Don't Need a Love Potion escrita por Katherine Henderson


Capítulo 24
Quem liga para o minotauro?


Notas iniciais do capítulo

Voltei meus amoures!!!!
Episódio novo com um pouco de ação e muito romance!!!
Episódio dedicado a KirasaLSM e a KarlaRaquell, por terem recomendado a fic!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/99689/chapter/24

Saí do meu chalé e quase não acreditei no que via.
Um monstrengo gigantesco, devia ter uns três metros de altura, sei lá. Não, ele era mais alto, se for colocar os chifres dele na conta da altura... Melanie, Clarisse, Annabeth e Percy já estavam tentando derrotar o minotauro enquanto Alex, Summer e Thalia ajudavam uma garota que estava caída perto do pinheiro de Thalia. Eu estava confusa com o que fazer. O minotauro parecia estar muito ocupado com toda uma equipe de ataque –o chalé de Apolo e as Caçadoras entraram no ataque, atirando flechas sem parar...–, então decidi ajudar a garota caída. Corri com a Proibida até a Colina Meio-Sangue e me agachei ao lado de Alex.

-E então, já descobriram quem é ela?
-Não... -Thalia pegou a garota no colo- Ela está desacordada. Provavelmente desmaiou...
-Ou provavelmente foi atingida pelo minotauro... -Summer tocou a nuca da garota desacordada por um segundo e tirou sua mão depressa. Vi nos dedos dela rastros de sangue.
-Tudo bem, não vamos entrar em pânico... -Alex já estava com Destemido em punho- Thalia, Summer, levem a garota para a Casa Grande...
-Ok, quem é que disse que você está no comando? -Thalia olhou irritada para Alex.
-E quem disse que você tá no comando?
-Gente, parem com isso, a garota tá sangrando... -Summer estava desesperada, com a garota desconhecida em seus braços –Thalia colocou a garota nos braços da Summer pra brigar com Alex.
-CHEGAAAA!!! -Nem sabia que eu podia gritar tão alto assim, credo. Mas tava precisando, a situação estava fugindo do controle- Alex, Thalia, sei que a vontade de ser líder tá no sangue, mas precisam mesmo brigar enquanto uma garota sangra nos braços da Summer e um minotauro invade o acampamento? Vocês são irmãos, pelo amor de Zeus! -Devia ver a cara do Alex e da Thalia ao olharem pra mim. Pararam de brigar na hora!- Ok, Thalia, Summer, levem a garota pra Casa Grande. Levem com vocês a Brittany, ela vai saber o que fazer... -Brittany Madison é filha de Apolo e a melhor curandeira do acampamento. Ela mesma disse que vai cursar Medicina na Universidade de Nova York quando sair do acampamento- Eu e Alex ficaremos aqui pra derrotar o minotauro... -Acho que nem Alex, Thalia ou Summer tiveram como discutir comigo, do jeito que eu estava...
-Ok, tudo bem... -Summer olhou para Thalia e as duas levaram a garota para a Casa Grande, enquanto eu fiquei sozinha com Alex.
-E agora, qual é a sua ideia?
-Ahn, ataque surpresa? -Sugeri meio que perguntando. Em matéria de estratégias de batalha, eu era um horror. Que falta fazia a Anna numa hora dessas. Claro que ela não estava longe, mas ela estava com a galera lutando com um minotauro- A gente aproveita que o bichão tá distraído com a força de ataque na frente dele, vamos por trás e abatemos ele...
-Essa estratégia é boa... -Fiquei de boca aberta. Ninguém nunca achava minhas ideias boas, por mais que fossem suicidas- Mas será que vai dar certo?
-Só há um jeito de saber... POR LADY AFRODITEEEEEE!!!! -Ergui minha espada e sai correndo e gritando Colina Meio-Sangue abaixo. Pra minha sorte e tranquilidade, Alex seguiu correndo ao meu lado.

Tivemos que parar quase que perto do minotauro e eu tive que parar de gritar pra não chamar a atenção do monstrengo. Eu e Alex ficamos em cada lado do minotauro e fiz sinal pra ele ficar quieto. De repente, me arrependi dessa minha ideia. Eu contei até vinte mentalmente pra não sair gritando arrependida dessa ideia suicida. Olhei pra Alex e ele também me olhava, esperando o ataque –eu acho– e eu esperava uma distração maior do minotauro pra dar o sinal de ataque. Foram os dez segundos mais tensos da minha vida. Olhei pra Alex de novo, que estava posicionando a espada no flanco esquerdo do monstro, só esperando o meu sinal. Não pensei duas vezes.

-Agora, Alex. AGORAAA!!! -Fechei meus olhos enquanto fincava a Proibida no lado direito do minotauro. Ouvi outro som metálico entrando no monstro, julguei ser Alex fincando a espada dele no outro lado. O minotauro rugiu de dor e começou a ceder. Abri meus olhos e vi o monstro caindo em cima de mim. E como sempre acontece nessas horas comigo, fiquei parada feito uma parva, de olhos fechados, esperando a morte cair e me esmagar.

De repente, senti algo me empurrar de lado e correr até cair. Ah, que ótimo, o minotauro ainda devia estar vivo. Ele me viu e quis acabar comigo... Mas senti de novo quem me abraçava e vi que seus braços não era tão brutos quanto os do minotauro, mas ainda assim eram fortes. E quentes...
Abri os olhos e Alex estava em cima de mim, enlaçando minha cintura e me olhando preocupado.

-Isa, se machucou?
-Acho que não, mas você tá me apertando muito forte... -Respondi sem ar. Alex afrouxou seu aperto, mas não me soltou.
-Alex, ela tá bem? -Ouvi uma voz masculina e ofegante. Reconheci Percy contra a luz do sol.
-Tá sim, Percy. Acho que ela está bem...
-Vocês são malucos, sabiam? -A voz de Annabeth estava severa e divertida ao mesmo tempo- Mas admito, aquele plano de atacar o minotauro por trás foi brilhante!
-Deveria agradecer a Isa... -Senti um braço de Alex sair da minha cintura e tirar meu cabelo do rosto- Ela teve a ideia meio no desespero, mas deu certo...
-Ah, obrigada Alex... -Sussurrei meio sem ar. Minha nossa, o Alex é tão quente... Quase me tira todo o ar com ele em cima de mim- Mas agradeceria muito mais se saisse de cima de mim...
-Oh, me desculpa... -Alex rolou em cima de mim e caiu do meu lado- Ai, essa não... -Alex olhou pra mim e seu olhar ficou mais preocupado.
-O que foi?... Ai, minha cabeça... -Coloquei a mão no lado esquerdo da minha cabeça. Estava quente, molhado e doía. Tirei a mão da cabeça e vi rastros de sangue- Ah, que ótimo. Por que sempre me machuco em uma batalha?
-Eu tenho um pouco de ambrosia aqui se quiser... -Annabeth tateeou o bolso da jaqueta, provavelmente procurando a ambrosia.
-Não, eu vou pra Casa Grande... -Me levantei com um pouco de dificuldade do chão- Eu tenho que ver se aquela garota que chegou está bem, e além do mais, Brittany vai estar lá, ela vai cuidar disso... Ahn, Alex, pode vir comigo? Acho que estou um pouco tonta...
-Claro... -Alex se levantou e me olhou confuso antes de colocar seu braço em torno da minha cintura. Colocou meu braço em torno do pescoço dele e me guiou até a Casa Grande. Quando estávamos bem afastados de todo mundo, Alex resolveu falar- Ok, por que isso agora?
-Como assim?
-É que é estranho você me pedindo ajuda. Acho que não me acostumei. Vi muitos anos seus de desprezo comigo que nem me acostumei a você ser tão legal assim comigo...
-Acho que é por quê eu tô te devendo muito... Muitas vezes você me ajudou e eu nem tive tempo de te agradecer. Eu devia ser presa por ficar te devendo tanto... -Nessa altura nós dois estávamos na varanda da Casa Grande, longe dos olhares de todo mundo.
-Então, acho que vou cobrar agora... -Alex ficou de frente pra mim, entrelaçou uma das mãos dele na minha enquanto a outra segurava firme minha nuca. Um arrepio involuntário passou pelo meu corpo e parece que ele percebeu, por que ele sorria. Depois disso, foi como se eu tivesse me desconectado.

Não sabia o que esperar de um primeiro beijo por que nunca pensei no meu primeiro beijo. Nunca namorei ninguém, nunca beijei ninguém, sou quase uma freira –melhor dizendo, uma Caçadora de Ártemis– nesse assunto. No entanto, beijar Alex foi quase uma confusão de sentimentos pra mim. Não sabia se batia nele, se o puxava mais pra perto de mim, se corria gritando por socorro. Mas naquele momento o que eu senti era que o abraço de Alex não era tão forte em mim, os lábios dele não se moviam rápido o bastante, eu queria que ele me beijasse mais e mais.
Naquele momento, nem minha cabeça sangrando importava. Nem o quase atentado a minha vida, nem o minotauro que aos poucos se desintegrava perto da Colina Meio-Sangue, nada daquilo importava.
O que eu mais queria naquela hora era Alex. Os lábios dele, o corpo dele. Minha necessidade era ele.
Mas o meu maldito machucado na cabeça tinha que me lembrar que eu precisava de cuidados médicos. Oh, Tártaro...

-Ai, Alex... -Disse meio ofegante nos lábios dele.
-O que foi?
-Minha cabeça ainda tá doendo...
-Ah, desculpa... -Alex se afastou e afagou minha bochecha- E quanto ao beijo... Bom, considere isso o pagamento da sua dívida... -E como se aquele momento não bastasse, ele ainda colou os lábios dele na minha orelha e sussurrou- Pode ficar com o troco, se quiser... Ou pode me dar ele mais tarde...
-Cala a boca e vamos entrar logo? -Bufei e revirei os olhos antes de entrar no casarão. Ou melhor dizendo, antes que Alex visse no meu rosto o quanto eu tinha gostado daquele beijo.

-------------------------------------------------------------------------

Alex

-Agora, Alex. AGORAAA!!! -Era o sinal. Vi Isa fincar sua espada no minotauro e fiz a mesma coisa. O sangue do monstro caía aos montes da minha espada. Esbocei um leve sorriso quando vi o monstro começar a tombar, mas meu sorriso morreu quando vi em quem o minotauro ia cair: Isa, que estava paralisada e de olhos fechados, exatamente como naquele dia em que descobrimos que éramos meio-sangues, na batalha com a esfinge. Nem pensei duas vezes. Pedi a meu pai para que me desse velocidade o bastante pra tirar Isa do caminho do minotauro. Corri em direção a ela, enlacei firme sua cintura e continuei a correr até nós dois cairmos na grama fresca da colina.

Eu olhei pra onde a alguns segundos Isa estava. Só tinha um monstro vertendo sangue, com duas espadas nas laterais –a Proibida da Isa e o meu Destemido– e uma no peito dele –era Contracorrente, a espada de Percy. Mas o que mais me preocupava era Isa. Estava tão imóvel que eu achei que tinha chegado meio tarde demais, até que ouvi ela grunhir suave. Respirei aliviado, mas continuei a olhar pra ela. Queria ter certeza que ela estava bem. Logo ela abriu os olhos –os olhos verdes que eu tanto amava.

-Isa, você se machucou?
-Acho que não, mas você tá me apertando muito forte... -Eu quase ri, mas soltei um pouco meu aperto para que Isa pudesse respirar. Percy e Annabeth correram para ver se estávamos bem.
-Alex, ela tá bem?
-Tá sim, Percy. Acho que ela está bem... -Olhei outra vez para o rosto da Isa, estava confuso de um jeito divertido.
-Vocês são malucos, sabiam? Mas admito, aquele plano de atacar o minotauro por trás foi brilhante! -Annabeth sorriu.
-Deveria agradecer a Isa... -Tirei o cabelo do rosto da Isa- Ela teve a ideia meio no desespero, mas deu certo... -Annabeth e Percy olharam espantados para Isa, mas em especial a Anna. Ela provavelmente nunca imaginaria que uma filha de Afrodite tivesse um plano de batalha bom...
-Ah, obrigada Alex... Mas agradeceria muito mais se saisse de cima de mim... -Até aquela hora eu nem estava ligando muito por eu estar em cima da Isa. Alias, eu poderia até aproveitar melhor a situação se não tivesse ninguém por perto.
-Oh, me desculpa... -Saí de cima da Isa pra ela poder respirar e olhei pro lado esquerdo, onde Isa estava, e congelei. Tinha um machucado na cabeça dela. Não era dos grandes, mas sangrava muito –pra quem não sabe, machucados na cabeça, por menores que sejam, sangram mais do que qualquer outro machucado pelo corpo (credo, tô parecendo um filho de Apolo falando assim)- Ai, essa não...
-O que foi?... Ai, minha cabeça... -Isa colocou a mão na cabeça e ficou branca ao ver o sangue nos seus dedos, mas conseguiu fazer um sorriso irônico- Ah, que ótimo. Por que sempre me machuco em uma batalha? -Eu quase ri se não fosse pela situação.
-Eu tenho um pouco de ambrosia aqui se quiser... -Annabeth começou a procurar ambrosia no bolso da jaqueta e eu até ia falar que eu tenho ambrosia pra dar pra Isa, mas já que Anna estava oferecendo...
-Não, eu vou pra Casa Grande... -Isa se levantou bem devagar, como se fosse cair a qualquer momento- Eu tenho que ver se aquela garota que chegou está bem, e além do mais, Brittany vai estar lá, ela vai cuidar disso... Ahn, Alex, pode vir comigo? -Isa olhou pra mim- Acho que estou um pouco tonta...

O que eu poderia responder? Tinham muitas opções, desde um fora completo até uma sessão de humilhação implorando aos pés da Isa. Ao invés de fazer algumas dessas opções eu respondi isso:

-Claro...

Me levantei e peguei Isa com todo o cuidado pela cintura enquanto colocava o braço dela no meu pescoço. Pude sentir que as pernas dela não estavam muito firmes no chão, ainda bem que ela me chamou, mas não conseguia entender o por que disso agora. Quando estávamos perto da casa Grande, afastados de todo mundo, falei.

-Ok, por que isso agora?
-Como assim?
-É que é estranho você me pedindo ajuda. Acho que não me acostumei. -Mas eu poderia começar a me acostumar com isso bem rapidinho...- Vi muitos anos seus de desprezo comigo que nem me acostumei a você ser tão legal assim comigo...
-Acho que é por quê eu tô te devendo muito... Muitas vezes você me ajudou e eu nem tive tempo de te agradecer. Eu devia ser presa por ficar te devendo tanto... -Isa sorriu. Nós dois estávamos na varanda da Casa Grande, longe dos olhares de todo mundo. A unica maneira de alguém nos ver era se alguém se materializasse na nossa frente –alô, Sr. D.?
-Então, acho que vou cobrar agora... -Não sei bem o que aconteceu, mas eu senti que deveria continuar o que comecei no chalé de Afrodite. Na verdade, continuar o que comecei na sala de detenção do Santa María –o que me parecia um passado muito distante. Uma das minhas mãos estava na mão de Isa enquanto a outra segurava a nuca de Isa com firmeza. Ela me olhou assustada enquanto eu sentia um arrepio descer da nuca dela. Eu não pude evitar sorrir ao ver que Isa começava a se render a mim. Dali para o beijo foi um piscar de olhos.

Eu achei que quando fosse beijar Isa eu ia me sentir nas nuvens, mas não. A sensação foi bem melhor que isso. Senti algo tão indescritível enquanto beijava Isa, algo quase... Mágico. Hipnótico. Nossos lábios tinham a sincronia perfeita, o encaixe certo. Era como se nós dois fôssemos feitos um para o outro. E de certa forma, era mesmo. Em silêncio, enquanto beijava Isa, rezei a Lady Afrodite pra que me ajudasse a me declarar para sua filha. E como Afrodite era a deusa do amor, com certeza ela iria me ajudar.
Isa se desgrudou dos meus lábios com um gemido de dor. Nem tinha percebido que tinha puxado o cabelo dela bem onde estava o machucado. Eu sou um idiota mesmo, mas o que você quer que eu faça? A empolgação do momento bloqueou qualquer coisa que eu pensasse...

-Ai, Alex...
-O que foi?
-Minha cabeça ainda tá doendo...
-Ah, desculpa... -Me afastei e olhei pra Isa. Ela estava vermelha, ofegante. Toquei a bochecha dela, que estava quente- E quanto ao beijo... Bom, considere isso o pagamento da sua dívida... -Isa deu um riso entrecortado enquanto eu cochichava na orelha dela- Pode ficar com o troco, se quiser... Ou pode me dar ele mais tarde...
-Cala a boca e vamos entrar logo? -Ela bufou antes de entrarmos na Casa Grande. É, pelo jeito, Lady Afrodite teria uma longa missão pra me ajudar com Isa. Ah, por favor, Lady Afrodite, me dá uma força, viu?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero reviews, reviews, reviews!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Don't Need a Love Potion" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.