Cαp.XVIII

.:Renata:.

Edward e eu compramos as primeiras passagens que apareceram.

Era no fim da tarde, então chegaríamos em Forks já no amanhecer.

Isso era bom. Talvez.Em minha vida nunca pensei que voltar os locais de meu passado fosse uma boa idéia.

Foi por isso que nem cogitei em ir visitar Camussim.

Nem em viajar, mesmo que daqui a cem anos, para Volterra novamente.

Suspirei irritada quando Edward passou por mim e olhou pela janela: São Paulo estava sob chuva.

De novo.

Ele voltou seus olhos para mim.

“que tal uma última caçada antes da viagem? Para não trazermos problemas?”

Desprezei-o, suspirando e mexendo minhas mãos deliberadamente.

“Tanto faz” murmurei.

Ele sentou-se ao meu lado e sorriu de lado, como sempre faz quando está divertido.

“ Está entediada? Ou isso é raiva, porque não queres voltar.”

“Nem um nem outro. Isso se chama irritação.”

“Mas tem um por quê, certo?”

“Tem. Tem um nome: Alec Volturi.” Ele riu.

Dei-lhe um olhar assassino.

“Acha que eu já não sabia?”

“Você se comporta como se não soubesse.”

“Bem... às vezes, devemos ouvir de nossa própria boca, para sabermos que estamos dizendo a verdade.”

Arqueei as sobrancelhas e desfiz um dos cachos perfeitos que modelavam minha face. Levantei-me do sofá, desliguei a televisão e fui atrás de uma roupa boa para uma caçada num dia chuvoso. Tem que combinar...chamar atenção..tem que ser discreta e chamativa. Ah, como é duro ser mulher. E vampira!

Fomos até uma reserva que existia perto do parque.

Lá, perseguimos algumas pessoas e nos confrontamos com irmãos que nos eram desconhecidos, mas fomos rápidos e não chamamos atenção.

Nem nos alimentamos de humanos, mas nos divertimos bastante seguindo alguns deles. Foi bem... legal.

Nunca pensei que Edward podia se divertir desse jeito.

“Não sou tão tapado assim, Renata.”

“Desculpa, senhor Cullen, achei que ainda vivia no século passado!” Exclamei, rindo.

Ele desdenhou de mim, abraçando-me pelos ombros e embaraçando meus cabelos.

Fuzilei-o com os olhos e ele sorriu.

“Vamos para casa, Srta. Rodrigues.”

“Claro que sim, Papai!”

Um casal passou ao nosso lado e nos olhou horrorizados. Eu ri muito.

Quando aterrissamos em Port Angeles, eu queria morrer.

Apesar de ser algo difícil para mim.

Edward suspirou e pegamos nossa bagagem.

Assim que passamos pelas portas duplas de chegada, nos deparamos com nossa família.

Inclusive Alec.

Nossos olhares ficaram presos um no outro por uma fração de segundos que para mim pareceram inacabáveis. Desejei, mais que nunca, um buraco para que pudesse enfiar minha cabeça dentro. E, de preferência, nunca mais tirar. Alec caminhou para mim daquele jeito insolente que só ele sabe fazer; num ato reflexo, estiquei o escudo o suficiente para que não ficasse mais perto que dois metros. Ele deveria manter-se distante. Seus olhos procuraram os meus, interrogativos quando ele bateu levemente em minha proteção.

Abriu a boca como se para dizer alguma coisa.

Eu tive a sensação de que, se meu coração ainda batesse, estaria quase saindo por minha boca.

Queria desaparecer, ele não podia dizer nada.

O idiota tinha me machucado por tanto tempo... Será que tentaria levar-me de volta para Aro, será que ele ficaria aqui? E eu? Os Cullen tendo tanta gente no clã poderiam ser identificados.

Será que teríamos que deixá-los?

Será que eu teria que fazê-lo?

Alice adiantou-se.

E nem demoraria muito.

Eu podia prever o que ela diria.

”Ninguém vai embora, Renata.”

“Eu disse alguma coisa?”

Ela riu e piscou para mim.

Estava louca pra saber como seriam as coisas daqui pra frente.