Eu entrei em desespero quando Scooter abaixou a cabeça, em prantos.

-Mãe!! Não! Mãe!- Meu pai me segurou, para que eu não fosse lançado para longe novamente por causa dos saculejos do avião.

Mas eu me soltei dele, e quando fui correr, o avião sacudiu de novo e eu voei para o outro lado. Meu pai também se soltou e voou comigo.Bati na porta de emergência, e, sem perceber, me segurei na trava.

Meu pai bateu numa parede com um pára-quedas, e, ao perceber onde estava, tirou-o do gancho e estendeu para mim, dizendo para eu pegar aquilo.

-Quê?!

-Pegue isso!

-Só eu?

-Só tem um!

-Nem vem! Não vou deixar você na mão! Já perdi a mamãe!

-Você vai morrer se ficar!

-E você vai morrer se eu for!- Discutimos por isso por mais uns segundos, até o avião começar a girar e eu, me segurando na trava, a abri, e despenquei da porta.

-Justin!!- Ele pulou do avião, e me alcançou com rapidez. Eu, ao vê-lo, disse:

-Sabe o risco que está correndo?

-Sei o que eu estaria correndo se não pulasse!- Ele segurou os meus punhos.- De você morrer!- Meu pai ficou de costas para o solo, e de frente para mim.

-Espera, o que você está fazendo?!

-Protegendo meu filho!- Rodamos fortemente mais um pouco e batemos no chão. Com a força do impacto, eu fui jogado a um metro de distância dele.

-Pai!- Me arrastei até ele, e disse, desesperado:

-Pai, pai, por favor! Não me deixe! Por favor, por favor, acorde! Eu imploro!- Ele ainda respirava, ainda havia um fiapo de esperança acesa em mim.

-Filho... Seja forte...- Naquele momento o avião se chocou com uma cadeia de montanhas e explodiu.

Acabou, eu estava sozinho com meu pai. Pelo menos eu pensava que era isso.

Vi alguém ser lançado para fora do avião, mas eu continuei pensando que estávamos sozinhos.

-Não... Não me deixe aqui... Sozinho... Por favor!

-Eu sempre estarei com você...

-Não! Pai!- Não adiantou, ele fechou os olhos e sua respiração cessou. 

-Pai... Pai... Não me deixe aqui! Não me abandone!!- Minha respiração estava fraca, e eu estava quase sem fôlego, mas eu cacei o pouco de ar que havia em mim para berrar "Socorro!! Alguém me ajude!". Ecoou, e nada aconteceu. 

-Socorro!!- Nada. Berrei mais algumas vezes, mas depois caí apagado sobre seu cadáver, sem nem respirar.