Réquiem - Livro I - Dança da Lua Cheia escrita por Bah_Kuran, Ariene


Capítulo 5
Capítulo 4 – Objection




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/97435/chapter/5

...Isso é patético e sardônico
É sádico e psicótico
Tango não é para três
Nunca foi...”

 

--

 

Assim que as garotas saíram e Hermione se viu sozinha com Draco Malfoy, a professora assumiu uma postura totalmente diferente.

Encarando Malfoy diretamente nos olhos, a mulher deixou de lado sua calma e descruzando os braços, antes diante do peito, começou a gesticular enquanto falava de forma desenfreada.

- Qual é o seu problema? O que você pensa que estava fazendo Malfoy? Você não pode tratar um aluno desse jeito, é totalmente antiético! – Ela estava indignada.

- Granger, limite-se ao que lhe diz respeito. – Malfoy disse sorrindo com o canto da boca.

- Francamente Malfoy, você estava excedendo a sua autoridade como professor! Portanto tenho todo o direito de interferir. – Concluiu ela.

Draco ergueu uma de suas sobrancelhas em resposta ao atrevimento daquela mulherzinha irritante.

- Granger, você só está exercendo o seu direito de ser uma sabe-tudo intrometida.

- É impressionante a capacidade que você tem de ser irritante! Será que não percebe a gravidade da situação? Você praticamente agrediu uma aluna... – Malfoy olhou Granger tentando ficar sério, mas não se conteve e começou a gargalhar.

- Agrediu? Você não chegou nem perto de me ver agredindo alguém Granger. Não se iluda. – Disse em meio à gargalhada.

- Você é desprezível! Sabia?! – Disse ela de forma desdenhosa.

Draco parou de rir e olhou zombeteiro para ela.

- Esse é o melhor que você pode fazer?

- Não seja tão debochado, porque você já passou dessa idade... Não combina mais com você Malfoy. Mas se quer continuar bancando o garotinho mimado, vá em frente. Eu duvido que o corpo docente de Hogwarts precise de um professor assim.

- Minha atitude como professor é inquestionável Granger, uma vez que os alunos aprendem coisas úteis em minhas aulas, diferentemente de você, que ensina a transfigurar copo em pássaro, uma inutilidade se você quer saber... Mas se você está tão insatisfeita assim, vá reclamar com a McGonagall, afinal foi ela quem insistiu que eu lecionasse aqui. – Disse ele em tom definitivo. – Eu já perdi muito do meu precioso tempo com um serzinho como você... Vou indo.

- Diga o que quiser nada irá fazer com que eu mude minha opinião ao seu respeito. “Como se eu me importasse.” – Pensou Draco. Hermione continuou a falar. – Você pode até ensinar coisas úteis, mas a sua postura é sim, totalmente questionável, uma vez que não é segredo para ninguém o seu nítido favorecimento para a casa da Sonserina. – Pontuou Hermione convicta.

Draco que já havia se virado, voltou-se para Hermione novamente.

- Vou fazer de conta que a sua opinião me importa e explicar uma coisa: eu não favoreço a Sonserina, eles é que são melhores que as outras casas, isso é fato.

Pela primeira vez desde que havia retornado ao castelo, Hermione riu, na verdade gargalhou.

- Não vamos começar a discutir a superioridade das casas agora, porque você com toda a certeza sairia perdendo... Mas só para explicar, a Grifinória supera a Sonserina em diversos pontos. Porque até onde eu sei a coragem é a principal característica da minha casa, não que você saiba o que é isso, não é mesmo Malfoy? – Completou com um sorriso cínico nos lábios.

Draco Malfoy sorriu.

 

--

 

- É, ela não deveria ter dito aquilo. – Disse Sarah olhando a cena.

- Talvez... Mas é agora que a briga vai realmente começar a esquentar. – Estelar respondeu contente por ver o “circo pegando fogo”.

Elas estavam olhando a briga, dependuradas na alta janela do lado de fora do corredor que dava acesso aos vestiários, ambas haviam corrido para lá, assim que foram “convidadas a se retirar” por Hermione.

- Vai esquentar? Se liga Lupin, você acha que vai ser igual a nós duas? Que vai ter porradaria desmedida e palavras de baixo escalão? Claro que não! Estamos falando de meu pai e da professora Granger, vai ser uma briga de outro nível...

- Não sei não... Eu duvido muito! No final das contas eles vão acabar dando uns gritos a mais, um com o outro e as coisas vão ficar por isso mesmo, não seria a primeira vez. Mas uma coisa eu devo admitir: eles dois, com certeza são melhores nisso do que nós duas. – Disse Estelar olhando para a outra.

- Ah, o nível da briga muda quando se tem o parceiro adequado Lupin, é igual a uma dança. Nós duas somos como valsa, comparados àqueles dois que são iguais ao tango. Eu conheço meu pai, aquele sorriso dele, significa que ele tem algo em mente, um trunfo, que vai abalá-la muito mais do que dizer que os sonserinos são melhores que os grifinórios. – Sarah voltou a olhar para o pai e Hermione. Estelar fez o mesmo.

 

--

 

- Coragem, Granger... Isso é sinônimo de burrice, e conseqüentemente de morte. Seus amiguinhos Potter e Weasley podem responder a isso muito bem. Quer dizer, não podem, porque estão mortos. Por isso prefiro não ter coragem, mas ser esperto e estar vivo e muito bem vivo obrigado.

- Quantas vezes eu vou ter que repetir até que você entenda?! Não ouse tocar nos nomes deles novamente ouviu bem?! – Falou gritando. – Você não tem caráter para se comparar a eles, que com certeza são muito melhores do que você Malfoy. Eles podem estar mortos, mas conseguiram uma glória que você sequer sonha em ter um dia, não importa o que você faça, sempre estará abaixo deles! – Ao terminar Hermione já não conseguia conter as lágrimas.

Draco voltou a gargalhar.

- Errado Granger, eles estão muito abaixo de mim, afinal estão enterrados, Weasley está onde sempre deveria estar, abaixo de todos... – Ele sorriu maliciosamente, como se sorvesse a dor de Hermione.

 

--

 

- Ih, agora ele realmente pegou pesado! – Comentou Estelar.

Ao mesmo tempo em que as duas olhavam bestificadas, a sempre tranqüila e controlada Hermione Granger avançar sobre Malfoy. A mulher completamente descontrolada serrou os punhos tentando acertar toda e qualquer parte do homem a sua frente com a intenção de causar o máximo de dor possível.

- Aposto 50 galeões na professora Granger. – Disse a ainda incrédula Sarah.

- A professora pirou! E você também! Já pensou no pecado que vai ser se ela acertar o nariz dele?! –Falou a outra chocada.

Sarah desviou o olhar da cena bizarra a sua frente para olhar mais incrédula ainda.

- O que raios você quer dizer com isso?!

- Ah, do que você está... Ah, ta! OK. Vou explicar para você: O seu pai, sinto muito dizer isso, porque tenho certeza que você não vai gostar de ouvir... Enfim, ele é lindo! Pronto, falei.

A sonserina manteve a cara de incredulidade por alguns segundos, depois voltou o olhar para a cena a sua frente, falando entre dentes. - Tomara que ela acerte o nariz dele... Ia ser ótimo para o ego dele... – Era visível o ciúme na voz de Sarah.

Estelar não conteve a risada.

 

--

 

Draco Malfoy se deixou golpear por alguns segundos, ele sabia que Granger perdia o controle quando se tratava de Potter e Weasley, mas ela nunca havia ido tão longe...

Imobilizando-a, segurou fortemente seus pulsos, gritando para que ela se controlasse.

Hermione continuou a se debater durante algum tempo, enquanto esbravejava as mais diversas ofensas contra o outro professor. No entanto ela foi vencida pela dor, ainda tão latente em seu coração... Hermione se deixou amolecer, caindo no chão sentada, chorando de forma dolorida.

Draco observou a mulher ir ao chão, se mantendo com os punhos cerrados nos pulsos dela, apertando firme, observando-a em silêncio. A mulher puxou suas mãos com o máximo de brutalidade que conseguiu reunir, se soltando das mãos de Malfoy e cobrindo seu rosto em seguida.

- Você é desprezível Malfoy! – Gritou. – Suma da minha frente ou eu juro que mando você direto para o inferno!

Por uma fração de segundo, as garotas que observavam a cena, puderam ver uma expressão de pena na face do professor, mas que rapidamente fora substituída por uma gargalhada sacana.

- Você não saberia o caminho do inferno para me mandar lá Granger. Deixe de ser patética, só vou sair porque não quero ter que ficar olhando para essa sua ceninha, guarde sua dor para si. – Debochou se virando e caminhando em direção a saída.

Hermione se levantou de forma rápida, sacando a varinha. Em seu olhar era possível ver uma fúria desmedida, essa mesma fúria a fez gritar o feitiço, mesmo Draco estando de costas.

- Bombarda!

O feitiço foi rápido, passando perigosamente perto de Draco, indo acertar a parede logo à frente dele, fazendo com que uma grande cratera se abrisse.

- Não me provoque Malfoy! Você não faz a mínima idéia do que sou capaz de fazer! – Provocou a mulher.

Ela se dirigiu a saída do vestiário, passando pelo estático professor de poções, dando nele um encontrão violento. Mas Draco a segurou pelo braço, fazendo-a virar e se chocar violentamente contra o seu corpo.

- Isso Granger, foge enquanto está por cima... – Draco provocou a mulher, falando baixo, olhando fundo em seus olhos, seus narizes não se tocaram por questão de milímetros. A expressão no rosto dele era perversa. Olhou-a por um tempo, para em seguida largá-la sem nenhuma delicadeza. – Vá chorar em seu quarto como uma boa viuvinha que você é... – Hermione andou sem sequer olhar para trás ao deixar o local, mantendo sempre a sua cabeça erguida... - E depois diz que coragem é algo que só grifinórios têm, bela demonstração de coragem, a sua...

- Vai para o inferno! – Gritou a distância, continuando seu caminho.

Draco Malfoy sorriu, para em seguida aplaudir ruidosamente. – Parabéns Granger, muito original...

Hermione continuou a caminhar, sem se virar, ainda chorando. Draco esperou um tempo para sair.

 

--

 

- Caramba... – suspirou a grifinória. – Isso foi tão psicodélico! Sarah, eu estava pensando em uma coisa, na verdade em uma teoria... Quer ouvir? – Perguntou entusiasmada.

Sarah olhou para a grifinória com uma sobrancelha erguida, ela sabia que o que quer que viesse a seguir, não seria boa coisa.

- Fala logo Lupin. Mas se você vier com papinho de tiete para cima do meu pai, eu te azaro.

- Não... – Falou a menina sorrindo. – Seguinte, uma vez a vó Molly me contou que a professora Hermione e o filho dela o Ronald, teriam com certeza se casado se ele não tivesse morrido na guerra. Mas enfim... A questão é que ela também me disse que, eles costumavam brigar feito loucos o tempo todo... Então, vendo por esse lado, talvez a professora tenha na verdade, um amor reprimido ou quem sabe uma atração física encubada pelo seu pai... – Concluiu a menina muito satisfeita.

A sonserina olhou torto para Estelar, tentando com muita força de vontade, conter o riso, que acabou vencendo a batalha, Sarah gargalhou, tendo que colocar a mão na boca para não fazer muito barulho. Sendo acompanhada logo em seguida por Estelar, que começou a achar a própria idéia absurda.

- Você andou bebendo whisky de fogo? – Questionou ainda sem ar, conseqüência da gargalhada.

- É, eu sei! É mais fácil nós nos juntarmos para salvar o mundo do que esse dois se entenderem assim... Que loucura! – Respondeu a grifinória ainda rindo.

- Tudo bem, agora definitivamente eu digo que você andou bebendo... Nós duas? É muito mais fácil meu pai se casar com a professora Granger... – Sarah parou de falar e observou séria a grifinória.

- O que foi? – Perguntou Estelar também parando de rir.

- O que foi? Nada não... Só o fato de nós estarmos aqui, rindo juntas... Eu só estou esperando o mundo acabar... – Concluiu sarcasticamente. Ela se afastou da outra inda até a saída. – Bom, foi bom enquanto durou, mas prefiro não brincar com a sorte... Até nunca Lupin. – Disse para em seguida sair.

- Pois é... Vai que a gente causa um lapso na realidade... – Concordou enquanto encaminhava-se na direção oposta. – Que dia mais louco! – Pensou a garota em voz alta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Objection– Shakira

—-

Não é culpa dela ser tão irresistível
Mas todo o estrago que ela causou não tem conserto
A cada 20 segundos você repete o nome dela
E quanto a mim você nem liga
Se estou viva ou morta
Então, objeção
Eu não quero ser a exceção
A ter um pouco de sua atenção
Eu te amo de graça e nem sou sua mãe
Mas você nem se importa
Objeção
Eu estou cansada desse triângulo
Fiquei tonta dançando tango
Estou me desfazendo em seus braços de novo
Jeito nenhum, eu tenho que escapar
Perto do silicone barato dela eu pareço mínima
É por isso que aos seus olhos eu sou invisível
Mas você tem que saber que coisas pequenas também contam
Melhor colocar os pés no chão e ver de quem se trata
Então, objeção
Eu não quero ser a exceção
A ter um pouco de sua atenção
Eu te amo de graça e nem sou sua mãe
Mas você nem se importa
Estou presa aos ângulos desse triângulo
Fiquei tonta dançando tango
Estou me desfazendo em seus braços de novo
De jeito nenhum
Eu queria que houvesse uma chance pra você e eu
Queria que você não pudesse encontrar um lugar para
Estar longe daqui
Isso é patético e sardônico
É sádico e psicótico
Tango não é para três
Nunca foi
Mas você pode tentar ensaiar
Ou treinar como um cavalo
Mas não conte comigo
Oh, não conte comigo, garoto!
Objeção
Eu não quero ser a exceção
A ter um pouco de sua atenção
Eu te amo de graça e nem sou sua mãe
Mas você nem se importa
Objeção
Eu estou cansada desse triângulo
Fiquei tonta dançando tango
Estou me desfazendo em seus braços de novo
De jeito nenhum, eu tenho que escapar



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Réquiem - Livro I - Dança da Lua Cheia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.