Renata Volturi escrita por Morgana


Capítulo 17
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, meus queridos!



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Cαp.XV

.:Edward:.

A manhã se passou de forma lenta.

Renata ligou para Carlisle e disse onde estávamos, deu o número de casa e o endereço caso ele achasse necessário. Eu fiquei em frente ao piano de cauda, todo marrom, que ela tinha na sala.

Ao nosso redor, duas poltronas negras e um sofá de quatro lugares marrom madeira. As paredes eram claras e quadros renascentistas adornavam-nas. O telão era um caso à parte, camuflando-se com toda a decoração.

Sentei-me junto ao piano e dedilhei as teclas, abrindo o livro de partituras em cima do instrumento. Ela terminou de falar com Carlisle.

“Bella está furiosa com você.”

“Não é pra menos. Desde que soubemos que tu virias, eu tenho ficado...”

“Distante de tua esposa. Sabias que não deveria tê-lo feito, Edward.”

“Fiquei feliz por tê-la na família.” Sorri para ela, dando de ombros.

Isso está sendo difícil, Edward. Acho que você deveria voltar para ela.

“E deixá-la ao relento?” murmurei, tocando a 19ª sinfonia de Beethoven. Ela sorriu e dirigiu-se para a suíte que lhe pertencia. Sorri e esperei a chuva passar. A cidade de São Paulo tinha novos habitantes noturnos. E nós nos apresentaríamos esta noite.

_____________

.:: Renata::.

Quando saímos de casa esta noite, o ar estava ameno. Gostoso. Nós deixamos o apartamento e nos dirigimos para a Avenida Paulista. Lá haveríamos de achar um táxi e então, sair para caçar.

Pegamos o carro e dei as coordenadas, o centro. Meu alvo era algum bar com gente bêbada demais. Alguém ingênuo o suficiente para...

“Não vamos quebrar o que Carlisle fez para nós. Caçaremos animais.”

Quer matar no Zoo, Ed? Lá, com a perícia, eles nos encontrariam fácil, fácil.

“Você sabe que há regiões nas quais poderíamos caçar sem sermos vistos, Renata.” Ele murmurou. Não que eu não quisesse continuar na vida dos Vegetarianos. Muito pelo contrário, eu queria e necessitava disso. Mas nas cidades grandes não dá pra caçar animal se não for gente. Os outros são muito difíceis de serem encontrados.

“Poderíamos ir a algum rancho.” Ele sussurrou de novo. O motorista estacionou o carro e eu saquei as cédulas. Paguei com uma de cem e pulei pra fora do carro. Ele me deu o troco e continuei a andar. Edward olhou-me irritado e eu só lhe dei uma rabis saca com meus cabelos cacheados. Ele me seguiu.

Nós entramos em um bar. A música estava em bom volume até mesmo para nós, de ouvidos mais sensíveis. Tocavam um pagode harmônico. A melodia era intrigante. Sentei-me em uma das mesas para duas pessoas e Edward sentou-se a minha frente. Ele estava curioso.

“Não entendo.”

É claro que não. Esperar por outro grupo de vampiros não é exatamente o que eu faço. Normalmente minha postura excessivamente defensiva afastava os outros. Mas esta noite, Ícaro Magalhães era meu alvo. O vampiro mais ‘quente’ que uma garota poderia conhecer.

“Por quê temos que esperar por ele?”

“Por que ele é nosso passaporte para não sermos taxados de intrusos.”

“Ele vem sempre aqui?”

“Ele vai nos achar.” Tranquilizei meu ‘primo’ enquanto pedia uma dose dupla de vodca.

“Que vais fazer?” ele murmurou tenso. “Renata! Teu corpo não vai expelir a bebida!”

Relaxa e goza Ed! Seja uma garça entre as garças! Imite-os e eles não se darão conta que estão lidando com seres diferentes. Humanos são lerdos demais. Sorri para o meu comentário mental. Nota mental; não dizer mais essas palavras para meu priminho gatoso. Ele fica nervoso por ser, ainda muito conservador. Ah!Ah! Edward não passava de um gatoso. Um gato idoso! Ah!Ah!Ah!

Eu e Edward passamos a gargalhar juntos. Então o cheiro deles veio às minhas narinas e eu calei a boca. Edward sentiu minha tensão. Olhei para a entrada, virando minha cabeça levemente.

O quarteto passou por nós rapidamente. Sentaram-se numa mesa dos fundos e pediram bebidas. Então eu me levantei. Ícaro não estava entre eles. Paguei e saímos.

Passamos por um beco mal-cheiroso, que tinha algumas casas comerciais já fechadas. Talvez falidas.

Já havíamos andado dois quarteirões quando percebi que estávamos sendo seguidos.

“São eles.” Ed murmurou. Eu sabia disso. Sabia que viriam atrás.

A fêmea?

“Que tem?”

Está com eles?

“Os quatro estão aqui.” Ele disse, virando seu rosto para trás. Fiz o mesmo e vi o cano de um calibre 22 apontando para nossas costas. Parei e rosnei alto. A rua escura e vazia era perfeita para uma briga entre vampiros.

“Novatos!” Edward murmurou. Sorri e lancei meu escudo para aquelas Crianças da Noite. Estavam perdidas.

A fêmea desviou junto com um dos rapazes. Os outros dois bateram contra a parede, que rachou.

O casal avançou.

O macho pulou no teto de uma das casas e jogou-se sobre nós. Meu escudo nos protegeu, e Edward, ainda dentro da proteção invisível, aplicou-lhe um soco no nariz.

O negro caiu sentado, rosnando para nós. A garota, que devia ter a minha idade - de quando morri-, avançou seguida pelos outros dois. Então, no final da rua, Ícaro apareceu. Ao mesmo tempo, ela disparou a arma. As balas ricochetearam em meu escudo e voltaram sem destino certo para todos os lados.

O vampiro que esperávamos sorriu; seus cabelos loiro-escuros ondulando ao vento. A blusa negra de mangas compridas deixava transparecem muito bem as linhas de músculos bem delineadas. Ícaro era, sem sombra de dúvidas, um verdadeiro vampiro. Ele aproximou-se devagar, olhando para o quarteto que rosnava para mim e Edward.

Seus lábios tocaram os meus devagar e suavemente. Era como seu poder atuava: contato labial. Ele poderia saber o que quisesse sobre qualquer um só tocando seus lábios com os de sua vítima.

Bem-vinda! ele passou o que sentia para mim. Dirigi-lhe um sorriso educado e com segundas intenções. Meu propósito: conseguir conversar com ele sem os filhotes por perto.

Ícaro dirigiu-se a Edward.

“Obrigado.” O ruivo respondeu. O vampiro brasileiro sorriu e virou-se para a fêmea.

“Ora, vamos, Elaine! Eles não estavam fazendo nada demais.”

“Claro, Ícaro!” seu tom era irritado. Ela respirou pesadamente e puxou o parceiro pela mão.

“Ítalo...”

“Não se preocupe.” Respondeu o vampiro negro. Eles passaram pelos outros dois. Um deles, moreno, alto e forte, com cabelos longos e pretos fechou a cara para nós três.

“Estarei de olho!”

Ícaro riu e puxou-me para longe. Edward nos seguiu. Nós fomos até uma casa abandonada. Lá, só o que se mexia eram os ratos.

“É um prazer conhecê-lo, Edward.”

“Obrigado pela ajuda, Ícaro. Mas não acho que fora necessária.”

“De qualquer forma, o importante é que agora Renata pode falar comigo.” Ele sorriu e senti minhas entranhas darem um nó.

Eu podia até amar outro homem, mas que Ícaro era bonito, ah, sim, ele era.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Eu á defini o final da Fic. Vai ser MARA! *-*



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