Akuma Hunters escrita por Najayra


Capítulo 7
Capítulo 7 - Que o inferno comece




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[Mais tarde naquele mesmo dia]

 

 

Allyan havia encurralado Shelley contra a parede, deixando o rosto dela extremamente próximo do seu. Ele a olhava fixamente enquanto ela tentava desviar o olhar de forma tímida. Então ele finalmente se expressou:

 

— Shelley...

 

— O-oquê?

 

Fez-se mais um momento de silêncio antes que Allyan pudesse...

 

— NÃO HAVIA A MENOR NECESSIDADE EM ARREBENTAR A PORTA!!!

 

Antes que ele pudesse gritar com ela.

 

— Ah, qual o problema? É só uma porta.

 

— Só uma porta??!!! Então, conserte-a agora!

 

Ela olhou para a porta, com um bico de criança que fez coisa errada e com uma voz dengosa respondeu:

 

— Eu não sei consertar isso.

 

— Viu só?! Não é só a porta! É a porta, quem conserta, a multa ao dono do apartamento (já que eles moram de aluguel), etc. E COM QUE DINHEIRO VAMOS PAGAR TUDO ISSO??!!

 

— Tire do meu salário.

 

— Não vai dar para pagar nem a metade.

 

— Então tire do seu também.

 

— Por que do meu?!

 

— Então tire do Luka.

 

— Ei, quando foi que eu apareci na conversa? – resmungou Luka que estava na sala, ouvindo aos gritos.

 

— Ai, All. Calma aí. O problema nem é tão grande assim.

 

Ela ia saindo de perto dele e andando em direção à porta da sala.

 

— Onde você pensa que vai?!

 

— Vou sair. Não te interessa para onde.

 

Shelley abriu a porta e imediatamente a fechou de novo. Ela virou de costas e se encostou à porta, com uma cara de quem tinha visto um demônio. Bom... Talvez fosse um.

 

— Ei, que cara é essa? – perguntou Luka.

 

— Por favor, digam que essa casa tem uma rota de fuga.

 

— O quê? – perguntou Allyan.

 

Depois de um barulho estrondoso, a porta da sala não abriu ou se partiu, simplesmente, caiu sobre Shelley, fazendo uma panqueca de demônio contra o chão. Luka e Allyan olhavam assustados a pequena e assustadora garota caminhar sobre a porta, esmagando Shelley mais um pouco. Só podiam-se ver os dedos dela se mexendo.

 

— Coitada... – disse Luka.

 

A garota não deveria ter mais do que 1.60 m de altura e tinha uma aparência de 15 anos. Seus cabelos eram bem compridos e ruivos, vermelhos cor-de-sangue, enquanto seus olhos eram iguais aos de Shelley, um azul ciano.

 

— Onde ela está? – disse a garota com uma expressão perigosa.

 

— Kaaaariiiinnnn........ – ouviu-se um grunhido vindo debaixo da porta.

 

A ruiva se virou lentamente em direção ao som e Shelley saltou jogando a porta para longe. Allyan estava em lágrimas assistindo ao estrago.

 

— Minha casa... – ele caiu de joelhos com cachoeiras caindo de seus olhos.

 

— Karin! O que você faz aqui?!

 

— Ohayou, nee-chan. – a ruiva respondeu sem se alterar.

 

— Uau, isso é japonês? – perguntou Luka.

 

— O-ha-you... – respondeu Shelley com má vontade.

 

— Ikemashou, nee-chan. (Vamos, irmã)

 

— Nande? Omae wa hen dayo, chibi. (O quê? Você é estranha, pequena.)

 

— Ch-chibi??!!

 

Shelley foi até a garota e deu um soco na cabeça dela.

 

— Fale português!

 

— Irmã estúpida! – ela respondeu com as mãos na cabeça.

 

— Irmã? – Luka se manifestou. – Shelley, quantos irmãos você tem, hein?

 

— Só dois. O Vinny e essa coisinha.

 

— Coisinha é você.

 

Karin finalmente percebeu Allyan encolhido em um canto, resmungando. Ela foi até ele e curvou um pouco o corpo. Allyan olhou para garota e logo se perdeu em seus olhos, enquanto ela erguia o queixo dele com o dedo indicador e o observava atentamente.

 

— Você será perfeito.

 

— Ahn? – ele não estava entendendo.

 

— Perfeito para quê?! – Shelley estava estressada já.

 

— Para ser meu servo.

 

— KARIN!! Sai de perto dele, ele é MEU servo!

 

Shelley puxou Allyan pelo braço e ficou abraçada nele.

 

— Não vejo nenhuma aura negra ao redor dele que indique isso.

 

— Er... Isso... Bem...

 

— Já aquele outro ali... – a ruiva apontou para Luka.

 

— Ah... Ele... É...

 

— Shelley... – Allyan murmurava com um tom assustador.

 

— A-Allyan?

 

— Servo, hein? Você vai ter que explicar isso di-rei-ti-nho.

 

Shelley grunhiu e olhou cabisbaixa para Luka. Ele também lhe lançava um olhar assustador.

 

 

[Re-começando...]

 

 

Shelley se sentou no sofá ao lado de Karin enquanto os dois ficavam em pé na frente delas fazendo várias e várias perguntas.

 

— Karin, quantos anos você tem? – perguntou Allyan.

 

— 350.

 

— O QUÊ?!! – Luka e Allyan gritaram em uníssono.

 

— Isso é verdade? – disse Allyan.

 

— Então, você tem quantos, Shelley? – perguntou Luka.

 

— 420. – Shelley respondeu.

 

— Você é muito velha para mim. – disse Luka desapontado.

 

— Que cara de decepção é essa?! E que fala é essa?!

 

 — Então, na mesma proporção, Vinny teria 490. – disse Allyan.

 

— Ok, em número humanos, isso seria quanto? – reclamou Luka.

 

— Eu teria 15, Shelley 18 e Vinny 21. – disse Karin.

 

— Você é muito boa, Karin. – disse Allyan.

 

— Obrigada, servo.

 

— Se-servo? – resmungou Allyan. – Ah! É mesmo, explique isso, Shelley e Luka.

 

— Eu explico. – Karin se levantou e foi para o lado de Allyan. – Ele fornece sangue para ela e ela fornece para ele. Uma verdadeira suruba, apenas isso.

 

— NÃO É BEM ASSIM! – disseram Luka e Shelley.

 

Karin, abraçou o braço de Allyan e fez uma carinha de anjo para ele.

 

— Então, é nossa vez, Al.

 

— Ahn?

 

— Seja gentil comigo, ok?

 

— O QUÊ?!! – gritaram Luka e Shelley.

 

Shelley foi até Allyan e agarrou o outro braço.

 

— Karin, ele já é meu!

 

— Não é não!

 

— É sim!

 

— Não é não!

 

— Vocês vão me partir ao meio! – disse Allyan.

 

Luka deu um suspiro e foi muito tranquilamente até Shelley. Ele a soltou de Allyan e a colocou sobre o ombro.

 

— Mas o que é isso?!! – ela reclamava.

 

— Vamos logo, você é minha. Deixe os dois a sós.

 

Shelley ficou histérica. Chamou Luka de louco, mandou soltá-la, mas ele continuou carregando-a para o quarto. Karin e Allyan assistiam à incrível cena.

 

 

[No quarto]

 

 

— Luka! Você tem que me soltar! Como ousa desobedecer a sua mestra?!

 

Luka entrou e aproveitou o que Shelley havia feito com a porta. Ele a fechou com a certeza de que não seriam perturbados. Luka a jogou na cama, soltando-a conforme ela estava pedindo.

 

— Ah! Finalmente! Escuta aqui seu...

 

— Fique quieta. – ele a interrompeu.

 

— Co-como é?!

 

— Por que esse medo todo de perder o Allyan?

 

— Vocês não conhecem aquela pirralha.

 

— Não é por causa dela.

 

— Como assim? Se não for por causa dela, seria por causa de quem?

 

— Por você.

 

— Por mim?! Bebeu?

 

— Você é possessiva e megalomaníaca.

 

Fez-se silêncio enquanto ela o olhava incrédula e sem rir da piada.

 

— Ok. Já posso ir? – ela perguntou.

 

Sem esperar por uma resposta, ela levantou da cama e já ia saindo quando Luka, que não pretendia mover um músculo, mudou de ideia e a puxou pelo pulso. Ele a puxou e a posicionou contra a parede, prendendo-a entre seus braços.

 

— Não é possível. – ela murmurou.

 

— O quê?

 

— Vocês homens devem ter algum problema com paredes. Eu estou sempre entre vocês e elas.

 

Luka a olhou, espantado, abaixou a cabeça e começou a rir.

 

— O que foi agora?

 

— Ai, ai, Shelley. Você é incrível.

 

— Eu sou?

 

— É.

 

— De que maneira?

 

— Bom... Você é um demônio.

 

— Obrigada por lembrar.

 

— Mas você é linda, forte e estrategista.

 

— Hum... Obrigada.

 

Ele pegou o rosto dela com uma das mãos e foi aproximando, cada vez mais, seu rosto do dela. Ela estava imóvel e não alterava sua expressão.

 

— Além de ser sedutora... Ter uma pele macia... Um cheiro tão bom...

 

— Nem pense nisso.

 

— O quê?! – ele parava já com os dentes prontos para morder o pescoço dela.

 

— Você quer beber meu sangue. Mas eu não estou a fim de lhe ceder isso agora.

 

Ela o afastou elegantemente e abriu a porta, já saindo em direção à sala.

 

— Shelley.

 

— O quê?

 

— Eu vou te perseguir.

 

— Bom, boa sorte.

 

Ela saiu deixando-o sozinho. Ele deu um murro na parede que a fez rachar naquele local. Ele olhou rapidamente o estrago e lembro da possível reação de Allyan.

 

— Parede resistente, hein... – dizia para si mesmo enquanto seguia para a sala.

 

 

[Na sala]

 

 

Luka mal chegou à sala e viu Shelley caída no chão, choramingando. Sem entender, ele olhou para o sofá e viu o motivo do choro. Karin estava lambendo os lábios enquanto Allyan segurava o pescoço com uma das mãos. A baixinha ruiva era incrivelmente rápida no gatilho.

 

— Cheguei tarde demais! Por que com ele? Por que comigo? – Shelley choramingava.

 

— Vamos, nee-chan. Não faça drama.

 

Enquanto Allyan ria da briga das irmãs, Luka dava um suspiro de cansaço.

 

— Vou morar com vocês agora. – disse Karin.

 

— O QUÊ??!!! – gritaram os outros três.

 

— Sim. Vou dormir com o Al. – a garota estava abraçada nele.

 

Shelley finalmente entrou em crise, ela se levantou e começou a bater a cabeça na parede. Luka estava com vontade de beber sangue, por isso nem deu muita atenção à pequena ruiva. Allyan estava meio sem graça, mas se lembrou de algo que queria saber.

 

— Só uma pergunta, Karin. Se o Vinny tem duas irmãs, por que ele só corre atrás da Shelley?

 

Nesse instante, fez-se um silêncio macabro. Shelley estava séria agora e Karin estava cabisbaixa.

 

— Os demônios homens escolhem suas noivas. – respondeu Karin, com uma voz baixa.

 

— E ele escolheu a Shelley... – disse Luka.

 

— Como sempre. Ela fica sempre com a glória.

 

A pequena ruiva largou Allyan e se levantou, indo em direção à Shelley.

 

— Mas isso vai começar a mudar.

 

Shelley e Karin se lançaram um olhar mutilador e, em seguida, cada uma foi para seu quarto.


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