The Mirror escrita por Koneko-chan


Capítulo 4
O Casaco de Izaya.


Notas iniciais do capítulo

Eu adorei esse capítulo, principalmente quando ela fala com o Shizu-chan ;P
Enjoy.



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Chapter 4 – O Casaco de Izaya.

A luz do sol atravessava a janela como se ali nada houvesse, atingindo em cheio o rosto de Mikado Ryuugamine no fundo da sala quando o professor entrou. Ele estivera esperando que Sonohara Anri chegasse antes, mas ela estava atrasada. Muito atrasada.

– Hey, Mikado – chamou um colega na cadeira da frente, virando-se para ele quando o professor começou a escrever no quadro. – Cadê a Sonohara hoje?

– Ahn... Eu... Err... Não sei. Acho que ela se atrasou.

O garoto, Hashimoto Aiko, Mikado achava, fez uma careta de desdém.

– Ela nunca se atrasa. Acho que ela faltou. Achei que você soubesse de algo, já que sempre andam juntos.

Constrangido, Ryuugamine baixou os olhos para a carteira.

– É, eu também – murmurou, pensativo. Não conseguira falar com Anri no dia anterior depois da escola. Hoje ela faltara à aula. O que estava acontecendo?

– Mikado e Hashimoto, por favor, parem de conversar, quero dar minha aula – o professor pediu.

– Ah. Desculpe! – disseram.

Aiko virou-se para frente, de costas para o pensativo Mikado, que olhou pela janela ao lado de sua carteira durante um longo instante, então pegou seu celular e, por baixo da mesa, começou a digitar uma mensagem.

From: Mikado Ryuugamine.

For: Sonohara Anri.

Subject: -

Message: Ahn… Sonohara-san, onde está você? Está tudo bem? Por que não veio à aula?

Ela estava no parque ao sul de Ikebukuro quando recebeu a mensagem de Mikado. Embora estivesse tentada, optou por não responder. Guardou o celular no bolso e suspirou, sentando-se num banco. Fazia quase uma hora que recebera uma mensagem de Miyazaki Toshiyuka pedindo que se encontrassem naquele lugar àquela hora. Não sabia como ela descobrira o número de seu celular, mas já suspeitava. Ela conseguia tudo, sempre...

– Ah, você já está aqui – disse uma voz levemente surpresa.

Sonohara ergueu os olhos. Por um minuto, achou que fosse Orihara Izaya, por causa do casaco que usava. Mas logo descobriu que era Toshiyuka, usando o agasalho do informante. O capuz estava puxado para cima, cobrindo seus longos cabelos negros, mas nunca obstruindo a visão de seu sorriso. Aquele sorriso... Aquele sorriso proporcionava tanta raiva e frustração a Anri. Como Miyazaki conseguia ser tão hipócrita todo o tempo?

– Pensei que você tivesse dito na mensagem para que eu a encontrasse no parque em cinco minutos.

Ela encolheu os ombros.

– Houve um imprevisto, lamento.

– Não importa. O que quer?

Toshiyuka demorou alguns segundos para responder, admirando o céu azul claro tão diferente do céu negro e salpicado da noite anterior. Ela vira aquele céu bem de perto quando subira com Orihara Izaya naquele prédio. Logo depois que ela terminara de contar a ele sobre Eiko, eles se encararam por longos minutos e ele perguntou quando poderiam se encontrar de novo.

Antes que ela pudesse dar uma resposta, ouviram um estrondo terrível e vários objetos – uma máquina de refrigerantes velha, uma motocicleta, um corrimão enferrujado e uma placa de PARE – foram atirados para cima do prédio. Ambos tiveram que desviar rapidamente e descer pela escada de emergência na lateral do edifício – a máquina de refrigerantes passou a obstruir a porta que dava para o elevador – e cada um correu para um lado enquanto Heiwajima Shizuo perseguia Izaya. Convenientemente, ele esquecera o casaco com ela.

Toshiyuka estava prevendo que Izaya ligaria para ela ainda naquele dia, só não tinha certeza de quando.

Mas o motivo de seu encontro com Sonohara Anri era outro.

– Bem – começou. – Você me atrapalhou bastante ontem só abrindo a boca quando resolveu dizer para o Izzy-chan que já nos conhecíamos.

– E daí? – perguntou Anri. – Você sempre consegue tirar proveito das coisas mesmo que elas deem errado, não?

– De fato. Mas eu só não entendi o porquê de você fazer aquilo.

– Ele parecia já saber que nos conhecíamos desde o momento que me chamou.

– Isso não é desculpa.

– Você contou a ele como nos conhecemos?

– Sim – respondeu Toshiyuka. – Ele pareceu de fato interessado, o que me chama mais atenção nele é que é o tipo de pessoa que quer saber absolutamente tudo o que se passa com todos.

– Por isso que comentei que você me lembrava dele.

Miyazaki pareceu levemente intrigada.

– Acha que eu quero saber da vida de todos?

– Quer. Do contrário não seria tão boa manipuladora.

– Agradeço o elogio.

– Não foi um.

As duas se encararam por um longo momento até que Miyazaki sorriu.

– Não tente me enfrentar, Anri-chan. Você sabe que eu ganharia.

A garota mostrou-se hesitante, mas respondeu mesmo assim.

– Não tenha tanta certeza. Não agora, mas em algum momento, você vai se arrepender. Dessas palavras e do que fez com Eiko.

O sorriso de Toshiyuka cresceu.

– Estou louca para ver.

– IZAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAYA! – elas ouviram uma voz grave e conhecida gritar.

Já cansada da monotonia da situação, Toshiyuka se virou. Mas em vez de ver Izaya correndo de Shizuo, como normalmente, deu de cara com um Shizuo enlouquecido correndo em sua direção. Seu sorriso se alargou com a confusão do loiro, que assim que viu que era ela, freou seu movimento instantaneamente, olhando-a com um ar de confusão.

– Ah – fez. – Não é o Izaya...

Ela riu um pouco.

– Realmente, você se enganou.

Heiwajima Shizuo endireitou os óculos de lente roxa e a própria postura, olhando para Miyazaki com bastante atenção.

– Você não é a garota que estava com ele ontem?

– Sim. Miyazaki Toshiyuka, prazer em conhecê-lo.

– Heiwajima Shizuo.

– Sei disso. Você é bastante popular por aqui.

– Hmm – rosnou e então olhou bem para ela. Não gostara dela. Tinha um jeito igualzinho ao de Izaya. Irritante, irritante, irritante!! Ele quase se arrependia de ter freado. E ela mesma andava com Izaya, então por que ele simplesmente não saída de perto dela? Ele não sabia explicar.

Ela franziu o cenho levemente enquanto o observava, com uma ideia florescendo nos entremeios de sua mente.

– Sabe, gostaria de me encontrar com você em algum momento para fazer-lhe uma proposta.

Ao som dessas palavras, Anri estreitou o olhar, desconfiada. Não aceite, Heiwajima-san, pensou. Mas Shizuo não seria derrubado assim tão facilmente. Ele conhecia o tipo, portanto mostrou-se cauteloso.

– Uma... proposta? – perguntou.

– Sim! – exclamou Toshiyuka, começando a brincar com o zíper do casaco de Izaya. – Tenho alguns planos com relação ao Izzy-chan que possivelmente o agradarão. Sei que não é a medida mais cuidadosa do mundo aceitar um negócio comigo... Mas imagino que seja algo de extrema relevância a você, Shizu-chan.

Ele soltou outro rosnado mediante ao apelido popularmente usado por Izaya. Mas o que ela dizia parecia fazer um mínimo de sentido e do jeito que ela falava, parecia uma boa ideia. Mesmo que talvez não fosse. Shizuo deixou os olhos vagarem para a garota ali sentada, que o fitava com um olhar de aviso. Ele tirou uma caixinha do bolso e puxou um cigarro, acendendo-o em seguida.

– Vou pensar – respondeu, virando-se e afastando-se.

Toshiyuka sorriu e se virou para Anri, sabendo que o olhar de aviso que ela lançava ao barman certamente contribuíra para atrapalhar seus planos imediatos. Mas como sempre, ela tiraria proveito disso.

– Não atrapalhe meus negócios – informou. – Apesar de que você talvez até tenha ajudado.

– Como assim? – perguntou a garota, desconfiada.

– Acho que ainda tenho como tirar mais proveito do Izzy-chan antes de atacar – seu sorriso ficou ainda mais malicioso. – Afinal, como você sabe, sempre consigo o que quero, não é, Anri-chan?

Os celulares das duas tocaram ao mesmo tempo. O de Anri indicava uma nova mensagem, e o de Toshiyuka mostrava uma ligação de Izaya.

– Bem, tenho que ir – disse Toshiyuka à garota, afastando-se e atendendo ao telefone.

Anri ficou sentada, observando-a se afastar por alguns segundos, então olhou para a mensagem e abriu-a.

From: Mikado Ryuugamine.

For: Sonohara Anri.

Subject: -

Message: Sonohara-san, estou começando a me preocupar. Por que não me responde?!

From: Sonohara Anri.

For: Mikado Ryuugamine.

Subject: -

Message: Não se preocupe, Mikado-kun, está tudo bem. Eu só tinha que resolver uma coisa.

From: Mikado Ryuugamine.

For: Sonohara Anri.

Subject: -

Message: Nos encontramos depois da aula?

Ela sorriu levemente e digitou a resposta.

From: Sonohara Anri.

For: Mikado Ryuugamine.

Subject: -

Message: Claro.

Mikado soltou um suspiro de alívio ao receber a resposta. Só não percebeu que o professor estava bem ao seu lado.

– Senhor Mikado, poderia prestar atenção na aula? Do contrário terei de confiscar seu celular.

Quando notou a presença do professor, o garoto ficou terrivelmente vermelho.

– Ah-Ah! C-Claro! Desculpe-me! Era uma emergência.

***

– Kanra-san entrou na sala de chat –

Kanra-san: Boa tarde!

Kanra-san: Algum indivíduo aí? Ou estou sozinho?

Bakyura-san: Ah, olá, Kanra-san.

Bakyura-san: Estamos sozinhos aqui agora. Setton-san acabou de sair.

Kanra-san: Ohh, certo...

Bakyura-san: Como foi o encontro ontem?

Kanra-san: Ótimo! Melhor do que eu esperava!

Kanra-san: Hora de pôr meus planos em ação.

Bakyura-san: Hmm, planos, é? Quando você vem com essa de planos, as coisas nunca dão certo...

Kanra-san: O negócio é que eu preciso agir rápido.

Kanra-san: A pessoa com quem me encontrei ontem é quase tão esperta quanto eu.

Kanra-san: Mas ninguém nunca me supera! Isso é verdade.

Bakyura-san: Ainda quero saber quando você vai morrer, Kanra-san...

Kanra-san: Não seja tão cruel! Ha-ha-ha.

Bakyura-san: Kanra-san...

Bakyura-san: Estou pensando em dar uma passada em Ikebukuro.

Bakyura-san: Até porque, da última vez que tive notícias da cidade, apesar de ser uma fonte confiável, ela também não me tranquilizou...

Kanra-san: E quem era sua fonte confiável, se me permite a pergunta?

Kanra-san: Não há ninguém melhor que eu para isso por aqui.

Bakyura-san: Ela acabou de chegar à cidade, mas parece já estar bem inteirada.

Bakyura-san: Não acho certo revelar-lhe o nome,

Bakyura-san: Mas ela me disse que a cidade está para sofrer uma revolução. Logo estará no poder del... de outra pessoa.

Bakyura-san: ...

Bakyura-san: Kanra-san? Você ainda está aí?

Os dedos de Izaya estavam paralisados sobre o teclado do computador. Ele fitava as palavras de Bakyura-san, ou Kida Masaomi na verdade, pela primeira vez na vida sem saber o que responder. Só podia ser. Acabou de chegar à cidade. E ele usara a palavra “ela”, indicando que era uma mulher. Inacreditável... Aparentemente, Miyazaki Toshiyuka começara a agir antes dele. Izaya estivera tentando não se preocupar. Mas aparentemente ela estava mesmo tentando tomar-lhe o poder que tinha sobre a cidade. Ele a subestimara.

Ele começou a rir. Começou com uma risada curta, mas logo a situação toda começara a ficar engraçada demais, despertando uma gargalhada psicopata. Ele levou as mãos ao abdômen quando o mesmo começou a doer de tanto rir. E então, tão repentinamente quando começou, parou, descansando as mãos sobre o apoio da cadeira e reclinando-se para trás com força.

Ele a subestimara... Riu mais um pouco. Por que essa sagacidade a fazia parecer tão atraente? Como Miyazaki conseguia ser tão sedutora e ao mesmo tempo perigosa? Ela o atraía como um rodamoinho atraindo um barco no oceano: lentamente, sem que perceba, o barco já está perto demais para conseguir se afastar.

Olhou ao redor no escritório vazio. Hoje era folga de Yagiri Namie, por isso ele convidara Miyazaki Toshiyuka para vir encontrar-se com ele ali. Quem sabe um dos dois não abria o jogo e explicava quais os planos por trás daquela relação? Ele se virou para o computador novamente, começando a digitar.

Bakyura-san: Kanra-san? Você ainda está aí?

Bakyura-san: Acho que Kanra-san morreu.

Bakyura-san: Estou achando que alguém entrou na casa dela e lhe deu um tiro.

Bakyura-san: Já estava mais do que na hora!

Kanra-san: Para sua infelicidade, ainda estou viva, Bakyura-san.

Bakyura-san: Ahh! Nããããão! Que pena! Eu estava contando com isso!

Kanra-san: Caso alguém me mate, já sei que foi você que mandou.

Bakyura-san: Pode ter certeza.

Bakyura-san: Por que demorou tanto para responder?

Kanra-san: Estava pensando, algo que você não faz muito.

Kanra-san: Acho que conheço sua informante.

Bakyura-san: É bem provável.

– Tanaka Tarou-san entrou na sala de chat –

Tanaka Tarou-san: Er... Boa tarde.

Kanra-san: Boa!

Bakyura-san: Olá, Tanaka Tarou-san!

Bakyura-san [Private Message for Kanra-san]: Não conte a ele, Izaya.

Kanra-san [Private Message for Bakyura-san]: Contar o quê?

Bakyura-san [Private Message for Kanra-san]: Sobre eu ir para Ikebukuro. Você sabe. Eu quero fazer uma surpresa. Ele vai ficar louco!

Kanra-san [Private Message for Bakyura-san]: Certo, certo, não se preocupe. Minha boca é um túmulo.

Bakyura-san [Private Message for Kanra-san]: Quem dera que fosse...

Tanaka Tarou-san: Como vocês vão?

Kanra-san: Bem! Nenhum segr... Digo, nenhuma novidade rolando! E você?

Bakyura-san: Estou ótimo obrigado. E você?

Tanaka Tarou-san: Hmmm... Bem também. Eu só vim dar um oi, estou com visita.

Kanra-san: Ooooooooooh.

Kanra-san: Tanaka Tarou-san, tome cuidado! Não esqueça o preservativo, certo?

Tanaka Tarou-san: Não é nada dis... Ah! Kanra-san, você é muito impertinente!

Kanra-san: Agradeço!

Kanra-san: Opa, parece que eu também tenho visita agora.

Kanra-san: Vou atender. Tchauzinho.

Tanaka Tarou-san: Já vou indo também. Até logo.

Bakyura-san: Ahhhh, vou ficar sozinho de novo, droga. Divirtam-se com suas visitas. Bom fim de tarde!

Kanra-san: Nem preciso, obrigado. Vai ser ótimo! Fui!

– Kanra-san saiu da sala de chat –

Tanaka Tarou-san: É, bem, tchau, Bakyura-san.

– Tanaka Tarou-san saiu da sala de chat –


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Notas finais do capítulo

Reviewss? ♥

OBS: não consegui fazer com que a conversa do chat ficasse colorida dessa vez ¬¬



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