A Garota Stress escrita por Alice_Alice


Capítulo 1
Restaurante Chique


Notas iniciais do capítulo

Tá aí o primeiro capitulo da história.
Boa leitura.



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Observei as pessoas que corriam da chuva pela janela do carro, e revirei os olhos.

Pessoas medrosas. Onde já se viu? Ter medo de chuva! Bah!

Bom, mas tinha uma garota que tinha feito chapinha. Dava para perceber que seu cabelo não era liso daquela forma naturalmente. Ela segurava seu casaco acima da cabeça enquanto corria para um lugar coberto –como as outras pessoas- e se atrapalhava no salto-alto.

Suspirei, desanimado. A garota não era sequer bonita. Pelo menos tentava ser.

- Desfaz essa cara.- disse minha mãe, Esme.

- Desfazer? Como?- perguntei, incrédulo.- Não acredito que vai se casar com Charlie.

- Charlie é um homem muito legal. Pensei que gostasse dele.

Sim, Charlie não era chato, mas...

- O problema não é esse.

O sinal fechou, o Audi de minha mãe parou.

Ela me olhou, cautelosa.

- Então qual é o problema, querido?- perguntou.

- É a filha dele.

Sim, minha mãe, Esme Cullen, ia se casar com Charlie Swam. Pai da garota mais bizarra e mal-humorada que já conheci. Isabella Swam.

Ela é do meu colégio, entrou lá há três anos, quando se mudou para cá, NY. Foi nessa mesma época que minha mãe e seu pai começaram a namorar.

Ela, porém, não foi nem um pouco com a minha cara.

Não me pergunte. Eu também não sei o quê foi que lhe fiz. Ela apenas me odiava, sem eu ter feito nada ruim com ela –não que eu não pretendesse, ou não fosse pretender futuramente-, ela simplesmente olhou para minha cara e disse “Eu te odeio!” e como eu odeio quem me odeia...

Mas, enfim, não dava para acreditar que ela seria minha irmã.

- O quê tem a Bella?- perguntou minha mãe.- Ela é uma garota tão adorável.

HAHA! Essa é boa!

Isabella Swam? Adorável? Ás vezes minha mãe viaja legal.

Resolvi não discutir mais.

Eu preferia ficar olhando a menina feia fugindo da chuva do que discutir com minha mãe. Essas discussões nunca chegavam á lugar algum mesmo.

- Que seja...- eu disse, com voz de quem está pondo um fim no assunto.

Ela suspirou.

O sinal abriu, Esme pôs o carro em movimento.

O resto do caminho foi assim, silencioso, mas só dentro do carro, é claro. Estamos em New York, a cidade que nunca dorme.

Eu preferia ter ficado em casa do que estar rumo á casa dos Swam, para um jantar.

Um jantar indesejado por mim e pela Isabella, imagino.

Até que chegamos a humilde residência dos Swam.

Havíamos chegado cedo, pois hoje era nosso dia de rodízio. Minha mãe esqueceu de avisar Charlie, mas tinha a chave da casa.

Ótimo, pensei. Vou ter que ficar esperando por um jantar que eu sequer queria vir.

Quando entramos, a TV estava ligada na sala, mas não tinha ninguém assistindo.

Minha mãe quis ficar por lá mesmo, já que estava passando Doutor House, e eu resolvi “fussar” a casa.

Deixei minha mãe, intrigada com os acontecimentos do episódio de hoje do tal Halos não-sei-das-quantas, na sala, e subi as escadas.

Abri uma porta. Era o banheiro.

Outra porta. O quarto do Charlie.

Mais uma porta. Escritório.

Outra. Era o quarto extra. O quarto no qual eu ficaria quando nos mudássemos para cá.

E então eu abri a última porta, encontrando um quarto feminino.

Ele era grande. As paredes eram pintadas de branco, menos uma. Que era rosa. Mas era uma parede diferente.

Sabe essas paredes que são mais ásperas e costumam fazê-las de uma cor diferente das outras paredes do ambiente?

Então. Era uma parede assim.

Havia nela um desses quadros de magnetismo, para prender fotos, bilhetes e desenhos com imãs. Ele era branco, em forma de coração.

Presas com imãs brancos estavam um monte de fotos da Swam, uns desenhos nem tão feios assim, uns textos que de longe não dava para ler, uns bilhetinhos, umas fotos de pessoas que eu não conhecia e até uma foto de um garoto lá da escola que eu esqueci o nome.

Ainda nessa mesma parede, havia um enorme espelho de corpo inteiro. Colados nele, havia esses... Hã... Sabe esses negócios que as pessoas colam no vidro –como em espelhos ou janelas- que podem ter forma de sapo, de coração, enfim, forma de um monte de coisa.

Então. Tinha esses sei-lá-o-quê colados nas pontas do espelho. Eles tinham forma de coração.

Em cada ponta havia três, um de cada cor. Rosa, roxo e azul.

E, ainda nessa parede, havia um pôster de uma banda dos anos 80 que eu gosto muito. Van Halen

O pôster estava bem acima de uma cama de casal grande e redonda, onde uma garota de roupão e toalha na cabeça conversava animadamente com sei-lá-quem no celular.

Sim, a garota era minha nova irmã de criação, Bella.

Claro, só podia ser ela. Eu estava na casa dela, no quarto dela. Quem mais seria?

Ela não havia se dado conta da minha presença, estava muito absorta em sua conversa.

Observei o resto do quarto.

Perto da cama havia uma janela grande, com cortinas brancas. Há mais ou menos 1 metro da janela havia uma escrivaninha de madeira branca.

Nela havia um lap top branco, com um desses adesivos para lap top colado em cima. Ele era florido. Também tinha um daqueles abajures que ajudam a fazer a tarefa de casa, um porta-lápis, uma gaveta fechada. A cadeira da escrivaninha era transparente.

Na outra parede –a parede mais próxima de onde eu estava, a porta- tinha umas prateleiras cor-de-rosa. E, nelas, tinham CDs, DVDs, livros, um Walkman e mais papéis espalhados.

 O armário era branco, mas havia adesivos multicoloridos e fotos espalhadas. Reparei um outro pôster colado nele. Lady Gaga.

Pelo menos a garota tinha um bom gosto musical.

No chão de mármore negro, havia um tapete felpudo branco.

- Bela decoração...- comentei e ela deu um pulo.

Virou-se para trás, assustada. Quando me viu, pude jurar que ela preferia que fossem alienígenas querendo abduzi-la.

- O que você está fazendo aqui?

- Era dia de rodízio do nosso carro hoje, por isso eu e minha mãe chegamos mais cedo do que o previsto.

- É. - ela concordou.- Chegaram cedo até demais. Cadê sua mãe?

- Ela ficou na sala. Assistindo um tal de um Halls não-sei-aí.

Ela olhou para o relógio digital que esqueci de mencionar antes, ele se encontrava na escrivaninha.

- Já começou Doutor House!- ela disse e ligou a TV de tela plana que estava presa no teto, na ponta da parede do outro lado do quarto. Já estava no canal certo.

Ela pegou o telefone.

- Desculpem, meninas. Vou ter que desligar.

Ela ouviu e riu um pouco.

- É, eu sei. É exatamente por isso!- mais risadas.- É? Tudo bem. Tchau, girls. Kisses.

 Franzi a testa.

Ela desligou o telefone e olhou para a televisão, mas nem um segundo depois eu comecei a tagarelar.

- Ih! Legal! Era uma conversa cruzada? Tipo, você tava conversando com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, não é?

Ela revirou os olhos.

- Sim. Agora cala a boca.- só que ela mesma começou a discutir o que via sozinha.

Uma cena meio engraçada, se quer saber.

Então eu me aproximei.

Ela me olhou.

- O que você está fazendo?- perguntou, irritada.

- Também quero assistir.- respondi, com um sorriso torto.

Ela emburrou a cara, mas não disse mais nada.

Me sentei a seu lado e comecei a ver o tal do Halls sei-lá-e-não-quero-saber.

- Qual é a graça desse Halls não-sei-aí?

Ela me olhou, estressada.

- É House! House! E não Halls! E é muito legal! Me deixa ver me paz!

Depois disso, eu a deixei ver o tal do Doutor Halls sossegada.

Quando acabou ela desligou a TV e me olhou, desanimada.

- Sai do meu quarto.- ela disse.

- Nossa, hoje você acordou com o pé direito!

Seu olhar se tornou um olhar irritado.

- Sai do meu quarto a-g-o-r-a!

Sorri. Eu adorava irritá-la.

- Tudo bem.

Fui em direção à porta, saindo por ela e a fechando atrás de mim.

Eu sabia que “minha querida irmã Bella” ia se trocar, já estava quase na hora do tal jantar.

Até pensei em observá-la pelo buraco da fechadura, mas não achei que fosse valer a pena. Ela não era o bastante para me fazer querer vê-la se trocar.

 

Quando cheguei lá embaixo, minha mãe me perguntou:

- Onde você estava, Edward?

- Lá em cima, vendo Doutor Halls com a Bella.

- Doutor quem?- ela perguntou.- É House, meu filho. Não Halls.

Revirei os olhos.

- Tanto faz.

- Com a Bella?- ela ergueu uma sobrancelha.- Pensei que não gostasse dela.

- Não gosto.- eu ri.- Só fiquei lá para irritá-la mesmo.

- Isso não foi muito educado, filho.- ela disse, me olhando com repreensão.

- É. -concordei.- Mas eu não ligo, não.

Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas a porta da sala foi aberta e dela entrou meu futuro padastro, Charlie.

Ele fechou a porta atrás de si. Virou-se e tomou um susto ao nos ver lá, parados, olhando para ele.

Minha mãe sorria, já eu mantinha minha expressão séria.

O dia em que eu me mudaria para lá estava se aproximando. Odeio isso.

- Já chegaram?- perguntou Charlie.- Pensei que apareceriam daqui à uma hora.

- É, mas hoje era nosso dia de rodízio, por isso tivemos que vir mais cedo.

- Ah, tudo bem. É só que... Ainda não me arrumei, não fiz comida. Na verdade, acho até que cheguei um pouco em cima da hora.

Suspirei, revirei os olhos e fui me sentar no sofá.

Reparei em um teclado no canto da sala, mas não me atrevi perguntar quem tocava.

Fiquei só trocando de canal, sem achar nada que me interessasse.

 

Depois de um tempo, descobri que havia sido decidido que iríamos para um restaurante, ao invés de comer aqui mesmo.

Nisso, reparei uma coisa. Bella já tinha decido.

Ela resmungou alguma coisa sobre ter que trocar de roupa e subiu para seu quarto novamente.

Revirei os olhos e voltei minha atenção para a televisão.

Fiquei trocando de canal. Passava por canais infantis, por canais de música, por canais bizarros, por canais mais bizarros ainda. Mas as pessoas preferem chamá-los de canais interativos e canais educativos. Blegh.

...

Estávamos a caminho do tal restaurante, que eu não me dei ao trabalho de perguntar qual era.

Eu estava quieto no banco traseiro esquerdo do carro. Normalmente, costumo sentar do lado direito. Não sei por quê. Mas tinha virado costume.

Mas dessa vez, Bella me fez sentar do lado esquerdo, pois ela não gostava de sentar desse lado, só do lado direito. Eu achei frescura, mas... Cada louco com sua mania, não é?

Enfim, estava olhando pela janela. Agora não chovia mais, então não havia pessoas medrosas para eu zoar mentalmente.

Um CD da Van Halen tocava no carro e isso era bom. Pelo menos eu não ficava 100% entediado.

Ao meu lado, porém á um banco de distância, Bella fazia a mesma coisa. Encarava as pessoas pela janela do carro. Sem se preocupar, já que o vidro era tão escuro que era impossível que as pessoas lá fora nos vissem.

Ela parecia estar passando pelo fim-de-tarde mais monótono da vida, mas uma hora passou um garoto que, de acordo com ela, era lindo, e ela se entreteu.

Já eu, continuei só olhando pela janela.

...

Até que finalmente chegamos. Cara, aquele restaurante era longe.

Não sei para que tudo isso. Era só a gente ir num Fast Food qualquer e comer. Simples. Fácil. Rápido, como o nome sugere, fast food.

O lugar era chique. As mesas eram grandes. As pessoas eram bem-arrumadas.

- Não sei pra que tanto mimo...- Bella ecoou meus pensamentos.

- Pela primeira vez na vida, eu concordo com você.- disse-lhe.

Sentamos em uma mesa para quatro.

Charlie do lado de minha mãe e de frente para Bella, e eu do lado de Bella e de frente para minha mãe.

- Posso anotar os pedidos?- perguntou um garçom que se aproximara sem que eu o reparasse.

- Ah, sim, por favor.- disse minha mãe e começou a fazer o pedido.

Ficamos em silêncio. Charlie e minha mãe tentavam puxar assunto, e eu e Bella só colaborávamos para não irritá-los e/ou magoá-los.

Mas, na verdade, eu já estava ficando irritado de tantas tentativas de conversas em vão.

- Então...- minha mãe pensou.- Bella, de que tipo de música gosta?

Ah, fala sério.

- Hmm... De pop e de rock.- respondeu Bella.

- Ah, que legal. Edward também gosta desse tipo de música.

Isabella me olhou, com nojo. Tive que revirar os olhos.

É, a noite estava sendo pior do que eu imaginava.

Sendo forçado a comer num lugar que eu não gostava, com gente que eu não gostava? É brincadeira!

Vi Bella abrir a bolsa e tirar de lá uma caneta.

Ela tentou ser discreta enquanto escrevia sei-lá-o-quê-e-também-não-me-interessa no papel.

A partir daí eu sai de sintonia. Não ouvia. Não via. Muito menos falava.

Estava perdido em pensamentos. Tentando me lembrar do motivo do ódio da retardada por mim. Mas não consegui.

Até que senti um papel encostando em meu braço.

Olhei.

Bella segurava um papel dobrado, o mesmo que ela tinha escrito “sei-lá-o-quê-e-também-não-me-interessa”.

E era esse papel que tocava meu braço agora.

Peguei o papel, sem a menor vontade de ler o quê ela tinha escrito seja lá o que fosse.

 Nele dizia:

 

“Que estranho... Escrevi isso? Ih, é caneta agora já foi.

Então, eu tive uma idéia. Sabe, para eles pararem de tentar falar com a gente e também pararem de tentar fazer nós nos falarmos.

Segue minha deixa.”

 

 Olhei para ela, erguendo uma sobrancelha. E ela sorriu, estressada, para mim.

Esperei que ela começasse deu plano, e... Bom, não sei muito bem o que foi. Mas ela começou a rir. Ou fingir que estava rindo. Na dava para saber muito bem.

Esme e Charlie olharam para ela, assustados com a atitude repentina da garota.

- Ai, essa foi boa.- disse Bella. – Não acredito que a Tifany fez isso.

HAM? Não entendi nada! Mas, mesmo assim, entrei na onda.

- Ah, claro. Inacreditável, não é?

Ela me olhou, irritada –estou convencido de que é tudo que ela consegue sentir-, dei de ombros.

- É. - concordou. – Com certeza.

- Hum... Posso saber do que estão falando? – perguntou Charlie, sorrindo.

Abri a boca para inventar alguma coisa, mas Bella me mandou um olhar de repreensão e irritação –nossa, irritação...que incomum, não acha?- e eu calei a boca.

- Edward estava me contando uma... Fofoca da escola.- ela disse e eu franzi a testa.

 O quê? Eu? Fofoqueiro?

- Não.- eu disse.- Eu não fofoco, comento.

Minha mãe sorriu para mim e eu tive que me segurar para não revirar os olhos.

- Bom –disse ela.- continuem conversando.

Bella arregalou os olhos, como se estivesse com vergonha de falar alguma coisa. Que plano furado.

- Bom, na verdade... –ela disse e engoliu em seco.- Eu... Preciso... Contar um segredo da escola pro Edward e... É muito confidencial.

- Ham... –disse Charlie. – Podem ir ali.- ele apontou para um lugar com umas poltronas que mal dava visão para eles.- Conversem.

Era incrível como eles acreditavam em tudo.

- Tudo bem.- disse Bella e então se levantou saindo dali em passos largos.

Eu a segui.

Chegando lá ela abriu sua bolsa pegou um IPod e um livro, se sentou e começou a ouvir música enquanto lia.

Sorri e fiz algo parecido.

Só que não peguei um livro, né, pelo amor de Deus.

Peguei meu DS, é claro.

Só que antes de começar a jogar eu a cutuquei.

Querendo falar, mas sabendo que ela não ia me ouvir com os fones de ouvido.

Ela olhou, adivinha?

Isso! Ela me olhou, estressada, e tirou os fones.

- Que é?

- Você é mais esperta do que eu pensava. – eu disse e revirei os olhos.- Mais ainda é burra.

 Ela me mostrou o dedo do meio e colocou os fones de volta.

...

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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