Escola Naval Americana escrita por jubilacs


Capítulo 1
Apresentaçoes.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...

Reviews?


Bjo



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Meu nome é Tom Kaulitz. Minha vida é bem complexa, mas eu a levo bem( bem mal é claro). Trabalho na construção de navios, e sou ajudado pelo meu irmão Bill. Meu chefe é meu próprio pai, que supervisiona o rendimento semanal do nosso trabalho. Simples certo?! Errado. Pode até parecer fácil, mas eu que tenho essa vidinha desde quando minha mãe morreu, aos meus 13 anos, já não a suporto mais.

 

 Hoje tenho 22 anos, e as lembranças de minha mãe, ainda vagam pela minha mente. Nos tínhamos um pequeno barco, e com ele, eu, Bill e minha mãe atravessamos o grande lago se separava o píer onde os navios em construção ficavam e a Escola Naval. Ficávamos horas sentados lá. Ela se chamava Vivian, tinha cabelos ruivos que caiam em trança nas costas. Era quase translúcida de tão branca sua pele. Os grandes olhos varriam a água parada. Uma mulher com conteúdo, ela poderia falar sobre qualquer assunto com qualquer pessoa.

 

 Ela era fissurada na Escola Naval. Lembro-me que ela dizia que os homens treinados lá honravam toda uma pátria. Protegiam gente de todo tipo e seriam lembrados para toda a eternidade pela bravura que tinham em seu coração. Sempre tive medo de um dia ir para aquele lugar, porque apesar de todas essas coisas boas que ela falava, havia a parte ruim também. Ouvira historias de homens que perderam a vida num simples treino cotidiano,de quão exigente que era a vida para os que aceitavam o desafio.

 

Um dia aquela mulher tão saudável, teve um derrame e caiu de cama. Nunca descobrimos o real motivo, e os médicos apenas falaram que era a velhice quando num sono profundo, nunca mais acordou para dizer que amava os filhos.

 

Apartir daí, eu e Bill começamos no ramo que estamos até hoje para sustentar a casa. O que faço não me trás prazer, construo navios para os homens que tanto temo, aqueles que estao tão próximos, apenas o que nos separa é um lago. Isso mesmo. Faço navios para servir a Escola Naval Americana. Suo todo santo dia, assim como meu irmão, para nunca um General ou coisa do gênero, reconhecer nosso trabalho. É tão injusto que me irrita. Para não quebrar a cara de alguém a qualquer momento, desde quando tinha 17 anos luto Boxe. Meu pai que me descobriu. É até irônico, mas descobri que tinha talento quando  eu desferi um um soco em seu rosto.

 

 

[Flashback Onn]

 

 

Era final de tarde quando meu pai entrou no navio, onde eu e Bill estávamos lixando umas peças.

 

- Ei garotos.

 

Tiramos o protetor facial e o encaramos sem muito entusiasmo.

 

- Ei pai. – dissemos em coral.

 

- Vocês estão liberados por hoje.

 

-Já? – Bill disse levantando uma sobrancelha, como sempre fazia.

- É. O trabalho aqui esta adiantado, hoje é sexta-feira, eu estou de bom humor e não seria idiota de recusar essa proposta sabendo que ela nunca vai acontecer de novo!

 

 Eu e Bill nos entreolhamos, mas por fim largamos as lixadeiras onde estavam e fomos logo pegar nossas coisas nos armários. Saímos ambos com as bolsas nas costas, conversando alegremente sobre o raro bom humor de nosso pai. O encontramos numa rodinha, cochichando com uns velhos empregados, que já haviam se aposentado a tempos, pelo o que me lembrava. Nos aproximamos, entrando na rodinha. A conversa cessou, e percebi que assunto bom não era, para ter parado com a nossa presença.

 

Olhei para todos os sorrisos maliciosos, como planejando algo maligno cerrei meus olhos também.

 

- Pai, o senhor não vem conosco?

 

- Errr.... – olhou para todos os homens no grupo e recendo uma cotuvelada encorajadora disse:

 

- Eu vou depois, porque eu tenho...Tenho...Umas coisas para fazer. Podem ir e não me esperem. Talvez eu volte tarde.

 

Okay, meu pai não sabia mentir. Mas ele era homem o suficiente para saber das suas responsabilidades e não acabar morto numa noite de bebedeira e briga com os colegas. Ou pelo menos eu esperava que fosse. Para o bem dos seus dois filhos, era melhor ele ser.

 

Um nó cresceu em minha garganta, já imaginando o estado em que ele voltaria pra casa.

 

- Ta. Só...Me promete uma coisa?

 

-Claro filho.

 

- Não se mata por ai, nas suas más companhias. Okay?

 

De canto de olho pude ver, alguns mudando de posição, desconfortáveis ao ouvirem a verdade. Meu pai soltou uma risada sem humor e deu tapinhas em meu ombro.

 

- E alguma vez eu fiz isso?! – Bobalhões riram como crianças estúpidas, da piadinha sem graça. Mas eu e Bill apenas demos as costas e começamos a caminhar para casa, ainda sentindo murmúrios e olhares em nossa breve ausência.

 

Nunca tive talento na cozinha, então Bill cuidou do jantar. Nos sentamos a mesa, já de banho tomado e comemos em silencio o apetitoso macarrão com creme de leite que meu irmãozinho havia feito. Que orgulho! Pelo menos ele não passaria fome, se precisasse um dia cozinhar, nem morreria de intoxicação alimentar, afinal esse seria com certeza o meu destino!!! Agora sem brincadeira, eu sou um desastre na cozinha, não devo saber nem cozinhar Miojo...Se é que Miojo se cozinha! Ah sei La! Essa parte eu deixo com Billy mesmo.

 

Puis em um filme de suspense leve e adormecemos na sala. Acordamos assustados com um barulho atrás do sofá onde eu estava. Bill acendeu as luzes , e eu pensando que fosse um ladrão, me surpreendi ao ver Benjamin (meu pai) caído no chão.

 

- Droga pai!!! – Bill falou cerrando o pulso sobre a parede.

 

Não era a primeira vez que ele voltava pra casa bêbado. Bill era traumatizado por isso. Um dia ele voltara nas mesmas condições e Billy acabou levando uma surra de cinto ao chama-lo de “ Bêbado vagabundo”. O gemeo sentou na poltrona pondo a cabeça entre as mãos, ganhando um interesse súbito pelos próprios pés.

 

Me forcei a levantar ainda sonolento. Tropeçando em meus pés, andei ate a criatura estendida no carpete. Passei meus braços embaixo das suas axilas e o deitei no sofá.

 

- Pai?

 

- Hm? – gemeu ao se sentar.

 

- Você quer alguma coisa?

 

- Eu... Quero me, me explicar.

 

 Bill bufou e passou as mãos no cabelo, bagunçando-o. Sem pensar duas vezes antes de falar, pronunciou sarcástico com uma voz rouca:

 

- É a primeira vez que vejo um bêbado querendo se explicar!

 

Pensei que Bill receberia mais uma surra, e até me interpus no caminho dos dois, mas não foi necessário.

 

- Olhem garotos... A culpa não é minha. – NAO! MAGINA, A CULPA É MINHA!- Foi, foi...Aquela desgraçada. Maldita.

 

- Quem pai?

 

- A mãe de vocês.

 

- Que? – falamos juntos. O que tinha a ver?! Agora eu tinha certeza absoluta que ele estava chapado.

 

- Ela nos abandonou! Vocês não vêem?! A CULPA É DELA! Aquela... VAGABUNDA!

 

Nunca fui de responder meu pai, nem faltar com o respeito. Nunca tive coragem o suficiente. Mas agora era demais. Demais pro momento. Demais para o que eu e meu irmão já tínhamos passado. Demais pra toda a dor que senti no meu coração quando sem dar explicações minha mãe mergulhou num sono profundo. Demais pra quem não tinha noção das besteiras que estava falando.

 

- O senhor não toque no nome dela. E que fique bem claro, que se você esta na situação que esta, a culpa é de si mesmo.

- Opa! Calma muleque. Essa casa é minha, eu te sustento então olha o jeito que você fala comigo. Quem você pensa que é pra levantar a voz debaixo do meu teto?! – Falou se levantando para me encarar. Um calafrio percorreu minha espinha. Já era hora de alguém falar algumas verdades. Era hora de mostrar que outras pessoas também tem sentimentos.

 

- Quem eu penso que sou? Se você ainda não sabe, se você ainda não percebeu apesar de todos os anos que vivi debaixo do seu TETO. – falei imitando sua voz- Eu sou a pessoa que sente dor igual a você! Você pensa que eu não sofri, quando mamãe morreu?! Pensa que eu não gostaria de te-la viva agora?! Pensa que não passei dias chorando, implorando para que seu cadáver tomasse vida e me ajudasse a superar cada obstáculo?! Eu tive de aprender a me virar sozinho. Porque você nunca fez seu papel de pai. Fui tolo de imaginar que um dia sequer você faria papel dos dois!

 

 Ele apenas ouvia, minhas palavras duras. Já estava gritando quando as primeiras lagrimas rolaram pelo meu rosto, mas apesar disso continuei o sermão, que ele nunca levara de seus pais e agora independente do que acontecesse depois, estava levando de seu próprio filho.

 

- Sempre bêbado!  Falando coisas sem nexo, ferindo os sentimentos dos outros por pura diversão. Minha vida nunca foi igual a dos outros garotos. Porque os outros garotos, recebiam a ajuda do pai. Recebiam atenção e carinho. Eu não. Nunca recebi. Não recebo, e de agora em diante não me esforçarei para receber. Porque você não vale a pena. Você não vale a pena o meu esforço, o meu amor, minha atenção, carinho , meu empenho. Eu não vou perder tempo, com coisas e pessoas que nunca iram mudar. Porque não vale a pena! Nunca valeu, nem vai valer!

 

Terminei o discurso procurando por fôlego. Mal tive tempo e recebi um tapa ardido na cara. Meu pai agora, tinha o olhar severo. A mao ainda estendida, no gesto. Eu não tinha reunido coragem pra dar uma lição nele e agora apanhar e ainda ficar quieto. Não mesmo!

 

Revidei com um soco. Com força inacreditável cai entre nós. Ele apagou. Caiu duro para trás. OMG! Ele não havia morrido, mas tinha desmaiado com um soco meu!

 

- Ow! – foi o que consegui disser.

 

Bill começou a gargalhar feito aqueles bebes fofos. Ambos, havíamos esperado muito tempo por isso.

 

O deixamos no sofá, onde havia perdido a consciência, e fomos dormir no quarto depois de muitas risadas abafadas, a lembrar da cena absurdamente ridícula.

 

[ Flashback Off ]

 

 

 


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