Inglaterra escrita por Anna


Capítulo 31
Ocorrência Familiar Desnecessária


Notas iniciais do capítulo

Oi! É eu não morri, isso não quer dizer que vocês podem me matar. Estou aqui tá, espero que gostem da continuação, o capítulo é pequeno apenas para completar o último postado, e também pra que vocês não morram de ansiedade ainda mais... Estou cheia de idéias, e posso adiantar um pouco mais de drama - com um toque de comédia, claro - para os próximos capítulos. Boa leitura ;)



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POV. Bella



– Honestamente senhor, essa não foi à primeira vez que esse rapaz fez isso, nós teremos que repetir? – Carlisle resirou fundo.

– Ele é um completo idiota, isso sim... – Emmett disse e virou as costas.



– Ele humilhou meu irmão, pela segunda vez, e o senhor o defende? – Alice riu sarcasticamente.



– Silencio! – o oficial Davies elevou a voz.



Eu havia contado toda a história para o oficial, -é claro que resumidamente e emitindo certas partes – mas nada fazia com que Riley parecesse ruim o bastante, tanto quanto ele é.



– Compreendo que o senhor Biers não tem sido, digamos comportado ultimamente... – ele olhou pra Riley que estava acuado e com um hematoma no lado esquerdo do rosto. – Mas, nada justifica uma agressão física. A senhorita – ele me encarou desta vez – terá que me acompanhar.



Todos os Cullen começaram a falar um monte de coisas ao mesmo tempo, eu nunca tinha os visto tão exaltados daquele jeito. É claro que Esme não estava ali no meio da falação, mas até ela pareceu indignada com a situação.



Lá estava Riley Biers acuado e fazendo papel de inocente no canto da sala. Logo depois que conseguiu se livrar de Bryan correu pro primeiro policial que encontrou no caminho, um pouco exagerado eu diria, mas é claro que se podia esperar qualquer coisa dele.



– O senhor se esqueceu do roubo, senhor Davies... – ele disse meio rouco, sem se mover – Aquela moto era tudo o que eu tinha – era impressão minha, ou ele estava chorando?



– Olha aqui garoto, se uma lagrima escorrer nessa sua cara, eu vou te dar um motivo pra chorar! – falei alto e logo depois tapei a boca.



– Ótimo discurso pra se fazer em frente a uma autoridade Isabella... – Edward sussurrou atrás de mim.



– Tudo bem, senhor Davies, tudo o que eu fiz foi tentar ajudar Edward. O que Riley tentou fazer foi ridículo, ele não presta, iludir alguém é algo horrível, será que o senhor não vê? – eu tentava falar o mais calma possível, já que a prisão era um dos lugares que eu não precisava conhecer em Londres.



– Vocês têm provas concretas do que o senhor Biers fez? – o oficial pareceu se acalmar também.



Eu diria que não, mas Edward enfiou a mão no bolso e retirou os dois pedaços de papel, um continha a minha letra em rabiscos do jogo e o outro, o bilhete de Riley.



– Não sei se isso serve, mas é o que eu tenho... – Edward disse entregando-os para o policial e explicando os papéis.



– O senhor assume isto senhor Biers... – o oficial olhou pra ele.



– Não. – respirei fundo e senti a mão de Edward em meu ombro. – Aquele tal de Bryan, o funcionário do hotel, ou seu novo namoradinho, sei lá, ele me segurou, não me deixou ir atrás de você pra pegar minha moto... – ele mudou de assunto, tentando virar a história.



– Ele tentou ajudar! – quase gritei.



– Esperem, - Carlisle disse – O que Bryan tem a ver com toda essa situação? – Além das partes que incluíam eu e Edward, eu havia excluído o nome de Bryan do assunto também, mas Riley era esperto demais pra trazer aquilo a tona.



– Nada Carlisle, ele só...



– ESPERA! - Alice me interrompeu e se levantou abruptamente – Bella e Bryan estão mesmo tendo alguma coisa?



– Alice por favor... – murmurei, os outros começaram a resmungar e o oficial Davies esfregou a mão na testa. Alice tapou a boca e voltou a se sentar.



– A questão é, aquele idiota me segurou, - Riley fez questão de voltar ao assunto – e eu não fiz nada. – ele disse sínico.



– Oh, mas que merda Riley! Você escreveu a porcaria do bilhete, como há alguns anos atrás, você começou tudo isso! – gritei.



– Procure em qualquer um dos meus cadernos, aquela não é minha letra... – ele riu sarcasticamente.



– Ah claro, você pode ter mandado alguém escrever por você, não é obvio! – meu tom de voz estava aumentando, mas minha voz sumia ao mesmo tempo.



– É eu posso ter mandando sim, assim como qualquer um pode ter feito isso, como até você pode ter feito isso, mas você diz que não fez, nõa é mesmo Bella? Assim como eu estou dizendo agora... – Riley levantou os braços concluindo aquela frase, que ele com certeza passara horas ensaiando.



– Okay, - tentei sorrir – agora eu vou matar você... – eu disparei na direção dele, ao mesmo tempo que Edward me segurava e os outros levantavam. – Eu vou te socar o outro olho, seu filho de uma...



– OH TUDO BEM BELLA, pode fazer isso vamos, meu outro olho está bem aqui... – ele ria.



– QUEREM SABER? – o oficial Davies gritou e todos olharam pra ele, limpou o suor da testa, ele era bem gordo pra um policial que poderia precisar correr a qualquer momento devido à profissão – Isabella Swan, Riley Biers, me acompanhem.



Ele segurou meu braço, delicadamente eu diria, pra um policial grande e gordo, e guiou a mim e Riley até a viatura parada em frente à casa dos Cullen.



– Oh meu Deus! – ouvi Carlisle bufar, ele se dirigiu ao seu carro na garagem, Edward e Emmett o seguiam.









– Satisfeito? – perguntei olhando no fundo dos olhos de Riley enquanto esperávamos algemados em uma sala fedorenta.


Riley estava sentado de frente pra mim em um banquinho de madeira, mas não muito perto.



– Do que está reclamando? – ele murmurou e moveu os lábios me fazendo lembrar Billy Idol em Rebel Yell, só que uma versão morena do Billy, claro – Os Cullen vão te tirar daqui a alguns minutos...



– É, vão mesmo... Espero que você passe uma boa noite aqui. – falei sem muita convicção.



Honestamente eu já estava cansada de brigas e pessoas falando. A única coisa que vinha em minha mente era poder deitar em uma cama quentinha e terminar de ler o Para Todo Sempre... Isso realmente soaria estranha há algum tempo atrás.



– Eu gosto de você Bella, de verdade... Tem atitude. – ele disse com a cabeça baixa – O seu problema é andar com as pessoas erradas, sabe.



– Tem certeza que sou eu quem anda com as pessoas erradas? – perguntei e ele sorriu.



– Bom, eu não sou. Eu ando sozinho. – ele parou de sorrir.



– Talvez esse é o problema... – falei – Você é a pessoa errada pra si mesmo.



– Ou talvez eu goste de andar sozinho... Solidão é bom... Você se acostuma. – ele sorriu, mas seus olhos estavam pesados.



– Cara, qual o seu problema? – minha garganta fez um barulho estranho de indignação – Quer dizer, você é um completo idiota e está completamente satisfeito com sua completa idiotice?



– Você é engraçada... – ele riu – Sabe o que é estranho? – eu o encarei – Você é como eu, “rebelde com causa”, a “ovelha negra”, mas tenta mascarar tudo isso agindo como uma digna cidadã britânica. – ele caçoou do próprio sotaque na última parte. – Talvez seja por isso que Edward está agindo como homem ultimamente... – ele respirou e apontou pra mim – Está seguindo seu exemplo Isabella.



Minha boca se abriu por um instante, mas o insulto se transformou em suspiro e me calei. Não que eu me importasse com qualquer porcaria que saia da boca de Riley, mas aquilo me fez pensar por um instante.



Eu havia chegado naquele lugar completamente estranho, minha vida seria totalmente diferente se não tivesse caído de para quedas na casa dos Cullen. Eu poderia estar em uma escola qualquer, andando com marginais britânicos, eu poderia estar viciada, ou poderia estar por ai armando contra as pessoas, eu poderia ser uma versão feminina de Riley Biers. Não, essa possibilidade parece tão distante agora, afinal, no fundo, eu sou uma boa garota, não sou? Minha mente tentava me convencer.



– Hm, silencio é bom... – Riley murmurou e se levantou andando em círculos, ele começou a assoviar e aquilo me irritou.



– Sabe qual é o seu real problema? – engoli seco – Falta de sexo. – falei sarcasticamente, dessa vez foi ele quem abriu a boca à toa.



– Isso é uma proposta? – ele finalmente disse depois de alguns instantes.



– Você é doente! – gargalhei.



– Bom, se falta de sexo é o meu problema, então talvez seja o seu também... – ele sentou-se do meu lado.



– Vai se... – antes que eu pudesse completar a santa frase, o policial Davies entrou na sala.



– Estão livres. – Era uma frase boa de se ouvir quando se está algemado. Davies veio em minha direção primeiramente, me libertando das algemas e logo depois soltou Riley.



– Espera ai, “estão”? Por que ele...



– Senhorita, por favor, sem mais reclamações. Agradeçam ao senhor Cullen por ser um bom homem... – ele suspirou e apontou a porta da sala para que saíssemos. Riley parecia surpreso pela primeira vez naquela noite.



– Senhorita Swan, um carro lhe espera lá fora, oficial Taylor, a acompanhe, por favor... Biers, sua moto foi recuperada, me acompanhe. – ele fez sinal pra Riley que o seguiu e um policial baixinho, Taylor, me levou até a saída onde o carro de Edward me esperava.







Molhou a mão dele? – perguntei enquanto entrava no carro sem nem ao menos olhar pra Edward.



– O que? – ele perguntou confuso.



– Tipo, suborno, entende? – olhei pra ele que tinha as sobrancelhas arqueadas de espanto, eu comecei a rir.



– Eu não molhei a mão de ninguém, - ele disse rindo também, como sempre seu sotaque se acentuava em palavras relacionadas à água – Emmet encontrou a moto e Carlisle resolveu o resto...



– Suborno, foi o que eu disse... – falei, agora sem tirar os olhos dele, enquanto dirigia.



– Meu pai conhece gente na policia, não se precisa subornar quando se tem um nome por aqui... – tentei imaginar Carlisle jogando notas, como se tivesse deixado-as cair no chão, e o oficial Davies se abaixando pra agarrá-las rapidamente. Não parecia muito algo que Carlisle faria.



– Me desculpe... – falei pensando em Carlisle.



– Tudo bem... O policial só levou vocês por causa de toda a confusão, eles odeiam brigas de famílias. – ele sorriu e não disse mais nada. Um arrepio percorreu meu corpo, respirei fundo.



Era tão estranho estar perto de Edward e ter de agir como se não estivesse. Não poder nem ao menos descansar minha cabeça em seu ombro, ou algo clichê do tipo. Talvez, a antiga Bella não sentiria falta dessas coisas, meu eu interior com a voz masculina de Biers murmurou. Sobre algumas coisas Riley estava certo, eu havia mudado, não sei se pra melhor ou pra pior, mas havia mudado, e essa mudança me fazia agir como alguém que eu não era, ou talvez acreditasse que não. Tudo falta de sexo... Riley gargalhou em minha mente. Como eu poderia sentir falta de algo que nunca tive? Eu gargalhei dessa vez.



– O que foi? – Edward sorriu. Meus pensamentos estúpidos estavam ficando altos demais.



– Essa situação toda. – suspirei – É digna de pena.



Dessa vez Edward gargalhou.







Todos estavam esperando na sala quando chegamos. Emmett ria e soluçava enquanto me contava que havia riscado a palavra “boiola” na pintura da moto e Alice ria com ele. Carlisle, calmamente me explicou como apaziguou a situação. Esme e Edward estavam calados.



Assim que todos começaram a se retirar pra dormir Edward e eu subimos as escadas em silêncio. Ele estava falando pouco e aquilo me deixava ansiosa, o silêncio me trazia pensamentos narrados por Riley e eu não queria ouvi-los. Comecei a repassar tudo o que havia acontecido naquela noite, desde ter ido até o restaurante encontrar Edward e seu braço apertado até ter sido algemada...



– Boa noite Isabella, tente não ser presa enquanto dorme. – ele disse e se virou, sumindo pela porta de seu quarto.




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Notas finais do capítulo

Queria agradeçer pelas reviews e pelas recomendações, chorei litros enquanto lia, amo vocês, beijos.