Desafiando a Gravidade escrita por LinaFurtado


Capítulo 1
Quase um inferno terrestre


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic unicamente MINHA!
Essa é chamada: "Desafiando a gravidade", escolhi esse nome por causa de uma música linda do musical Wicked. Achei que tinha tudo a ver com idéia da fic. A música se chama "Defying Gravity".

Esse primeiro capítulo é somente uma introdução, contando a história de Bella nesta fic.

Como todos os leitores de fic Twilight já leram o livro, neste primeiro capítulo, imaginem a casa da Bella, como sendo a que ela morava com Charlie no livro, só que mais arrumadinha, maior e com mais um quarto, porque no livro são somente dois (eu acho) ;P e com todos sendo suítes. Toda aconchegantezinha! Bem típica de lugar onde neva, faz frio, ou chove.

Belezinha? Certo, então, boa leitura! ;) Espero que gostem!!
OBS: Quem quiser fazer a capa para mim, ficarei MEGA feliz ;D



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Desafinado a gravidade

Capítulo 1. Quase um inferno terrestre

Ser uma pessoa normal parece ser uma tarefa difícil para alguém como eu. Nunca em minha vida inteira, fui vista como alguém que seja considerada normal. Olhos estreitos, rosto demonstrando repulsa, tentando não se aproximar, cenho franzido, isso é tudo o que as pessoas normalmente fazem quando estão perto de mim. Por quê? Bem, basicamente porque não me dou bem com elas.

Claro, continuou sendo humana e uma garota de aparência normal para os dezessete anos, mas mesmo assim, nunca, nunca mesmo gostei de falar com os outros. Sempre fora muito reservada e me guardando para mim mesma. Meus pais morreram em um acidente de carro em uma rodovia expressa, quase chegando a Phoenix, um motorista bêbado, que infelizmente saiu vivo, mas hoje ele é tetraplégico, bateu no carro dos meus pais, fazendo-os cair em um barranco de sessenta metros de altura. Morreram na hora. E, um dos motivos para eu nunca demonstrar sentimentos é, também, devido a isso.

Quando recebi a notícia da morte deles, tinha apenas cinco anos e estava na casa de minha avó - por parte de mãe – aproveitando as férias com ela. Adorava isso, amava ir a casa dela somente para brincarmos até me cansar, porque vovó nunca se cansava de mim. Fiquei por uns meses com ela até o juiz dar a minha guarda a minha tia, irmã do meu pai, Esme, em Forks - uma cidadezinha insignificante do estado de Washington, que está quase constantemente debaixo de chuva ou de uma cobertura de nuvens.

Esme já era casada com Carlisle na época e já tinham Alice, sua única filha, pois Esme nunca mais conseguiu engravidar de novo. Hoje, penso que talvez o motivo para querer a minha guarda seja também por ter o desejo de ter outra filha, afinal, nunca vi ninguém igual a ela, sempre com seu imenso coração de mãe.

Ainda com cinco anos, na época, fui para a casa dos Brandon para seguir com a minha vida.

Para confirmar a minha teoria de que não em dou bem com as pessoas, até hoje – já com dezessete -, minha única amiga é Alice. Ela sempre morreu de pena de mim por sempre estar sozinha e andar sozinha pelo colégio, mas não ligo, prefiro assim.

Alice me chamava para me sentar com ela e seu amigos na hora do intervalo entre as aulas, mas eu nunca aceitava. Preferia ficar sentada sozinha na minha mesa do refeitório, já que todos sabiam – devido às minúsculas proporções da cidade em que me encontrava e de sua população. Tentei uma vez, fazer um esforço em me sentar com Alice e tentar, enfim, me enturmar, a pedido de Esme.

Seus amigos mais próximos eram: Emmett, um garoto extremamente grande de forte, de cabelos curtos e uma cara um pouco infantil, sem contar suas conversas, Rosalie, namorada de Emmett, uma garota lidíssima, loira dos olhos azulados, mas bem esnobe e Jasper, irmão gêmeo de Rosalie, louro dos olhos azuis, também forte, mas não igualmente ao grandão. Bem, não deu certo. Podia ver em suas faces, que me achavam estranha ou grossa, por sempre dar as respostas que mereciam.

Depois de tudo, desisti.

Ao contrário de mim, Alice é super popular na Forks High School. Sempre fala com todo mundo, todo mundo a ama e se diverte com ela. E estávamos na época do aniversário dela, que é logo no início do ano, mais precisamente, uma semana após o início das aulas e, ela estava organizando uma festa em uma boate que ficava em Seattle. Mesmo seus pais achando longe, deixaram.

Ótimo, seria uma viagem até lá!, pensei. Ela me obrigaria a ir, como em todos os anos e, como em todos os anos, ficaria sentada em um canto, olhando os outros conversarem e se divertirem. Como eu me divertia? Ficando sozinha.

Alice escolheu a boate e me pediu para lhe lembrar de ver com os donos da mesma, quanto custava fechá-la para uma festa. Certo. Fiz isso duas, três, e já estávamos indo a quarta vez.

-Alice, ligou para a boate para ver o preço? – perguntei novamente enquanto estava sentada a mesa, comendo o meu jantar, jantar que Esme havia preparado antes de sair com Carlisle.

Ela estava encostada a bancada da cozinha toda em madeira e aço inox, bebendo um copo d'água, olhando para fora pela janela de madeira que havia na frente da pia.

-Hum? – Saiu dos pensamentos, virando-se para mim. Repeti a pergunta. – Ah! Não, ainda não.

-Alice, o seu aniversário é daqui a cinco dias e você ainda não viu isso. – comentei, repreendendo-a.

Certo que eu não queria ir, mas queria ajudá-la a fazer seu aniversário, afinal, isso a deixava feliz.

-É que saí com meus amigos essa tarde e acabei me esque...

-Alice! - Soltei os talheres no prato, que acabaram por fazer um barulho alto, e me levantei da mesa para lavar a minha louça. – Eu desisto! Se não quer fazer a sua festa, está tudo bem para mim. – Desviei-me dela, fazendo-a se encostar a mesa, e coloquei o prato na pia, pegando a esponja e o sabão.

-Bella! – Esperneou, passando as pequenas mãos no rosto com força. – Chaga! Deixa de ser chata! Não só porque você não tem amigos que eu vou ficar me prendendo a você, só para você se sentir melhor! – Ela quase gritou.

Virei-me em sua direção e fiquei-a encarando por um instante antes de começar.

-Certo. – disse convicta. – Se é isso que pensa; que eu estou pedindo a sua atenção... Tudo bem, então. – Dei de ombros, voltando a lavar a louça. – Ah! – Olhei-a. – Tem razão quando diz que você é a minha única amiga, você está certa. Mas eu sinto que não preciso de outros. – Fiquei quieta tentando me concentrar em não chorar de raiva que estava sentindo no momento.

-Bella... – Choramingou. - Desculpe, eu... Eu não quis falar daquele jeito...

Terminei de lavar os prato e os talheres e, fui secar minhas mãos no pano de prato. Voltei-me a ela.

-Não. Você quis sim. – Garanti-lhe. – E não tiro a sua razão. – Dei um meio sorriso, enquanto ela continuava encostada a mesa, com uma feição triste de ter falado demais. – Alice, você é a minha única amiga, nós sabemos disso, o mundo inteiro sabe disso, mas por que isso importa? Nada. Sou assim, não há o que mudar.

Saí da cozinha para ir assistir um pouco de TV, notando que Alice vinha atrás de mim. Joguei-me, sentando-me no sofá e me esticando para pegar o controle da TV e ligá-la.

-Bella, você é a minha melhor amiga, minha irmã! – Ela se sentou na mesinha de centro, na frente da televisão, tapando a minha visão. Franzi o cenho e ela tirou o controle da minha mão, desligando-a. Percebi que teria que prestar atenção. – Sabe que eu faria tudo por você. E eu faço! Quero que tenha outros amigos, que seja mais feliz... Sinto como se você fosse infeliz. Por isso sempre a convido para se sentar com a gente na hora do almoço, por isso que sempre a obrigo a ir as minhas comemorações de aniversário... – Sorriu. – Eu te amo, amiga, e eu só quero te ver feliz, mas, vê-la sentada sozinha no colégio... Me dói muito, não sabe o quanto. – Voltou a ficar triste.

-Agradeço a preocupação, Alice, mas sabe que não precisa ficar assim. – Peguei suas mãos e fiquei olhando-as. Ergui o olhar e sorri a ela. – Sempre fui assim, então, por que agora está com essa preocupação constante?

Ela fez bico e pareceu pensar em algo que não podia falar.

-Diga. – Forcei firme.

Suspirou antes de voltar a falar.

-Esme, Carlisle e eu estávamos conversando sobre você outro dia... – Dei uma apertada de leve em sua mão, forçando-a falar. – E pensamos se seria melhor a você se eles a levasse para um psicólogo. – Soltou em um jato.

Levei um tempo para absorver essa. Psicólogo? Achavam que eu tinha alguma coisa de errado?

-O quê? – Soltei sua mão e me levantei, passando a mão no cabelo, bagunçando-os. Comecei a andar pela sala, nervosamente.

-Bella, calma... – Alice apenas me observava.

-Calma? Calma? Quer que eu tenha calma? – Estava gritando – Vocês pesam que eu estou louca, pirada e ainda quer que eu tenha calma? Não, eu não vou ter calma!

-Não é isso! – Gritou para me fazer ouvi-la. - Nós não pesamos que você seja louca, só que achamos que será melhor para você colocar tudo para fora para alguém que sabe lidar com isso, com esse tipo de angústia. Ao que parece, parece que você está muito angustiada, e é o tempo todo! – Alice tentou explicar, mas eu não estava a fim de ouvir.

Estava processando toda a informação. Se o psicólogo achar que sou mesmo louca, e quiser me internar em um manicômio, aí que eu fico louca mesmo! Não vou para lugar nenhum, fazer consulta com nenhum psicólogo.

Esme e Carlisle chegaram e uma luz veio a minha mente. Eles haviam saído para se encontrar com uma velha amiga de Carlisle, que tinha acabado de chegar e era... Psicóloga.

Eles viram em como eu estava agitada e nos olharam sem entender. Virei-me a eles e joguei palavras sobre os mesmos.

-Querem me mandar a um psicóloga? Por isso foram encontrar a "velha" amiga do Carlisle? – Estava exaltada e quase gritando novamente, mas não podia mais gritar, acho que estava em choque. Eles nada falaram, apenas me olhavam e jogavam alguns olhares a Alice. – Argh! Eu não acredito!

Subia as escadas correndo em direção ao meu quarto e fechei-a, batendo com força. Tranquei assim que ouvi Esme me chamar e vir atrás de mim. Joguei-me na cama, mergulhando meu rosto no travesseiro e tentando abafar os soluços que vinham por causa do choro. Odiava quando as pessoas me viam vulnerável e nem ao menos eles, que agora eram meus pais, me viam chorar por alguma coisa. Não gostava de me "rebaixar", digamos assim.

-Bella? – Esme estava batendo na minha porta. – Por favor, querida, abra a porta.

Não falei nada até que ela resolver desistir depois de vinte minutos batendo na porta e me chamando. Fiquei chorando mais um pouco quando, enfim, cessou.

Ainda estava cedo para dormir, deviam ser oito da noite, mas queria urgentemente dormir. Levantei-me devagar e fui em direção ao meu banheiro, tirando minha roupa e entrando debaixo do chuveiro quente.

Será que era tão difícil assim as pessoas me entenderem? De saberem que é assim que sou e que nunca vou mudar? O problema é comigo, tenho certeza, porque, se não, eu não seria a única que parece ser "estranha" aos olhos dos outros.

Lavei meu cabelo, depois de me enxugar e saí, botando o meu pijama. Abri o armário do banheiro, tirando a escova de dente e a minha escova de cabelo. Primeiro escovei os dentes, olhando para o espelho embaçado a minha frente. Cuspi e enxagüei a boca com a água, tirando os restos de pasta, depois fui pentear meus cabelos. Eles eram castanhos avermelhados e iam até a altura do peito.

Fiquei penteando enquanto olhava o espelho se desembaçando e via cada vez mais o meu reflexo. Eu estava em um estado desprezível. Estava mais pálida do que o normal, com a minha boca bem vermelha e debaixo dos meus olhos tinham olheiras roxas nítidas.

Peguei analgésicos para dor – que sempre tinha no quarto devido aos meus constantes machucados, sejam do grau que forem – e tomei logo dois comprimidos, para me fazer dormir mais fácil.

Guardei tudo e fui me deitar, levando meu IPod comigo. Enrolei-me na colcha e me ajeitei até encontrar uma posição confortável. Liguei meu IPod e escolhi uma música de rock, colocando em um volume até doer meus ouvidos assim que escutei Alice me chamando.

Esperei até os remédios fazerem efeito, entregando-me a inconsciência, tomando conta do meu corpo e me permitindo dormir pesadamente.


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Notas finais do capítulo

Pois é, é só isso o primeiro capítulo. Sem Ed! :/ Mas é no próximo que ele vai aparecer e fazer um baque na vida da Bellinha depressiva e anti-social ;P

Minha idéia inicial é fazer com que ele seja o salvador dela, não só dela, mas também de sua família, de certo modo. E não, ele não será um vampiro, será human! Já dá para imaginar um pouco...

Não sou muito de postar rápido, mas quando é fic nova e quando me incentivam, costumo a fazer de tudo para postar o mais rápido possível. Por exemplo, como aqui em casa tem o dia de cada um no computador, porque se não dá briga, eu só posso postar um dia sim outro não, um dia sim outro não... E assim por diante ;) Vou tentar postar depois de amanhã!

Já escrevi mais dois capítulos depois desse, dependendo do número de reviews, posto outro hoje mesmo ;D

Beijinhos e até a próxima! Claro, se gostarem! ;D

Lina Furtado. ;*