Akuma Hunters escrita por Najayra


Capítulo 4
Capítulo 4 - Irmão Diabólico




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— Me buscar? Há! Com quem você pensa que está falando?

 

— Com a terceira pessoa mais importante de todo o Império Demoníaco.

 

Shelley fechou a cara e recuou mais um passo.

 

— Nosso mundo precisa de você. Nossa nação precisa de você. E... Seu irmão precisa de você.

 

Imediatamente ela arregalou os olhos de pavor, saiu correndo do camarim e advertia (gritando) ao Luka e Allyan.

 

— Vocês dois! Saiam daqui!

 

— Mas o que...

 

Imediatamente tentáculos surgiam do pequeno cômodo. Eles pareciam feitos de troncos de árvore e tinham espinhos em toda sua extensão. Os dois jovens se afastavam proporcionalmente ao avanço dos tentáculos. Alguns deles alcançaram Shelley, enroscando-se em uma de suas pernas e a erguendo, consequentemente deixando-a de cabeça para baixo.

 

— Shelley! – gritava Allyan.

 

Outros tentáculos a prenderam pela cintura e pelo pescoço. Apesar dos espinhos cravando em sua pele ela não gritava, era impressionante como ela não se mostrava histérica diante da situação. Com uma das mãos ela cravou as garras nos tentáculos que foram apodrecendo. Outros dois a amarraram pelos pulsos, então, em sincronia todos os tentáculos a jogaram contra a parede, ela inevitavelmente soltou um grito de dor.

 

— Filho de uma... – Luka estava furioso.

 

Ele pegou o piercing em sua orelha e o transformou em uma espada negra com um rubi no centro. Ele avançou contra os tentáculos e os cortou. Ouviu-se uma espécie de “grito” vindo deles. Como corvos agonizando em bando. Shelley caiu e Luka a pegou.

 

— Está muito machucada?

 

— Não. Acho que o infeliz fincou um espinho em minha coluna quando me bateu na parede... Tire para mim, Luka.

 

Luka procurou pelo espinho e tentou retirá-lo com cuidado. Ele sabia que qualquer machucado profundo não iria se curar rapidamente, pois ela estava em abstinência, fazia meses que não devorava uma alma. Ela estava com fome e fraca.

Shelley se levantou e olhou fixamente para o ser que andava, calmamente, em sua direção.

 

— Livie. Saia desse mundo.

 

A maquiadora apareceu. Parecia sair do meio daquela densa floresta de galhos.

 

— Se vier comigo...

 

— Quem te enviou?

 

— Não desconfia?

 

 Shelley se encolheu ao pensar que teria sido seu irmão. Em menos de dois segundos, um brilho vermelho surgiu do fundo da “floresta” e logo os tentáculos começaram a desaparecer, soltando aquele ruído ensurdecedor. Livie estava sorrindo malignamente enquanto observava Shelley. Os caçadores não conseguiam compreender o que estava acontecendo, nem mesmo Shelley.

 

— E agora, o que é isso? – resmungou Allyan.

 

— Seja bem vindo, meu mestre. – disse Livie ainda com aquele sorriso.

 

A expressão de Shelley transbordava pavor ao ouvir os passos que saiam da luz em direção a eles. Luka que estava de pé, a uns 10 centímetros de distância de Shelley, pode ver que ela tremia. Da luz, saiu um jovem alto, com os mesmos olhos e mesma cor de cabelo que Shelley, só que mais curtos. Porém, tinha uma expressão serena e altiva, enquanto direcionava seus olhos incrivelmente desejosos a sua cópia feminina.

 

— Há quanto tempo, irmãzinha.

 

— Irmã?? – Luka e Allyan indagaram em uníssono.

 

— V-Vinny... – a voz de Shelley saía trêmula.

 

— Livie, seus serviços não são mais necessários.

 

— Então, com licença. – Livie foi caminhando para trás e sumindo em uma escuridão de aparecimento inexplicável.

 

— Minha querida irmã. Podemos conversar?

 

Luka se aproximou ainda mais de Shelley entrando na frente dela e com a espada preparada em mãos.

 

— A sós... – o complemento da frase de Vinny saiu com um tom assustador.

 

Shelley colocou a mão trêmula sobre o ombro de Luka e pediu que fossem para casa antes dela.

 

— Mas...

 

— Esperem por mim...

 

Ela aproximou a boca da orelha de Luka e sussurrou o complemento da frase.

 

— Por favor... Esperem.

 

— Como você quiser.

 

Luka respondeu obediente, pegando a pequena e delicada mão que repousava sobre seu ombro. Ele recrutou Allyan e os dois saíram do estúdio, deixando apenas os irmãos na agência. Shelley mantinha os olhos fixos em Vinny, porém seus olhares tinham significados diferentes. Shelley mostrava olhos receosos tentando se parecerem fortes, enquanto Vinny tinha olhos desejosos e cheios de confiança.

 

— Quantas saudades eu senti de você irmãzinha.

 

— Imagino.

 

— Sabe que é verdade. – ele deu um passo à frente e Shelley respondeu recuando a mesma distância.

 

Percebendo a atitude da loira, ele fechou a cara no mesmo instante. Shelley sentia o sangue congelando em suas veias ao ver o olhar que seu irmão acabara de lançar.

 

— Você... Ainda continua com essa besteira?

 

Shelley abaixou o olhar. Vinny logo estava de frente para ela, tocando seu rosto. Ela se assustou e virou o corpo em 90°, ela recuava o mesmo tanto que seu irmão avançava. Ela acabou encostando a uma parede, estava encurralada. Vinny apoiou uma das mãos à parede, concentrando o olhar de Shelley nele. Ela desviou o olhar, mas ele não iria desistir. Ele tocou seu queixo e ergueu seu rosto, aproximando seus lábios e mantendo os olhos em contato hipnótico com os dela.

 

— Quando você pretende acabar com essa idiotice e se tornar minha? – suas feições eram sérias.

 

— Já disse mil vezes que você deve desistir dessa ideia. Somos irmão afinal...

 

— Em nossa espécie, irmãos se casam para manter a pureza do sangue. Não estamos cometendo nenhum crime, minha linda Shelley.

 

— Eu não penso assim.

 

— Por que me evita tanto?

 

— Por quê?! Porque você... – a voz de Shelley se alterou nesse instante, mas logo recuou se arrependendo do que iria falar.

 

— Porque eu faço coisas horríveis com você? – Vinny havia entendido o recado.

 

Ela ergueu e jogou a perna direita, na tentativa de lhe dar uma rasteira. Ele desviou rapidamente, pegando em seu pulso esquerdo e torcendo seu braço para trás das costas dela. Fez o mesmo com o braço direito, prendendo os dois com uma das mãos, enquanto a outra puxava Shelley pelos cabelos, arqueando o corpo para trás. Ele aproximou sua boca da orelha dela e mordeu com força.

 

— Ah!! Maldito!

 

— Ora, Shelley. Você é garota de gritar tão facilmente. – ele observava a orelha sangrando.

 

— É por isso, que nunca iremos nos dar bem.

 

— Você acha? – ele sorriu diabolicamente.

 

Virou o corpo de Shelley com rompante e a segurou pela nuca, em seguida a beijou violentamente. Shelley tentava se soltar, mas não conseguia. Demônios eram bem mais fortes que humanos, mas entre os demônios, os homens tinham muito mais força. Não conseguindo se soltar, ela cravou as garras nos braços dele. Ele parou o beijou e abriu ainda mais o sorriso demoníaco.

 

— Ora, ora, Shel. Você já quer pular para essa parte?

 

Os músculos de Shelley se contraíram neste momento. Vinny viu que ela já não estava vestindo muita roupa, ele pensava em como iria castigá-la.

 

— Tire essa calça, irmãzinha.

 

— Você ficou louco! Pare com isso! Sabe o que dirão se...

 

— Shh! Calma, calma. Infelizmente, o irmão não pode violar a irmã antes do casamento. Gezz! Regra idiota! MAS... Não quer dizer que eu não possa me divertir de outras maneiras...

 

Shelley estava em pânico por dentro, mas sua expressão era de ódio. Ela odiava o irmão e isso parecia excitá-lo mais e mais.

 

— Faça o que eu mandei, Shelley.

 

Ela tirou a calça jeans e ficou apenas de lingerie. Ele sorriu.

 

— Tudo isso é medo? Parece que você se lembra muito bem da nossa última brincadeira.

 

Ela se lembrava, perfeitamente bem. Tinha os detalhes de cada cena em mente. O terror que foi antes, durante e depois do momento. O terror que foi se recuperar dos ferimentos causados pelo próprio irmão e suposto / futuro marido.

 

— Bom, que brinquedos devo usar dessa vez? – ele dizia sorrindo.

 

Shelley se encolhia enquanto as mãos de Vinny percorriam todo seu corpo de maneira assustadora. Ele não a tocava por prazer apenas, seus dedos pareciam apreciar, analisar e aprovar cada centímetro percorrido. Uma perícia detalhada no formato dos seios, descendo com uma das mãos pela fina cintura enquanto a outra subia e delineava o rosto e os lábios dela. Uma das mãos alisava suas pernas, subindo pelos quadris. Shelley se contraia e arrepiava, não de prazer, mas de horror.

 

— Diga Shel... Por que você, mesmo não querendo, suporta meus toques? Dê uma boa resposta, linda.

 

— Porque você vai me castigar, de maneira pior, se eu contrariar sua vontade. – ela respondia obediente.

 

— E-xa-ta-men-te.

 

Mas ele não queria uma irmã obediente. Nesse instante, a mão de Vinny subiu por onde não deveria e tocou o sexo de Shelley. Ela deu um salto inesperado e, surpreendentemente, se revoltou. Ela o agarrou pelos braços e tentou arrancá-lo dela. Ele cravou as garras nos braços dela, assim ela iria se machucar. Ela não se importava, ela o “desgrudou” de seu corpo, as garras deles ainda cravadas, rasgaram seus braços quando ela o empurrou. Ela deu um grito de dor e se encostou à parede, cobriu os braços com as mãos e escorregou parede a baixo, tremendo de dor. Vinny observou e deu um assovio.

 

— Acho que isso vai ter causar problemas por alguns dias.

 

Ela estava cabisbaixa, a dor era lancinante, ela não tinha forças nem para respirar. Vinny se livrou dos pedaços de carne que estavam presos em seus dedos e, pegando um punhal, se agachou em frente a ela.

 

— Isso está muito feio, irmãzinha. Vamos tentar melhorar isso.

 

Vinny começou a desenhar nos braços dela com o punhal. Verdadeiras tatuagens de sangue surgiam no que sobrou dos braços da loira.

 

— Bem melhor agora. – ele dizia, sinicamente, após terminar de torturá-la.

 

— Vinny...

 

— Sim, Shel.

 

— Poderia morrer e me deixar em paz? – ela murmurava com um tom doloroso.

 

— Que pena que você deseja isso... – ele a derrubou no chão. – Vou desenhar um pouco mais em você.

 

Voltou a desenhar com o punhal, só que agora o desenho se alastrou para as costas e barriga. Ele fazia cortes superficiais, o suficiente para não dilacerá-la, e profundos o suficiente para que sangrasse consideravelmente. Shelley já estava paralisada, de tanta dor e desespero.

Depois, de mais uma sessão, ele se levantou e olhou sua obra prima. Sua irmã, o alvo de seu desejo, completamente marcada por ele.

 

— Você ficou linda, minha querida irmã. Ah! Não se preocupe. Vou te deixa em casa, antes de ir embora.

 

Ele vestiu a calça nela e a pegou no colo, vendo as gotas de sangue caírem e de maneira, digamos mágica, já estava em frente à porta da casa dos jovens fotógrafos. Ele a colocou delicadamente no chão.

 

— Até mais, Shel. Foi maravilhoso rever você. – e novamente desapareceu.

 

Shel mal conseguia respirar, falar, muito menos se mover. Mas ela fez um esforço e ergueu o corpo. Arrastou-se um pouco mais até a porta, estendeu o braço e conseguiu tocar a campainha (cujo volume era consideravelmente alto). Ela se apoiou à parede e, sentindo os cortes se abrirem em contato com a cerâmica, grunhiu um pouco.


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Notas finais do capítulo

Eu parecia uma louca escrevendo esse capitulo huhuhuhuhu >.