02- Perdoe-me Deus, mas minha condição de existência me obriga a ser um demônio.

O golpe de John acertou Kill em cheio. Mark observou sua mãe caída a alguns metros dele, Kill parecia cansada. O rei de Guardvan era extremamente forte, os ataques eram constantes raios que ele parecia puxar dos céus.

Não sabia como, mas teria que proteger Kill.

A batalha começara com um ataque repentino da garota. Entretanto, John desviara com facilidade, mas a conseqüência foi atingir Lail.

A raiva parecia ter dominado mais ainda a jovem garota, que sem hesitar descarregou uma grande variedade de ataques, tanto corporais, quanto mágicos. Os ataques de Kill eram desviados. John parecia ler os pensamentos da jovem.

Mark por sua vez caíra ajoelhado ao ver a cena, não sabia porque, mas suas forças sumiram.

- Já acabou querida? – John sorria, aquele cara lembrava Lail, o que desta vez o irritou.

Sua mãe, que sempre sorria, escondia um segredo grande demais, entretanto, Mark teve que descobrir acidentalmente. Sua irritação vinha da falta de confiança.

- Não... – Kill estava ofegante, John não.

- Então venha.

A voz mal terminara de sair e Kill o atacou e dessa vez usava uma espada, Mark não conseguiu ver de onde ela surgiu. John não desviara, apenas defendeu-se com outra espada, espada que Mark também não viu de onde veio.

Estava confuso, mas sabia que agora, as coisas não eram impossíveis.

Kill observou os olhos sorridentes de John com fúria, ela sabia que entre estes sorrisos, havia uma tristeza extremamente grande. John havia perdido tudo, e tudo o que ele tinha tentava matá-lo.

Com um impulso, a garota afastou-se. Sentia-se estranha, nunca pensou em se preocupar com alguém, e dessa vez estava triste pela história de vida daquele ser. Querendo ou não, estava preocupada com o que aconteceria ao termino daquela batalha.

- Acho a Terra impressionante. Existem muitos recursos naturais. – O rei comentou enquanto olhava Mark.

Era o tempo exato para Kill atacar.

Grandes quantidades de gotas saíram do lago e foram em direção ao rei, algumas acertaram o corpo dele perfurando a pele, mas ainda assim era pouco. John sorriu para Kill, logo mais um raio acertou a garota.

- Diga-me Mark, quem é este Deus que você diz ser sua essência?

- Ele é o criador das criaturas... – A coisa mais normal para um ser humano é acreditar em alguma teoria, para a criação da Terra. Querendo ou não, uma grande parte do planeta, acredita que um Deus tenha criado o mundo. Mark não é diferente, desde que nascera o garoto freqüenta a igreja cristã, sendo assim, há apenas um Deus.

Outro raio acertou a garota, os olhos de Mark estavam pregados nela.

Um dia teve tanta raiva que mandou um dilúvio e assim matou todos, deixando apenas Noé e sua família, e para a natureza dois animais de cada espécie...

Kill era atingida diversas vezes, por um momento Mark fechou os olhos parando de falar. Sentia que perdia a irmã e sua covardia não o ajudava. John pediu que ele continuasse.

Novamente a humanidade foi reerguida, mas voltavam a ser apenas lixo...

Kill atingiu John com diversas agulhas de água, ela tinha a essência das águas, ela era a malandra da história. Esgueirava-se pelos cantos e passava com facilidade pelos obstáculos, não há muitas coisas que impedem a água de fluir...

Então Deus quis saber como era ser um humano, e entregou um presente para a humanidade...

Kill foi jogada na água depois de ser atingida por um raio, assim Mark percebeu que ela não gritava, não demonstrava dor. O medo de perder a irmã trouxe a força para as pernas. Novamente John pediu para ele prosseguir.

O nome do presente era Jesus, e ele foi crucificado pela humanidade. Mas antes de morrer, ele ensinou como se deve amar, inclusive os inimigos... Então disse: - Pai perdoa eles não sabem o que fazem...

Kill saiu do lago, John olhava para ela com carinho, parecia não gostar do que fazia.

Assim Deus passou a amar a humanidade de tal forma que até hoje sentimos este amor...

O ultimo golpe de John teve tal força que Kill foi arremessada no precipício. Mark correu até a irmã.

A ultima lição de Jesus, foi amar uns aos outros, assim como ele nos amou....

Kill...