Réquiem - Livro I - Dança da Lua Cheia escrita por Bah_Kuran, Ariene


Capítulo 4
Capítulo 3 – Who's That Girl?




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“Quem é essa garota
Quem é essa garota?
Senhorita mais fina
Quem é essa garota?”

 

--

 

Segundo ano.

 

Fiasco! Essa palavra definia muito bem, o primeiro ano escolar de Estelar Lupin. Tirando a parte de ter sido selecionada para a Grifinória, todo o resto poderia ser esquecido. Estelar estava realmente entusiasmada a princípio, mas ser “a filha do professor” era irritante. Para falar a verdade, a menina tinha a certeza que a grande maioria das pessoas, sequer sabia o seu primeiro nome. Era sempre vista como uma potencial “dedo-duro”. Como se ela também não aprontasse... Estelar seguia o lema: “Se ninguém viu, eu não fiz nada!” Portanto não era nenhuma santinha, só esperta demais para ser apanhada. Afinal, como alguém que tem como padrinho Jorge Weasley, ou Fred Weasley... Para falar a verdade ninguém sabia dizer ao certo, então foi chegado ao consenso que os dois eram os padrinhos e pronto! Enfim, com tais influências, era impossível ser uma criança comportada. Mas a Grifinória foi taxada como tal... Era sempre excluída das brincadeiras, sendo apenas chamada para o que se relacionava aos estudos. O que a realmente deixava chateada, porque no final da contas ela nem gostava de estudar. Suas notas boas eram fruto da pressão exercida pelo pai e irmão, porque no que dependesse dela, não chegaria sequer perto de um livro. Toda essa distorção de sua imagem estava fazendo da menina hiper-ativa e risonha uma criança introvertida e mal-humorada. Seus planos de colocar, seu nome em um lugar de destaque no colégio, estavam indo por água abaixo... Quando Estelar voltou para o segundo ano, já não estava tão empolgada. Por isso, não se importou de chegar mais cedo junto com o pai e o irmão, vindos de sua casa em Hogsmeade... Iria ficar aguardando na sala do professor de DCAT, até os alunos chegarem.

- Mas que porcaria... Eu não entendo por eles insistem em chegar tão cedo aqui! – Reclamava a garota enquanto andava de um lado para o outro, dentro da sala particular de seu pai – Não tem nada pra fazer... Que saco!

- Menina reclamona! Que coisa feia, não está dando bom exemplo... – Debochava Pirraça enquanto sobrevoava a cabeça da Grifinória.

- Ah, é você... – Disse ela de forma apática.

- Seu papai não vai gostar nada, nada de saber que...

- Para falar a verdade pirraça, eu não estou nem aí pro que ele vai pensar. Não dou à mínima. – Falou ela sem paciência.

- Ahá, então é assim!? A filhinha do...

- Mas que droga! Porque vocês têm essa mania de me chamar de filha do professor!? Eu tenho nome, tá legal. É Estelar, Estelar!! – O interrompeu ela, gritando.

- Estelar!?

A menina se virou em direção à porta e viu seu irmão parado, olhando-a de uma forma preocupada.

- Está tudo bem?

- Eu estou ótima – Respondeu ela, enquanto olhava ao redor procurando pelo fantasma, que com certeza já estaria longe.

- Tem certeza? Você me parece alterada... Tem algo que queira me contar?

- Não! – Disse ela emburrada.

- Irmãzinha, você sabe que pode confiar em mim não é!? Então, me conta, porque aí eu posso...

- Então tá Ted! – Começou ela grosseira – Você quer saber por que eu estou chateada? Vou te contar... Eu estou cansada, ouviu bem? Cansada de ser vista SÓ como a filha do professor. Cansada de ter você correndo atrás de mim o tempo todo e me tratando como se eu tivesse cinco anos de idade. Larga do meu pé, que coisa!

- Eu só faço isso porque me preocupo com você... – Tornou ele de forma tranqüila.

- Então guarda toda essa preocupação para você. Sei me cuidar muito bem sozinha, não preciso da sua ajuda!

- Estelar pare de fazer escândalo. – Disse ele autoritário.

- Você não manda em mim. Se eu quiser fazer escândalo, vou fazer, não pode me impedir. Você não é meu pai! – Continuou ela, agora em meio aos gritos – Se eu quiser, faço e pronto. Por isso eu vou entrar para o time e jogar quadribol, não estou ligando para o que você pensa, sou muito boa e você sabe disso. Não pode me impedir!

- Eu já disse que é perigoso. Você ainda é muito nova e...

- Problema!

- Já chega mocinha! – Tornou ele agora sem paciência - Você não vai jogar! Como capitão do time eu não vou permitir.

- Eu odeio você Ted! – Gritou ela completamente alterada.

Por um momento, Ted pode ver os olhos de sua irmã mudar de cor, ou não. Talvez tenha sido só impressão, ele não saberia dizer... Não teve tempo, Estelar saiu da sala tão rápida e com tanta raiva, que ele achou melhor deixá-la sozinha por um momento.

Estelar andava pisando duro, enquanto encaminhava-se para o salão principal, onde os alunos já se reuniam para o banquete. Não fez questão nenhuma de esconder o seu mau humor enquanto se sentava a mesa, principalmente depois que Ted entrou no salão para se juntar aos Grifinórios e todas aquelas meninas ficaram dando risinhos e suspiros... “Ah, por Merlin! O que essas garotas vêem nele!? Ele é tão... Tão chato!” Pensou ela irritada enquanto observava seu irmão. “E feio...” Completou ainda em pensamento.

 

--

 

Segundo e terceiro ano.

 

Ted Lupin gostaria, mas não pode impedir sua irmã de entrar no time naquele ano. Mesmo ainda tendo 12 anos, ela foi a melhor nos testes... Logo o Grifinório não teve muita escolha. A única coisa que conseguiu fazer a respeito foi colocá-la como reserva, mas isso não duraria muito tempo. Afinal, Ted se formava naquele ano e assim que saísse Estelar ocuparia o seu lugar como artilheira titular do time. E é claro que a menina fazia questão de lembrá-lo disso sempre que podia. Foi mais ou menos nessa mesma época, que Estelar recebeu a sua primeira detenção. Decidida a largar o ícone de “Garota certinha e estudiosa” imposto a ela pelos outros alunos, a Grifinória foi a responsável por soltar um grupo de Diabretes da Cornuália em plena aula de Trato das Criaturas Mágicas. A garota teve acessos de risos, enquanto o meio gigante Hagrid tentava juntar os animaizinhos e os alunos corriam desordenadamente de volta para o castelo. Naquela noite, Estelar teve que lustrar a sala de troféus como castigo... Depois disso a situação só piorou. Uma vez livre da vigilância de seu irmão, no terceiro ano, a menina foi a principal responsável pela presença de “Gemialidades Weasley” dentro do colégio. Também foi ela, a realizadora dos mais diversos atos de arruaça, mas ninguém teve como provar e assim a culpa da maioria dessas traquinagens, recaíram sobre o poltergeist de Hogwarts. Que foi devidamente recompensado pela Grifinória, com um carregamento de “bombas de bosta”. O fantasma só lembrava de ter ficado tão satisfeito com alguém, no dia em que os gêmeos deixaram o castelo montados em suas vassouras. Agora todos sabiam quem era Estelar Lupin. A garota foi de “filha do professor” a arruaceira de uma forma inacreditável. Seus padrinhos nunca ficaram tão orgulhos, quanto no dia em que o banheiro da “Murta que geme” teve um de seus sanitários explodido... Era impressionante a capacidade que Estelar tinha de arrumar confusão, sempre na medida certa, para nunca receber um castigo severo demais. O professor Lupin, estava adquirindo mais cabelos brancos ultimamente devido às armações de sua filha, mas por mais que tentasse não conseguia ser tão autoritário quanto deveria, bastava olhá-la com aqueles olhos negros rasos de lágrimas para deixar o seu coração amolecer... Ainda assim, estava certo da péssima influência que os gêmeos Weasley exerciam sobre ela. Mas quanto a isso nada podia fazer, a família Weasley, tratava Estelar como uma princesa. E Tonks também não era nenhum exemplo a ser seguido... A Grifinória tinha tudo para ser uma pessoa metida e mimada, mas ao contrário disso, era simpática e gentil. Andava sempre sorrindo e sua disposição e energia eram quase intermináveis. A alegria somada a sua imaginação fértil para causar zona dentro do castelo, fizeram de Estelar uma das alunas mais populares do colégio. Agora sim, a menina estava satisfeita em poder ser ela mesma, em sua vida acadêmica.

 

--

 

“Quando você a vir, reze
E dê um beijo de despedida no seu coração
Ela é encrenca, em uma palavra
Aproxime-se do fogo.”

 

--

 

Quarto ano.

 

Aos 14 anos, Estelar além de popular se tornou muito bonita... E agora os meninos de Hogwarts tinham mais um motivo para cercá-la. “Estelar arrasa corações”, foi esse o apelido que ela recebeu de suas colegas de casa. Muito satisfeita com a sua vida social no colégio, Estelar tinha como principais características o riso fácil e a mania, às vezes irritante de acordo com o seu pai, de levar tudo na brincadeira. Só uma pessoa, em todo o castelo, era capaz de fazer Estelar sair dos eixos, essa era Sarah Malfoy. As brigas entre as duas eram sempre calorosas, se tornando um capítulo à parte na vida dos estudantes de Hogwarts. Lupin e Malfoy eram tão diferentes, tão opostas, uma a outra, que toda vez que dividiam o mesmo ambiente se formava o caos. Mas a questão é que a Grifinória não odiava Sarah tanto quanto deveria, para ser sincera, teria se tornado amiga da Malfoy de bom grado. Afinal, não existia ninguém naquele colégio que ela admirasse tanto... Sarah Malfoy era tão inteligente, um verdadeiro exemplo de disciplina e dedicação aos estudos! Se em algum momento, Estelar tivesse a metade dessa disciplina, talvez não precisasse ficar tendo aulas particulares com seu pai, após o jantar. E ao menos nesse ponto, Remo Lupin era categórico, por mais que Estelar reclamasse e fizesse manha, nada a tirava daquela sala até que ele estivesse satisfeito. “Você não pode ser tão esperta para fazer o que não deve e ignorar desse jeito os estudos...” O professor costumava repetir como um mantra. “Odeio estudar! Ficar parada tanto tempo me dá nervoso... Se ao menos eu fosse tão inteligente quanto aquela sonserina metida...” Pensava a garota. Mas é claro que ela nunca falaria isso em voz alta, nem mesmo sob tortura.

- Boa tarde Estelar!

- Hum, tarde... – Respondeu ela sem tirar os olhos do livro.

- Então, eu estava pensando e bem... Eu queria saber se você já tem companhia para o baile? Porque se não tiver, bom... Você gostaria de ir comigo? – Perguntou o rapaz atrapalhado.

As meninas sentadas ao redor da Grifinória abafaram risinhos com as mãos, enquanto Estelar desviava seu olhar da leitura, mirando pela primeira vez o corajoso menino a sua frente.

- Sinto muito, mas não posso aceitar... – Respondeu ela, da forma mais simpática que conseguiu.

- Hum, ok... Então, agente se vê por aí... – Tornou o rapaz, agora totalmente envergonhado.

Ouve alguns segundos de silêncio constrangedor, antes do garoto acenar e sair apressado da biblioteca. Assim que sumiu pela porta, as companheiras de Estelar começaram a rir. O que chamou a atenção da bibliotecária, que as olhou de forma reprovadora.

- Vocês não deviam debochar do coitado. – Comentou Lupin – Fazem idéia de como isso deve ter sido difícil para ele?

- Ah Estelar, não foi agente que deu um fora no garoto, foi você. Aliais esse já é o terceiro que você dispensa, desse jeito vai acabar sem um par para o baile.

- Hunf, não mesmo! Eu tenho alguém em vista, mas como ele não se manifesta, eu vou ter que tomar algumas providências...

- Vai Estelar, conta pra gente quem é. – Juntou uma segunda menina, sentada à mesa.

- Isso eu não posso fazer, é segredo! – Tornou a Grifinória com um sorriso travesso.

- Ah, qual é! – Insistiu a menina – Não custa nada falar... Espera aí, não vai me dizer que você está pensando naquele monitor da Corvinal, o loirinho do sétimo ano!?

- Quem sabe... – Disse Estelar de forma vaga, enquanto retirava de dentro do livro que supostamente lia, uma revista sobre quadribol. – Eu preciso ir, tenho que resolver um pequeno problema. – A garota se levantou da mesa, largando para trás o livro, que sequer sabia o nome, para se retirar da biblioteca.

- Tudo bem então Estelar. Até mais tarde.

- Tchau!

Despediram-se as garotas, enquanto Estelar encaminhava-se para a saída. Assim que ela virou no corredor, deu de frente com outra menina.

- Caramba, me desculpe. – Disse ela.

- Tudo bem, eu também estava distraída. – Respondeu a outra.

- Nossa, o seu cabelo é o máximo! – Elogiou Estelar, enquanto apontava os cabelos rosados da menina.

- Ah, obrigada...

- Ele fica sempre dessa cor? – Perguntou curiosa – A minha mãe é transmôrfaga, fica mudando a cor do cabelo toda hora... O meu irmão também! Mas eu não puxei a esse traço da família... Então, você também é assim?

- Não, na verdade eu uso um feitiço bem simples para deixar o cabelo dessa cor – Respondeu sorrindo.

- Legal! Ah, eu sou Estelar Lupin e você? – Se apresentou, estendendo a mão.

- Melanie Belford. – Disse enquanto cumprimentava a outra.

- Prazer Melanie. – Tornou sorridente – Acho que já tivemos aula juntas, não é!?

- É, acho que sim.

- Bom, eu tenho que ir... Preciso arranjar um vestido novo para o baile. Foi legal te conhecer...

Estelar acenou para a garota e seguiu pelo corredor. Andava bastante empolgada com a idéia de ir ao baile de Hogwarts pela primeira vez... Todo ano, o colégio comemorava a vitória sobre o Lord das Trevas, honrando a memória de seus heróis, com o “Baile de inverno”. E a Grifinória já normalmente hiper-ativa, estava atualmente a ponto de explodir, de tamanha agitação. As vésperas de um jogo contra a Sonserina, a garota teve que desaparecer com o vestido rosa, cheio de babadinhos e fitinhas que sua mãe tinha comprado, e implorar ao seu pai para comprar um novo. Isso até que não foi muito difícil, sabia exatamente como conseguir as coisas com seu pai... O que a preocupava mesmo era a goleira do time adversário. Era sempre um desafio vencer Sarah Malfoy! E Estelar simplesmente adorava tem alguém daquele nível para competir no quadribol. O que fazia do jogo, uma questão pessoal para as duas garotas.

Na manhã da partida, o dia estava claro, sem nenhum sinal de chuva. As arquibancadas estavam quase que completamente lotadas, enquanto os times se preparavam no vestiário. Estelar já estava pronta, e aguardava o restante do time na entrada do campo, próximo á subida para as arquibancadas. Foi quando o professor Draco Malfoy passou por ela, indo na direção ao vestiário da Sonserina.

- Minha nossa...

A Grifinória ouviu alguém suspirar, e ao se virar viu a menina do dia anterior, a Lufa-lufa de cabelo cor de rosa.

- O que você disse? – Questionou Estelar.

- Nada, eu só estava olhando o...

- Ah, eu sei. Concordo com você, ele é demais.

- Demais!? Ele é lindo! – Tornou Melanie animada.

- É sim. – Concordou a outra, em tom sonhador. – Você já reparou como ele consegue levantar só uma das sobrancelhas!? E também tem aquele ar de “Eu sou melhor que todo mundo”, isso é tão charmoso.

- Charmoso? – Riu ela – Você realmente presta atenção no professor Malfoy.

- Fazer o que? Não consigo evitar. – Concluiu Estelar.

Ainda rindo a Lufa-lufa seguiu para a arquibancada, desejando a outra boa sorte na partida. Os times se reuniram e entraram em campo, sob os aplausos dos torcedores e os comentários entusiasmados do narrador.

“Senhoras e senhores, preparem-se para o clássico de Hogwarts! Grifinória contra Sonserina, o ataque sempre fulminante de Estelar Lupin, contra a defesa perfeita de Sarah Malfoy, um verdadeiro duelo de titãs...”

A partida estava acirrada, e os times davam o máximo de si. Mas era praticamente impossível furar a defesa de Sarah Malfoy. Com a vantagem de 40 pontas, a Sonserina seguia vencendo a partida. Enquanto Lupin rasgava o céu com suas manobras um tanto quanto suicidas, realmente disposta a ganhar...

- Cuidado com o balaço Estelar!! – Alguém gritou.

Mas a menina não iria parar, não agora que ela conseguia enxergar uma falha na defesa de Malfoy... Ignorando os avisos dos companheiros, a garota seguiu em frente. Arremessou a goles com toda a força que tinha, sendo atingida logo em seguida, pelo balaço lançado em sua direção por um dos batedores do time adversário. Estelar rodou no ar, junto com a sua vassoura, perdendo o controle e despencando do céu rumo ao chão. Sarah se distraiu por um instante, se perguntando se a Grifinória ficaria bem, mas se amaldiçoou logo em seguida, ao perceber que a goles jogada por ela, tinha acabado de passar pelos aros do gol.

- E ela marca! – Gritou o narrador, seguido pela torcida da Grifinória, divididos entre a euforia e a preocupação, enquanto a menina rolava na grama do campo, após atingir o chão. – Por Merlin, ela é completamente maluca! Calma, calma professor Lupin, não precisa se desesperar... Vejam só, é inacreditável. A artilheira da Grifinória está se levantando... Hahahahaha... E Estelar sai para comemorar o gol, como se nada tivesse acontecido...

“Ela tinha que ter quebrado o pescoço, isso sim” Pensava Sarah Malfoy mal humorada.

- ... E a Grifinória diminui a vantagem da Sonserina, agora são 70 contra 40 pontos, sendo todos eles marcados por Estelar Lupin, essa garota tem futuro!! Espera um momento, os apanhadores parecem ter visto algo. Sim, sim eles viram... Vão em frente disputando cada centímetro pelo pomo e de ouro e... Minha nossa, a Grifinória pega o pomo. A Grifinória venceu!!

 

--

 

“Vá mais rápido
Sua gargalhada te incendeia
Você está girando, girando
Não consegue se levantar
Você tenta, mas não pode.”

 

--

 

O time da Grifinória só se retirou do campo, quando foram encaminhados para o vestiário pela professora de vôo. Por eles teriam continuado com a comemoração, afinal de contas era sempre bom ganhar, principalmente da Sonserina. Estelar seguia a frente do grupo de jogadores, puxando o grito feito pela torcida da casa: “Tu és casa de tradição, raça, coragem e paixão, viva ao leão. Grifinória, Grifinória!!” Cantavam eles enquanto pulavam e dançavam. A bagunça desmedida nos corredores do vestiário era ensurdecedora... Só depois de algum tempo, que resolveram entrar de fato nos vestiários para trocarem de roupa. Como a única garota do time, Estelar sempre preferia entrar sozinha, ou seja, quando todos os rapazes do time já tinham saído. Enquanto aguardava no corredor, o time da Sonserina saiu do seu respectivo vestiário. Inevitavelmente a Grifinória, sorriu de forma provocante para os rapazes que passavam. O capitão do time passou por ela, sussurrando um “lastimável”, sendo seguido pelo resto do time, com exceção dos batedores, que ficaram por último. Ambos eram absurdamente grandes, mas desde quando Estelar tem noção do perigo? Um sorriu para o outro e foram em direção à Estelar de forma rápida, dando em forte encontrão com a garota, que foi violentamente ao chão. Ao contrário do esperado, quando chegou ao chão, Estelar começou a gargalhar abertamente.

- Vocês vão ter que fazer mais do que isso! Não conseguem nem acertar a porcaria do balaço com uma força descente... Hunpf, vocês batem feito duas mulherzinhas! – Concluiu ela de forma superior, mesmo que ainda estivesse no chão.

Os dois batedores fizeram menção de avançar na Grifinória abusada, mas estagnaram ao ouvir um pigarro vindo da direção da porta do vestiário. Sarah estava parada lá, encostada no batente e com um único olhar, eles entenderam que deveriam sair. Estelar que estava de barriga para cima, se virou apoiando os cotovelos no chão, para em seguida posicionar o seu rosto sobre as mãos, enquanto olhava de maneira provocante a Sonserina.

- Então Sarah, me diz, como você está se sentindo nesse dia triunfante? – Falou sorrindo de forma zombeteira.

- Melhor do que você, eu imagino. Afinal o peso da vitória ao que parece, é demais para você, que mesmo vencendo ainda fica aí, no chão, em uma posição inferior. – Disse ela, andando até a Grifinória e dando dois chutinhos nos cotovelos que a sustentavam, fazendo-a impulsionar em direção ao chão. Porém, antes que desse de cara no chão, ela com um gesto de puro reflexo, espalmou as mãos no chão, evitando o impacto e se colocando de pé em seguida. Sarah já estava se retirando, mas foi impedida de continuar por Estelar, que a puxou pelo braço, forçando a Sonserina a encará-la.

- Cuidado com os seus atos Malfoy! Se não é capaz de levar na esportiva uma simples provocação, não entre em um jogo que está sujeita a perder. – Falou ela séria.

Sarah olhou Estelar por um segundo, para depois desviar o olhar para a mão da garota em seu braço.

- Não me toque Lupin, eu realmente detesto ter que me desfazer de coisas, e não gostaria de ter que me desfazer desse casaco por ter seus germes nele. – Falou ela, com olhar de nojo.

Estelar a olhou de cima a baixo, cruzando os braços em seguida.

- Isso é o melhor que consegue dizer!? Sinceramente esperava mais de você...

- Ah, Lupin, francamente... Você acha que eu ficaria pensando em algo mais elaborado para responder a você? Creio que no mínimo você não entenderia, seria um total e completo desperdício de intelecto. Você não vale o esforço. – Disse Sarah erguendo uma das sobrancelhas.

No entanto, Estelar não estava mais prestando atenção. “Por que ela tinha que levantar a maldita sobrancelha!?” Pensou a garota, lembrando do seu detalhe favorito, a respeito do professor de poções Draco Malfoy. Já sem uma linha de raciocínio coerente, a garota limitou-se aos xingamentos.

- Ah, vai a merda Malfoy! Eu arraso com você a hora que quiser!

Nessa hora, o time da Grifinória saiu do vestiário. Podiam escutar as meninas discutindo lá de dentro... Sarah ergueu ainda mais a sobrancelha, com um sorriso sarcástico ela olhou para Estelar.

- Para quem exigia um nível superior de respostas, você foi bem criativa. Quanto a arrasar comigo, só se for em campeonato de quem baba mais Lupin, porque tá escorrendo... – A Sonserina falou de forma mais que superior.

“Ela podia fazer o favor de abaixar a sobrancelha... Graças a Merlin ela não é loira!” – Continuava a Grifinória, com seus pensamentos fora de hora.

- Não seja idiota! Eu jamais teria um motivo para babar por você. Onde você está com a cabeça Malfoy? – Começou Estelar, perdendo completamente o rumo da discussão – Para mim você não passa de uma cópia mal feita, do projeto de comensal da morte que foi seu pai. Um grande covarde, isso sim... Todo mundo sabe! – Concluiu ela, apenas repetindo o que sempre ouvia os seus padrinhos dizerem.

Sarah olhou para a outra com os olhos lívidos de fúria, sem pensar duas vezes ela se jogou sobre Estelar com toda a força que tinha, levando-as ao chão. Enquanto os grifinórios se agitavam diante da expectativa da primeira briga física entre Lupin e Malfoy. Porém no mesmo momento Draco Malfoy aparecia no corredor.

- Sarah. – Foi a única coisa que Draco precisou dizer.

As duas meninas assustaram-se. Sarah logo se levantou, olhando para o pai, envergonhada.

- Pai eu...

- Cale-se – Interrompeu taxativo – Senhorita Lupin levante-se. – Draco continuou sério, olhando com desprezo a grifinória. A menina imediatamente colocou-se de pé. – E quanto a vocês, o show acabou, dêem o fora agora! – Disse ele se dirigindo ao time da Grifinória, que rapidamente se retirou. - Não creio que alguém como você Lupin, possa discursar sobre a vida alheia, muito menos quando profere palavras sobre a minha pessoa...

Estelar não estava prestando atenção em nada do que ele dizia. Era sempre assim, um interminável discurso cheio de Blábláblá... Que para ela não fazia a menor diferença, já que a única coisa que conseguia pensar, era em como o professor parecia bonito aos seus olhos, não importando nem por um momento sequer o que sempre ouviu ao seu respeito... Draco perdendo a paciência ao ver o olhar vazio da aluna, lhe deu um puxão no braço, assustando a menina e trazendo-a de volta a realidade.

- Você ficará de detenção! Por uma semana, entende? – Disse ele balançando a garota pelo braço, um pouco descontrolado.

- Solta ela Malfoy! Você não tem o direito de fazer isso... Está abusando da sua autoridade como professor. Além do mais as duas estavam brigando, portanto é mais do que justo, que ambas fiquem em detenção. – Interferiu de forma eloqüente a professora de transfiguração Hermione Granger.

- Fica fora disso, Granger!

- Não seja ridículo Malfoy. Elas são apenas crianças... Brigas nessa idade são completamente normais, deveria saber disso.

- Você não pode vir aqui e...

- Lupin, Malfoy! – Interrompeu Hermione – Vocês já podem ir... Estelar o seu pai quer falar com você, tudo bem? Depois me procurem na minha sala, eu vou garantir uma punição justa para as duas, agora vão.

As meninas ainda se entreolharam por alguns segundos, antes de virarem as costas rumo á saída do vestiário o mais depressa que conseguiram...


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Notas finais do capítulo

Who's That Girl? - Madonna

—-

Quem é essa garota (2x)
Quando você a vir, reze
E dê um beijo de despedida no seu coração
Ela é encrenca, em uma palavra
Aproxime-se do fogo
Vá mais rápido
Sua gargalhada te incendeia
Você está girando, girando
Não consegue se levantar
Você tenta, mas não pode
Quem é essa garota
Quem é essa garota?
Senhorita mais fina
Quem é essa garota?
Você tenta evitar
O destino dela está em suas mãos
Ela está sorrindo um convite para dançar
Seu coração está na rua
Teu coração é seu
Agora você está caindo a seus pés
Você tenta fugir mas não consegue
Quem é essa garota
Quem é essa garota?
Senhorita mais fina
Quem é essa garota?
Ilumine minha vida
Tão cega que não consigo ver
Ilumine minha vida
Ninguém pode me salvar agora
Vá mais rápido
Sua gargalhada te incendeia
Você está girando, girando
Não consegue se levantar
Você tenta, mas não pode
Quem é essa garota
Quem é essa garota?
Senhorita mais fina
Quem é essa garota?
Ilumine minha vida
Tão cega que não consigo ver
Ilumine minha vida
Ninguém pode me salvar agora
Vá mais rápido



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