Como Tudo Começou: a História de Edward escrita por Morgana


Capítulo 4
Capítulo 3




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Capítulo 3

                                               Meus seios estavam doloridos. A contagem atrasada. Mirei minha mãe esperando que ela confirmasse o que eu já sabia.

                           

                            Suspirei e segureio pingente em forma de coração feito de diamante puroque Edward me dera. Ele ficou lindo em meu pescoço. A aliança parecia pesar quilos em meus dedos, agora.

                            Minha mãe parou de andar de um lado a outro e sentou-se ao meu lado, segurando minhas mãos. Seus olhos estavam marejados.

                           

                            “Minha bebê vai ter um bebê! Que maravilha!” eu sorri amarelo e olhei para baixo.

                           

                            “Como vou contar pra ele?”

                           

                            “Oh, querida, não precisa se preocupar comisso! Ele vai saber de um jeito ou de outro.”

                            “Hmmm.”

Ela me olhou profundamente.

                            “Do que você tem medo?”

Eu respirei com mais força, acariciando meu estômago.

                            “Da reação de Edward, eu acho.”

                            “Ignore-a, se for ruim. Ele quer um filho, no final das contas, mas se ele não gostar da notícia, o que fazer, não é?!”

                            “Abortar?” minha voz falhou.

                            “Não! É pecado! Logo você, Elisabeth, criada sob o teto de uma família extremamente católica... não acredito que...”

                            “Mãe...”

                           

                            “Não! Se mais alguém ouvi-la falar assim vai pensar que é herege. Cale-se e agüente as conseqüências”

                           

                            “A senhora fala como se o filho de Edward fosse algo ruim.”

                           

                            “Por que está tão preocupada, Elisabeth, minha filha?” seu olhar desconfiado foi demais. Eu comecei a chorar.

                            “Mãe, Edward disse que não queria filhos agora, que queria curtir enquanto ainda era jovem, mas não deu certo, acabou que... que...”

                            “Vocês terão seu herdeiro.” Ela falou com simplicidade.

                            “É.” Eu respirei fundo e sorri. “Eu acho que vou pra casa, mãe, tenho que escolher o jantar, ainda.” E apliquei-lhe um beijo estalado na testa. Ela sorriu e beijou minha mão.

                            “Cuidado”

                            “Tá.” E saí para o inverno de Chicago.

Eu me sentia um completo idiota enquanto andava pelas ruas, já tarde da noite. Por que estava me demorando tanto para ir pra casa? Não era justo com Elisabeth que eu me atrasasse desse jeito, tão propositadamente. A sensação de que algo ia acontecer não ajudava a espantar esse meu sentimento.Suspirei e dobrei numa rua que me ajudaria a chegar a casa. O jantar que eu não havia comido deveria estar frio na mesa posta. Mordi o lábio. Ela ia me matar.

Abri a porta devagar. Passava das nove e a casa estava escura, exceto pelo abajur na sala de estar. Lá, sentada numa cadeira de balanço e vestida com seu pijama, Elisabeth cantarolava sem ritmo em sua voz de querubim e tricotava. Eu deixei a maleta em uma cadeira e me aproximei dela.

“Lis?” ela me olhou. Seus olhos cor de esmeralda me deixaram ofuscados por segundos.

“Você perdeu o jantar, querido.” E voltou a tricotar.

“Desculpe.” E me abaixei sobre meus joelhos, encarando seus pés. Estava temeroso pela fúria.

“Se estiver com fome, tem sobra no fogão.” Sua voz era fria, mas eu pude sentir que tinha mais coisa.

“Lis, o que aconteceu? Como foi a visita à sua mãe?” a calma começava a se aplacar sobre mim. Isso era bom.

“Bem” a voz dela era só um fio, agora.

“Elisabeth Masen, o que você está me escondendo?” tentei fazer brincadeira, mas ela abaixou os olhos. Prendi a respiração. “Amor?” segurei as mãos dela, soltando-as das agulhas de tricô. “O que foi?”

Ela mordeu o lábio inferior e segurou minhas mãos com mais força. Vi quando prendeu a respiração. Ela fechou os olhos.

“Eu estou grávida, Edward.” Ela abriu os olhos e me fitou. Não sei bem como foi que eu não caí duro, morto de surpresa, mas quando me toquei, nossas bocas estavam coladas. Meu corpo estava entorpecido de felicidade. Eu a beijei com sofreguidão, sem assimilar o que estava fazendo. A única coisa que me importava agora é que eu seria pai.Pai. Meu coração palpitou mais forte. Eu me levantei e coloquei Elisabeth no colo, girando com ela pela sala. Sua risada doce encheu meus ouvidos.

“Pare!” ela disse, colocando a mão na boca algum tempo depois. Eu ri e a coloquei no chão. Ela sorriu e me beijou de leve. Segurei sua cintura e me ajoelhei para beijar seu ventre.

“Eu te amo!” disse para o ser que estava a caminho. Depois olhei para ela e repeti a frase, mas em seu ouvido. Ela me abraçou e nós ficamos assim por um tempo que me parecia infindável.

      


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