava mais confusa ainda. – Só me diga o porquê. Eu fiz alguma coisa, falei alguma coisa de errado, porque, eu não sei... Não entendo...

-Bella – Me interrompeu, voltando seu olhar para mim. – Você não fez nada. – Garantiu-me.

-Então o que houve?

-Só... Não quero falar sobre isso, agora. – Olhou-me com intensidade, por isso guardei minhas perguntas, a mim mesma. Ele me contaria assim que quisesse. Assenti, mostrando que não falaria mais nisso. – E quanto a você? Sei que não veio aqui atrás de mim.

-Claro que vim. – Pareceu que seu rosto se iluminou assim que eu falei. – Como eu disse, estava com saudade e... Precisando de um amigo. O único que não me traiu...

-Como? – Ergueu a sobrancelha.

Não sei como, mas consegui contar toda a história para Jacob. Tudo, do início ao fim, sem chorar. É claro que doía, e muito, mas não chorei. Jacob me escutou calado e atencioso, enquanto brincava com a minha mão, ainda em seu colo. Ao terminar, suspirei, me sentindo péssima e cansada. Talvez, se eu me deitasse, acho que poderia dormir durante horas sem acordar um segundo com qualquer barulho estarrecedor, meus olhos pesavam muito.

-Bella, nem sei o que te dizer... – Seus olhos mostravam o quanto ele estava triste por mim.

-Não precisa dizer nada, só fique aqui comigo, por favor. – Aconcheguei-me em seu peito e ele me envolveu, repousando seu queixo na minha cabeça.

Ficou mexendo no meu cabelo em silêncio, me fazendo instantaneamente fechar os olhos e deixar o sono me consumir por inteira, quando vi, já estava adormecida nos braços de Jacob. Abri meus olhos em frestas ao sentir que eu estava no colo de alguém, com minha cabeça apoiada no ombro e estávamos andando, mas logo após ver que era Jacob, voltei a apagar por completo.

Fui acordar, já estava de noite e eu me encontrava na cama do quarto de Jacob. Me sentei me sentindo pesada por causa do de tanto tempo dormindo e olhei a minha volta, pensando no que eu iria fazer agora. Escutei uma batida na porta, antes de Jake entrar com um sorriso no rosto.

-Oi, posso entrar? – Fiz uma careta que ele riu. – Bem... Alice ligou atrás de você, porque disse que você não atende o celular e... Queria saber onde estava, se estava tudo bem...

-Humm... – Cruzei minhas pernas e entrelacei minhas mãos, esmagando uma na outra. – E o que você disse?

-Disse que você estava aqui, que estava bem... Em parte – Acrescentou. – E que você, como tinha me dito antes, não queria ir para casa.

-Vou ter que voltar de qualquer jeito.

-Não. – Olhei-o sem entender. – Falei com Billy, expliquei sua história e... Ele deixou que você ficasse aqui o tempo que precisasse.

Meus olhos voltaram a se encher de lágrimas por causa dos dois, um por Billy ter sido legal por ter me deixado ficar aqui e dois, por Jacob ter tido a paciência de falar com Alice, contar a história para Billy e por ter pedido para eu ficar aqui.

Jacob interpretou mal minhas lágrimas.

-Não tem problema se não quiser ficar...

-Não. – O interrompi. – Obrigada, Jake, isso foi muito gentil da parte do Billy e sua, me deixarem ficar aqui. Só... fiquei emocionada por vocês serem tão legais comigo.

Jacob sorriu e pegou a minha mão.

-Que isso, Bella. Sinta-se em casa. – Manteve seu sorriso. – Ah! Isso me lembra de uma coisa que eu queria falar com você. – Esperei. – Se quiser, posso passar na sua casa e pedir para Alice, ou alguém preparar uma bolsa com as suas roupas para alguns dias. Acha que vai ficar alguns dias? – Concordei envergonhada, mas Jacob me jogou um sorriso incentivador. – Quer que eu pegue?

-Jake, você já está fazendo coisas demais para mim...

-Arghhh, Bella! Não vou morrer se dirigir até sua casa e pegar uma mochila, sei lá! – Fez uma careta.

Não agüentei e o abracei de novo.

-Obrigada de novo. – Nos afastamos e ele beijou a minha testa antes de se levantar.

-Então vou ligar para Alice arrumar e vou pegar.

-Sinto como se estivesse te usando... – Não me sentia muito confortável com ele fazendo essas coisas por mim, já estava fazendo demais me deixando ficar aqui.

Revirou os olhos e foi pegar o telefone. Escutei falar coisas rápidas com Alice ao telefone e logo desligou, dizendo á mim que iria lá agora. Concordei sem muita opção e me levantei indo para a sala, me encolhendo um pouco de vergonha ao ver Billy assistir o jogo na TV.

-Humm... Obrigada, Billy, por me deixar ficar aqui. – Agradeci envergonhada.

Ele me olhou e sorriu, mostrando suas ruguinhas da idade, aparecerem nos cantos dos olhos.

-Está tudo bem, Bella. Fique o quanto quiser e, saiba que filha de Charlie, filha minha também. – Piscou para mim e eu sorri em agradecimento.

Billy me chamou para fazer companhia a ele, enquanto Jacob não voltava. Assim fiz, me sentindo um pouco mais confortável agora e mal esperando para que Jacob voltasse e me contasse quais foram as reações de todos na minha casa.

Edward's POV

Depois que Bella saiu correndo da minha casa e me disse para nunca mais falar com ela, pareceu que alguém havia me esfaqueado e eu não conseguia fazer mais nada, nem dizer mais nada. Fiquei algum tempo parado olhando ela sair com seu carro, ali no frio, mas eu não ligava, só queria saber o que aconteceu para ela sair desse jeito.

Voltei para casa sem muita pressa, ainda tentando entender o que acontecia, mas nada me vinha à cabeça quanto a isso. Ao chegar em casa, Elizabeth me chamou com pressa e eu saí correndo até onde ela se encontrava. Estava em seu escritório, parada diante da porta e vendo a sua mesa. Segui seu olhar e o meu parou em cima de um papel amassado, jogado no chão. Caminhei até ele e o desamassei, vendo ali, o que eu mais temia.

Era uma das folhas em que minha mãe fazia análises das ações de Bella.

-Ela deve ter visto, mas... O que ela veio fazer aqui? – perguntou minha mãe. Continuou a falar, mas eu não ouvia. Minha cabeça estava em Bella. Tinha que ir atrás dela.

Saí dali indo correndo para o meu quarto e me trocando rapidamente, pegando as minhas coisas e saindo, com minha mãe gritando por atenção.

Talvez Bella estivesse indo para o colégio, mas pensando melhor, não penso que ela faria isso. Bella parece que quando fica triste não gosta de atenção. Arrisquei em ir para o colégio. Ao estacionar e jogar minha mochila no ombro, olhei por cima das cabeças atrasadas como eu, atrás de Bella.

Emmett conversava com um garoto, mas quando me viu veio caminhando até mim com seu sorriso grande.

-E aí, irmãozinho? – Deu um tapa de cumprimento em minhas costas. – Com pressa?

-Com pressa em achar Bella. A viu por aí? – Olhei esperançoso e Emmett retirou o sorriso.

-Hum, não, mas... Aconteceu alguma coisa?

-Só... Preciso falar com ela. Rápido. – Me despedi e saí como um foguete em direção a sala que seria o primeiro horário de Bella, mas ao chegar lá minha esperança virou pó. Não, ela não estava.

-Edward! – Escutei Alice me chamar.

Olhei-a e ela veio para cima de mim com um olhar preocupado.

-Você viu a Bella? Quando acordamos de manhã, ela não estava em casa.

-Ela estava na minha casa. – Fiz uma careta que fez Alice se preocupar. – Mas... Bella viu alguns papéis de análises que a minha mãe fazia sobre seu comportamento, lá comentava sobre eu me aproximar dela, de vocês saberem disso e... Ela ficou com muita raiva e saiu rápido demais da minha casa.

O rosto de Alice se tornou assustado.

-Edward... Me diga que você sabe onde ela está, por favor? – Neguei com a cabeça e Alice começou a se desesperar. – Eu não sei o que ela pode fazer depois disso! Bella pode entrar em depressão! – Começou a chorar e me abraçou torcendo para que nada de ruim tivesse acontecido com ela. Mentalmente, eu gritava, berrava por isso. Queria vê-la mesmo que ela não quisesse me ver.

-Não pense nisso, Alice. Por favor...

Alice se afastou de mim e me olhou com os olhos vermelhos.

-Não sei do que Bella é capaz, Edward. Nem ao menos eu sei! Eu tenho medo... – Choramingou em meu ombro.

-Vamos para as nossas aulas e pensamos no que vamos fazer para achá-la, mas, se acalme. Ela vai estar bem.

Alice assentiu chorosa e seguiu em direção a sua aula. Fiquei ali parado, pensando se realmente teria cabeça para ficar escutando o conteúdo das matérias. Resolvi ir afinal. Fiquei quieto no meu lugar e de vez em quando os professores e as pessoas perguntavam se eu estava bem e eu apenas assentia. Não queria conversa, minha cabeça só tinha Bella. Ela devia estar com muita raiva de mim e..., ela tinha razão.

Na hora do inervalo, contamos o que aconteceu com Bella e o quanto estávamos desesperados atrás dela. Alice ligou para casa e Esme atendeu dizendo que Bella não estava e, não Alice contou tudo pelo celular. Sabia que não era uma boa idéia, uma vez que Esme iria se preocupar ainda mais, e foi exatamente isso que aconteceu.

Ficamos ligando várias vezes para o celular de Bella, e estava sempre desligado. A angústia ia me subindo à cabeça, estava começando a ficar ainda mais nervoso, não conseguia ficar parado esperando resposta de Bella, queria pegar meu carro e andar pelas ruas atrás dela. E quem sabe aconteceu alguma coisa? Nunca iria me perdoar se algo tivesse acontecido.

Estava sentado com a cabeça entre as mãos, na sala da casa da Alice, com Esme de pé ao lado da filha e Alice no celular tentando descobrir alguma coisa de Bella. Elas já haviam ligado para o hospital onde Carlisle trabalha, cruzando os dedos para que ela não tivesse dado entrada lá, mas com uma esperança de que ela tenha ido para conversar com ele. Sabia que ela não faria isso. Se Bella quisesse conversar deveria ser com...

-Jacob! – Me levantei e as duas me olharam espantadas. – Jacob Black! Ela deve estar com ele, só pode!

-Jacob? – Esme perguntou sem entender.

-Claro! – O rosto de Alice se iluminou. – Jacob e Bella estão muito amigos e ela ficou chateada quando ele não respondia suas ligações. Ela só pode ter ido a La Push atrás dele!

Esme e eu concordamos e, esperamos Alice discar o número de Jacob. Tocou algumas vezes até que Billy, o pai de Jacob atendesse e passasse o telefone para o filho. Alice perguntou se Bella estava com ele e nós esperamos ansiosos, enquanto Carlisle entrava em casa, aparentemente preocupado também.

-Ela está? – Alice sorriu aliviada e parece que todos nós respiramos novamente.

-Oh! Graças a Deus! – Esme abraçou Carlisle.

-Posso falar com ela? Não? Ah... Tudo bem, então. Mas ela está bem? – Esperou a resposta e ficou com uma carinha triste. – Certo. Quando ela acordar, pede para ela nos ligar, por favor. Estávamos feito loucos atrás dela... Ok. Obrigada, Jacob. Tchau. – Alice desligou e se virou para nós encarando o telefone em suas mãos.

-E aí? – Carlisle perguntou.

-Bella está bem, mas estava dormindo por estar cansada, só que Jacob me contou o que ela o disse. – Meu coração se acelerou no piscar de olhos. – Ela disse que não quer nos ver por um bom tempo, todos nós e... Palavras dela, que ela se sentia como se tivesse sido traída por todo mundo. Usada. – Olhei para o rosto de Alice, que me encarou de volta, mas sentia os olhares sobre mim, olhares de pena. – Mas ela... Ressaltou que... Não quer te ver nunca mais, Edward.

Temia isso.

Não consegui dizer nada, só voltar a me sentar e pude sentir Alice se sentar ao meu lado.

-Bella vai voltar a falar com você assim que conversarmos, fique tranqüilo. – Garantiu-me, mas eu sabia que a banda não tocava no meu ritmo.

-Não. Bella, não vai me perdoar. Posso conhecê-la há pouco tempo, mas sinto que a conheço durante a minha vida inteira, sei que ela não vai me perdoar.

-Dê tempo a ela. Vai te perdoar sim. – Olhei para Alice e ela me jogou um sorriso gentil.

Depois de esperarmos para ver se Bella retornaria a ligação, isso só foi acontecer no início da noite. Alice atendeu o telefone, mas não era Bella, era o Black avisando que viria aqui pegar algumas coisas de Bella e pediu para Alice arrumar uma mochila para ela passar alguns dias lá. Isso me irritou, o sentimento de ciúme me possuiu antes mesmo que eu pudesse notar.

Esme e Carlisle reclamaram de Bella ficar na casa dos Black sem permissão e eu concordei, só não queria que ela ficasse lá, precisava dela aqui, precisa ver seu rosto mesmo que estivesse morta de raiva de mim, mas eu... Só precisava vê-la.

Black chegou e entrou um pouco desconfortável ao responder o interrogatório de Esme e Carlisle, enquanto Alice descia com uma mochila.

-Só... Dêem um tempo para ela. Está com muita raiva, e não é pouca, por isso, ela será bem vinda na minha casa o tempo que precisar. – Eu apenas escutava a conversa, tentando me controlar.

-Mas, Jacob, Bella tem que voltar para casa. Precisamos ter uma conversa séria com ela. Não é isso que ela pensou, pensou errado.

-Ela me contou que não tinha o que conversar e...

-Ela te disse isso ou é uma desculpa para mantê-la na sua casa? – Minha tentativa de controle foi falha.

Todos me olharam sem entender e Jacob me olhou com um olhar superior e soltou um riso irônico.

-Ao contrário de você, Cullen, Bella sabe que pode confiar em mim e o que você fez? Piorou ainda mais a sua situação com todo seu teatro. – Manteve seu sorriso irritante que minha vontade era de tirá-lo dali à força.

-Teatro? Não menti quando disse que a amava! Ainda digo a verdade! – Gritei esperando me satisfazer de algum modo, mas a tranqüilidade não me veio.

Podia sentir os olhares assustados em minha direção devido a minha reação, mas eu não ligava, só queria Bella e saber que Eça estava com aquele garoto me tirava do sério.

-É uma pena que não tenha descoberto isso, antes de se aproximar dela para estudá-la...

-Chega! – disse Carlisle com a voz firme e forte. Nos calamos e eu voltei a me sentar, passando as mãos fortemente nos cabelos e no meu rosto. Queria acordar e ter Bella ao meu lado. Era um pesadelo, acordaria há qualquer momento.

Alice desceu com a mochila e a entregou à Jacob, mas antes dele sair, ela o abraçou e pediu para que cuidasse de Bella uma vez que não sabemos o que ela pode fazer. Esme reforçou o que Alice disse, com os olhos marejados e Carlisle se despediu dele. Não fiz nada, só pedi desculpa à todos e saí dali o mais rápido que pude.

Ao chegar em casa, minha mãe me esperava e veio até mim, preocupada. Abraçou-me e eu me permiti chorar, nunca havia feito isso desde os meus cinco anos, mas Bella era importante demais para mim, queria ela de volta, ver seu rosto, implorar para que me perdoasse... Havia tantas coisas e nada que eu pudesse fazer.

-Vamos conversar com ela e vai te perdoar, meu filho. – Estava deitado no colo da minha mãe, com ela mexendo nos meus cabelos, mas pela sua voz, ela estava bem triste. Nem ao menos precisava olhar para ver que ela se sentia culpada. – Se eu ao menos não tivesse feito você se aproximar dela por causa disso...

-Não a teria conhecido direito e nem me apaixonado. Não é sua culpa.

-Claro que não. – Olhei-a. – Edward, você teria se apaixonado por ela de qualquer maneira. – Sorriu maternalmente. – Bella e você foram feitos um para o outro, não seria possível que se eu não tivesse pedido isso, não teria acontecido nada. Mas eu estava errada em te pedir para analisá-la... Foi uma péssima idéia.

-Pare, mãe. – Pedi. – Não foi sua culpa e ponto. Eu que realmente errei.

-Edward...

Me levantei.

-Vou para o meu quarto.

-Não vai comer? – perguntou.

-Estou sem fome. – Estava saindo quando minha mãe começou a falar que eu deveria comer, se não ficaria fraco e várias outras coisas.

Ao chegar no meu quarto, tranquei a porta e me joguei na cama, mergulhando meu rosto no travesseiro que tinha o cheiro de Bella. Dormiria mais fácil assim, porém ainda alimenta uma esperança de que eu estivesse tendo um pesadelo e ele logo sumiria e Bella estaria ao meu lado.

Bella's POV

Jacob chegou e eu já estava no seu quarto, olhando as fotos que tinha penduradas na parede, fotos que eram dele com sua irmã e outra com seu pai quando mais novo. Me lembrei de seu rosto da época que éramos menores e mais jovens. Meu peito se apertou, porque por alguns segundos, me lembrei de Edward.

Estava com muita raiva, só que eu não podia negar que eu ainda o amava e que o meu coração estava em pedaços pequenos. Se tentasse reconstruí-lo, seria um esforço em vão. Senti uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, mas logo a sequei assim que vi Jacob entrar pela porta. Abracei-me a fim de tentar aliviar minha dor e me virei em sua direção.

Sustentava um sorriso que logo sumiu ao ver meu rosto. Soltou a mochila que reconheci com sendo lá de casa e veio ao meu encontro, com um abraço.

-Não chore, Bella, por favor...

-Estou bem, só... Me lembrei de algumas coisas. – Sorri fraco em seu peito. – Acho que tenho que manter a minha cabeça ocupada com qualquer coisa que não me faça lembrar de hoje.

-Certo. – Afastou-se e me analisou para ter certeza de que estava bem, ao que parecia, ainda não, mas ele iria tentar desvirtuar o assunto. – Amanhã cuidamos disso.

Sim.

Amanhã.

Se eu pudesse, deixaria a minha vida para amanhã...


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Notas finais do capítulo

Gente! Nunca escrevi tanto, nem passei tanto tempo escrevendo! :o Bem,(descobri!) fico mais criativa de madrugada, ou com sono, sei lá ... hahaha :D

Não tenho novidades e nem muito que falar, só o mesmo de sempre :] Quero MUITO saber o que ACHARAM do capítulo, então, por favor, COMENTEM! NÃO DEIXEM DE COMENTAR, porque, poxa! Eu escrevi um capítulo ENOOORRME e eu sei que tem mais gente lendo isso aqui além das pessoas LINDAS que me deixam reviews ;]

Vai, não dói deixar reviews! ;P Pergunta, palpita, comenta, cita... Qualquer coisa, só... Falem alguma coisa, mas também não pode ser assim: "Quero mais PONTO" Ok? ;P

Beijinhos! Bye!

Lina Furtado.



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