O caixão começou a descer. Fiquei com o olhar fixo no caixão, com lágrimas escorrendo de meu rosto. Scooter me abraçou, mas eu não parei de olhar para o caixão, mais triste ainda.

-Acabou... Tudo...

-Não, não acabou... 

-Acabou sim, eu não tenho mais pais, mais nada... Só você... 

-Eu vou cuidar de você... Você é meu filho agora...- Não respondi nada, fiquei quieto.

Quando o caixão abaixou totalmente, senti algo ser arrancado de mim, e eu me senti muito esquisito. Zonzo, tonto, desorientado, tudo...

Depois de um tempo, fui embora à pé mesmo, o cemitério era bem perto da casa de Scooter.

Fui andando de cabeça baixa, com olheiras, de tanto chorar, desanimado. Dei alguns autógrafos, mas não com aquela alegria de antes. Algo mudou em mim.

Quando cheguei, Scooter já estava lá. Entrei e me sentei no sofá. 

-Hoje é o pior dia da minha vida...- Disse, abaixando a cabeça. Eu estava encharcado, peguei chuva e estava bastante frio, apesar do sol estar brilhando, reluzente.

"Por que o sol tinha de estar de um jeito que eu nunca tinha visto antes no pior dia da minha vida?" Perguntei pra mim mesmo.

Daí a natureza entrou em ação: Comecei a tossir, e uma exaqueca desgraçada invadiu minha cabeça. Resultado da chuva e do vento na cara.

Scooter chegou perto de mim e perguntou o que estava acontecendo e por que eu estava encharcado.

-Peguei chuva vindo pra cá...

-Com a ventania que estava?- Assenti e ele disse para eu trocar de roupa senão pegava uma pneumonia. Tá, ok.

Coloquei uma calça e um casaco de moletom por que eu estava me sentindo uma pedra de gelo de tanto frio... É, eu fiquei doente.