Eu tive um sonho sem pé nem cabeça naquela noite. Mas me deixou realmente assustado.

Eu estava numa floresta. Parecia a floresta em que o avião caiu... Me vi totalmente ferido, molhado, e caído no chão, de bruços. Me levantei, com dificuldades, e fui mancando para ver se encontrava alguém. Nada. Eu estava sozinho. Totalmente.

Eu estava com muito medo, era como se eu voltasse a ter seis anos e ter medo de árvores assustadoras. Fui andando por entre as árvores, e, percebi que estava morrendo de frio.

Pensei em voltar e chamar ajuda, mas resolvi continuar andando. Vai que eu achava alguém?

De repente eu bati com a minha perna quebrada no tronco-espinho de uma árvore. Minha perna começou a doer muito, e minha calça ficou mais molhada que antes.

Passei a mão na bota robocop que estava usando e olhei o que estava molhando-a. Era sangue. Cobrindo toda a minha mão. Limpei na minha blusa, que já estava manchada. Uma blusa branca ficou toda suja de sangue. Coitada da faxineira...

O cheiro começou a me deixar tonto, e eu comecei a perder as forças. Minha perna estava doendo muito mesmo. Soltei um gemido de dor e comecei automaticamente a dobrar os joelhos.

Quando estava ajoelhado no chão, eu abaixei a cabeça, para suportar a dor. Parecia que minha perna estava pegando fogo. Uma pequena poça de sangue começou a se formar ao redor de mim.

Fiquei naquela posição até o sangue ser tanto que sujava meu rosto. Quando chegou a esse ponto eu tentei me levantar, me apoiando na perna boa. Tentei andar, mas estava difícil. Mas eu consegui. Dei uns três passos, mas doía tanto que eu caí no chão.

-Não pode ser possível que uma simples batida tenha feito isso tudo...- Disse.

Eu estava com um short de basquete por baixo, então tirei a calça para ver o que tinha realmente acontecido. Pelo amor de Deus, eu não ia ficar andando de cueca...

Quando vi o ferimento, percebi que não tinha sido uma "simples batida". Tinha sido uma mega batida. Havia um corte enorme na minha coxa, sangrando muito. E doendo, ardendo, tudo junto. 

Entrei em pânico ao ver aquilo. E, naquele momento agradeci por tido que fazer um curso de primeiros-socorros. Peguei minha calça, rasgada, ferrada, e usei-a para estancar o sangue, pressionando-a no meu machucado.

Quando o sangue parou de correu, eu a amarrei na minha perna e tentei andar. Dessa vez consegui ir mais longe, só que eu ouvi alguém falar comigo:

-Justin? Justin, querido, é você?- Me paralisei e disse:

-Q-quem é você, a-aonde v-você está?

-Justin, sou eu, sua mãe!- Parei.

-Mãe?- Disse, com a voz mais calma.

-Claro, filho, sou eu!

-Onde você está?

-Mais perto do que você imagina...- Olhei para trás, ela estava a uns 10 metros de mim.

-Mãe?- Disse, com a voz confusa.- É você? - Meus olhos se encheram de lágrimas, ela estava linda, como sempre, parecia um anjo, trajava um vestido branco longo e esvoaçante, e seus cabelos castanhos descansavam sobre seus ombros.