O Destino de Cada Coração Ii escrita por By Mandora


Capítulo 9
Explosão De Sentimentos




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Kagome acordou com a mão de Inu-Yasha em seu ombro.

– Ah?... O que foi, Inu-Yasha?...

– Temos que conversar, Kagome...

– Inu-Yasha, o que é que você tem? Se comportou estranho a noite toda...

– É que... – Suas orelhas sentiram algo. Ficou olhando na direção do rio. – Estou escutando barulho de vento...

– Vento?

– Kagura! – Ambos pareceram ter o mesmo pressentimento.

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Shippou, Kirara e Miroku caíram um pouco mais afastados de Sango, que bateu de costas contra uma árvore e se apoiou nela para ficar de pé.

– Sua... maldita... – Balbuciou a exterminadora.

– O que foi, exterminadora? – Ironizou Kagura. – Parece que você não é grande coisa sem aquela sua arma, não é mesmo? Morra! Dança das lâminas de vento...

Sango viu as lâminas de vento de Kagura irem em sua direção. Miroku levantou-se e a abraçou contra a árvore, protegendo-a com seu próprio corpo.

– Hunf... Idiota... – Resmungou Kagura, enquanto fazia um jeito de desdém.

Os olhos de Sango encheram-se de lágrimas, enquanto se abraçava ao monge.

– Miroku... mas... por quê?

– Porque... eu... te amo... Sango... – Ele acabou desmaiando por causa dos ferimentos. Sango o segurou e, lentamente, o colocou no chão.

– Miserável... Eu nunca vou te perdoar, Kagura!

– Só que você não vai viver muito para isso... – Levantou novamente sua mão para atacar Sango. De repente, uma flecha iluminada cruzou as árvores e acertou a mão direita de Kagura que segurava o leque, destruindo-a. – Mas o quê? – Viu que Inu-Yasha e Kagome estavam atrás de si. – Parece que a sua pontaria melhorou...

– Eu andei praticando...

– Deixa isso comigo agora, Kagome! – O hanyou sacou a Tessaiga, mas percebeu que Kagura ainda mantinha o mesmo sorriso cínico. – Kagome, cuidado... Parece que ela ainda tem algum trunfo guardado...

A mestra dos ventos abaixou-se e pegou seu leque com a mão esquerda.

– Idiotas, só porque perdi uma das mãos, não quer dizer que não possa criar mais vento!
Inu-Yasha, percebendo que Kagura estava mais fraca, deu um sorriso encarando a youkai.

– Hei, Kagura! Se lembra da primeira vez que eu usei a Tessaiga contra você? Tive que usar o braço esquerdo porque o direito estava quebrado, por isso não consegui controlar todo o poder da Ferida do Vento... Assim como você agora, que apesar de poder manejar seu leque, não pode controlar todos os ventos! – Ele podia ver as nuvens de energia sinistra se chocando e formando a Ferida do Vento.

– NÃÃOOO!!! – Ela tentou se livrar, mas o golpe da Tessaiga arrastou Kagura rio acima e finalmente a destruiu.

Kagome correu e pulou no pescoço dele, dando-lhe um beijo, o que o deixou ruborizado.

– Inu-Yasha! Você conseguiu!

– É, pois é... – Olhou preocupado para o outro lado da margem do rio onde estavam Sango e os outros. – Hei, Sango! Vocês estão bem?

– Eu estou bem, mas Kirara e Shippou estão desacordados e Miroku está muito ferido!

– Eu vou até aí buscar vocês! – Sentiu que o chão começava tremer e começou a escutar um barulho como o de um terremoto. – Mas o que...

Antes que se desse conta, viu toneladas de água descerem pelo fluxo do rio. A parte superior do rio era uma nascente em um morro formando um lago. O golpe da Tessaiga destruiu a parede que represava toda aquela água. Abraçou-se a Kagome e cravou sua espada no chão, mas foi inútil, pois as águas eram muito fortes. Os dois acabaram sendo arrastados pela correnteza. Por pouco Sango e os outros também não foram levados.

– Inu-Yasha! Kagome! – A exterminadora deixou lágrimas escaparem enquanto assistia impotente seus amigos serem arrastados pelas águas.

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– Inferno! – Naraku sentia dores horríveis. Abriu sua mão e observou o coração de Kagura se desfazer. – Não pode ser! Aquela idiota! Deixou-se destruir por aquele maldito hanyou! Jamais pensei que estivesse tão ligado a elas... – Ficou olhando para o coração de Kanna em sua outra mão, sem perceber que era secretamente observado por ela.

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Apesar da maior parte do volume da água ter se acomodado, o rio continuava ainda muito tortuoso, arrastando Inu-Yasha e Kagome, que estava desacordada. Ele lutava contra a correnteza, tentando chegar até a margem, mas só podia nadar com um braço, pois tinha que segurar Kagome. Percebeu que a frente havia uma queda d’água. Tentou escapar, mas acabou caindo. Por sorte, havia um galho de uma árvore, preso a lateral da queda d’água, no qual ele se agarrou com Kagome.

Só então pôde perceber a altura em que estava. Era tão alto que o rio, lá embaixo, parecia ter a largura de seu braço. Era um lindo vale verdejante e Inu-Yasha pôde ver os primeiros raios de sol surgirem no horizonte. Havia lutado contra o rio a noite toda e estava cansado. Precisava encontrar um local seguro para descansar e cuidar de Kagome. Foi então que notou lá embaixo uma cabana e resolveu descer até lá.

A cabana tinha um aspecto abandonado, pelo menos por muitos anos.

– Nossa, que porcaria! Parecia muito melhor lá de cima... Hei! Tem alguém em casa?! – Seus gritos espantaram alguns morcegos do telhado. – Eu acho que não...

Olhou dentro da casa de um cômodo só, mas não havia ninguém. Colocou Kagome em um canto e resolveu vasculhar a casa e a área ao redor, só para ter certeza de que era seguro.

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Kagome abriu os olhos lentamente. Ficou observando a luz avermelhada do sol poente que atravessava as arestas da velha parede. “Que lugar é esse? Onde está Inu-Yasha?” Sentou-se lentamente, pois se sentia um pouco tonta. Porém sua tontura passou quando percebeu que estava nua, envolta no casaco de Inu-Yasha.

Lá fora, dentro do rio e sem camisa, Inu-Yasha tentava pegar um peixe. Quando finalmente conseguiu, assustou-se com Kagome gritando.

– Kagome! – Ele se descuidou e o peixe acabou escapando de suas mãos, dando-lhe umas rabadas no rosto. – Maldição! Eu vou acabar com a sua raça! – Escutou outro grito de Kagome. – Kagome! O que foi? – Entrou pela porta tão afobado que acabou quebrando-a. – Você está bem?

– SENTA! – Ele caiu de cara no chão, quebrando alguns dos tacos do piso de madeira. – O que foi que você fez?

– Eu também queria saber! – Com a cara colada no chão.

– Não se faça de engraçadinho! Como você pôde se aproveitar de mim enquanto eu estava desacordada?

– Mas do que é que você está falando, Kagome? – Tirando o rosto do chão.

– Disso aqui! – Apontava ela para o casaco dele, enquanto se mantinha enrolada no mesmo. Ele, por sua vez, sentou-se encostado à parede perto da porta e cruzou os braços.

– E você queria que eu deixasse você com aquela roupa molhada?

– Mas o seu casaco também deveria estar molhado!

– Meu casaco é especial, já te disse isso! Ele é praticamente impermeável! O deixei do lado de fora e quando estava seco, cobri você e tirei aquele seu quimono, que ainda estava ensopado...

– E foi só isso? – Ela estava começando a se arrepender de ter brigado com ele, porém não queria dar o braço a torcer. – Mas você não devia ter me deixado desse jeito! E se alguém entrasse aqui?

– Eu não queria te acordar... E esse lugar está abandonado, ninguém vem aqui há anos!
Só então ela se apercebeu do ambiente. Estava tudo velho e empoeirado, exceto pelo lugar onde ela estava.

– É que este cantinho está tão limpo...

– Você acha que eu ia deixar você dormir num lugar imundo?...

Kagome sentiu uma pontada de remorso no peito. Ele tentou fazer de tudo para que ela ficasse mais confortável e ela só fez brigar com ele.

– Desculpe... Não quis...

– Eu já volto... – Levantou-se e saiu. Depois de alguns minutos retornou com as roupas de Kagome secas e dobradas e sua camisa, repleta de frutas. – Você deve estar com fome, dormiu o dia todo...

– Obrigada... – Ela ficou completamente corada. Enquanto comiam, Inu-Yasha não tirava os olhos dela, mas Kagome não conseguia encará-lo. Estava cheia de vergonha pelo modo como o tratara. – A propósito, Inu-Yasha, antes que a Kagura atacasse, você disse que queria conversar comigo. O que era?

Ele corou ao lembrar-se do motivo de tanto querer falar com ela. Mas depois de tudo o que passaram, aquela não era a hora de se conversar sobre o assunto.

– Ah... Deixa para lá... – Depois que comeram, ficaram se entreolhando. – O que foi?

– É que você parece um pouco cansado...

– Eu ainda não tive tempo de descansar...

– Você quer descansar um pouco no meu colo?...

Ela se recostou na parede para que ele deitasse em seu colo. Após alguns minutos ali, ele não conseguia adormecer. Sentia o calor, o cheiro dela e isso tudo o estava atormentando. Tinha que sair dali. Levantou-se rapidamente.

– Eu vou lá fora.

– Por quê? Eu já me desculpei, mas você continua me tratando como se me quisesse longe...

Ela se levantou também e ele, em um impulso, virou-se e a abraçou.

– Eu não quero estar longe de você, muito pelo contrário. Quero tanto estar com você que chega a doer aqui dentro do meu peito, mas...

Foi interrompido por um beijo. Um beijo que começou tímido, mas que pouco a pouco, foi se intensificando, como se tirassem da boca um do outro o ar que necessitavam para viver.

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Kagome acordou com o barulho da chuva sobre o telhado. Já era tarde da noite e os trovões iluminavam o local de vez em quando. “Será que foi tudo um sonho?” Olhou ao redor. Parte das roupas de Inu-Yasha estavam lá, mas ele não. Sorriu para si mesma. “Não foi um sonho... Realmente aconteceu! Mas aonde será que ele foi com esse tempo?” Enrolou-se no casaco dele e deu uma olhada discreta pela porta. O lugar realmente era um deserto, mas era lindo. Uma imensa cachoeira caía, alimentando o rio que seguia ao horizonte. Árvores gigantescas cercavam as margens do rio tornando aquele local bem seguro. Inu-Yasha estava sentado dentro do rio, muito calmo, como se estivesse meditando, apesar da chuva que caía sobre sua cabeça. Ela resolveu sair na chuva também e sentou-se atrás dele. Estendeu sua mão para tocá-lo, mas ele percebeu sua presença antes que o fizesse.

– Kagome...

– Eu não fiz nenhum barulhinho, está chovendo muito e você ainda conseguiu me notar. – Abraçou-o por trás e recostou a cabeça nas costas dele.

– Você jamais passaria desapercebida por mim... – Colocou sua mão sobre as dela que envolviam sua cintura.

– O que você está fazendo aqui fora com esse tempo, meu amor?

– Estava tentando pegar aquele miserável daquele peixe. Riu da minha cara o dia inteiro e ainda por cima... Do que foi que você me chamou?

– Meu amor. Por quê? Não posso?

– É que ninguém nunca me chamou desse jeito antes... é novidade para mim... Tudo é novidade...

– E o que vai acontecer quando você se cansar da novidade?

– Eu nunca vou me cansar de você!

Ele a puxou para frente de seu corpo e a colocou sentada em seu colo. Começaram a se beijar e a rolar pela margem do rio. A chuva caía sobre seus corpos, mas nem por isso diminuía o calor que sentiam. Deitaram-se lado a lado, de mãos dadas. A chuva foi diminuindo até cessar completamente.

– Depois me lembra de agradecer ao Miroku pelos conselhos que ele te deu...

– Você sabia o tempo todo? – Disse ele, completamente sem graça e corado.

– É claro! Estava escrito no seu rosto.

Inu-Yasha levantou-se com um sorriso e a pegou no colo.

– Vamos lá para dentro, aqui fora vai esfriar e, além do mais, tem outros conselhos que eu queria por em prática...


-x- Continua no próximo cap -x-

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