A Garota da Cama de Cima escrita por dayane
Notas iniciais do capítulo
...
“Não brinque com o sentimento de uma garota que faria qualquer coisa por amor.”
05- Assalto.
Longe da cabana de mármore, Julha guardava seus cadernos, enquanto Sara dormia na cama dela.
- Ah como eu odeio estes professores que passam deveres de férias.
Julha se jogou no colchão e observou a amiga que dormia. Sara parecia um anjo, era silenciosa e dormia com a mão direita em frente à boca, parecendo um bebê recém nascido. Sara sorriu enquanto dormia.
Um barulho chamou a atenção de Julha.
Naquela noite os mais velhos saíram, ou seja, apenas as duas estavam em casa. Como os barulhos persistiam, Julha resolveu ir até a varanda do quarto dos pais dela verificar o que estava acontecendo. Silenciosa abriu a porta e com passos calculados aproximou-se apenas o necessário para ver quem estava interrompendo a calma daquela noite.
Segurou o grito com todas as forças ao ver dois homens tentando arrombar o portão.
Voltou o mais rápido que o silencio permitia, acordou Sara e pegou uma bolsa, colocando apenas o necessário. O cartão do banco, o celular e uma peça de roupa para cada.
- O que houve Julha? – Sara ainda estava sonolenta – Julha calculou um tempo médio que teria para pular o muro da vizinha e pedir ajuda, mas ao olhar para as vestes de Sara se desesperou.
Abriu o guarda-roupa com rapidez pegou uma calça de moletom e uma jaqueta, jogou as peças para Sara e pediu que ela vestisse o mais rápido possível.
Desceu as escadas correndo e abriu a porta dos fundos, jogou a bolsa na laje da vizinha e correu para o quarto no mesmo momento em que ouviu a porta da sala sendo destrancada.
- Julha o que...
- Me segue em silencio. - silenciou a amiga com as mãos e sussurrou.
Correram juntas, Julha ajudou Sara a subir no telhado e logo depois subiu. Obteve alguns arranhões ao passar pela janela, Sara começava a ficar com medo.
Uma chuva fina começava a cair, as costas de Julha escorregaram pela parede de sua casa que era mais alta que a casa do vizinho. Ela suspirou, Sara olhava a amiga esperando uma resposta.
- Assaltantes – Os olhos permaneciam fechados, sentia seu corpo cansado, pesado. Queria permanecer com os olhos fechados por mais tempo, mas o barulho dos soluços de Sara lhe fez abri-los. – por que esta chorando?
- Eu trouxe azar para você, aliás, eu só trago azar! – Socou a parece, logo sentiu uma forte dor, soltando assim, um gemido.
- Verdade. – Sara olhou Julha assustada. – Mas eu quero continuar com este azar, pelo tempo que a vida permitir.
As mãos de Julha puxaram os braços de Sara, forçando com que ela se ajoelhasse em sua frente. Deixando os braços, as mãos foram para as costas puxando o corpo. Sara sentia que nada poderia lhe fazer mal, nem a chuva nem os assaltantes.
- Eu te amo tanto, que nada pode mudar este sentimento.
- Boba.
Enquanto a noite acabava, a chuva banhava as duas garotas que apenas fugiam dos assaltantes.
- Julha... Beije-me. – afastou o corpo da amiga e olhou nos olhos dela. Conseguia sentir um misto de vergonha e medo, talvez até mesmo indecisão.
- Não posso - respirou fundo e voltou a fechar os olhos.
- Por que não?
- Eu tenho medo Sara.
- Medo de que? – Sara sentia mal, acabara de receber uma declaração e mesmo assim não recebera um beijo...queria amar a amiga, mas estava sendo mais difícil do que imaginava.
- De ouvir o que eu quero esquecer.
- Como assim Julha? Você não me ama?
- Mas e você? Me ama Sara?
Naquele momento Sara sentiu raiva e teve vontade de bater em Julha até que ela sangrasse ou a beijasse, mas sabia que não poderia.
- Sim eu te amo – Julha sorriu com tristeza.
- Você me ama ou pensa que me ama? Sara, somos jovens ainda, e eu não quero acabar com a sua liberdade. Não quero que você me ame porque eu te amo, isto não é amor.
Desferiu um tapa na face feminina. Mas não houve reação, voltou a bater, socou, gritou, não se preocupou se alguém estaria ouvindo ou vendo, apenas queria bater naquela garota que dizia amá-la, mas que não amava.
Suas forças foram acabando, a força dos socos, gritos, a força da raiva, no final, foi abraçada por quem tinha maltratado. Os soluços de Sara cantaram entre a chuva noturna...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
...
*escritora triste*