Akuma Hunters escrita por Najayra
[Mais tarde naquele mesmo dia]
Allyan havia encurralado Shelley contra a parede, deixando o rosto dela extremamente próximo do seu. Ele a olhava fixamente enquanto ela tentava desviar o olhar de forma tímida. Então ele finalmente se expressou:
— Shelley...
— O-oquê?
Fez-se mais um momento de silêncio antes que Allyan pudesse...
— NÃO HAVIA A MENOR NECESSIDADE EM ARREBENTAR A PORTA!!!
Antes que ele pudesse gritar com ela.
— Ah, qual o problema? É só uma porta.
— Só uma porta??!!! Então, conserte-a agora!
Ela olhou para a porta, com um bico de criança que fez coisa errada e com uma voz dengosa respondeu:
— Eu não sei consertar isso.
— Viu só?! Não é só a porta! É a porta, quem conserta, a multa ao dono do apartamento (já que eles moram de aluguel), etc. E COM QUE DINHEIRO VAMOS PAGAR TUDO ISSO??!!
— Tire do meu salário.
— Não vai dar para pagar nem a metade.
— Então tire do seu também.
— Por que do meu?!
— Então tire do Luka.
— Ei, quando foi que eu apareci na conversa? – resmungou Luka que estava na sala, ouvindo aos gritos.
— Ai, All. Calma aí. O problema nem é tão grande assim.
Ela ia saindo de perto dele e andando em direção à porta da sala.
— Onde você pensa que vai?!
— Vou sair. Não te interessa para onde.
Shelley abriu a porta e imediatamente a fechou de novo. Ela virou de costas e se encostou à porta, com uma cara de quem tinha visto um demônio. Bom... Talvez fosse um.
— Ei, que cara é essa? – perguntou Luka.
— Por favor, digam que essa casa tem uma rota de fuga.
— O quê? – perguntou Allyan.
Depois de um barulho estrondoso, a porta da sala não abriu ou se partiu, simplesmente, caiu sobre Shelley, fazendo uma panqueca de demônio contra o chão. Luka e Allyan olhavam assustados a pequena e assustadora garota caminhar sobre a porta, esmagando Shelley mais um pouco. Só podiam-se ver os dedos dela se mexendo.
— Coitada... – disse Luka.
A garota não deveria ter mais do que 1.60 m de altura e tinha uma aparência de 15 anos. Seus cabelos eram bem compridos e ruivos, vermelhos cor-de-sangue, enquanto seus olhos eram iguais aos de Shelley, um azul ciano.
— Onde ela está? – disse a garota com uma expressão perigosa.
— Kaaaariiiinnnn........ – ouviu-se um grunhido vindo debaixo da porta.
A ruiva se virou lentamente em direção ao som e Shelley saltou jogando a porta para longe. Allyan estava em lágrimas assistindo ao estrago.
— Minha casa... – ele caiu de joelhos com cachoeiras caindo de seus olhos.
— Karin! O que você faz aqui?!
— Ohayou, nee-chan. – a ruiva respondeu sem se alterar.
— Uau, isso é japonês? – perguntou Luka.
— O-ha-you... – respondeu Shelley com má vontade.
— Ikemashou, nee-chan. (Vamos, irmã)
— Nande? Omae wa hen dayo, chibi. (O quê? Você é estranha, pequena.)
— Ch-chibi??!!
Shelley foi até a garota e deu um soco na cabeça dela.
— Fale português!
— Irmã estúpida! – ela respondeu com as mãos na cabeça.
— Irmã? – Luka se manifestou. – Shelley, quantos irmãos você tem, hein?
— Só dois. O Vinny e essa coisinha.
— Coisinha é você.
Karin finalmente percebeu Allyan encolhido em um canto, resmungando. Ela foi até ele e curvou um pouco o corpo. Allyan olhou para garota e logo se perdeu em seus olhos, enquanto ela erguia o queixo dele com o dedo indicador e o observava atentamente.
— Você será perfeito.
— Ahn? – ele não estava entendendo.
— Perfeito para quê?! – Shelley estava estressada já.
— Para ser meu servo.
— KARIN!! Sai de perto dele, ele é MEU servo!
Shelley puxou Allyan pelo braço e ficou abraçada nele.
— Não vejo nenhuma aura negra ao redor dele que indique isso.
— Er... Isso... Bem...
— Já aquele outro ali... – a ruiva apontou para Luka.
— Ah... Ele... É...
— Shelley... – Allyan murmurava com um tom assustador.
— A-Allyan?
— Servo, hein? Você vai ter que explicar isso di-rei-ti-nho.
Shelley grunhiu e olhou cabisbaixa para Luka. Ele também lhe lançava um olhar assustador.
[Re-começando...]
Shelley se sentou no sofá ao lado de Karin enquanto os dois ficavam em pé na frente delas fazendo várias e várias perguntas.
— Karin, quantos anos você tem? – perguntou Allyan.
— 350.
— O QUÊ?!! – Luka e Allyan gritaram em uníssono.
— Isso é verdade? – disse Allyan.
— Então, você tem quantos, Shelley? – perguntou Luka.
— 420. – Shelley respondeu.
— Você é muito velha para mim. – disse Luka desapontado.
— Que cara de decepção é essa?! E que fala é essa?!
— Então, na mesma proporção, Vinny teria 490. – disse Allyan.
— Ok, em número humanos, isso seria quanto? – reclamou Luka.
— Eu teria 15, Shelley 18 e Vinny 21. – disse Karin.
— Você é muito boa, Karin. – disse Allyan.
— Obrigada, servo.
— Se-servo? – resmungou Allyan. – Ah! É mesmo, explique isso, Shelley e Luka.
— Eu explico. – Karin se levantou e foi para o lado de Allyan. – Ele fornece sangue para ela e ela fornece para ele. Uma verdadeira suruba, apenas isso.
— NÃO É BEM ASSIM! – disseram Luka e Shelley.
Karin, abraçou o braço de Allyan e fez uma carinha de anjo para ele.
— Então, é nossa vez, Al.
— Ahn?
— Seja gentil comigo, ok?
— O QUÊ?!! – gritaram Luka e Shelley.
Shelley foi até Allyan e agarrou o outro braço.
— Karin, ele já é meu!
— Não é não!
— É sim!
— Não é não!
— Vocês vão me partir ao meio! – disse Allyan.
Luka deu um suspiro e foi muito tranquilamente até Shelley. Ele a soltou de Allyan e a colocou sobre o ombro.
— Mas o que é isso?!! – ela reclamava.
— Vamos logo, você é minha. Deixe os dois a sós.
Shelley ficou histérica. Chamou Luka de louco, mandou soltá-la, mas ele continuou carregando-a para o quarto. Karin e Allyan assistiam à incrível cena.
[No quarto]
— Luka! Você tem que me soltar! Como ousa desobedecer a sua mestra?!
Luka entrou e aproveitou o que Shelley havia feito com a porta. Ele a fechou com a certeza de que não seriam perturbados. Luka a jogou na cama, soltando-a conforme ela estava pedindo.
— Ah! Finalmente! Escuta aqui seu...
— Fique quieta. – ele a interrompeu.
— Co-como é?!
— Por que esse medo todo de perder o Allyan?
— Vocês não conhecem aquela pirralha.
— Não é por causa dela.
— Como assim? Se não for por causa dela, seria por causa de quem?
— Por você.
— Por mim?! Bebeu?
— Você é possessiva e megalomaníaca.
Fez-se silêncio enquanto ela o olhava incrédula e sem rir da piada.
— Ok. Já posso ir? – ela perguntou.
Sem esperar por uma resposta, ela levantou da cama e já ia saindo quando Luka, que não pretendia mover um músculo, mudou de ideia e a puxou pelo pulso. Ele a puxou e a posicionou contra a parede, prendendo-a entre seus braços.
— Não é possível. – ela murmurou.
— O quê?
— Vocês homens devem ter algum problema com paredes. Eu estou sempre entre vocês e elas.
Luka a olhou, espantado, abaixou a cabeça e começou a rir.
— O que foi agora?
— Ai, ai, Shelley. Você é incrível.
— Eu sou?
— É.
— De que maneira?
— Bom... Você é um demônio.
— Obrigada por lembrar.
— Mas você é linda, forte e estrategista.
— Hum... Obrigada.
Ele pegou o rosto dela com uma das mãos e foi aproximando, cada vez mais, seu rosto do dela. Ela estava imóvel e não alterava sua expressão.
— Além de ser sedutora... Ter uma pele macia... Um cheiro tão bom...
— Nem pense nisso.
— O quê?! – ele parava já com os dentes prontos para morder o pescoço dela.
— Você quer beber meu sangue. Mas eu não estou a fim de lhe ceder isso agora.
Ela o afastou elegantemente e abriu a porta, já saindo em direção à sala.
— Shelley.
— O quê?
— Eu vou te perseguir.
— Bom, boa sorte.
Ela saiu deixando-o sozinho. Ele deu um murro na parede que a fez rachar naquele local. Ele olhou rapidamente o estrago e lembro da possível reação de Allyan.
— Parede resistente, hein... – dizia para si mesmo enquanto seguia para a sala.
[Na sala]
Luka mal chegou à sala e viu Shelley caída no chão, choramingando. Sem entender, ele olhou para o sofá e viu o motivo do choro. Karin estava lambendo os lábios enquanto Allyan segurava o pescoço com uma das mãos. A baixinha ruiva era incrivelmente rápida no gatilho.
— Cheguei tarde demais! Por que com ele? Por que comigo? – Shelley choramingava.
— Vamos, nee-chan. Não faça drama.
Enquanto Allyan ria da briga das irmãs, Luka dava um suspiro de cansaço.
— Vou morar com vocês agora. – disse Karin.
— O QUÊ??!!! – gritaram os outros três.
— Sim. Vou dormir com o Al. – a garota estava abraçada nele.
Shelley finalmente entrou em crise, ela se levantou e começou a bater a cabeça na parede. Luka estava com vontade de beber sangue, por isso nem deu muita atenção à pequena ruiva. Allyan estava meio sem graça, mas se lembrou de algo que queria saber.
— Só uma pergunta, Karin. Se o Vinny tem duas irmãs, por que ele só corre atrás da Shelley?
Nesse instante, fez-se um silêncio macabro. Shelley estava séria agora e Karin estava cabisbaixa.
— Os demônios homens escolhem suas noivas. – respondeu Karin, com uma voz baixa.
— E ele escolheu a Shelley... – disse Luka.
— Como sempre. Ela fica sempre com a glória.
A pequena ruiva largou Allyan e se levantou, indo em direção à Shelley.
— Mas isso vai começar a mudar.
Shelley e Karin se lançaram um olhar mutilador e, em seguida, cada uma foi para seu quarto.
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