Tive aqueles resfriados que duram mais de uma semana e que arranham a sua garganta só de pigarrear.

Mas enfim, fiquei sentado no sofá o dia inteiro, até umas cinco, seis da tarde, quando Scooter foi buscar Erin, Jazzy e Jaxon no aeroporto.

Eles não ficaram lá com a gente, mas ficaram num hotel perto de lá, por mais que eu tivesse implorado pra eles ficarem comigo.

Mas Erin, Jazzy e Jaxon ficaram um pouco com a gente. E, nesse meio tempo, eu estava com Jazzy no meu quarto, tocando para ela, meio abatido. Já estava noite alta.

-O que aconteceu?- Ela me perguntou, vendo minha expressão.

-Nada, só... Estou meio triste.

-Por quê?

-Porque... Ham... Eu estou com saudades da minha mãe... 

-Onde ela foi?

-O quê?

-Ela teve que ir em algum lugar pra você sentir saudade. Onde ela foi?

Fiquei pensativo por um minuto, tentando pensar no que dizer pra respondê-la.

-Bom, Jazzy... Ela... Ela... 

-Ela...

-Ela foi para... Para o céu...

-Virou uma estrela?

-Estrela?

-É, as estrelas estão no céu, e elas são pessoas que cuidam da gente! Você não sabia disso?- Maneiro, minha irmã de 3 anos estava me contando lenda...

-Não... Dessa não sabia...

-Mas é verdade... O papai também está lá...

-É?

-É, Justin! Ele é a maior estrela, a que mais brilha! Aquela branca ali, grandona!- Jazzy se jogou em cima de mim para me mostrar a estrela de quem ela estava falando.

-A Lua? A lua nem é estrela...

-Mas de qualquer maneira, as melhores pessoas brilham mais. E o papai é a melhor pessoa que já existiu!

-Isso eu tenho que concordar com você...- Deixei o violão de lado, e a pûs no meu colo, para que ela pudesse ver o céu sem ter de se jogar em mim. Ficamos lá, contemplando o céu até adormecermos.

Quer dizer, ela dormiu no meu colo e eu dormi sentado, apoiando-me na parede. Jazzy me acalmava, ela tinha aquele olhar sereno e inocente, aquele sorriso lindo e perfeito... Eu me orgulhava em tê-la como irmã.