Capítulo 4

Parecia que estavam me rasgando ao meio. Eu sentia uma dor terrível, latejante, subir pela minha espinha. E a vontade de vomitar não ajudava.

“Só mais um pouco, Elisabeth”

Eu sabia que faltava pouco. Mas mesmo assim, era difícil de pensar com coerência quando você está sentindo mias dor do que pensou ser possível algum dia. Forcei um pouco mais.

Eu estava ofegante e cansada. Manteria, com certeza, minha decisão deste ser meu único filho. Não queria passar por isso de novo.

Um calor desceu pela minha espinha quase no mesmo momento que senti o bebê saindo de mim. Eu me deitei e respirei melhor enquanto minha mãe e Margareth apanhavam a criança que chorava escandalosamente. Eu olhei o amontoado de panos que minha mãe me estendia e peguei-o em meus braços agora fracos. Seus olhinhos fechados tinham um desenho tão familiar. As bochechas, os lábios: Perfeitos.

“Ele poderia ser irmão de Edward, querida” minha mãe disse, sentando-se ao meu lado e mexendo um pouco na fronha que o adornava.

Um calor diferente subiu por minha espinha. Era reconfortante. A vontade que eu tinha de proteger a criança em meus braços era quase sufocante. Eu trouxe meu filho mais para perto de mim, enquanto ele gemia baixinho. Eu sorri e afastei parte da camisola, colocando-o em meu seio para mamar. A felicidade em mim era anestesiante; sobrenatural. Eu fiquei admirando meu pequeno Edward; completamente deslocada do mundo exterior. Edward. Acho que colocar-lhe o nome do pai não seria má idéia.

Seu nome seria Edward Anthony. Edward por ser o homem que eu sempre amei.

Anthony porque...bem, eu sempre quis que meu filho se chamasse Anthony.

 Ele era, junto com seu pai, a partir de agora, a razão de minha existência.

A porta foi aberta e duas pessoas entraram, mas eu não ligava. Edward estava tranqüilo em meu colo, com seus olhinhos ainda fechados e rosto calmo. Eu estava sorrindo como uma idiota, mas não havia porque parar. Eu estava feliz.

 Uma das pessoas que entrou sentou-se ao meu lado e me abraçou. Pelo cheiro, só podia ser uma pessoa: Edward. Sorri mais, murmurando:

“Ele não é lindo, amor?”

“Sim.” E sai voz tornou-se séria. “Está completamente saudável?” ele mirou outra pessoa. Quando levantei meu rosto, pude ver o Dr.Sullivan fitando meu bebê. Ele estendeu seus braços fortes e musculosos para mim e eu me virei, contorcendo meu tórax para proteger Edward.

“Eu só vou examiná-lo.” Ele pareceu falar mais para si mesmo. Olhei profundamente em seus olhos azuis antes de entregar meu bebê a ele.

Cinco minutos depois de ver meu filho de cima a baixo –literalmente- ele responde a pergunta de Edward.

“Sua senhora é forte. Assim como o menino e, aparentemente, o senhor.” A fúria de Edward ficou na beirada depois de Sullivan dizer isso.

“Vamos, Doutor, eu o acompanho até a porta.” Minha mãe o empurrou para fora do quarto e eu mirei meu esposo por segundos.

“Esse idiota pensa que eu vou te deixar.”

“Como?” murmurei.

“Você sabe...o fato de termos sido prometidos... Bem, Arnold é apaixonado por você também. Mas é pior, já que ele aparentemente gosta de me irritar.” Edward cuspiu as palavras e depois sorriu e abraçou-me. “Mas nós vamos ficar juntos para sempre...”

Eu sorri e o abracei de volta, beijando seus lábios finos com carinho. Acho que esqueci o mundo.