03- Quem eu sou?

- Quanto tempo...

Mark olhou por cima dos ombros de Kill, um homem com roupas de veludo verde, e com um brinco de ouro na orelha direita comentava enquanto observava Kill. A garota por sua vez, estava demonstrando medo, acabou por soltar o irmão adotivo depois olhou para traz.

- Digo ser uma pena nos vermos de novo. – Kill passou seu medo através de sua fala.

- Não sentiu saudades? – Ele sorria.

- De forma alguma, nem mesmo me lembrava de você. – A fala tentava ser irônica, mas o medo quebrava tal tentativa.

- Eu sei querida Kill. – Sorria para a garota com carinho.

Mark estava curioso e com medo, não entendia a cena que estava acontecendo, não conhecia o homem com que Kill conversava e tinha a estranha sensação de que sua mãe tinha as respostas.

Alias, Lail caminhava em direção a cena.

- Como sabe? – Kill perguntou desconfiada.

- Lail não permitia. – os olhos do homem vagaram até Lail, os de Mark e Kill foram logo em seguida.

Mark sabia que sua mãe era esquisita, mas agora, agora tinha certeza.

- Não gosto de ver sofrimento John, e você sabe disso. – Lail sabia que se esconder não seria possível e mais cedo ou mais tarde teria que dar muitas explicações para Mark. Não queria que fosso tão cedo, mas também não fez nada para controlar quando aconteceria, para Lail, as coisas tinham seu tempo e ela não impediria seu fluxo natural.

- Mãe...

- Calma Mark, já te contarei tudo. – Lail afirmou.

- Por que não conta agora? Ele precisa saber que é um Hexford.

- O que? – Mark entrou em desespero.

- Errado caro rei. – Lail estava seria,o que assustou Mark.

- Em que?

- Mark é a junção de um Hexford com um terráqueo, sendo assim ele pode ficar onde quiser e como ele vive na Terra, creio que nada que tivesse magia o atingia.

- Entretanto, - John não se daria por vencido tão fácil – creio que ele podia me ouvir...

- Meus sonhos – Mark começava a entender.

- John, você não ousou contar sobre as essências não é? – Lail ameaçou Mark nunca viu sua mãe assim.

- Contou – Mark respondeu – porem não achei que fosse algo importante, já que era apenas um sonho.

- Eu já te falei milhares de vezes que deveria me contar se sonhasse com algo esquisito! – Lail gritou com o filho. Não sabia como John conseguia contato com seu filho. – Kill...- Sussurrou o nome feminino, entendeu que a garota era o “fio o telefone”. Como ela possuía magia quase ativa, John poderia rastreá-la e usar o rastro para se comunicar com ela. Bastava descobrir como e porque ele chegou até seu filho.

- Perdão, mas achei que era algo banal! – Mark retrucou no mesmo tom.

- Ele tem razão – Kill comentou – por ser um humano ele não sabe sobre magia.

- Mãe, acho bom você começar a me esclarecer as coisas. – Mark pediu.

- Eu sou do planeta de Forxhed, quem nasce lá é chamado de Hexford. Este homem é John d’ La Perguarda, e é o rei, do país de Guardvan, o meu país e o de Kill. Kill é considerada um demônio por isto foi presa logo que era criança, todos de lá conhecem esta história. John queria Kill ao seu lado, pois teria uma boa arma e assim poderia deixá-la livre, uma vez que ao ter a confiança dela, teria controle sobre ela. Eu não queria mais ficar em um lugar que prendia as pessoas por achar que elas eram demônios ou armas, então decidi sair de lá. Ao chegar aqui comecei a conviver com os humanos e encontrei uma melhor recepção aqui no Brasil. Casei-me e tive você, minha curiosidade despertou quando eu encontrei Kill machucada na rua, então a levei para um orfanato e depois a adotei. Kill tinha uma magia que prendia sua memória, assim alem de inofensiva ela não poderia ter contato com magia. Minha surpresa porem foi ao perceber que quando ela sentia solidão, seu corpo voltava ao normal, ou seja como ela esta hoje.

- Entretanto – Começou John – Kill conseguia, de forma irracional, a usar as pessoas. Quando Kill veio para a Terra, ela caiu neste lago, por isto a “chave” que destranca a memória dela é este lago. E você, por escolha dela, é a “fechadura” então deveria estar com ela. – John encerrou. Mark sentia sua cabeça doendo.

- Por que eu?

- Alguém só pode ser a “fechadura”, se o “baú” tiver nutrindo um grande sentimento, acho que seria mais conhecido como: amor.

- Pena que eu percebi este ligamento tarde demais. – Comentou Lail.

- Quer dizer que eu tenho magia? – Mark ainda estava perdido.

- Sim, mas por ser metade humano, não pode usar, a única diferença esta na sua resistência. – John explicou. – Você é mais forte do que os outros.

- Até parece! – Mark gritou – Eu tenho asma, alergia a quase tudo e sinto uma dor extrema quando recebo injeções!

- Não este tipo de resistência. – John não alterou seu humor.