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O Destino de Cada Coração Ii escrita por By Mandora
Capítulo 8
Querer...
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Sob o teto de uma noite estrelada, Rin estava brincando com o rosto de Jyaken, fazendo caretas, e depois foi brincar com as sombras que a fogueira fazia.
– Ai, menina, de onde você tira tanta energia? – Indagou um cansado Jyaken. – Já passou da hora de você ir dormir. Se o senhor Sesshoumaru pegar você acordada, vai arrancar a minha pele!
– Mas, senhor Jyaken, eu não consigo dormir enquanto o senhor Sesshoumaru não voltar! Já faz muito tempo que ele e a senhorita Setsuna saíram.
– Não precisa se preocupar mais Rin...
Sesshoumaru surgiu das sombras e Rin correu e o abraçou pelo joelho, mas logo o soltou ao notar que Setsuna não estava com ele.
– E a senhorita Setsuna?
– Ela está pensando em algumas coisas... Jyaken, por que Rin ainda está acordada?
– Ah... O senhor sabe como ela é geniosa...
– Rin, me responda uma coisa, o Jyaken aborrece você?
Jyaken ficou suando frio, pois ele realmente era muito ranzinza com ela. Era sempre Rin quem ficava puxando assunto, brincando com ele.
– O senhor Jyaken é a melhor babá do mundo! – Respondeu com um sorriso de um canto ao outro do rosto.
– Então está certo... Vá dormir, já é tarde... – Afastou-se.
A menina virou-se para Jyaken e comentou baixinho.
– Eu acho que o senhor Sesshoumaru e a senhorita Setsuna estão namorando escondidos...
– Tinha um brilho nos olhos. – Isso é tão romântico!
– Não diga tanta besteira, garota! A propósito... obrigado por ter mentido para o senhor Sesshoumaru... Eu sei que eu sou um chato...
– Mas eu não menti! – Voltou a puxar o rosto de Jyaken. – Que fofinho!
– Pare com isso, menina! Meu rosto não é brinquedo!...
Sesshoumaru ficou observando os dois de uma certa distância e depois foi ver Setsuna. A encontrou sentada na relva, encostada em uma árvore, com sua esfera da alma em mãos. Quando se aproximou, a escutou sem querer.
– Eu sinto muito... – Ao perceber a presença de Sesshoumaru, ela desfez a esfera. – Por que me espionas? Acaso não confias em mim? Não irei fugir...
– Não estava espionando você... – Sentou-se ao lado dela. – Como você está?
– Isso não importa mais...
– Por mais estranho que pareça, importa para mim... – Os dois ficaram se olhando. Sesshoumaru ficou meio que sem graça e resolveu mudar de assunto. – O que é essa esfera da alma?
– É o coração da minha alma que eu exponho para atacar. Só posso usá-lo na forma de espírito. Ele é capaz de sugar as almas e destrói tudo em que toca.
– É um ataque meio suicida, não acha?
– Para mim não faz diferença. As almas ficam presas dentro da esfera, sofrendo eternamente o meu tormento. As mais fracas se dissolvem e são absorvidas por mim...
– E as mais fortes?
– Com o tempo, todas se tornam fracas... – Setsuna materializou-se e repousou sua cabeça sobre o colo de Sesshoumaru. – Não sei... o que aconteceu no vilarejo... mas jamais quis ferir-te...
O gesto dela o deixou surpreso e mais confuso ainda. Lembrou-se do beijo e da emoção trazida ao seu frio coração. "Que sensação é essa? Ela traz tanta ternura e calor ao meu coração. Mas não da mesma forma que Rin..." Deixou-se levar e timidamente começou a acariciar os cabelos de Setsuna. "Eu sei que partirá se o fragmento for retirado... Mas, eu não quero que parta... Quero que fique comigo..." Sesshoumaru colocou a mão sobre a Tenseiga e a sacou. Setsuna levantou-se, seguida de Sesshoumaru.
– O que vais fazer? Tua espada não pode curar-me...
Sesshoumaru não respondeu e ergueu sua espada. "Onde estão? Onde estão os emissários do outro mundo?" Tudo o que a Tenseiga mostrava a Sesshoumaru era o brilhante coração da alma de Setsuna. "Já entendi, Tenseiga... Não posso ressuscitá-la..." Baixou sua espada e a guardou. Olhou para Setsuna com grande tristeza e virou-se.
– Eu sinto muito, não posso devolver-lhe a vida...
– Tua espada não pode refazer meu corpo.
– Pensei que pudesse, já que está materializada...
– Esta casca não é um corpo de verdade...
– Mas parece... Eu queria que fosse... Nosso acordo está cancelado. Você não me deve mais nada. Está livre. – Começou a se afastar.
– Sesshoumaru... – Ele parou, mas não conseguia encará-la. – Estais enganado...
– Como assim?... – Virou-se e ela estava tão próxima que apoiou as mãos dela em seu peito. Setsuna aproximou seu rosto do dele e sussurrou em seu ouvido.
– Minha alma a ti pertence...
Sesshoumaru a abraçou como se fosse a última vez, mas não queria que fosse. Ela deslizou seu rosto pelo dele e sussurrou em seus lábios.
– Eu sempre estarei contigo...
Se beijaram apaixonadamente. Dessa vez, o beijo não o surpreendeu porque ele a queria tanto quanto ela o queria. Somente a lua e as estrelas eram suas testemunhas.
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O grupo resolveu acampar durante aquela noite. Kagome, sentada diante da fogueira, observava a pobre e pequena Kirara respirar com dificuldade no colo de Sango. Parecia que o ar pesado daquele lugar também já a havia afetado. Era uma linda noite com uma meia-lua em um céu estrelado. Inu-Yasha sentou-se ao lado dela e a abraçou.
– Como você está se sentindo, Kagome?
– Já estou melhor, mas quanto antes sairmos desta floresta melhor. O ar aqui está insuportável. Kirara também está sentindo.
– Kirara é capaz de perceber o mal a uma longa distância. E também – Sango acariciava o pelo de Kirara, tentando confortá-la – é minha amiga. Não se preocupe, Kirara... amanhã, ao anoitecer, já estaremos longe desse lugar horrível.
Shippou tirava um cochilo. Miroku observava Inu-Yasha atentamente, tanto, que incomodou o hanyou.
– Hei, Miroku! Por que você está me olhando desse jeito?
– Que jeito?
– Com essa cara de desconfiança, ora!
Miroku ficou observando o jeito que Inu-Yasha abraçava Kagome. Os dois pareciam namorados do tipo colegial, como andar de mãos dadas ou beijo na boca, mas sem língua.
– Inu-Yasha, nós precisamos conversar... – Levantou-se o monge.
– Bahh! Que tipo de conversa? – Não estava se importando.
– "Eu tenho que tirar uma com a cara dele...". É sobre 'aquilo' que você fez, sabe... Eu acho que você não vai querer discutir isso na frente das garotas.
– O quê?! – Levantou-se irado o hanyou.
– Inu-Yasha, o que é 'aquilo'? – A pergunta de Kagome era inocente, ela realmente não havia entendido do que Miroku estava falando. Inu-Yasha tentou disfarçar e saiu arrastando Miroku pelo braço.
– Não é nada não, Kagome... Nós só vamos colocar o papo em dia, ta? Já voltamos! – Ambos sumiram na floresta.
– Sango, você pode me explicar o que foi isso? Do que é que o Miroku estava falando?
– Como é que eu vou saber, Kagome? Mas provavelmente deve ser alguma sem-vergonhice...
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– Você quer parar com essa história de 'aquilo', Miroku!
– Será que você pelo menos sabe o que é o 'aquilo' de que eu estou falando?
Inu-Yasha ficou meio sem graça.
– Bem... você sabe...
– É, eu sei... Minha dúvida é se você sabe...
O hanyou corou. "É mesmo, eu nunca fiz 'aquilo'...". Então sentiu a mão de Miroku sobre seu ombro.
– É, eu sabia que não...
Inu-Yasha se surpreendeu. Deu um pulo para trás e tentou contar vantagem.
– O quê?! Ora, você está muito enganado, Miroku! Eu tenho ampla experiência no assunto!
– Me poupe, Inu-Yasha. Seu pai morreu quando você era um bebê e, pelo o que eu saiba, sua mãe não arrumou outra figura paterna...
– É claro que não!
– Então? Quando sua mãe morreu, você se isolou dos humanos e, quer saber? Eu acho que youkais não são o seu tipo...
Inu-Yasha cruzou os braços, com um ar desconfiado sobre o rumo daquela conversa.
– Humm... Continua... "Maldição! Como é que ele pode me conhecer tanto assim?".
– Com exceção de Kagome e Kikyou, você não demonstrou nenhum tipo de afeto 'mais íntimo' por outra humana, estou certo?
– "Agora eu pego ele!" Ora, Miroku, você esqueceu da Sango! – Percebeu que não convenceu porque Miroku continuou olhando para ele com o mesmo rosto amigável. – Continua...
– Eu acho que quando você e a Kikyou estavam começando a se entender, veio aquele Naraku e estragou tudo. Você ficou pregado numa árvore por cinqüenta anos... Eu tenho que te dar os parabéns, porque se fosse eu, já teria cortado os pulsos...
Inu-Yasha sentou-se na grama, de cabeça baixa e braços cruzados, estava arrasado.
– Continua...
Miroku sentou-se também, de frente para Inu-Yasha.
– Conclusão: você não tem experiência com garotas.
– Não tenho mesmo! – Estourou – Está satisfeito? Agora espalha isso por aí que eu te arrebento, ouviu?
– Inu-Yasha, eu estou querendo te ajudar... Você e a Kagome não vão ficar de beijinhos e abraços eternamente, não é? Chega um ponto num relacionamento que a coisa fica mais séria, me entende?
– E você que ser o 'expert' que vai me ensinar, não é mesmo? – Perguntou o hanyou com um certo tom de deboche.
– E por que não? Sou seu amigo, sou mais experiente...
– Mais experiente? – Inu-Yasha atentou-se então e começou a se interessar pelo assunto.
– É claro! Para a falar verdade, foram tantas vezes que já perdi as cont...
– Ta, ta, me poupe dessa parte...
– Bem, então vamos direto ao assunto... Só quero ressaltar que não existe um manual para essas coisas... O importante é que seja feito com amor, o restante acaba fluindo naturalmente... Eu só vou te dar algumas dicas...
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– Puxa! Como vocês demoraram! Que conversa longa!
– É que eu precisava pedir uns conselhos para o Inu-Yasha...
Deu um tapinha nas costas de Inu-Yasha, que mudo chegou, mudo sentou-se junto da fogueira, longe de Kagome, e mudo continuou. Estava completamente sem graça e não conseguia encarar Kagome.
– Que tipo de conselho? – Perguntou uma desconfiada Kagome.
– Eu queria aprender a manejar uma espada, só isso.
– Todo esse mistério por causa disso?
– Pois é, – o monge olhou para Inu-Yasha – é que eu sou muito tímido. Cadê a Sango?
– Foi buscar água fresca no rio para Kirara.
– Eu vou lá ajudá-la... – Saiu.
Kagome ficou observando Miroku desaparecer na escuridão da floresta. Então percebeu que Inu-Yasha a olhava de um jeito muito estranho.
– O que foi, Inu-Yasha?
Inu-Yasha se atrapalhou todo e voltou a olhar para a fogueira.
– Nada... "Aquele monge de uma figa! Como é que ele pôde me dizer aquelas coisas? Que cara de pau! Como é que eu vou encarar a Kagome agora? Maldição!"
– Inu-Yasha... vamos dormir, eu estou com sono... E agora que eles já sabem, não tem problema você dormir do meu lado...
"Dormir é a última coisa que eu queria fazer com você, Kagome... Ai! Mas o que eu estou pensando? Virei outro Miroku!" Levantou-se rapidamente e subiu em uma árvore próxima.
– Ehh... Eu não estou com sono, então você pode ir dormir que eu vou ficar vigiando... Boa noite...
Kagome ficou olhando para Inu-Yasha enquanto ele se acomodava no galho mais alto. "Mas o que deu nele?", pensou ela meio confusa.
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Sango estava sentada sobre uma pedra, ao lado do rio, admirando as estrelas. Lembrou-se de Inu-Yasha beijando Kagome e pensou alto.
– Queria que o Miroku fosse assim...
– Assim como, Sango? – Sentou-se ao lado dela, deixando-a visivelmente sem graça.
– Nada... Isso não é jeito de se aproximar de uma exterminadora.
– A única coisa que você poderia quebrar seria o meu coração... – Disse ele enquanto a abraçava.
– Você só tem conversa... O que você e Inu-Yasha tanto conversavam?
– Coisas de homens... Mas deixa isso para lá, nós agora estamos sozinhos...
– Sei... – Soltou-se do abraço e fechou a cara. – Você só se aproxima de mim quando não tem ninguém por perto... Eu acho que você não está me levando a sério!
– A sério? Ah... Sango, mil perdões! Não percebi que você já estava pronta! – Ajoelhou-se de frente para Sango, limpou a garganta e tomou as mãos dela entre as suas. – Sango, você quer se casar comigo?
Sango sentiu seu rosto queimar e quase teve um troço com o susto. "Ele não pode estar falando sério, mas isso também não é uma coisa com a qual se brinque..."
– Ah? O quê? Sim, quer dizer, não... Não foi isso que eu quis dizer, Miroku! Por que você tem sempre que levar tudo ao pé da letra?
– Se você não quer se casar, por mim tudo bem. Eu aceito só morar junto, ou umas visitas...
– Recebeu a mão de Sango no meio da cara. – Ai, ai... Bem que meu pai dizia que as mulheres são muito complicadas...
Sango deu de ombros, ajoelhou-se de frente para ele e tomou as mãos dele entre as suas.
– Miroku, eu adoraria me casar com você... Mas eu ainda preciso salvar o que restou da minha antiga família antes de querer começar uma nova, você entende?
– Eu entendo.
– Mas eu também não quero ter que esperar que todo mundo vá dormir, para que você me abrace e me beije...
– Um namoro... É coisa nova para mim, mas... está certo...
– Viu como é bom conversar de vez em quando?
– É, pois é...
Ficaram se olhando e, de repente, o silêncio tomou conta do local, a exceção do vento que soprava.
– Chega de conversa. – Finalizou a exterminadora.
– Concordo plenamente.
Abraçaram-se e se beijaram. Shippou surgiu de detrás da pedra, juntamente com Kirara, dando um susto nos dois.
– Que agarramento todo é esse? – Perguntou inocentemente o filhote de raposa.
– Shippou! – Exclamou o monge. – Você deveria se envergonhar de ficar espionando os adultos!
E, com seu jeito irônico de sempre, Shippou analisou a situação.
– Se eu deveria ter vergonha, imagine vocês dois...
Só então Sango e Miroku perceberam que ainda estavam abraçados e se desvencilharam.
– O que você está fazendo aqui? Pensei que estivesse dormindo? – Miroku tentou mudar o assunto.
– Vocês estão sempre achando que eu estou dormindo... Kagome me pediu para vir porque vocês estavam demorando muito!
– Ah, sim claro... E deixou ela sozinha com Inu-Yasha...
– Errado, monge! – Uma rajada de vento surgiu do nada e os lançou do outro lado da margem do rio. Puderam em seguida notar Kagura descendo em sua pena voadora. – Vocês é que estão sozinhos!
-x- Continua no próximo cap -x-
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