EDWARD'S PDV

A ida até a praia foi horrível. Não pegava nenhuma rádio que prestasse. Minha mãe havia esquecido os CDs bons. Charlie roncava. Esme era péssima motorista e Bella não parava de me chutar.

É, por que eu descobri uma coisa interessante sobre Bella hoje: ela chuta dormindo!

Era compreesível que ela estivesse dormindo, afinal, nem tivera tempo de fazê-lo antes de sair, mas ela tinha que ficar me chutando?

Claro que ela estava inconsciente, mas ainda assim. Só colaborava para o meu mal-humor que ela já conhecia tão bem.

Chegamos (finalmente!) naquela praia fria principalmente por que estávamos no inverno, por que Esme e Charlie queriam vir à praia? Deus sabe!

Mas eles queriam e eu tinha que ser levado junto, como um escravo.

Charlie e Esme tentaram acordar Bella, mas ela virava o rosto e resmungava, se tornando então um ser impossível de acordar.

De qualquer forma, eu fui obrigado a carregar Bella até o hotel. Ela não era pesada, mas por que eu tinha que carregá-la?

Bem, não importa.

Pelo menos eu havia trago o computador, já que não tinha nada pra fazer mesmo.

RELATO 2: O Charlie ronca muito. Tipo, chegamos aqui 5 horas atrás, eu estava acabado, mas ainda não conseguia dormir.

O lugar era como uma pousada qualquer igual às que eu sempre fiquei. Confortáveis, mas nada demais. Barulho de grilos e crianças. Minha mãe sempre achava que o Jason estava com uma serra elétrica bem no quarto ao lado.

O de sempre. A não ser, é claro, que dessa vez também há o irritante barulho de Charlie roncando.

O quarto era simples: grande, uma cama de casal e um (duro e desconfortável) beliche. Um banheiro pequeno, uma varandinha com rede...

E grilos, e crianças, e Charlie roncando..!

Eu estava na cama de baixo de beliche, o que eu detestava, mas "repentinamente" Bella acordou quando chegamos e praticamnete voou para a cama de cima.

Ela quase quebrou minha mão quando tentei tirá-la de lá.

Em outras palavras: estava quase impossível ficar naquele lugar.

BELLA'S PDV

O Edward achava mesmo que ia poder ficar no lugar mais legal? Tipo, quer dizer, não tem quem prefira a beliche de baixo!

Ouvi um choro, parecia uma cachorro.

Me lembrava o Cheetos. Senti um calafrio. Será que eu estava ficando louca?

- Auhhhh...- ouvi novamente aquele choro estranho de cachorro.

Inquieta e pouco assutada, me levantei para ver o que era.

Parecia que vinha lá de fora.

Fui andando silenciosamente pelo quarto escuro, tomando cuidado para não acordar ninguém e abri a porta, me deparando com nada além da escuridão da noite.

Ouvi novamente o choro. Agora parecia vir de trás de mim.

É, eu estava louca, com certeza.

Me virei e tomei um susto.

Não, eu não estava ficando louca. Realmente havia uma pequeno cachorrinho ali (muito parecido com o Cheetos, aliás), que provavelmente se aproveitara para entrar assim que abri a porta, sem deixar que eu o visse antes.

- Ah, não, cachorrinho fofo, não. -sussurrei um pouco tarde demais até ele pular em Edward e começar a lambê-lo.

Como o Cheetos fizera.

O peguei e coloquei de volta no chão, antes que ele acordasse Edward.

- De onde você veio, amiguinho?- perguntei, sentando no chão e o segurando no colo.

Ele chorou mais.

Ele lembrava muito o Cheetos. Até demais na verdade.

- Mas o que..?- ouvi Edward dizer e quase ter um ataque ao ver Chee... Quer dizer, aquele cachorro. -Mas como ele..? Eu pensei que ele tinha...

- Shhh, não é Cheetos, calma!- olhei novamente para o cachorrinho.- E mesmo que ele estivesse... bem, como você acha que ele apareceria aqui? Tão longe de Nova York? Ou pelo menos, longe para um cachorro.

- É verdade. Mas eles são tão parecidos. Inclusive, o tal "Cheetos" -ele fez cara feia ao falar o nome- tinha a mesma mancha preta em cima do olho esquerdo.

- Podem ser da mesma raça.

- Cheetos não tinha raça!

- Como pode ter tanta certeza?- encarei-o. - E isso me faz lembrar: como você se lembra da mancha preta do Cheetos bem em cima do olho esquerdo?

- Ele lambeu a minha cara, eu vi bem o rosto dele.- Edward fez cara feia de novo. -Não foi nada legal. Por que você deixou esse cachorro entrar?!

- Eu não deixei! Ele entrou sem eu ver. Mas, se quer saber: eu o teria deixado entrar mesmo se o visse primeiro!

- Me conte alguma coisa que eu não saiba.- ele revirou os olhos.

O cachorro chorou mais e voltei a olhar para ele.

- Ai meu Deus, o que eu faço? Ele parece machucado.

- Não é da minha conta. -Edward respondeu, antipático como de costume. Olhei-o, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele completou: -E quer saber? Não é da sua conta também. Só o coloque longe daqui para não fazer barulho, ele vai embora sozinho.

Ele deitou novamente e se virou para a parede, me dando as costas.

- Ótimo, não quer ajudar, não ajude. Eu não vou simplesmente jogá-lo lá fora. Ele também é um ser vivo, sabia? Eu amo animais.

-É, acho que você já deixou isso bem claro.

Irritada, joguei (cuidadosamente para não machucar o Cheetos 2) o cachorro em cima dele.

No mesmo instante o... eu não posso continuar chamando-o de "esse cachorro", que tal... Fandangos?

No mesmo instante Fandangos começeu a lamber o rosto de Edward, o que, é claro, o irritou muito.

-Você ficou maluca?!

Apenas sorri falsamente, lhe mostrei o dedo do meio, dei um "boa noite" e subi novamente para a beliche de cima, com Fandangos nos braços.

De manhã, Fandangos não queria descer de jeito nenhum.

Charlie e Esme já haviam descido à sala principal da pousada para tomar café, Edward estava no banheiro fazia duas horas, e eu ainda não havia conseguido fazer Fandangos descer do beliche.

- Ah, poxa, cachorrinho, vamos, eu ainda tenho que trocar de roupa.- implorei.-Isso, é claro, se -aumentei o tom de voz para "gritando"- ALGUÉM LIBERAR O BANHEIRO!

- Pode usar.- a voz de Edward disse atrás de mim.

Gritei e ele começou a rir.

- Qual é o seu problema?!- praticamente berrei.-Pensei que vocês estava no banheiro!

- E eu estava. Há 5 minutos atrás.

Suspirei.

-Ótimo, então me ajude a tirar Fandangos do beliche.

-Quem?

Não pude evitar sorrir. Essa fora exatamente a reação dele quando me ouviu falar de Cheetos pela primeira vez.

Ele também se tocou que era exatamente a mesma pergunta e feita exatamente da mesma forma e sorriu também.

OK, aí o clima ficou estranho.

- Hã-hã...- engasguei.

- Ah, sim, claro. Eu imagino quem seja "Fandangos". Você adora nome de salgadinho, não é?

Corei e revirei os olhos.

- Cale a boca e tire logo o cachorro daí.

- O que tem de tão difícil em tirar um...- ele falava enquanto estendia a mãe para pegar o Fandangos. Mas então ele avançou em Edward. -Entendi.- ele disse antes que acabasse a pergunta.

- A forma como você ia pegá-lo ia machucá-lo!

- Nem deu tempo de ver a "forma como eu ia pegá-lo"!- protestou.

- Deu sim!

Ele bufou.

- Escuta, Swan, vai tomar banho, trocar de roupa, ou sei lá o que, enquanto eu tiro o Doritos daqui. Vou estar lá embaixo com Charlie e Esme, depois você desce, ok?

- Doritos?

- Vá logo!

- Tá, tá, ok.