A Garota da Cama de Cima escrita por dayane


Capítulo 21
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

É eu queria virar a noite acordada e resolvi postar a segunda parte do capitulo...
Espero comentarios!



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04.2- Realidade...

-//-

-Mark... - Kill sussurrou...

- Oi. – Sentia medo, esta Kill ele não conhecia. Para Mark, Kill era uma garota comum, as vezes até mesmo “bobalhona”. Para ele, Kill era uma criança que sempre lhe dava apelidos ridículos. Ela era a criança que ele amava, amava demais. Porem, esta nova Kill lhe assustava, mais do que qualquer outra coisa. Ele só não sabia o motivo.

- Acho que já esta muito tarde... Para existir um romance entre eu e você...

- Kill... – Sussurrou. Estava assustado com aquela dor que começava a surgir...

Os olhos clareavam de forma lenta...

-Kill... – Quem era ela?

O cabelo ganhava a coloração ruiva...

-Kill... – Por quem estava apaixonado?

A pupila era apenas um traço dourado...

-Kill... – Uma pequena lagrima pulou de seu olho direito.

-Diga... – A voz era rouca, os pés andavam de encontro a água do lago – Se eu fosse embora sentiria a minha falta?

- Muita!- Mark não hesitara.

- Por quê? – As mãos tocaram acariciando a dádiva da natureza.

- Porque você é minha vida... – Mark estava quase sem voz, sua mente estava longe, as perguntas afogaram seu raciocínio...

-Você morreria por mim? – Curvou o corpo deixando que os longos cabelos tocassem a água.

-Sem pensar duas vezes...

- Se tivéssemos um filho, você morreria por mim ou por ele? – Ergueu novamente o corpo...

- Eu não sei. - respondeu relutante.

-Então por que disse que morreria – Olhou o irmão sem carregar nenhum sentimento. A voz deixou de ser rouca e passou a ser raivosa - por mim?

Assustou-se quando Kill gritou, assustou-se quando ela agarrou a gola de sua blusa. Kill andou até Mark no mesmo tempo que os olhos do garoto piscaram, mas nem mesmo essa ação tinha o surpreendido.

– Se você mente, não tem motivos para viver, pois não há quem confie em você! – Kill gritava.

-//-

As luzes estavam apagadas, mas ainda tinha duas velas que iluminavam o local, sentia frio, muito frio.

- Sabe Kill, as pessoas em certo mundo contam mentiras... – O homem observava a chama de certa vela.

- Pessoas que mentem não possuem motivos para estarem vivas... – Sentia raiva da mentira.

- Possuem, e é isto que você aprende lá.

- Como? - Observou o homem que sempre lhe alimentava. – E como sabe que eu conhecerei este mundo?

- Sou eu que escrevo teu destino, pequena. – O homem saiu da sala apagando as velas.

-//-

- Não grite, por favor... – Mark sussurrou. - Há outro motivo para se estar vivo, Kill.

- Qual?

Mark observou o rosto da irmã. Estavam próximos. Adoraria estar assim, mas não com esta Kill...

O sol estava forte, mas o que mais chamou a atenção de Lail foi um brilho extremamente forte que veio do lago. Sabia que tinha sido enganada.

- Esta um belo dia lá fora. – Comentou o homem do caixa.

Sara observava, através da janela, o movimento das pessoas. Era um dia quente, mas algo lhe dizia que ia chover. Encostou a cabeça no parapeito, suspirou e fechou os olhos.

- Sara...

- Diga...

- Você está bem?

- Sim – Abriu os olhos e sorriu para a amiga. – Já que estamos salvas.

Julha sentou na cama e começou a ler um livro qualquer. Sara sabia que a amiga não estava bem.

- Sabe Julha, você deveria descansar um pouco. – Sentou em frente a amiga.

- Não consigo. – Os olhos estavam no livro, mas a mente não, a mente vagava pela confusão da noite anterior. Os ladrões, a chuva, Sara... Ah Sara, tinha sido tão rude com ela e mesmo assim a amiga ainda sorria.

- Julha...

- Diga.

- Eu te amo. – Os olhos de Julha vagaram do livro à face feminina. Sara estava com o rosto avermelhado, típico dela. Os olhos voltaram ao livro.

- Pare de asneiras. – Aquilo doía de se dizer, mas não poderia deixar a amiga se enganar.

- Você é a asna. – O olhar de Julha foi para Sara, estava indignada.

- Como?

- Eu te amo! – Sara sorriu. – Você sempre estava comigo, sempre me ajudou em tudo.

- Mas e o Mark?

- O admiro. Ele me salvou uma vez, mas você me salvou diversas vezes. Ele me ajudou com minha autoconfiança, mas você me ajudou com as amizades, com a tristeza ou a alegria, com o perigo real ou imaginário. Meus melhores momentos estão com você...

- Isso não é amor Sara!

- Dane-se! – Novamente Julha assustou-se. – Eu quero estar com você! Sempre! – Sara carregava um largo sorriso iluminado pelas bochechas avermelhadas. Afinal, toda declaração é constrangedora.

- Sara... - As mãos de Sara tocaram a face da amiga.

- Só peço que não me abandone... – Os lábios tocaram-se podendo finalmente conhecer um ao outro, o tão desejado lábio da pessoa amada.

Lábios, línguas, respiração... tudo em perfeita harmonia. Sara e Julha saíram da Terra, estavam longe. Conseguiam sentir apenas o prazer que aquele tão sonhado beijo trazia para elas. O carinho, a respiração que as vezes escapava, a calma...

Ah, aquela calma que parecia combinada. Ambas no mesmo ritmo. O doce de se ter um beijo perfeito, era raro. Nunca tinham sentido tal loucura. Qualquer pessoa poderia desaparecer, naquela hora nada parecia interromper...

- Julha, eu soube... – Os olhares se encontraram. A mulher estava abismada. Julha e Sara nada falaram... – Sumam da minha frente! – A voz era raivosa. Julha nada disse, apenas segurou a mão de Sara e saiu do quarto.

- O que houve querida? – O homem perguntou para Julha.

- Mamãe me viu beijando Sara. – Julha não parou seu trajeto. Sara perdera a voz.

O homem apenas olhou para sua esposa. Agora era só rezar para que ela não enlouquecesse.

Como era o melhor amigo de Julha, já sabia que a filha amava a amiga, mas a mãe não era tolerante... A ironia, é que assim como muitos, a mãe de Julha dizia não ter nada contra homossexuais. Pelo menos não até ter um filho ou uma filha que seja homossexual. Para esta realidade, muitos não estão preparados.


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