Angie escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 5
Menina Mistério


Notas iniciais do capítulo

desculpe ter ficado um tempo sem postar, o nyah não estava postando. enfim,espero que vocês gostem, de verdade. e não se esqueçam: COMENTEM!



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Uma pessoa entrou correndo na ala hospitalar, abrindo as portas douradas de uma vez. Todos viram a linda garota ali, ficaram fitando-a atravessar o chalé e parar em pé em um leito no fundo.

Tiago examinou-a. Seus olhos dourados queimavam, e sua pele estava um pouco molhada de suor, mas por baixo do líquido, pontinhos dourados queimavam. O que não era um bom sinal.

O que aconteceu?

Ela cerrou os punhos e ficou encarando o corpo inerte do garoto.

— Tenha um pouco de tato, garoto! Convide-me a sentar.

Ele deu de ombros e encolheu as pernas, dando um tapinha na cama. Amanda desabou ali. Ele sabia: No momento em que a irmã começasse a contar, seus olhos ficariam marejados, mas nenhuma lágrima, fosse de frustração ou tristeza, seria derramada.

— Conte... — ele disse gentilmente.

Ela suspirou e soltou os ombros.

Foi o pior dia da minha vida. Você tem tanta sorte de ter ficado ai hoje, sem nem se mover.

— E você acha que isso é bom? — ele indagou, levantando uma sobrancelha clara.

Ela suspirou. Ele se apressou em dizer:

— Desculpe, isso foi grosseiro. O que você passou deve ter sido muito pior.

A garota apoiou-se nas pernas dobradas do irmão.

— Porque viver entre os mortais é mais difícil do que eu pensava? A mente deles é um mistério. Quíron me colocou para dar aula de luta de espada. — ela arregalou os olhos para o irmão. — Você pode acreditar nisso? Eu nem sou boa com espadas, é por isso que eu uso um arco. E uma dúzia de crianças ficou me observando tentando empunhar uma espada, com toda minha coordenação motora.

— Já te vi usando uma espada. Alguém se machucou?

— Vá para o Hades, Tiago. — ela ouviu sua risada, então continuou: — As amazonas me deram uma espada no meu primeiro dia de acampamento delas. Se eu não fosse imortal você estaria chorando sobre meus restos mortais agora. Elas podem ser ótimas guerreiras e um exemplo de independência, mas do que se trata de gentileza elas perdem feio.

— São filhas de Ares. Ele também me deu um momento difícil durante os treinamentos. Juro que tenho no mínimo duas cicatrizes em cada membro.

Eles riram. Amanda apoiou a cabeça no joelho do irmão, que acariciou seus cabelos.

— Algum progresso com a Anônima?

Ele apontou para a beira de seu leito com o polegar.

Aquela garota que cuidou de mim? Eu chamaria de Menina Mistério, é mais apropriado. — sua expressão se contorceu. — Eu não a entendo. Usei todo meu charme para conquista-la e seus olhos nem demonstravam luxúria, pode acreditar?

Ela rolou os olhos.

— Se seu charme não conseguiu fisgá-la, talvez sua modéstia o faça.

— Você não está ajudando.

— Eu sei.

Uma garota baixinha de longos cabelos pretos entrou no chalé, chamando quase tanta atenção quanto Amanda ao dançar em direção aos gêmeos. A postura de Tiago mudou de cansada para rígida, e seus olhos azuis brilhavam.

— Lembre-se de respirar. — A deusa sussurrou provocando.

Isso tirou o garoto do transe. Ele bateu a mão no braço de Amanda, que reclamou do choque.

— Oi. — disse a Anônima com a voz infantil e doce, olhando restritamente para o garoto e ignorando a outra visitante, que fez questão de se inclinar com um enorme sorriso para entrar no campo de visão dela.

— OLÁ, MENINA MISTÉRIO.

Tiago deu um chute tão forte em Amanda que ela caiu da cama, pressionando os joelhos para não espatifar no chão.

— Aposto que você tinha alguma coisa pra fazer.

— Na ver... AI. Ah, sim. Eu tinha que ver Quíron para te colocar na aula de maratona.

Ele semicerrou os olhos para ela.

— Você não ousaria...

Ela se levantou e alisou os shorts.

— Bem, já que você adorou a ideia, eu vou concretizá-la imediatamente.

Ela saiu andando, mas Tiago a chamou:

— Ei, Amanda, boa sorte com a aula de esgrima.

Ela urrou, agarrou um bisturi na mesa ao lado e atirou no irmão. A ponta afiada do objeto fincou em seu ombro.

A morena arfou, olhando com medo para a loira que saia graciosamente pela porta dupla.

— Isso deve ter machucado.

— Não fo.. — a verdade já escapava da boca dele, como sempre. Mas seu cérebro foi mais rápido em calá-la.

— Deixe-me cuidar disso. — ela se virou para ele, olhando a camisa preta encharcada de líquido dourado. — Oh, meus deuses! Eu não tinha reparado... a cor... Icor.

Silêncio em resposta. Ela aceitaria bem que Tiago fosse um deus? Ou rejeitaria imediatamente por causa da raiva que alimentava dos imortais, como a maioria dos campistas que nunca tiveram contato com os pais?

— Você é um deus. — concluiu por fim, abaixando lentamente a mão que cobria a boca.

— Sim. Da verdade e do azar. Por isso eu quero saber a verdade sobre você, mas sei que não vou conseguir, porque eu não tenho um pingo de sorte.

— Foi por isso que a sua irmã atirou um bisturi em você! Você a trouxe azar com o ‘boa sorte’. — ele confirmou com a cabeça. — Ela devia ter atirado mais de um bisturi em você!

Ela se levantou e foi pisando fundo no chão, mas ele era muitos centímetros mais alto que ela, por isso alcançou seu braço antes que ela cruzasse o portal de ouro.

— Olha, não é como se eu tivesse mentido para você.

— Você devia ter me contado o que era! — ela rebateu.

— Do mesmo jeito que você fez? — Ele tinha uma mão inteira de justificativas e acusações, e se culpou por jogar na primeira rodada o curinga.

A garota abriu e fechou a boca algumas vezes, mas as palavras certas não vieram à mente.

— Olha, eu sou o deus da verdade, tudo bem? Eu a prezo acima de tudo. E você não tem muitos pontos comigo.

— EU? EU SOU MORTAL!

— E o que isso tem a ver? Eu só falo a verdade, mesmo quando não quero, e sou imortal. Se você acha que todos os imortais são mentirosos então você só ouviu falar da minha irmã e minha mãe.

Ela fechou os olhos.

— Eu não estou com cabeça para discussão.

Ele segurou seus ombros, inclinando seu rosto para perto do dela. Ela abriu os olhos e o deus ficou novamente consternado, preso nos verdes de seus olhos, e pôde jurar que viu uma onda baixa passar por eles.

— Não...


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