Se passou uma semana, já era o dia de Adrienne ir embora. Estavam todos no aeroporto de Narita se despedindo dela.
— Adrienne.
Ela olhou, Tom se aproximou dela meio inquieto, colocando a mão nos bolsos.
— Sobre o que aconteceu na festa...
— Eu entendo... - Adrienne sorriu sem ressentimento nenhum, o que fez Tom sorriu também, aliviado.
— Nós torcemos por você. - Ele indicou Georg e Gustav que estavam atrás dele, com a cabeça.
— Eu também torço por vocês. - Disse sorrindo olhando os três. - Por favor digam isso ao Bill também.

Georg concordou com a cabeça.
O alto falante anunciava que o avião já ia decolar, Adrienne os olhou sorrindo.
— Bom... Já vou indo.
— Boa viagem.
Eles se abraçaram e Adrienne virou pra falar com as tantas outras pessoas que estava ali.
— Bem, eu já vou.
— Boa sorte.
— Tenha uma boa viagem!
Pessoas exclamavam a rodeando e Adrienne não sabia o que fazer se não sorrir agradecendo.
— ADRIENNE!!!
Todos olharam, Jullie subiu as escadas correndo e estava ofegante quando Adrienne se aproximou dela.
— Você veio. - Disse sorrindo.
— Sinto muito por estar atrasada. - Jullie vestia seu uniforme escolar e carregava sua mochila na mão, fazendo um tremendo esforço pra respirar, olhou em volta e viu todos ali se despedindo dela - Bill?
— Ele não veio. - Disse decepcionada - Bom, ele realmente é um crianção. - Sorriu. - Ah.. - Ela pegou algo que estava num banco e o mostrou a Jullie. - Você pode ficar com isso? - Era os sapatos que Jullie tinha usado na festa, ela arregalou os olhos. - Esses sapatos ficaram ótimos em você.
— Mas...
— A partir de agora você deve deixá-los te levar a lugares maravilhosos. - E os colocou nas mãos dela - Eu também vou me esforçar. - sorriu - Adeus!
Elas se abraçaram e Adrienne partiu em direção ao portão de embarque.

O SAPATO:

Depois que ela entrou, as pessoas começaram a dispersar, Jullie ainda ficou um tempo imóvel olhando o ponto em que Adrienne tinha sumido.
— Bill - Exclamou Gustav espantado, o que fez Jullie acordar de seus devaneios e olhar pra trás juntamente com Tom.
— O que está fazendo? - Falou Georg o repreendendo.
— Quando você chegou? - Perguntou Gustav no mesmo tom de voz.
— A uma hora atrás. - Respondeu Bill de sobrancelhas erguidas - Eu estava observando vocês.
— Você é idiota? - Jullie borbulhava de raiva, abraçava a caixa de sapato tão forte que quase a esmagava, correu até chegar perto dele o bastante. - Vá atrás dela! Se você gosta dela, deve ir atrás dela onde quer que ela vá não é? Você vai ficar satisfeito só assistindo pela sombra? Você se considera um homem? - Jullie precisou de uns segundos pra conseguir dizer essa frase, tamanho era seu nervosismo.
— Eu vou!
Jullie o olhou, não conseguiu processar a informação tão rápido.
— Como?
— Eu vou pra França também. - E mostrou a passagem.
— Jullie... Sabe eu, gosto muito desse seu lado. - Se aproximou alguns passos dela, ficando bem próximos - Essa força que me falta! Eu finalmente percebi que não posso continuar assim.
Jullie se emocionou, e se sentiu idiota por isso, mas sorriu pra ele.
— Obrigado. - Bill agradeceu sorrindo e lhe deu um beijo na testa, fazendo Jullie se encolher toda sentindo o coração palpitar.
Tom desviou o olhar, não conseguia ver aquela cena.
Bill se afastou dela e Georg e Gustav se aproximaram pra se despedir.
Quando passou por Tom, eles mal se olharam, o clima entre eles não era um dos melhores.
— Espere ai Bill! - Disse Tom quando Bill já estava a uns passos de distância.

Bill parou mas não olhou Tom.
— Você realmente vai embora?
Bill ficou em silencio um segundo, mas viu que não era hora pra enrolação.
— Sim. - disse na lata, ainda sem olhar Tom.
— Por que? - Berrou Tom indignado - Por que você nem ao menos nos consultou.
— Me desculpe.
Tom foi até ele e o virou, fazendo o encarar.
— Nós não estivemos juntos até agora? Por que você de repente quer no deixar? Por que? Você faz as coisas de repente. - O empurrou.
— Tom, sobre a ultima vez... - Bill sentiu a necessidade de dizer algo, mas Tom não o deixou falar.
— Não importa mais. - berrou - Você realmente vai embora? Hein Bill? - Ele ficou quieto, só que irritou ainda mais o Tom - Não brinque! Se você for, eu não terei ninguém por perto! Tudo bem assim?
Eles se encararam por uns segundos, até Bill se sentir seguro o bastante pra dizer.
— Fique bem Tom.
Tom suspirou, sentiu seus olhos arderem
— Em Paris, se você encontrar algum chato por lá, me avise imediatamente, nós três iremos pra lá te ajudar. Certo? Você entendeu?
Bill sorriu.
— Obrigado! Eu já vou!
Tom balançou a cabeça, Bill olhou pra Jullie e depois saiu.
— Tom. - Georg colocou uma maça na frente dele, ele a olhou e depois de um insentivo do amigo ele a pegou.
— BILL!
Ele parou na frente do portão e olhou pra trás, assim que o fez Tom jogou a maça no ar, Bill a pegou no susto e quando viu o que era sorriu pro amigo e depois foi embora.
Jullie o olhou indo e sorriu, sabia que fazia a coisa certa, tinha ajudado ele a seguir sua felicidade e estava feliz por isso, mesmo que tenha desistido de seu amor, aprenderia a conviver sendo sua amiga, sem alimentar falsas esperanças de um amor bobo.