CAPITULO 5 – Starving for truth

Desesperado por mudar,

esfomeado pela verdade

eu estou mais perto de onde comecei

perseguindo atrás de você

Hanging By A Moment  - Lifehouse

Eu estava sozinha denovo. Minha noite seria como todas as outras em que roguei pragas aos céus por não estar com meu Edu. Iria encostar minha grande e gorda bunda no sofá e iria passar a madrugada toda pensando como uma tonta. Eu merecia. Eu voltei na época dos segredos.

 Ash, vou sair com o Ju, beijos.

Kathy pensou isso enquanto fechava a porta atrás de si e me deixava totalmente sozinha. Eu... eu não tinha absolutamente nada para fazer, e estava tão sozinha ultimamente. Eu tinha que arranjar alguma coisa pra fazer.

Uma lâmpada se acendeu em minha cabeça. Era exatamente isso que eu tinha de fazer. Corri até a biblioteca da escola e comecei a revirar tudo o que dizia sobre feitiçaria. Achei por volta de dois livros perfeitos para mim.

Subi para o apartamento temerosa. Mais uma vez as sombras me perseguiam e rodopiavam em volta de meu corpo. Eu podia sentir, em cada passo, em cada respiração... Algo muito ruim estava pra acontecer, e eu, Ashley, precisava arranjar um jeito de me defender sozinha. Era só eu.

Abri o livro  comecei a vasculhar qualquer coisa que pudesse dizer respeito a mim. O primeiro capitulo ajudava bastante. Ele dizia:

Descubra o que exatamente você é!

O capitulo em si se resumia em longos testes e feitiços em treino para que eu pudesse descobrir. O primeiro teste era muito fácil. Eu devia me concentrar, e no silêncio de minha mente me imaginar sozinha em uma caverna escura. Eu devia imaginar vários tipos de animais entrando e saindo da caverna, de modo que assim descobria qual seria meu animal protetor.

Imaginei, criei tudo o que precisava em minha mente e comecei com os animais mais ferozes. Nenhum deles se atraia, e logo que entravam na caverna, logo saíam. Então comecei a imaginar os mais previsíveis... Cachorros, pássaros, leões, gatos... Epa, o gato não saía da caverna de modo algum.

O gato preto, muito parecido com o qual tinha visto em um quadro a 1 ano atrás no galpão onde mamãe estava amarrada, me olhava fixamente. Ele era de um negro incrível, e seus pêlos brilhavam conforme ele mexia a cabeça, que alias mexia conforme eu mexia a minha. O gato sibilou pra mim quando eu tentei falar. O gato negro de olhos azuis muito, muito fortes me encarou duramente e me mandou uma mensagem via telepatia.

Prazer, sou você!