Akuma Hunters escrita por Najayra


Capítulo 5
Capítulo 5 - Cuidando do Demônio


Notas iniciais do capítulo

Poor favor, queridos leitores. Quem estiver realmente gostando da história, recomende ou indique a um amigo *-*



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Na Sala do Apartamento [momentos antes]

 

 

— Luka, ela ainda não voltou.

 

— O que será que eles tanto conversam?

 

— Devemos ir atrás dela.

 

— Não! Ela disse para que esperássemos por ela.

 

— Mas, Luka... – logo a campainha toca.

 

— Deve ser ela.

 

— Ai, ainda bem que ela voltou. – dizia Allyan aliviado.

 

Quando ele abriu a porta, procurou por quem tocou a campainha, mas só avistou a menina loira vestida com um top bege e calça jeans. Ela estava caída no chão, toda cortada e ensanguentada. Seu rosto, ileso, porém com uma expressão sofrida, virou para Allyan deu um sutil sorriso de alívio.

 

— Al...

 

— Shelley!

 

Ele agachou rapidamente para pegá-la no colo, mas quando seu braço passou por suas costas e, acidentalmente, abriu um dos cortes, a jovem grunhiu de dor.

 

— Ah! Desculpe!

 

Allyan a puxou pelos ombros, posicionou o braço em suas costas e depois a recostou devagar, em seguida passou o braço em suas pernas, igualmente ilesas, e a ergueu.

 

— Shelley... O que fizeram com você? – Allyan fazia essa pergunta retórica sentindo extrema compaixão pela garota.

 

Ele adentrou o apartamento com ela no colo, lá seu amigo Luka estava preocupado e ficou com uma expressão perplexa ao ver o estado de sua modelo.

 

— Luka... – ela sussurrava com um sorriso de bem estar.

 

Shelley não sabia dizer o porquê, mas se sentia em paz ao lado de seus amigos. Não que a dor desaparecesse, mas ela era amenizada. Allyan a colocou bem devagar sobre o sofá, Luka foi ajudá-la enquanto ele fechava a porta.

 

— Aquele...desgraçado! – dizia Luka, furioso.

 

Ele já ia saindo em disparada quando Shelley o interrompeu.

 

— Não adianta. Você não irá encontrá-lo nessa cidade.

 

Luka parou ao ouvir Shelley, então ele foi em direção à loira e, sentando o lado dela no sofá, afagou seu rosto com cuidado e com preocupação.

 

— Como puderam fazer isso com você?

 

 Ela simplesmente sorriu para ele.

 

— Ela irá precisar de um banho para limpar esses machucados. – disse Allyan.

 

— B-banho? – Shelley grunhiu ao pensar na dor da água batendo nos ferimentos.

 

— Isso será... um tanto doloroso. – disse Luka.

 

— Luka, você realmente acha que não tenho capacidade para tolerar a dor? – ela disse com o mesmo sorriso de antes.

 

Allyan a pegou cuidadosamente no colo e a levou até o banheiro. O apartamento era grande, todos os três ganhavam excelentes salários trabalhando naquela agência. Todos os cômodos do apartamento eram espaçosos.

Os três se dirigiram ao banheiro. Os jovens iriam ajudá-la.

 

— Você não será capaz de lavar todos esses ferimentos. – disse Luka.

 

— Por isso, nós iremos banhar você. Tudo bem?

 

— Uhum. – Shelley apenas assentiu, nem um pouco preocupada.

 

Allyan a colocou de pé, servindo de suporte para ela. Ela segurou nos ombros dele enquanto eles a ajudavam com a pouca roupa que vestia. Luka não iria fazê-la movimentar os braços, por isso cortou o top bege nas costas, liberando os seios. Os três se entendiam, conviviam em perfeita harmonia. Nenhum dos dois tentaria nada de estranho com ela, por três fatores: Um, ela era um demônio. Dois, de alguma forma inexplicável, eles sentiam profundo respeito por ela. Três, aquele não era o momento adequado para isso.

Luka trocou com Allyan e ajudou Shelley a se manter em pé, enquanto Allyan ajudava a tirar o resto da roupa. Luka, então pegou no colo a baixinha loira e a levou até a banheira que ficou cheia em poucos minutos. Quando ele a colocou delicadamente, a água bateu nos ferimentos na base de suas costas. Ela se contraiu e grunhiu um pouco. Os dois jovens foram cada um para um lado da banheira.

 

— Shelley, isso vai... – dizia Allyan.

 

— Não tem problema. Tem que ser feito.

 

Cada um pegou uma de suas mãos e puxou para si devagar, esticando os braços da jovem. Ela se encolhia sentindo uma pontada de dor. Os dois pararam ao pensar na possível reação dela, ela apenas assentiu com a cabeça, pedindo que continuassem. Então os dois molharam os ferimentos tirando o sangue, já coagulado, que manchava a pele branca dela. Shelley arregalou os olhos e conteve um grito, fechando os punhos com força.

 

— Pode gritar se quiser. – disse Luka.

 

— Para quê? – ela riu. – Aprenda uma coisa, vocês dois. Gritar gasta energia, por isso não gritem. Guardem essa energia para matar o infeliz que machucou vocês.

 

Eles não disseram nada, apenas a olharam e voltaram a lavar os ferimentos. Quando acabaram os braços, Shelley suspirou de alivio. Então eles passaram para o tronco. Shelley não pode se conter dessa vez. Ao tocarem o primeiro corte em suas costas e no seu colo, ela arqueou o corpo e deu um grito histérico, apertou as mãos nas beiradas da banheira e respirava ofegante. Criou coragem e assentiu para os dois, eles continuaram a limpar, só que o mais rápido possível para que a tortura acabasse logo.

Assim que terminaram, a enrolaram em uma toalha e a levaram para o quarto dela e de Luka. Ela já estava sendo vestida por Allyan, mas Luka pediu que não vestisse a blusa, pois ele faria uns curativos. Allyan concordou e foi até a porta.

 

— Já volto para ajudar.

 

— Não. Vá preparar algo para ela. Eu cuido disso.

 

Allyan o olhou desconfiado, mas logo sorriu.

 

— Conversar?

 

— É, quase isso.

 

— Ora. Era só ter pedido.

 

Allyan saiu e Luka entrou com uma caixa cheia de faixas, curativos e remédio. Ele começou a passar os remédios.

 

— Isso arde, Luka.

 

— Eu sei que você aguenta.

 

— Cretino sádico.

 

— Obrigado pelo elogio.

 

Depois do remédio, começou a enfaixar. Primeiro os braços e depois o tronco.

 

— Seus braços... – olhou para os buracos na pele. – Esses aqui ficaram realmente horríveis.

 

— Vou precisar de muito tempo sem trabalhar como modelo.

 

— Shelley...

 

— Hum?

 

— Por que você não devora a alma dos Diuras?

 

— Eles não são dignos de serem devorados.

 

— E humanos?

 

— Já disse uma vez, esse não é meu trabalho.

 

— Você também disse que os vampiros são demônios, certo?

 

— Mas o quê você...! – ela aumentara o tom de voz.

 

— Apenas responda.

 

Shelley olhou a expressão séria de Luka, sem entender sua verdadeira intenção.

 

— Vampiros são demônios?

 

— Uhum.

 

— Então, alguns demônios são capazes de agir como os vampiros?

 

— Hum. Na verdade, todos eles.

 

— Inclusive os da família real, como você?

 

— Ah! Como você..?!!

 

— Joguei verde e acabei de colher maduro.

 

— Idiota...

 

— Você é filha do Demônio Rei...

 

— Herdeira do trono junto com meu irmão...

 

— Destinados a serem rei e rainha do submundo...

 

— E casados entre si...

 

— Mas você não quer isso...

 

— Apesar de não ser algo errado. Sabe... Você é muito bom em deduções.

 

— Você... poderia agir como um vampiro, certo?

 

— Eu jamais... – Luka tapou a boca de Shelley com o dedo indicador.

 

— Você realmente pretende estar à mercê do seu irmão na próxima vez que vocês se encontrarem?

 

— N-não, mas...

 

— Então, você tem que ficar forte... E rápido.

 

— Não me diga que...

 

Luka abriu a camisa e mostrou o pescoço para Shelley.

 

— Eu também quero que você acabe com aquele desgraçado.

 

Shelley sorriu serenamente, mas com um pequeno toque de malicia.

 

— Você sabe o que significa dar seu sangue para mim?

 

— Conte-me os detalhes.

 

— Você estará fazendo um acordo comigo, dizendo que aceita ser meu servo. Por toda a eternidade.

 

— Mas eu não viverei toda a eternidade.

 

— Viverá. Se eu também lhe fornecer meu sangue.

 

Luka retribuiu o sorriso malicioso.

 

— Não me parece má idéia.

 

— Já te chamaram de idiota alguma vez?

 

— Você faz isso sempre.

 

— Bom, eu me rec... – Luka a interrompeu novamente, tocando seu rosto com uma das mãos.

 

— Nós guardamos seu segredo a respeito de ser um demônio. Agora é a sua vez de guardar um segredo nosso. Bom... Na verdade, um segredo meu.

 

— Luka...

 

— Lembre-se. Esse será nosso segredo. Não queremos que Allyan fique sabendo disso, não é?

 

Luka puxou novamente a blusa que ocultava sua pele. Shelley olhou para a veia sobressaltada e como todo bom “vampiro” se sentiu atraída. Sem ela poder mexer os braços direito, ele se aproximou para que ela pudesse morder. Ela aproximou sua boca do pescoço dele e a abriu expondo os caninos e, logo em seguida, perfurando a pele macia de Luka. Ele grunhiu rapidamente, mas estava estranhamente relaxado ao sentir o toque suave dos lábios de Shelley. Ela viu sua reação rápida e olhou de canto de olho para ele.

 

— Não se preocupe, continue. – ele afogou seus cabelos até sua nuca.

 

Ela então continuou a beber por mais alguns segundos. Assim que retirou seus caninos, ela lambeu os beiços e voltou o olhar para ele.

 

— Você é gostoso. – ela sorria tirando uma com a cara dele.

 

— Ouvir isso de um demônio não é muito confortável. – ele limpou a gota de sangue que escorria pelo canto de sua boca.

 

Antes que ele pudesse limpar o dedo em algum lugar, ela lambeu rapidamente e voltou a sorrir.

 

— Simplesmente, delicioso.

 

— Ei, não sugue até a última gota. – ele brincava.

 

— Não sou um vampiro imundo. Eu sou um...

 

— Ashura. É, eu sei.

 

Ela o olhou surpresa com sua última dedução e sorriu. Luka observou que a mordida na orelha dela já havia fechado.

 

— Veja, está dando certo. – tocou a orelha dela.

 

Shelley tocou também e percebeu a ausência do corte.

 

— Tem razão. – ela sorria maravilhosamente, sem mostrar os dentes. O sorriso estava em seu olhar.

 

— Faremos assim: eu bebo o seu sangue um dia e no dia seguinte você bebe o meu. Vamos alternar.

 

— Nada disso. Não beberei uma gota enquanto você não estiver consideravelmente bem.

 

— Pensei que você fosse dizer “completamente recuperada”.

 

— Ai, também não. Estou louco para fazer isso. – ele sorriu maliciosamente.

 

— Cretino idiota. – ela brincou.

 

— Quanto você bebeu?

 

— Cerca de meio litro.

 

— Ok.

 

Então, Allyan aparece na porta do quarto.

 

— Já acabaram? Eu fiz brigadeiro para a gente. Que tal, Shelley?

 

— Al... – ela estava surpresa com o carinho dos dois. Sorrindo ela respondeu: - Al, obrigada.

 

— De nada, pequena. Bom, venham logo. – então ele se retirou.

 

— Vamos, se não ele vai devorar a nossa parte. – disse Luka.

 

— Luka...

 

— Sim?

 

— Obrigada.

 

— Não há de que... – ele a pegou no colo e então completou sua frase. – Mestra.

 

Ela simplesmente levantou uma sobrancelha e manteve o sorriso.


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Notas finais do capítulo

Arigatou, minna!
Obrigada por lerem e espero que aprovem ^^