Brisa da Tempestade escrita por Isabela_Ulian


Capítulo 13
Capítulo 12 - Uma Aliança Opositória


Notas iniciais do capítulo

Considerem este capítulo como o início da parte II da parte 1 dessa história. Muito vai acontecer a partir de agora.



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Nenhum guarda questionou quando Elihandrë entrou no keep. As notícias ainda não chegaram.

Subiu as escadas correndo como nunca, tirou a armadura que Varian lhe dera e enfiou o velho desgastado set. Arrumou a mala rapidamente, juntando apenas os itens que mais precisaria, e saiu correndo dali, a primeira vez em muito tempo que saia com todos os seus pets ao mesmo tempo.

Pegou o navio para Darnassus. Tinha muito que fazer.

**

A madrugada caía quando pisou na cidade. As sentinelas a encararam preocupadas, enquanto ia diretamente para a árvore Druid.

“Fandral não está na árvore.”

Elihandrë já se acostumara com a voz masculina... Mas aquela voz era nova, a mesma de seu sonho. Uma voz gentil, confiável. Sabia que podia acreditar no que dizia.

Ainda assim, a voz soava autoritária, como se ordenasse um subordinado a completar uma tarefa.

Sentou-se debaixo do banco. Afundou a cabeça em seus joelhos, e fechou os olhos.

Sentia todo o peso do mundo em suas costas. Agora não havia mais Varian perto de si.

Agora era apenas ela. Agora ela era Elihandrë Moonbeam.

**

Vinte anos atrás...

-Eli... Porque isso? – Sussurrou Star – Você sabe... O mundo fora de Booty Bay é perigoso...

-Eu sei...

-Por que não espera? – Murmurou – E elfa ruiva já se foi... E você?

-Eu preciso ir, Star...

-Nós nem ao menos recebemos notícias dela! As chances de ela estar morta são- -

-Shootingstar, eu preciso ir.

Star suspirou pesadamente – Você pode morrer.

Elihandrë encarou suas unhas descuradas – É uma hipótese.

Shootingstar suspirou – Você vai morrer.

Elihandrë baixou a cabeça, sabendo que nada adiantaria. Star continuaria sofrendo por sua morte ainda não ocorrida – Adeus, Star – Virou-se para a caverna, que separava Booty Bay de Stranglethorn.

Pôde ouvir Shootingstar engolindo em seco – Espera.

-O que? – Olhou-a por trás do ombro.

Star fez um pequeno corte na mão, usando uma adaga que roubara de um Brusier, e entregou-a para Elihandrë – Nós somos irmãs de alma. Sejamos de sangue, então.

Elihandrë fez que sim com a cabeça, e cortou a mão. Trocaram o sangue, Elihandrë despediu-se de Star, e saiu dali antes que mudasse de idéia.

Desde que Shootingstar chegara a Booty Bay, nunca chorou.

Fora a primeira vez que derramara lágrimas em terra Neutral.

**

-Da última vez que eu vi esse olhar decidido em seu rosto... – Disse-lhe uma voz conhecida ao seu lado – Você sumiu. E apareceu vinte anos depois totalmente mudada.

Elihandrë suspirou pesadamente, mirando Star, ao seu lado – Parece que foi ontem, não?

Star não sorriu. Estava tão preocupada quanto naquele dia – O que pretendes, Elihandrë? Sei que o que Varian fez foi apenas uma deixa. Você o ama, e tem uma alma benevolente e misericordiosa. Porque deixá-lo, agora que encontrou seu espaço no mundo?

-Tenho uma missão a seguir. – Murmurou – Mas também tenho orgulho.

Shootingstar fitou-lhe de cima a baixo – Como devo proceder?

-Mantendo Varian são. Não sei quando vou voltar. – Uma lágrima escorreu por sua bochecha até alcançar seus lábios – Só sei que devo retornar apenas quando terminar minha missão.

-Você acha que... Vai demorar? – Sussurrou Star.

-Não sei...

Star então, cruzou os braços – Você vai voltar?

Elihandrë não sabia, era visível em seus olhos – Quando sai de Booty Bay... Sabia que haveria perigos... Não sei se haverão nessa busca...

Star sentou-se e suspirou – Sinto dizer-lhe... Mas Varian já está no navio para Stormwind. Cheguei aqui antes dele graças a Aquatic Form. Se deves partir, fazer-lhe agora.

Elihandrë fez que sim com a cabeça, e fitou Star – Vou precisar de um hipogrifo. Pode me fornecer um?

Star fez que sim com a cabeça – Vou lhe emprestar Alaìna. É minha ave. Voa mais rapidamente que qualquer outra. Cuide bem dela.

**

Antes de ir para qualquer lugar... Devia ir a Moonglade. Lá era o melhor lugar para se descobrir mais sobre o legado dos Kaldorei.

A floresta verde lhe deu as boas vindas, e, quase que instintivamente, Elihandrë tirou todas as vestes, trajando apenas aquilo com que viera ao mundo, e pulou nas gélidas águas do Elune’ Ara.

Fechou os olhos, a água quase que reluzente envolvendo seu corpo. Caminhou até um poço de bolhas, que lhe garantiria respiração, e parou, entregando-se a aura sagrada daquele lugar.

-Sozinha está, novamente. – Murmurou-lhe uma voz nítida ao seu lado.

Sentiu seu corpo disparar de medo, mas manteve a calma. Lembrou-se que nada poderia afetá-la naquele local sagrado.

-Bom – continuou a voz – Agora você deve focar no mais importante. O frasco deve ser recuperado.

“Onde está?” pensou Elihandrë.

-Isso você deve descobrir por si só. Mas você deve procurar Namárië.

“Namárië? Como assim? Ela tem o frasco?”

-Ela está no caminho. Procure Namárië, que você encontrará o frasco.

“Onde ela está?”

-Florestas mortas... Amaldiçoadas... Povoadas por um povo abandonado... Uma terra cuja rainha sofredora ainda geme entre as catacumbas de sua cidade...

“Tirisfal Glades?”

-Sim.

Elihandrë emergiu, o corpo encharcado. Sua pele arroxeada destacava-se, quase que reluzente, contra seus longos cabelos azuis. Vestiu as roupas e montou em Alaìna.

**

Estava usando sua longa capa negra, quando saiu do navio para Stormwind. Teria que, chegar ao continente antes de viajar de hipogrifo até Tirisfal.

-Você não entende... Elihandrë precisa ser encontrada... – Dizia um Royal Guard para a Night Elf dockmaster. Elihandrë logo reconheceu o guarda do portão... Que já a ajudara e entrar escondido... Que ficará ali durante dias... Ainda se sentia mal por não saber seu nome.

Rapidamente, tirou um pedaço de papel da bolsa e escreveu com uma pena de inscripter.

Não se preocupe comigo.

Deixou o bilhete nas mãos do guarda, e lançou vôo. Ele logo saberia que era um bilhete de Lady Elihandrë para o valoroso King Varian.

**

O sol desaparecia no horizonte quando Elihandrë pisou nas terras amaldiçoadas de Tirisfal Glades.

Deixou o hipogrifo lançar vôo e caminhou em meio às florestas secas e escuras. Elihandrë se sentia mal ali... Até mesmo os animais pareciam estar em estado de decomposição.

Encontrou a cova de Invincible, o lendário garanhão de Arthas, em meio a uma fazenda. Espíritos agourentos vagavam o local... Mas um monte de cal a atraía. Poderia se disfarçar melhor com aquilo.

Sujou o rosto e as mãos com cal, tornando sua pele pálida, branca como a própria morte. Saiu rapidamente dali, antes que chamasse a atenção de um espírito.

Ainda assim, seus olhos a preocupavam. Eram muito brancos, e podiam revelar sua identidade.

Teria que encontrar uma forma de pintá-los de verde, e poderia se disfarçar de Blood Elf.

Suspirou pesadamente, sem encontrar nenhuma forma... Teria que ser daquele jeito.

Abaixou sua capa até a altura do nariz, e adentrou no Brill.

Nenhum dos Undeads ali pareceu reparar na presença de uma Alliance. Todos pareciam muito ocupados para perceberem...

Elihandrë sabia falar razoavelmente bem o dialeto Gutterspeak, além de falar Goblin e Orcish, graças ao tempo que passara em Booty Bay.

Entrou no Inn, quando ouviu vozes alteradas...

-Deixe-me ir... – Murmurou uma voz enfraquecia... Uma voz enfraquecida e feminina, que ecoava entre as paredes – Xäander...

-Não. – Respondeu a outra voz, máscula e forte – Você ainda pertence a mim...

-Você sabe que eu não posso...

-Não pode... Continuar presa a mim? – Murmurou quase que ironicamente, antes de soltar uma gargalhada – Vejo que pode, e pode muito bem, minha cara amiga. Além de que... Você luta contra algo que deseja, não? – Riu ainda mais maniacamente – Sou seu sonho... Sou sua vida... Sou sua dor...

-Vou morrer desta forma...

-Você não pode morrer, querida. E mesmo se isso ocorrer, sua alma ainda pertencerá a mim. Para sempre.

A voz feminina soltou um berro, quase que de dor, enquanto o homem ria deliciado. Antes que Elihandrë pudesse reagir de alguma forma, visualizou ninguém menos que Namárië, descendo as escadas furiosamente.

-Eu ainda vou te matar, Xäander! Eu vou te matar, seu desgraçado!

Elihandrë seguiu-a, ainda envolta nas sombras, e viu-a rumando furiosamente para o cemitério. Lá, ela tirou a espada das costas, e golpeou furiosamente um túmulo ali presente, causando um estrondo na terra, e que partes de pedras voassem para todas as direções.

Fincou, então, a espada no chão, e jogou todo o peso de seu corpo em cima de sua bainha. Seu inteiro corpo tremia com a ira presa dentro de sua pele.

-Namárië... – Sussurrou Elihandrë, de certa forma, temerosa.

Seus olhos, mais azuis do que nunca, a fitaram, ainda inundados de raiva – O que quer?!

-Sou eu... Eli... – Murmurou, sem ousar descer o capuz.

-Eli... Elihandrë?! – Disse, pulando, e arregalando seus olhos – Como assim?!

Aproximou-se, e espiou por baixo do capuz, quase que suspeita.

-O que você está fazendo aqui?! – sussurrou, puxando-a para uma cripta vazia.

Assim que fechou a porta, a cripta entrou no breu, mas os olhos de Namárië ainda iluminavam tênues seus rostos.

-Estou procu- -

-Não importa agora! – Disse – Elihandrë, precisava de alguém de confiança. Mesmo estando morta, devo minha vida a ti, ainda assim, preciso novamente de você.

Elihandrë permaneceu em silêncio, permitindo que Namárië falasse.

Suspirou pesadamente antes de começar – O nome dele é Xäander. E ele tem a minha alma. – Antes que Eli pudesse dizer qualquer coisa apressou-se em grunhir – Sim, sim, Death Knights têm uma alma...

-Nunca duvidei disso, Namárië. Mas... Explique-me...

-Havia uma mulher me perseguindo... Uma Death Knight... Mas parecia que esta Death Knight, devia algo para Xäander. Ainda assim, o desejo que ela tinha em me matar era muito forte, ainda não sei por que. Xäander ofereceu sua proteção, em troca de minha alma. Era a única forma de ser protegida, ela podia facilmente me matar.

-Como posso ajudar, Namárië?

-Xäander possui uma pedra no peito, e nela, ele guarda suas almas. Não sou a única que lhe deve o espírito, e pretendo libertar a todos. Preciso que se aproxime de - -

-Namárië, não devo ser tão forte quanto ele...

-E não é! Ele é poderosíssimo. Ele pode penetrar em minha mente, mas não na sua. Preciso que você localize algo dentro de Undercity...

Elihandrë arfou – Você está louca?!

-Não! Espere... – Namárië respirou fundo – Há uma forma... Posso encontrar algo que lhe fará parecer uma de nós, uma Sin’Dorei.

-Nam... Eu posso morrer.

-Elihandrë, eu preciso de você.

Fitou seus tristes e vazios olhos azuis e suspirou pesadamente – Ótimo... Do que você precisa?

-Falaremos disso mais tarde, certo? Agora, venha, vou lhe arranjar um lugar para descansar... – Mas então, subitamente, Namárië cortou o pulso, deixando o sangue negro escorrer, para logo depois, cortar o dedo de Elihandrë – A promessa feita ao sangue não pode ser quebrada. – Então, deixou que o sangue se encontrasse – Eu prometo minha servidão a você, Elihandrë, até que você me dispense, em troca de sua ajuda.

-É o início de nossa aliança...


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Notas finais do capítulo

Gente, o que acharam? Mereço rewiews?
Aliás, o que achariam se eu contasse a história de Namárië? Me respondam, e comentem o/
beijos
Isa



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