POV JAKE

Não estou gostando desse mistério de Bella, sei que tinha algo haver com o seu pesadelo, notei como ele mexeu com ela. Tenho medo das possíveis loucuras que poderiam surgir da sua mente, porém confio em Lunna sei que não permitiria nenhuma sandice da minha vida, ou não? 
Antes que meu cérebro se fundisse com a possível bobagem que minha lua poderia propor a loba, ouvi os passos de Embry se aproximando.

-Para quem estava todo esbaforido para comer, você está muito calmo. – ele colocava a mão no meu ombro. – O que foi? Por que ta com essa cara de preocupado?

-Tenho medo o que pode resultar dessa reunião entre elas. – Falei preocupado.

-Você tem medo que elas briguem?

-Não. – O encarei e um sorriso debochado apareceu. - Sei que Lunna não machucaria minha vida, além foi Bella que quis essa conversa.

-Talvez sua noiva queira se entender com seu imprinting. – Embry falou meio confuso. – Afinal elas terão que conviver bem, pois as duas fazem parte da sua vida agora.

Tanta coisa acontecendo a minha volta que não tinha pensado, que agora a Lunna fazia parte da minha vida, pensar na sua possível partida me incomodava. Sempre a teria por perto, de certa forma ela fazia parte de mim. Não quero contar para ninguém sobre as possíveis loucuras que Bella poderia propor a loba, que eu estava contando ser sensata como eu.

-Vocês não vão vim comer? – Gritou Sue para nós.

-Vamos Jake. – Embry me puxou pelo ombro. – Não adianta você ficar aqui esperando.

-Você tem razão. – Falei isso para meu corpo, pois minha mente ia ficar maquinando e preocupado com minha vida.

Andamos até a casa de Sue, os meninos ainda estavam agitados pelo exercício que acabaram de fazer, todos nós seguimos para mesa da cozinha, onde havia vários pratos deliciosos. Porém a minha fome tinha dissipado, todos notaram meu olhar sério. Logo a Leah tinha que fazer um comentário:

-Você está preocupado com que as duas estão tramando contra você? – Falou debochada.

-Tem medo de verem quanto chato ele é e fugirem. – Brincou Embry.

-Ou elas estão planejando a despedida de solteira da Bella. – Retrucou Leah.

-Vocês não têm nada melhor para fazer do que me encher? – eu resmunguei comendo um muffin.

-Não! – Eles responderam Juntos em coro.

-Fica tranqüilo Jake. – Agora o mais sensato falou: Seth. – Daqui a pouco elas estão chegando.

-Sempre certinho demais. – Leah revirou os olhos falando do irmão.

-É que ele ta apaixonadinho pela Lunna. – Riu Embry.

Nossa conversa tinha sido ouvida por Sue, que lógico estranhou essa historia levantada por Embry, e assim passou a questionar o filho.

-Meu filho que historia é essa de você apaixonado por Lunna? – Havia um espanto na voz dela.

Os batimentos do pequeno lobo aceleraram, seus olhos ficaram aflitos, ele abriu a boca tentando falar alguma coisa, porém nenhum som saía em seguida os tremores, fracos ainda, escaparam. Seu rosto caiu para frente mostrando que ele tentava se controlar. No entanto alguma coisa tinha que ser feita, a mãe dele esperava uma resposta.

-Embry está muito agitado. – eu falei sério, olhando para o próprio. – Não liga para ele Sue.

-Seth? – Sue me ignorou e chamou o menino. – Isso é verdade meu filho? – A censura estava explicita no tom de voz dela.

-Mãe. – ele levantou seus olhos, tinha raiva ali. – e se isso for verdade?

Nesse momento a reações na mesa foram em cadeia, eu o encarei admirado pela sua coragem, Embry e Dan tinham a cara de espanto não acreditando na pergunta do garoto. Já Leah ria incrédula, lógico ela tinha que ser sarcástica:

-Pirralho. Ela é muita areia para seu caminhão. É muita mulher para você.

Os tremores de Seth o faziam agora quicar na cadeira, acompanhados com rosnados. Isso parecia divertir mais ainda Leah, que não se conteve.

-Mãe. Isso é um sonho do pirralho. – Ela voltou sua atenção para comida. – É uma paixonite aguda, típica dessa idade.

-Cala sua boca Leah. – Seth falou entre dentes. Nunca tinha o visto assim raivoso, sempre foi o mais controlado de todos nós, obvio que isso assustou a todos.

-Quem você acha que esta falando fedelho? – Leah já tremia com os olhos furiosos levantando da cadeira.

Antes que intercedesse com meu comando alfa para que os dois se controlassem, Sue foi mais rápida.

-Meu filho, você a ama?

Isso deixou o clima mais tenso, ficamos todos em um silencio, na expectativa para a resposta de Seth, que levantou a cabeça e falou:

 
-Sim mãe. – Ele respondeu ainda com olhos fixos na irmã, que por sua vez o chamava para briga só pela sua feição dura e carrancuda.

-Você sabe que ela é bem mais velha do que você? – Sue continuou, mas agora seu tom era de cuidado.

-Sei. E isso não me importa. – O garoto falou com os olhos brilhando para mãe, os espasmos já estavam se controlando. – Eu a amo, ela poderia ser mais velha ou mais nova, isso não muda nada.

-E ela sabe disso? – O inquérito continuava por parte de Sue.

-Acho que ela já percebeu. – Seth falou agora envergonhado.

-Seth, já tinha notado que você estava estranho, meio avoado às vezes, com esse brilho intenso no olhar. Agora vejo que era o amor dando seus sinais. – Sue estava preocupada, mas terna ao mesmo tempo. – Me preocupo com você, sei que não é mais garoto, essa coisa de lobo acelerou seu corpo que já é de um homem feito, porém seu espírito ainda é muito jovem.

-Eu sei o que quero. – ele falou calmamente.

-Consigo ver isso nos seus olhos meu filho. – Ela se encaminhou ficando próximo a ele, tocou seu rosto. – Quero sua felicidade sempre.

-Obrigada mãe. – ele levantou e a abraçou.

-O que resta saber é se a loba vai querer o moleque. – Falou Dan rindo.

-Não quero nem pensar nisso. – Resmungou Leah sentando com a mão de Dan no seu braço.

-Pensei que você fosse a melhor amiga de Lunna. – Embry hoje estava impossível, acho que ele está muito próximo de Quill e Paul, só pode com esses comentários.

-Ela merece um homem melhor do que Seth. – a irmã falou voltando a comer.

-Leah. – Sue falou. – Seu irmão é um homem muito digno, tenho orgulho dele da pessoa bonita que ele se tornou por fora quanto por dentro.

Antes que eu ouvisse a replica da loba debochada, meu olfato sentiu o perfume da minha vida, me inebriando por completo, em seguida percebi o cheiro de Lunna junto, também era bom, mas não comparava com o da minha lua. Os batimentos cardíacos de Bella eram tranqüilos, sem ao menos pedir licença as pessoas me levantei da mesa e segui aquele aroma.

Ao longe ouvi os meninos rindo de mim e Seth pedindo que aquele assunto fosse esquecido. No entanto nada me importava afinal meu coração já podia ficar tranqüilo, a minha vida estava chegando. Ao passar pela porta encarei Bells caminhando tranquilamente ao lado de Lunna, logo meus olhos foi notando que seu nariz estava vermelho, ela havia chorado, isso apertou meu peito, todavia ela tinha o rosto um sorriso leve.

As duas pareciam se divertir, mesmo ainda longe parei para escutar a conversa das duas.

-Não entendo como ele conseguiu se segurar tanto? – Lunna perguntava impressionada.

-Acho que o amor. – Minha vida deu os ombros. – Nos amamos muito, nossa historia foi muito intensa.

Pelas poucas palavras eu sabia sobre quem, não, sobre o que elas estavam falando. Bufei irritado, Lunna ouviu e riu para mim, mas minha vida nada percebeu e continuou a falar.

-Ele sentia dor estando próximo a mim. – Bells falava com o rosto concentrado. - Ele fazia sacrifícios para ficar ao meu lado.

-Mas isso tudo não foi suficiente? – Lunna falou sorrindo.

-Eu não era eu. Era outra Bella que existia quando estava com Edward. – Apareceu o sorriso tímido que tanto amo. – Já com Jake eu posso ser eu, totalmente eu. Com todos os meus defeitos, as minhas loucuras. – Agora as duas riram, não sei por que isso me alarmou. – Não sei como ele consegue amar uma pessoa tão sem-graça como eu.

Revirei meus olhos, odeio quando ela se deprecia assim, ela não sabe o quanto ela é atrativa para mim, tanto por dentro quanto por fora.

-E como você percebeu que amava o Jake? – Lunna perguntou. – Você largou o vampiro no casamento, certo?

-Sim. – Bells encarou com certa curiosidade.

-Eu vi a historia no ponto de vista dele. – A loba apontava pra testa, lembrando nossa ligação lupina. – Achei a historia toda muito bonita, acho que ia ficar lindo numa produção hollywoodiana.

-Acho que sim. – minha vida riu fraco. – Percebi que faltava alguma coisa, passei os meses, que ele foi embora, sofrendo sem ter meu sol. A ferida que havia aqui. – ela apontava para o peito. – Sangrava a cada dia mais. Nada fazia ficar bem, o vazio era tão intenso. Não gosto de lembrar.

-Sei o que isso. – Os olhos azuis estavam marejados. – Não ter mais o ser amado ao nosso lado criam uma ferida imensa por dentro, e como um buraco negro vai sugando todo o nosso ser.

-Você amava seu namorado imensamente, né? – Bella perguntou com rosto penalizado.

-Sim. Como nunca amei ninguém na minha vida. – A dor dela me incomodou, era muito forte ainda. – O primeiro amor a gente nunca esquece, me marcou para sempre.

-Como ele soube que você era loba?

-Ele viu eu me transformar para salvar uma pessoa. – Ela sorria com a lembrança. – Ele quase teve um treco.

-Imagino. – Minha vida riu. – Eu sou tão errada que esse mundo sobrenatural nunca foi apavorante para mim.

-Nem tinha como, afinal você namorou um sanguessuga e depois um lobisomem. – as duas riram da conclusão de Lunna. – Você é já expert nesse assunto.

-Acho que você tem razão. – Bells comentou rindo. – Qual foi a reação dele?

-Ele ficou atônico por uma hora, fiquei desesperada, não sabia o que fazer. – A loba começou a gesticular como tivesse no momento relatado. – O sacudi, depois fiquei com medo de machucá-lo, fiquei chamando por ele. E nada, durante uma hora, nunca fiquei tão aflita na minha vida. 

-E o que você fez para ele voltar ao estado normal? – Bells ria lindamente.

-Ele era meio louco como você. – Agora minha vida deu uma risada alta. – Eu falei que eu ia embora que nunca mais ficaria próximo a ele, porque eu era um monstro algo ruim...

Um riso mais alto escapou da minha vida, a acompanhei, pois foram mais ou menos essas palavras ditas por mim quando me transformei e tentei me afastar dela. Lunna me encarou e juntou as peças.

-Foi isso que ele também te disse? – a loba perguntava rindo da coincidência.

-Mais ou menos. – Agora Bells tinha notado a minha atenção e riu para mim. Esticou a mão e me chamou para se juntar as duas.

Corri até ao meu doce convite, como uma criança. Peguei sua delicada mão e puxei seu corpo ao encontro do meu, o contato a fez arfar, isso me deixou feliz, meus braços a suspenderam do chão e selei nossas bocas. Esqueci tudo a minha volta, como sempre. Contudo Bella era sempre mais educada que eu. Interrompeu o beijo e me perguntou.

-Você estava escutando a nossa conversa? – ela fingiu que estava brava. – O que você ouviu?

-O que era interessante: como você me ama. Isso é única coisa que importa. – eu sorri vitorioso.

-Quanta pretensão. – minha vida debochou. – Agora me coloca no chão que quero ouvir a historia da Lunna.

-Sim senhora. – Eu a coloquei na terra, no entanto com os braços envoltos ao corpo dela.

-Lunna desculpa. – Bells falou.

-Não tem problema. Vocês se amam essa é a reação normal. – Lunna falou sorrindo. – Como eu ia dizendo, antes desse momento de puro romance. – Bella corou, fazendo eu e a loba rir. – Ao terminar de falar que me afastaria dele, sua mão pegou a minha e me perguntou por que faria aquilo. Ai lembrei a ele que eu era um monstro, ele me repreendeu na mesma hora. Falou que me amava de qualquer jeito. E assim ficamos juntos por dois anos depois disso.

-Pena que ele se foi. – Bella falou pegando a mão da Lunna, que nitidamente segurava emoção. – Sinto muito.

-Eu também. – eu falei, mas saiu um sussurro, pois a dor dela parecia viva para mim também.

-Obrigada. – A loba respirou fundo e continuou. – Isso é passado.

Reparei que ela queria que mudássemos o rumo da conversa e assim o fiz:

-Quando sua matilha chega? – Falei rindo.

-Amanhã. – Lunna falou rindo. – Vem o bando.

-Quantos vêm?

-Não sei ainda. Quando eu falei com quem era a briga todo mundo se interessou. Meu avô é o mais empolgado.

-Jake. – Bella me chamou. – sabia que Lunna tem uma irmã gêmea?

-Não. – Falei surpreso. – Escondendo coisas do seu imprinting? – eu falei fingindo braveza.

-Bem, podemos dizer que a amo, mas a distancia faz parte de uma necessidade de integridade física para ambas. – Ela falou cheia de ironia.

-Nossa. – eu falei rindo. – Ela vem?

-Vem sim, tenho certeza. – Lunna falou revirando os olhos.

-Temos que fazer uma festa de boas vindas. – Falei com a idéia na cabeça.

-Por mim tudo bem. – Ela falou.

-Vocês, lobos, adoram uma festa. – Bells falou rindo. – estou até aprendendo a gostar disso.

-Lógico, afinal têm grupo mais animado que o nosso? – eu perguntei dando um beijo estalado na bochecha dela.

-Sem dúvida vocês ganham nesse quesito de qualquer outro grupo.

-Vamos marcar com os meninos. – eu disse empolgado.

Peguei a mão de Bells e chamei Lunna com gesto para nos acompanhar, nos seguiu ao nosso lado. Fiquei impressionado como as duas estavam se dando bem, para meu espanto agora elas são amigas pelo jeito.

Dei um grito chamando os meninos que estavam ainda na casa de Sue. Eles foram surgindo curiosos, Leah olhava para Seth com desprezo, porém o garoto quando viu a loba ao meu lado, veio correndo a nossa direção. Reparei que ele queria um abraço, essa era sua intenção, mas perdeu a coragem, ficando sem graça ao lado dela. Que riu do gesto do menino e perguntou em voz baixa, mas todos com ouvidos aguçados puderam ouvir.

-Você quer um abraço?

-Deixa para lá. – ele falou engasgado.

Sem perguntar mais nada a loba o abraçou de maneira divertida, no entanto percebemos a felicidade do garoto. Os olhos de Bella encontraram o meu numa pergunta clara se aquilo era o que ela estava pensando, só assenti com a cabeça. Leah bufou irritada e pude ouvir seu comentário para Jared:

-Minha amiga vai virar minha cunhada?

-Não quero ser pressa Leah. – Brincou Lunna se afastando dos braços de Seth. – Ele precisa achar alguém da idade dele, e não uma loba velha como eu.

O menino corou violentamente, ele parecia até a minha vida quando fica com vergonha, todos rimos. Lunna ficou com o rosto preocupado para Seth, passou sua mão com carinho no rosto dele, que se pudesse se escondia em qualquer buraco.

-Seth acho que precisamos conversar. – Seu tom era sério.