Kushina resmungou, enquanto sua mãe colocava mais um alfinete no tecido. Hinata lançou um olhar sério para a filha, quando ela mexeu-se, fazendo que o alfinete acabasse cutucando a pele da filha.

- Você quer parar? Assim eu vou acabar tirando sangue de você e manchando o seu quimono.

- Eu preciso casar de quimono? Não serve uma camisola não?

- Kushina! É claro que você não pode casar de camisola!

- Ah, mas assim eu poupava o trabalho dele de me tirar essa monstruosidade de tanto tecido...

- Kami, você não tem juízo menina! O que os seus sogros vão pensar?

- Eu já sei o que eles pensam. - Kushina fez uma careta. - E garanto que a única coisa que eles queriam para o filho e que eu tenho, é o fato do imperador gostar de mim.

- Kushina não fale assim! Eles são seus futuros sogros e gostam muito de você assim como o filho deles! - Hinata afirmou dando mais um ponto no quimono da filha.

Mesmo emburrada Kushina ficou quieta, e deu graças a Kami quando cinco minutos depois alguém bateu a porta.

- Desculpa interromper senhora Hinata-sama, mas é que o Uzukage-sama esta chamando a Kushina na sala dele. - Yukina disse apenas com a cabeça para dentro do quarto, apos a confirmação de entrar.

- Eu já disse alguma vez que amo o meu ojiichan?

- Você não vai sair enquanto eu não tiver terminado de fazer os últimos ajustes.

Mal Hinata terminara de falar e a filha se desfez em fumaça.

- KUSHINA! - ela ainda gritou na vã esperança de a fazer retornar.

Yukina começou a rir.

- Desculpe, senhora Hinata. A gente podia ter previsto isso, não podia?

- Kushina está muito ansiosa com essa missão, Yukina. Agora, a pouca paciência que ela tem se resume a nada

Hinata suspirou com resignação, e começou a juntar seus materiais de costura, enquanto começava uma conversa agradável com a futura mãe.

***

Kushina corria o mais rápido que conseguia em direção ao escritório do avô, o quimono cerimonial amarrotado, com a bainha sendo segura pela ruiva, que corria tão rápido que nem notou que bem na sua frente uma loira atravessava a rua, tão distraída quanto ela.

O impacto foi inevitável. Mas para sorte de Kushina, ela acabou por cima de Minato, o que fez que o seu quimono não se sujasse tanto.

- Minako, você já foi avisada para ir até o escritório do ojiichan?

- Eu estava indo para lá e... Você está usando um quimono cerimonial?

- Você não acha ele bonitinho?

- Bonitinho? - Minato olhou seriamente o tecido.

- É bonitinho. Maravilhoso vai ficar quando a mamãe terminar ele.

- Você vai se casar?

- Se a família do noivo deixar.

O loiro não pode deixar de reparar o quão linda ela havia ficado, ainda mais ao dar um sorriso sapeca ao se referir a família do noivo, e foi por muito pouco que ele refreou o mais perigoso de seus instintos masculinos.

- Er.. Kushina sera que você poderia. - Ela não terminou a frase, pois a ruiva já estava de pé lhe estendendo a mão.

- Desculpa por isso! - ela fez gestos desmontando a trombada e a queda - agora vamos. - a mais uma vez recolheu o quimono, só que desta vez, o fez com uma mão só a outra ela usou para puxar um loiro levemente assustado com a impulsividade da ruiva.

- Eu já estou até vendo a bronca que vamos levar... ou melhor, eu vou levar por estar vestida assim. Está bem que eu já deveria ter deixado esse quimono pronto a semanas, mas o ojiichan quer o que? Eu tinha os meus compromissos que me deixaram quase morta de cansada e também o maldito podia ter mandado avisar antes que estava vindo, não acha? mas não, ele pensa que a noiva tem que estar sempre disponível... Eu não sou a mãe dele, que nunca tem nada para fazer, oras! Alem das missões, eu limpo a casa para a minha mãe, cuido do meu afilhado, não deixo os meus primos encherem a cara, ajudo o papai...

Minato sentiu-se zonzo, perante a tagarelice da ruiva.

Assim que os dois chegaram na sala do Kage entraram sem bater e ao verem os presentes na sala a reação da Ruiva não podia ser mais inusitada.

Ela sai e bateu a porta com tudo fazendo com que todos olhassem para a mesma, onde apena Minato se encontrava, vermelho num misto perfeito, de vergonha e cansaço

- Bom dia... - Ele sorriu sem graça.

- Qual o problema com a sua prima, senhorita Uzumaki? - um dos homens, com uniforme de alta patente, olhou para ele com arrogância.

- Ela não é minha prima! E eu acho que ela saiu porque estava com o quimono cerimonial! - ele ficou bem sério encarando o sugeito que por um momento pareceu se achar superior a ele.

- Como não é sua prima, Minako-chan? - Eichiki olhou de maneira desaprovadora para ele. - Que nós saibamos, existem apenas Uzumakis que vivem aqui. E você, Minako UZUMAKI - o pai de Kushina frisou bem o sobrenome. - pode não ter os pais mais diretamente ligados a minha filha e eu mas...

- Minako-chan pensa, que por sermos primos em sétimo grau, já não existe parentesco. - Kunio Uzumaki estava usando um uniforme parecido com os dos demais guardas. Minato então olhou com atenção em volta, percebendo que com exceção de dois homens que tinham um uniforme de alta patente, do avo e do pai de Kushina, todos usavam um uniforme similar.

Antes que pudesse abrir a boca para questionar aquilo, Katsuo aproximou-se dele. ficando mais branco que papel, Minato recuou para a parede mais próxima, e notando a insistência do outro loiro ele correu até o Uzukage se escondendo atrás do mesmo, deixando todos na sala que não tinham conhecimento dos fatos anteriores estarrecidos.

- Não deixa ele chegar perto de mim por favor senhor. - ele implorou ao kage, deixando todos ainda mais perplexos.

- Minako-chan - Kuwabara a chamou, muito sério. - Eu lhe defendo contra Katsuo. - o ruivo sorrindo aproximou-se dela. - Deixa de frescura. A missão já começou, se você não percebeu.

Pegou Minato pelo cotovelo, a tirando de perto do uzukage.

- Eu virei Uzumaki agora? - Minato encarou o ruivo que ficou entre ele e o loiro que apenas lhe piscou um olho como forma de afirmação - Beleza, mais vocês vão ter que manter ele longe de mim.

Apos receber a afirmação do ruivo, que estava com os dedos cruzados atrás das costas, Minato relaxou consideravelmente, e então passou a dar atenção ao Uzukage, que no momento lhe encarava como se fosse o matar.

- Que traje cerimonial a outra jovem estava usando?

Antes que Minato respondesse, Kuwabara lhe pisou no pé.

Eichiki se encarregou da resposta.

- Minha flor está de casamento marcado para daqui a algum tempo. Como irá compor o séquito de damas de companhia de Mulan-hime, não vai poder acompanhar a confecção do quimono, minha esposa estava tirando as ultimas medidas dela.

- E sua esposa é uma costureira?

- Minha esposa confeccionou o quimono de casamento que a imperatriz usou.

- Então o quimono cerimonial de sua filha ficara belíssimo, pois se me lembro bem, o quimono da imperatriz ganhou o titulo de o mais lindo já feito nos últimos 100 anos.

- Exato.

- E se sua filha nao couber no quimono cerimonial?

A ofensa nenhum pouco velada, fez que todos os Uzumakis presentes ficassem de bochechas inflamadas.

- A única forma de minha filha não couber no quimono, é se ela emagrecer mais do que já é. Se ela engordar, sei perfeitamente quem eu vou acabar com a raça do desgraçado...

- Eikichi! - o uzukage o interrompeu. - Vá buscar Kushina.

- Agora mesmo uzukage-sama! - O ruivo se retirou da sala mais não sem antes mandar um olhar mortal para o guarda que tão descaradamente havia ofendido tanto sua filha como sua família.

Minato observou que o outro homem de uniforme de alta patente, parecia estar tão furioso quanto os Uzumaki. E os três guardas que haviam jantado na casa do filho do Uzukage, pareciam estar se segurando para não pular em cima do desgraçado.

- Ryuuji, se você abrir essa sua maldita boca mais uma vez eu mesmo vou arrebentar todos os seus dentes. - o oficial de farda superior ameaçou, fazendo que um sorriso irônico surgisse nos lábios do outro.

- Ora, capitão Zariesk, quem lhe ouve falar assim...

- As damas de companhia da hime-sama, são escolhidas a dedo por conta de suas virtudes. E se eu escutar mais um murmúrio sobre as senhoritas Uzumaki, pode ter certeza, que o inferno é o local mais agradável que o senhor vai ir.

- Muito bem já chega! - Uzukage se levantou batendo com as mãos na mesa que quebrou no meio espalhando os papeis que se encontravam na mesma - Droga. KEIJIRO - dois segundos depois um ruivo apareceu na porta - MANDE TRAZER OUTRA MESA. - o Uzukage voltou a se sentar enquanto o jovem entrava completamente na ala e ignorando a ordem do mais velho passou a recolher os papeis.

Assim que terminou a tarefa deixou os mesmo em cima da escrivaninha e se virou para o Kage.

- Uzukage-sama o senhor É UM IRRESPONSÁVEL! O SENHOR TEM IDÉIA DE QUANTAS ARVORES JÁ FORAM CORTADAS SÓ PARA QUE PUDÉSSEMOS REPOR AS MESAS QUE O SENHOR QUEBRA? E DEPOIS FICA FALANDO SOBRE SERMOS IMPULSIVOS E SEM CONTROLE QUANDO O SENHOR MESMO NÃO SEGUE ESSES CRITÉRIOS, OLHA SÓ EU VOU MANDAR REPOR ESSA MESA MAS SE A QUEBRAR DE NOVO EU VOU CONTAR PARA A SUA ESPOSA! - e ele se retirou da sala deixando todos perplexos com a ousadia do jovem.

- A sua esposa não tinha morrido Uzukage-sama? - o Oficial Ryuuji perguntou com um grande questionamento na testa.

- Sim ela faleceu, e jurou antes, que se alguém fosse até o tumulo dela reclamar de mim, ela voltaria a vida só para poder morrer novamente e me levar junto, depois de fazer da minha vida um inferno.

Se bem que a neta dela consegue fazer isso sem muito esforço.  O uzukage pensou, suspirando. Kushina era a personificação da avó, com seu mau gênio, sua impulsividade...

- Aquele ladrão ainda está de boa saúde ou eu posso começar a ficar preocupado que ele vai me botar um par de chifres? – o uzukage mudou de assunto.

Os netos do uzukage soltaram risinhos enquanto que o capitão Zariesk apenas sorriu.

- O imperador está de excelente saúde, uzukage-sama. Ele está mais que ansioso para que o senhor vá visitá-lo no palácio imperial.

- Nem por ordem de Kami! Ele só quer é um revanche no jogo de Go que ele perdeu na ultima vez, que alias, ele perdeu roubando. - Toushirou parou por um minuto e pensou - Se bem que quando ele deixar de roubar, ele está mais que convidado para... - uma batida o interrompeu. Depois que ele mandou entrar, Eichiki entrou, seguido pela filha, usando uma yukata e de cabeca baixa.

- Desculpem a demora. Coisa de mulher. - Eichiki falou, depois de dar uma olhada dura para a filha, que tinha as bochechas extremamente coradas. - Mas quais são as novas ordens, pai?

-As novas ordens são...