O Destino de Cada Coração Ii escrita por By Mandora


Capítulo 10
O Desejo De Ficar Juntos E O Segredo Do Koto-dama




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– Aii... minha cabeça... O que aconteceu?

– Miroku! Graças a Deus! Você acordou... – Sango havia retornado para o acampamento, arrastando Miroku, Shippou e Kirara e estivera cuidando dos ferimentos de todos. – Nunca mais faça isso... Achei que você não voltaria mais para mim...

– Você achou que eu ia morrer com um ventinho à toa? – Percebeu que estava despido do peito para cima. – E pelo jeito você aproveitou bastante... Podia ter pelo menos esperado eu acordar...

Ela estava tão feliz por vê-lo acordado que até perdoou o comentário.

– Você não tem jeito mesmo... Eu tinha que cuidar dos seus ferimentos, não dava para fazer isso com você vestido!

O monge sentou-se, colocando a mão sobre a coxa e fazendo uma expressão de dor.

– Como isso dói!

– Deixa eu ver... – Percebeu que não havia nenhum ferimento. – Miroku... Você só agiu assim para que eu pegasse na sua perna?

– Na verdade, eu queria outra coisa...

– Não se atreva...

Ela levantou a mão para acerta-lo com um belo tapa, mas apenas manteve em posição. Ele tratou de proteger-se erguendo os braços diante do rosto.

– Ta bom, ta bom... – Olhou ao redor e notou Shippou e Kirara dormindo. – Como eles estão?

– Estão bem, na medida do possível. Estou mais preocupada com Kagome e Inu-Yasha... – O semblante da exterminadora tornou-se triste.

– Onde eles estão, Sango? – Ela olhava para ele e seus olhos encheram-se de lágrimas. – Sango...

Ela o abraçou e desatou a chorar em seu peito. Como Miroku não sabia o que tinha acontecido, resolveu esperar que ela se acalmasse para perguntar. Percebeu que o tempo clareava e um novo dia chegava. Kirara acordou, se espreguiçou e começou a lamber o rosto de Shippou.

– Sai, Kirara... Me deixa! Eu estou com sono... – Reclamou o pequenino.

Irritada, Kirara começou a puxar o rabo de Shippou para forçá-lo a acordar.

– Kirara, eu já dis... – Abriu os olhos e percebeu que Miroku estava acordado. – Miroku! Que bom! Você está vivo! – Pulou no pescoço dele e Sango virou o rosto para que ele não visse suas lágrimas.

– É... eu estou vivo sim... Só não sei se vou continuar... com você pendurado no meu pescoço!

– Desculpa, desculpinha! Sango, onde estão Kagome e Inu-Yasha?

– Por aí, eu acho... Por que você não vai pegar um pouco de água limpa para mim? Preciso trocar os curativos do Miroku.

– Ta bom! – Pegou uma garrafa. – Eu já volto! – E saiu saltitante de felicidade. Miroku ficou olhando para Sango com semblante sério.

– Ele ainda não sabe, não é? – Ela somente concordou com a cabeça. – Quanto tempo eu estive dormindo?

– Fomos atacados na outra noite. Você dormiu durante o restante da noite, o dia inteiro e essa noite que passou...

– Será que agora você consegue me contar o que aconteceu, Sango?

Ela não queria que Shippou a ouvisse então o abraçou suavemente e contou-lhe, ao pé do ouvido, o que acontecera. A cada palavra ele ficava mais indignado e revoltado.

– Sango... Temos que contar ao Shippou, ele não vai ser enganado para sempre...

– Mas ele vai sofrer tanto... E eu ainda tenho esperanças de que eles ainda possam... – Tornou chorar e ele a abraçou fortemente.

– Eu também quero ter essa esperança, mas se não for o caso, ele vai ter que saber... De qualquer forma, temos que procurá-los, nem que seja para lhes dar um enterro decente...

-x-x-x-x-x-

Mais um dia estava terminando. Kagome estava à beira do rio, com os pés descalços dentro d’água, brincando. Inu-Yasha saiu da cabana se espreguiçando e bocejando. Por alguns instantes, ficou parado observando a luz avermelhada do final da tarde iluminando-a. Depois, foi até ela a abraçou por trás.

– Bom dia, meu amor! Dormiu bem? – Disse ela.

– Sim, mas você me deixou dormir muito tempo...

– Não tive coragem de acordar você... Eu acho que já está na hora de irmos procurar Sango e os outros. Estou preocupada com eles...

– Está certo, mas vamos fazer isso pela manhã. Já está escurecendo...

Ficaram assim, lado a lado, observando o pôr-do-sol.

– Sabe, Inu-Yasha... Eu não me importaria de passar o resto da minha vida assim, com você...

– Eu também quero muito isso, Kagome... Mas antes nós temos que encontrar todos os fragmentos da Jóia de Quatro Almas.

– Eu sei... – Tinha uma certa tristeza no olhar.

– O que foi? Alguma coisa errada?

– Não... – Virou o rosto para não encará-lo. – Está tudo bem...

Ele segurou o rosto dela e o virou, fazendo-a encará-lo.

– Você sempre diz que está tudo bem quando eu sei que não está... Kagome, por acaso você se arrependeu?

– Não é isso! – O abraçou. – Eu não me arrependi... Eu te quero muito, Inu-Yasha...

– Então, qual é o problema?

– É que eu tenho tido esse pressentimento ruim o tempo todo... Não é só o fato do Naraku estar ficando mais forte... Mas, de alguma forma, a história dessa alma, o fragmento que a está corrompendo... – O encarou com lágrimas nos olhos. – Nada de bom vem da Jóia de Quatro Almas! Tenho medo de que quando usá-la para se tornar um youkai completo, ela mude o seu coração...

– Isso... não vai acontecer, Kagome...

– Mas...

Ele afastou as lágrimas do rosto dela com sua mão e ficou acariciando-o.

– Eu não quero mais usar a Jóia de Quatro Almas... A única razão de ainda não ter destruído os fragmentos que encontramos é porque podemos usá-los para atrair aquele miserável do Naraku. Quando eu conseguir finalmente matá-lo, destruirei a Jóia de Quatro Almas e seu poder nunca mais será usado para o mal novamente... A única coisa que eu quero é ficar com você para sempre, Kagome...

– Inu-Yasha...

Abraçaram-se fortemente. Enquanto isso, o peixinho ficava rodeando os pés de Kagome. Quando Inu-Yasha percebeu sua presença, pulou dentro d’água que nem louco atrás dele.
– Agora eu te pego, seu miserável! Vou te ensinar a rir da minha cara!

Ela ficou observando aquela cena com um grande sorriso.

– Inu-Yasha, você sabia que quando se quer pegar um peixe, você deve fazer o máximo de silêncio para não espantá-lo?

– Espantá-lo? Nem a cara feia do Naraku iria espantar esse peixe sem vergonha! Bateu na minha cara e ainda por cima voltou só para me provocar! Ele é muito abusado!

– Inu-Yasha, é só um peixe! – Respirou fundo. – Anda, venha cá... Eu quero fazer uma coisa...

– Que coisa? – Tinha um tom malicioso e sentou-se de frente para ela.

– Não é nada disso... Será que você não tem outra coisa na sua cabeça? – Colocou as duas mãos ao redor do pescoço dele e segurou o colar Nenju (x). – Sabe, aquele dia que o vovô Myouga contou sobre Setsuna, eu já havia conversado mais cedo com a vovó Kaede sobre o seu colar. E ela me ensinou o segredo do koto-dama (x).

– E para que você aprendeu isso, Kagome? Por acaso vai colocar um colar no Shippou também?

– Você não entendeu... – Suspirou ela. – Ela não só me ensinou como colocá-lo, mas também como retirá-lo...

Ele respirou fundo, segurou as mãos dela e as afastou do colar.

– Não quero que você faça isso... – Levantou-se e saiu caminhando em direção à floresta.

– Mas, porquê? Não tem mais sentido você usá-lo!

Inu-Yasha parou, mas não se virou para encará-la.

– Se você ainda estiver com essa idéia na cabeça quando nós voltarmos para o vilarejo, então tudo bem. Mas eu não quero que você faça nada por mim desse jeito, Kagome... Você não tem nenhuma obrigação...

– Mas eu não me sinto obrigada!

– Mesmo assim... – Continuou seguindo para a floresta. – Eu vou pegar alguma coisa que ande pela terra para o jantar, já que eu não consigo pegar o que nada. Fique na cabana enquanto isso. Eu não demoro...

-x-x-x-x-x-

Sango, Miroku e Shippou seguiam montados em Kirara, acompanhando o fluxo do rio, procurando por Kagome e Inu-Yasha. Shippou tinha os olhos inchados de tanto que já tinha chorado. Sango pediu a Kirara que descesse, pois a luz do sol já havia ido embora e eles não iriam encontrar nada naquela escuridão.

Shippou nada disse e foi dormir abraçado com Kirara. Ainda estava zangado com Sango por ela ter mentido para ele. Mas, apesar da zanga do menor, Sango sabia que havia feito o certo ao seguir o conselho de Miroku e contar a ele o que havia acontecido. Enquanto Miroku arrumava a cama, Sango ficou observando o vidrinho com os fragmentos da Jóia de Quatro Almas. Eles haviam ficado na mochila de Kagome e por sorte as águas do rio não alcançaram o acampamento onde estavam.

– Você não quer descansar um pouco? – Perguntou o monge, preocupado com ela.

– Tudo por causa dessa maldita Jóia de Quatro Almas... Quando é que isso vai terminar? Eu estou cansada de ver a morte das pessoas que eu amo...

– Nós não temos certeza se eles estão mortos.

– Se você tivesse visto a força daquelas águas não teria tanta esperança...

– A esperança é tudo o que nos resta... Guarda isso e vem dormir um pouco.

Ela recolocou os fragmentos na mochila e deitou-se ao lado dele, abraçando-o. Assim que os primeiros raios de sol surgiram, eles levantaram acampamento e continuaram sua busca.

-x-x-x-x-x-

Kagome ficou olhando para o alto da cachoeira.

– Como é que nós vamos subir, Inu-Yasha?

– Ora, nós descemos não foi?

– Bem, eu estava desmaiada, se lembra?

– Sobe nas minhas costas que eu levo você.

Com ela nas costas, o hanyou deu uma dúzia de pulos pelas rochas que sobressaltavam do paredão ao lado da cachoeira e chegou ao topo. Lá no alto, Kagome desceu das costas dele e ambos pararam para admirar a paisagem de mãos dadas.

– Kagome! Inu-Yasha! – Gritou uma voz feminina muito familiar.

Quando olharam na direção de onde vinha a voz, viram Sango, Miroku e Shippou descendo em Kirara. Todos se abraçaram e comemoram estarem juntos novamente.

– Parece que aquele rio não foi suficiente para você, não é Inu-Yasha? – Comentou o monge.

– Ora, Miroku! Quem você está pensando que eu sou? Você, pelo contrário, parece que levou uma surra da Kagura... – Nessa brincadeira, deu um tapa nas costas de Miroku, sem perceber que ele estava todo machucado, afinal, ele só podia ver os curativos do rosto. Ficou preocupado quando Miroku caiu de joelhos. – Miroku! Desculpe! Eu não sabia que você estava tão mau assim!

Miroku, com um sorriso maroto no rosto, levantou-se como se nada tivesse acontecido.

– Eu sabia que você ia cair nessa...

– Ora, seu... – Grasnou o irado hanyou.

Sango observava com alegria a cena.

– Esses dois... – Comentou ela para Kagome ao seu lado.

– Eu acho que é a maneira deles dizerem que estavam preocupados com o bem-estar um do outro... – Sorriu para a amiga, que retribuiu com outro sorriso.

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(x) Colar Nenju = é um colar em forma de rosário ao redor do pescoço de Inu-Yasha, que tem por função “acalma-lo”.
(x) Koto-dama = é o termo dado à palavra que ativa o colar que Inu-Yasha tem preso ao redor do pescoço. Esse artifício foi criado por Kaede e dado a Kagome para acalmar Inu-Yasha quando ele se exaltasse.


-x- Continua no próximo cap -x-


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