Alguns dias se passaram. Allyan e Karin sempre iam até a biblioteca e voltavam cheios de livros. Karin estava realmente interessada em aprender. Ela passava o dia inteiro lendo e pesquisando. Allyan a ajudava no que podia, comprando ingredientes necessários, trazendo mais livros. Os dois estavam realmente trabalhando enquanto Luka mostrava não estar nenhum pouco preocupado.

Do outro lado, Shelley tentava se acostumar novamente com o estilo de vida real, afinal se tornaria rainha em pouquíssimo tempo. Estava se dando, aparentemente, bem com Vinny. Ela simplesmente tentava não fazer nada de errado, mas eles não eram exatamente um casal feliz com o casamento em breve. Bom... Pelo menos, ela não era a noiva mais feliz do mundo.

[No Apartamento]

- Consegui! – disse Karin. – Podemos ir até o Submundo.

- Como?! – perguntou Vinny animado.

Luka parecia não se interessar, mas ouvia a tudo o que eles falavam.

- Lembra o que eu falei sobre a biblioteca estar na barreira que separa os mundos?

- Sim.

- Então, a passagem está lá.

- Como funciona exatamente?

- Encontramos a passagem, usamos nossos artefatos e abrimos um portal. Atravessamos e pronto.

- Mas e a questão do sacrifício?

- É só que precisamos pingar umas gostas de sangue sobre as pedras de nossos artefatos, só isso.

- Que coisa simples. Simples demais até...

- Bom, o problema vem depois.

- Mas hein?

- Como eu falei, a linha que separa os mundos é um ambiente muito difícil de viver. É possível que a gente não consiga passar dessa linha ou, se conseguirmos passar, podemos chegar mortos do outro lado.

- Como você é tranquila e natural, não é?

- O que foi? Eu disse algo errado?

- Não, absolutamente.

- Precisa ter uma força de vontade muito grande ou ser um demônio muito poderoso.

- Como a Shelley passou, ela deve ser muita perigosa.

- Por que diz isso?

- Por que ela não teria nenhuma vontade de ir para o Submundo, então sobrou o poder como motivo.

- Ah. Às vezes, ela realmente quis ir.

Luka se levantou com uma cara de poucos amigos e caminhou até a porta, a abriu e chamou pelos dois.

- Vocês vêm ou não?

- Você vai com a gente?

Ele não respondeu, apenas seguiu em frente . Karin e Allyan foram atrás dele, com os livros necessários.

[Na Biblioteca]

Eles entraram na biblioteca e procuraram em cada canto a passagem para o Submundo. De repente, Allyan avistou entre os inúmeros quadros da biblioteca, um muito interessante. Era um homem ruivo. Cabelos iguais aos de Karin, com olhos verdes brilhantes, ao longe pareciam néon. Ele se aproximou do quadro e comparou as feições com as de Karin.

- Ahn... Karin. Não sei porque, mas acho que esse cara do quadro é muito parecido com você.

- Co-comigo?!

Luka e Karin se aproximaram curiosos.

- Eu o conheço. Ele é meu tio. E provavelmente... o tio que se envolveu com minha mãe...

- Como é? – perguntou Luka.

- Eu não sou filha do Rei Demônio. Minha mãe teve um caso com meu tio... Esse tio do quadro.

Karin deu mais uma boa olhada e viu que os olhos no quadro brilhavam. Ela se aproximou mais e percebeu que eram esmeraldas cravadas ali. Eram iguais às esmeraldas que ela tinha em seu colar.

- É aqui... Esse é o portal.

Karin abriu os livros e procurou os passos do ritual.

- Luka, corte sua mão.

- Está bem. – fez um corte em sua mão com as garras que já haviam se desenvolvido nele. – E agora?

- Pinte as esmeraldas com seu sangue, pensando na pessoa que você quer encontrar, no caso Shelley.

Ele fez exatamente o que ela mandou.

- Agora faça o mesmo com a pedra de seu artefato. – e assim ele fez.

Logo depois, um portal se abriu sobre o quadro, se esticando lentamente pela parede, aumentando de tamanho.

- Pode ir, Luka.

- Ok. Até mais tarde.

Luka desapareceu no portal.

- Vai deixar os dois a sós, primeiro? – perguntou Allyan.

Karin apenas assentiu com a cabeça.