Pov de Jake (nosso lobão)

 

Quando Paul me chamou em casa para me encontrar com Sam, percebi que havia algo de importante a ser dito. Enfim Sam evitava durante o dia nos importunar com assuntos da matilha, porque tínhamos que tentar ter uma vida “normal”.

 

No entanto isso era praticamente impossível, já que sempre havias novas complicações a cada dia. Com pouco, na verdade nenhuma vontade, deixei Bella com Rachel na minha casa. Era impressionante como me afastar dela, nem que seja por pouco tempo, deixava com extremo mal humor.

 

Quando nós dois entramos na floresta, tiramos nossas roupas, deixamos nossos lobos surgirem e correrem livremente pela floresta. Em meio a nossa corrida vi no pensamento de Paul, ele e minha irmã se beijando. Isso me deu certa repulsa, rosnei para ele mostrando minha insatisfação, como sempre Paul era abusado e começou a pensar sobre alguns amassos deles. Já foi demais para mim, então pulei em cima dele cravando meus dentes no pescoço dele, não era para matá-lo, não que me faltasse vontade disso, contudo sei que Rachel não iria gostar.

 

Rolamos como duas bolas de pêlos entre as arvores, algumas caíram com encontro dos nossos corpos. Sempre que lutava com Paul era significado de boa briga, porque ele deixa o instinto dele o guiar, sem se preocupar se nos machucaríamos. Posso confessar que era divertido, sei que ele também se divertia.

 

Em meio a nossa briga, ouvi a voz do Alfa na minha cabeça:

 

-Parem de brincarem e venham aqui agora.

 

Imediatamente paramos, restou ainda algumas patadas e mordidas no outro enquanto chegávamos perto da cada de Sam. Logo o vimos, ele já estava em sua forma de lobo, Emily estava ao seu lado afagando seus pêlos. Ao nos aproximar ele olhou para ela, que assentiu e entrou para casa.

 

Estranhei haver somente eu, Paul e Sam. Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo. Ouvi Sam ordenar para Paul que ele fosse embora, na forma humana. Então percebi que o assunto seria comigo.

 

Sentei na frente de Sam, vi que o assunto não seria nada agradável, afinal ele estava todo misterioso. Quando percebemos que Paul não estava mais conectado aos nossos pensamentos, Sam começou a falar:

 

-Jake estou preocupado com o que pode acontecer agora em diante em relação aos Cullen. - tom dele era de pura preocupação.

 

Entretanto senti ele enrolando em falar o que realmente queria, isso me irritava.

 

- Pelo que vi naquele dia na clareia, percebi que teremos mais e mais problemas, o Edward não vai desistir.

 

-Sim, infelizmente. E... - perguntei tentando não mostrar minha irritação com aquele papo.

 

-E temo pela sua reação. Sei que uma hora você não vai mais se segurar e vai acabar partindo para cima dele. - Sam me falava como um adulto tentando ensinar algo obvio a uma criança.

 

-Eu sei que um dia isso vai acontecer. - Já me colocando de pé, pois aquele papinho tava me deixando inquieto. – Sam o que você realmente quer me falar?

 

-E quando você partir para cima dele, o clã vai defendê-lo e nós lhe defenderemos. Portanto quando começar a guerra haverá baixa dos dois lados. Você compreende isso? -Ok, mas o que você exatamente está querendo me dizer? - agora eu o encarava.

 

-Estou tentando te alertar às conseqüências da sua falta de paciência. Pensei em te dizer isso depois que vi na mente sua e de Seth o quanto Bella gosta dos Cullens. Uma batalha final entre nós traria uma enorme dor a ela e você poderia perdê-la. Além que eu tenho que pensar que uma luta contra eles traria perdas irreversíveis a matilha.

 

-Se um dia eu lutar com o sanguessuga, eu espero que esse dia chegue, não pedirei que vocês me defendam. - Falei entre dente e no final soltei um rosnado para ele. Porque me doía pensar um dos meus irmãos morrendo por uma briga pessoal.

 

-Jacob, você sabe que as coisas não funcionam assim. - Seu olhar era calmo, apesar da minha raiva. - somos uma matilha, um defende o outro. Somos um grupo.

 

-E o que você quer que eu faça? – Minha irritação consumia minha paciência.

 

-Que você seja mais tolerante e não entre no jogo do Edward. Porque pelo jeito ele pretende não deixar vocês em paz.

 

Por mais que me desagradasse as palavras de Sam havia razão nelas. Eu não estava sozinho nessa historia, havia muitas pessoas envolvidas e a principal dela era Bella. Um embate entre eu e aquele sanguessuga traria muita confusão, seria algo sem volta, com conseqüências extremas.

 

-Não sei o que te falar Sam. – Meu corpo desabou em cima das minhas patas. – Gostaria que vocês ficassem de fora disso tudo.

 

-Eu sei Jake. – Agora ele sentava na suas patas traseiras. - Estou aqui alertando você. Tenho certeza que algo de ruim acontecesse a qualquer um de nós, você carregaria o peso da responsabilidade.

 

-Sim – Senti um gosto ruim na minha boca. – Prometo pensar direito antes dos meus atos. Mas aquele morto fedido parece não se conformar.

 

-É, vai ser difícil. Contudo você sabia que seria assim. Lembre-se estaremos aqui para te apoiar.

 

-Mesmo que eu não queira. É uma luta entre eu e ele, nada tem haver com sermos seres sobrenaturais. Mesmo assim obrigada. – Revirei meus olhos. Sam riu da minha atitude.

 

-Não deixe Edward afetar seus pontos fracos, sua impaciência e Bella.

 

Só de pensar na maneira aquele maldito chupador de sangue manipula as pessoas a sua volta, principalmente os sentimentos da Bella, fez um rosnado escapar da minha garganta. Sam me olhou e revirou os olhos.

 

-Viu como é fácil? – Eu fiquei sem resposta pra sua pergunta. – Jake só pense, antes de agir. Só entre num embate com ele quando não houver mais escapatória, tenha em mente que todos podem pagar um alto preço.

 

-Ok! – eu estava extremamente irritado, já me pus em pé nas minhas quatro patas. - Posso ir? Ou você tem mais algum conselho para me dar? – Perguntei irônico.

 

-Não Jake. Pode ir. E obrigada por me cobrir na ronda da noite. Hoje você está livre essa madrugada.

 

-Sim sim.

 

Sem ouvir mais nada comecei a correr, por dentro a raiva bufava. Nunca quis saber as conseqüências concretas de um embate com aquele maldito dos infernos que se chama Edward. Afinal a luta com ele, e lógico a sua morte, era algo que tanto meu ódio humano como meus instintos de lobo pediam.

 

Eu estava queimando tamanha raiva que sentia, porque agora eu teria que me segurar mais ainda pra não matar o sanguessuga, mesmo querendo muito isso. Não gosto disso, na verdade odeio. Já tinha sonhado como iria matá-lo, eu e Leah já tínhamos pensado em algumas estratégias naquele dia na Clareira.

 

Mas agora Sam me trouxe um peso maior para minha ação, não seria só o meu prazer, teria um preço. Ódio: essa é palavra que eu estava sentindo por toda essa situação. Não queria envolver ninguém naquela historia, porque era algo entre eu e Ele. Já havia Bella, que era o meu maior motivo pra me conter, mas agora havia a matilha e as conseqüências. Droga!

 

Cada momento que eu repassava a conversa com Sam na minha cabeça, mais possesso de raiva eu fico. Deixei minhas patas correram para onde desejassem então elas me levaram para beira do penhasco. O vento batia forte, acariciando meu pêlo avermelhado.

 

Olhei para frente e vi estrada que corta o rochedo do outro lado. Lembrei da vez que eu estava com Bella na caminhonete, indo ensinar ela andar de moto pela primeira vez. A gente parou viu Sam pulando no penhasco junto com os meninos. Recordei da cara de assombro dela, que por sinal era linda, dos garotos pulando. Suspirei.

 

Bella sempre foi assim preocupada demais com os outros, principalmente com aqueles que ela ama, era inegável que ela ainda amava aquela coisa branca e sua família. Fiquei com raiva, mas não dela, nunca consegui ter esse sentimento por ela, contudo queria que houvesse uma solução mais simples. Tipo aquela coisa fria cumprisse a promessa e aceitasse de verdade a escolha dela. Afinal ele não diz amá-la? Quando se ama de verdade você quer ver a felicidade da sua amada. E Bella esta muito feliz comigo.

 

Toda vez que eu penso no nome dela uma paz invade minha alma, encantador como o simples fato de recordar o seu sorriso fazia meu peito inflar tamanho prazer. Agora que eu a tinha nos meus braços, falando e aceitando que me amava, não vou deixar ninguém estragar nossa felicidade. Nem aquela coisa gélida.

 

Em meio as minhas lembranças do rosto da minha vida, senti uma saudade imensa dela, parecia que não a via há dias. Então voltei a correr agora na direção da minha casa, precisava ver Bella, abraçá-la, cheirar seu perfume que me enlouquecia. Necessitava ouvir o seu “Eu te amo”.

 

Cada momento recordado mais eu corria, queria sentir seu abraço frágil ao meu redor, porque era ali que tudo se acalmava dentro de mim. Ver nos seus olhos lindos da cor de chocolate, que ficaríamos sempre juntos, lutaríamos pelo nosso amor.

 

Ao chegar próximo a minha casa reparei que seu cheiro já não estava mais ali, confirmei isso quando vi que sua caminhonete não estava ali. Fiquei intrigado pela sua ausência, assim ao me aproximar da casa ainda andando, meu lobo sumiu deixando minha forma humana tomar lugar. Caminhando coloquei minha bermuda, entrei em casa e encontrei Rachel lendo um livro.

 

-Cadê a Bella? – Perguntei de uma vez.

 

-Calma. Ela foi para casa. – Rachel me encarou e perguntou. – Ta tudo bem?

 

-Mais ou menos. – Eu disse indo em direção ao banheiro. – Vou tomar um banho.

 

Talvez isso me relaxe, eu pensei. Liguei o chuveiro, fiquei alguns minutos deixando a água cair. Precisava esfriar a cabeça, mas nem água gelada estava ajudando, afinal ela sempre esquentava quando entrava em contato com a minha pele.

 

Sai do banheiro agitado, com varias coisas na cabeça: havia a conversa com Sam,a preocupação sobre o próximo passo que o morto psicopata poderia dar e agora essa ida repentina da Bella para casa. Tudo bem que ela só tinha ido para casa, mas algo estava errado nessa historia.

 

Porque ela hoje de manhã parecia muito empolgada para os preparativos. Será que elas resolveram tudo rapidamente? Não. Duvido

 

Quando fui para sala conversar com Rachel, queria que ela me falasse o motivo de Bella ir embora tão rápido, se ela tinha tanta coisa para resolver sobre o casamento.

 

Ao chegar na cozinha, vi que Rachel tinha colocado o meu prato de comida na mesa. Meu estomago logo mostrou sua necessidade. Então sentei e comi, realmente estava uma delicia.

 

Rachel me falava das decisões sobre enfeites e outros detalhes do casamento. O engraçado que enquanto minha irmã falava, aquilo não parecia nada interessante, ai lembrei-me de ontem quando Bella estava falando sobre o mesmo assunto, me fez ficar muito mais interessado. Na verdade qualquer assunto era interessante vindo da Bella.

 

Durante toda a minha refeição eu estava com a cabeça fixa no por que Bella ter saído tão cedo daqui de casa. Então ao terminar meu terceiro prato de comida, perguntei para Rachel:

 

-Por que Bella saiu cedo daqui de casa? – tentei empregar um tom descontraído na minha voz, mas algo estava me incomodando de verdade, pois algo tava errado, eu podia sentir.

 

-Ela recebeu uma ligação enquanto estávamos aqui resolvendo algumas coisas.

 

– Rachel me encarou com rosto desconfiado, isso mostrou que eu estava certo, algo estava errado. – e disse que tinha que ir para casa.

 

-Mas ela falou por quê? Ou quem tinha ligado?- Nesse momento eu já tinha ficado de pé, já indo em direção a porta.

 

-Calma Jake. Era uma mulher no telefone.

 

-Deixa ver se eu adivinho: ela tinha uma voz suave como de sinos? – Nesse momento eu já estava tirando minha camisa, jogando no sofá, ficando só de bermuda.

 

-Era. – Rachel parecia confusa.

 

-Eu imaginei.

 

Nesse momento meu corpo tremia muito, meus músculos doíam muito devido aos espasmos descontrolados. Sem ao menos chegar perto das arvores, eu já tinha retirado minha bermuda e colocado no meu tornozelo.

 

Assim imediatamente deixei a minha raiva, que incontrolada fervia dentro de mim, falar mais alto: deixando meu lobo explodir. Quando finalmente fiquei em quatro patas, partir direto para casa de Bella.

 

Enquanto corria fiquei pensando o que aquele projeto de anã quer com Bella? Porque eu não consigo confiar em nenhum deles, mesmo essa com carinha de fada. De verdade o único que eu respeito é o Doutor Caninos, pois ele sempre foi fiel a sua palavra, coisa que ele devia ter ensinado pro filho nojento dele.

 

Tenho medo que essa sanguessuga faça a cabeça de Bella, fale do sofrer do maldito do irmão dela. E conhecendo bem o meu amor, sei que ela sofreria ao saber da dor dele, ainda temo a reação que Bella possa ter.

 

Ao me aproximar da casa dela, senti dois cheiros enjoativos invadirem minhas narinas, logo eu reconheci. Um era da anã de jardim e outro... era daquele chupador de sangue ta pedindo para morrer.

 

Meus passos se aceleraram mais. Quando eu já estava próximo da rua de Bella, reprimir meus instintos de lobos, que desejavam invadir aquela casa e matar aqueles vampiros, mas o amor que eu sinto por Bella fazia eu controlar esse desejo.

 

Minha forma humana apareceu. Logo ao chegar na frente da casa dela, vi o vulto da coisa pequena sair pelos fundos, com olhar direto em mim e um sorriso debochado, me inervando. O cheiro dele, ainda é forte, entrei na casa, somente com os ouvidos atentos aos batimentos de Bella, eles eram calmos, isso me fez controlar um pouco mais meus instintos.

 

Quando meus olhos encontraram a figura de Bella, sentada terminando de comer. Ela me encarou com um brilho intenso no olhar, era o meu amor ali refletido. Na verdade também havia um pouco de desejo, se não fosse o cheiro nojento que impregnava meu nariz, eu tinha lhe correspondido aquele seu pedido silencioso.

 

Tinha aquele cheiro o de Edward muito intenso, fazendo meu nariz franzir de dor, pois realmente me incomodava. Afinal eu não posso  abaixar minha guarda e me entregar aos braços de Bella. E logicamente ela percebeu isso.

 

-Jake? O que foi? – Seus olhos agora eram preocupados.

 

-Tinha Sanguessuga aqui. – eu falei tentando me controlar o máximo, meu lobo exigia que eu fosse atrás daquele cheiro.

 

-Era Alice. – Ela disse calmamente caminhando para pia, isso mostrava que ela não sabia que ele está aqui. Isso deixou meu coração menos aflito.

 

-Não só ela.. – O cheiro era muito forte, meu corpo tremia muito, não ia suportar por muito tempo.

 

-Como? – Ela me encarou assustada.

 

- Ela esteve aqui.. – Eu precisava me segurar um pouco mais, era única coisa que eu pensava. – ele esta aqui

 

-Como?- Ela estava desesperada e falou - Eu estava aqui ate agora com Alice.

 

-Sinto o cheiro dela aqui, está bem forte. – eu ainda podia sentir o cheiro daquela lá, mas instintivamente virei meu o nariz em direção a escada. - mas também tem o cheiro dele e esta vindo lá de cima.

 

Sem pensar em mais nada fui em direção ao quarto de Bela, ele estava lá, eu sei. Ouvi Bella desengonçada atrás de mim, pensei em falar pra ela ficar longe, mas eu sabia que poderia ser grosseiro com ela. Porque eu estou com muita raiva, não quero magoar a minha vida.

 

Lembrei as palavras de Sam sei das minhas responsabilidades, mas talvez a morte de Edward seja a única solução para paz entre eu e Bella. Se o preço fosse uma guerra, eu pagaria sem problema, contudo tentaria não envolver ninguém nessa história, porque não haveria outra saída se não fosse nosso confronto. Sam não me perdoaria, mas ele não poderia me condenar por isso, afinal ele faria o mesmo por Emily, tenho certeza.

 

As dores musculares dos tremores que corriam o meu corpo estavam quase me enlouquecendo, entretanto não podia, me transformar aqui, destruiria casa de Bella e ainda poderia machucá-la. Isso era outro motivo que me mantinha ainda na forma humana.

 

A cada passo que eu dava o cheiro ficava mais e mais forte, então logo um pensamento me invadiu: “Ele ainda esta aqui.”. Com minha audição sobre humana ouvi ele se mexendo na cama dela. Quando eu parei na frente da porta do quarto, parei por um segundo com a mão na maçaneta, e pensei para ele ouvir: “Não vou lutar com você aqui, poderia machucá-la e sei que você não vai querer isso.”. E inevitavelmente soltei um rosnado.

 

Quando abri porta vi o vulto dele correr para janela. Minha vontade homicida era pular e correr atrás dele. Só que antes eu queria ver como Bella estava e se ele tinha feito alguma coisa no quarto dela, aonde ele tinha encostado com aquele fedor. Notei uma caixa em cima da cama nunca vista por mim, o cheiro dele era forte, porém meu lobo suplicava que eu fosse em busca do vampiro.

 

 Ouvi minha vida me chamando algumas vezes, contudo ficar ali com aquele cheiro estava tirando minha insanidade. Meu corpo doía tanto que deixando-me sem ar, minha temperatura deveria estar uns 50 graus, preciso sair dali, não queria machucar Bella e também anseio ir atrás daquele maldito.

 

Então deixei meus instintos me guiarem, pulei da janela e me transformei antes de tocar o chão. Meu lobo dominou-me por completo, colocando toda sua fúria para fora.

 

Quando me transformei o cheiro enjoativo daquele maldito me incomodou mais ainda, fazendo minhas patas correrem atrás dele. Depois de uns dois minutos eu vi o seu vulto correr entre as arvores. Meu lobo não queria outra coisa senão encontrar aquele sanguessuga, só queria desmembrá-lo.

 

Em meia a minha perseguição ouvi a voz de Sam , mandando eu parar, mas meu sangue Alfa pulsava mais forte do que pedido dele.

 

 -Jacob pare agora. – Sam estava usando todo seu tom de Alfa.

 

Mas eu continuava a correr. Eu não queria ouvi-lo, só queria cravar meus dentes no pescoço daquela coisa morta e arrancar sua cabeça, ai não teria que aturar aquele sorrisinho cínico.

 

De repente ouvi alcatéia toda na minha mente, eles falavam para eu não cair na armadilha dele. Contudo nada me fazia parar, eu só enterrava minhas patas na terra impulsionando mais e mais a minha corrida. Entretanto havia uma voz, que eu sabia muito bem quem que me apoiava, que agora corria ao meu lado: Leah

 

-Eu quero arrancar pelo menos uma perna. – ela falou

 

-Eu deixo um pedaço para você. – eu respondi serio para ela.

 

-Leah, eu mandei você alcançá-lo para conte-lo e não para incentivá-lo. – disse Sam possesso de raiva.

 

Nesse momento escutei as patas dos outros lobos próximo a mim. Todavia aquilo me deu mais energia para correr mais ainda. Leah se divertia com tentativa deles de nos alcançarem.

 

Na frente o vulto de Edward foi acompanhado por outros três vultos. Logo vi que eram Doutor Canino, O controlador de ânimos e O bobo da corte. Eles devem ter vindo para salvar o sanguessuga que queria morrer.

 

Ouvi o maldito do Edward gritando que a luta era entre eu e ele. Pelo menos pensávamos igual sobre isso, era uma luta nossa. Então ouvi o dialogo entre eles, enquanto todos corriam: -Meu filho não faz isso. – Carlisle suplicava para Edward.

 

-Não se meta nisso Carlisle, essa luta é entre eu e Jacob.

 

-Eu não vou permitir que você se mate, meu filho. Logo um pensamento me invadiu depois do comentário do doutor: “Bem que ele sabe que o filhinho dele vai morrer com requintes de crueldade.” . Leah sorriu ao meu lado, e completou:

 

“Com muita crueldade, assim eu farei.” Sem duvida o sanguessuga arrumou uma inimiga bastante raivosa. Afinal Leah era uma loba muito estressada e mal-humorada, ainda mexeu com seu maior ponto fraco, não foi algo inteligente da parte do maldito fedido.

 

Então observei que Emmet correndo atrás de Edward. Já Carlisle e Jasper estavam ao seu lado. Reparei também que estávamos indo em direção a um penhasco, que dava para uma outra praia sem ser da reserva.

 

De maneira muito rápida tudo aconteceu, ao se aproximar da ponta do penhasco, vi Jasper pular em cima de Edward e Emmet pegar os dois e pularem do penhasco. A imagem era muito bizarra, afinal era uma bola de vampiro se jogando para o mar.

 

Carlisle parou e ficou vendo toda cena do topo da pedra. Depois virou para nos encarar. Quando estávamos nos aproximando, senti que meu lobo ia atacar o líder daquele clã que impediu eu de pegar Edward e dá um fim aquilo tudo. Enfim ouvi ele falando:

 

-Desculpe, eu não queria que as coisas fossem assim. – ele se virou e se jogou no mar.

 

Ao perceber que ele ia pular Leah correu mais ainda, quando ele estava pulando, ela esticou o pescoço e abriu a boca, deixando seus dentes quase encontrarem a perna do doutor, mas ouvi sua mandíbula bater num baque seco. Ela não tinha conseguido pega-lo, frustrada ela soltou um uivo, ficou na beirada andando de lado pelo outro.

 

-Eles devem ter combinado de atacar o irmão antes de chegar aqui. - comentou Leah nervosa. - Porque só assim para pega-lo desprevinido como fizeram. Odio.

 

A palavra foi urrada no final por ela, nós os dois queriamos aquele embatem que nos tinham tirado do nosso alcance.

 

Eu também estava muito frustrado, porque tinha esperança que hoje finalmente acabar com a raça daquele vampiro. Aos poucos os lobos foram chegando próximo a mim e a Leah, que estava raivosa tanto quanto eu. Diferente da loba, que estava bufando de ódio, a minha frustração deu lugar ao meu mau - humor.

 

Porque agora eu ouviria um sermão sem fim de Sam, então sentei e esperei.

 

-Bem que você sabe que vai ouvir. – Disse Sam com sua voz de alfa, que não me afetava mais. Algo havia mudado dentro de mim.

 

-O que você quer falar? – Perguntei com tentando controlar meu humor e minha impaciência, afinal toda ação tinha literalmente ido por água abaixo. – Eu não pedi ajuda de ninguém.

 

-Jacob, você sabe que as coisas não funcionam assim. – Respondeu Sam entre dentes. – você faz parte de um bando. E deve a mim explicações.

 

O sangue de alfa que corria livremente pelas minhas veias, misturado a minha falta de paciência, não gostou de ouvir as palavras de Sam. Então protestou através de um rosnado alto que saiu involuntariamente da minha garganta. Assim uma idéia, que nunca pensei antes em ter iluminou minha mente. -Talvez eu não precise pertencer a nenhum bando.

 

-O que você quer dizer com isso, Jacob? – Sam perguntou incrédulo.

 

-Que eu posso não ser mais uma preocupação sua e do seu bando. – Respondi me colocando de pé.

 

-Jake, calma cara. – Falou Embry, com olhar apreensivo.

 

-Eu não quero ninguém mandando em mim. – Respondi sentindo novamente uma raiva invadir meu ser. - Você sabe Sam que eu tenho direito sobre mim, que não lhe devo nenhuma explicação.

 

-Não vou levar a sério essas suas palavras, porque sei que você está com raiva. – Sam falou com raiva, mas diferente de mim ele estava tentando ser diplomático.

 

-Faça o que você quiser. Só me deixe em paz. – levantei e fiquei na sua frente, o encarando. – Não fique mais na minha frente. Sem esperar por resposta comecei a correr de volta para casa de Bella, preciso ver como ela esta. Quando eu tinha me afastado um pouco senti Leah do meu lado, que falou:

 

-Eu estou ao seu lado.

 

-Não preciso de ninguém ao meu lado. – respondi seco.

 

-Eu posso escolher quem vai mandar em mim. – ela respondeu mais seca ainda.

 

-Leah, eu não vou mandar em ninguém. Serei só.

 

-Querido “Alfa de direito sanguíneo e de linhagem” – Leah debochou de mim, eu revirei os olhos. - Eu posso escolher o bando que quero pertencer.

 

-Leah, vê se entende: Não existe outro bando. Só existe eu.

 

-É verdade? Então por que eu não ouço mais aquele bando de machista?

 

Parei imediatamente, enterrei minhas patas na terra para consegui parar. Me assustei com a constatação de um fato: eu podia ouvir os uivos do bando, mas só conseguia escutar Leah na minha mente.

 

-Eu não acredito. – Eu falei.

 

-É senhor Alfa, agora eu e você somos um bando.

 

-Não quero pensar nisso agora, só quero encontrar Bella.

 

Retornei a minha corrida, queria os braços dela, os beijos, seus carinhos. O meu universo particular na terra, só ela me fazia ficar calmo e tranqüilo. Mas antes que eu continuasse a recordar os meus momentos ouvi Leah falando:

 

-Olha, sem duvida eu prefiro ver essas cenas as que eu via anteriormente. – eu sabia que ela estava falando sobre Sam e Emily. – Mas você vai chegar lá nu? -

 

Droga é verdade. Quero muito vê-la logo.

 

-Para mostrar boa vontade, vou lá pegar uma roupa para você.

 

Isso realmente estava me assustando, Leah toda solicita? Isso não era comum. Logo lembrei a dor que ela sentia toda vez que via Sam lembrando Emily, era muito dolorido para ela, ver o amor deles diante da mente de Sam. E também querendo ou não, sempre a tratei melhor do que os outros rapazes. Porque eu sei o quanto dói ver o nosso amor nos braços de outra pessoa.

 

Ao chegar à rua de Bella, vi que a janela do quarto dela tinha a luz acessa. Sem pensar em nada, uivei para ela, imaginei que ela estivesse dormindo e nem me ouviria.

 

Me contrariando ela apareceu na janela, com olhar angustiado, parecia que ela havia chorado muito. Aquilo me incomodou profundamente, o que aconteceu agora? Ela saiu da janela, fiquei nervoso sem ver sua figura, será que ela se assustou em me ver como lobo?

 

Em seguida pude a ouvir correndo dentro de casa, descendo a escada e abrindo a porta. Quando ela me viu saiu correu na minha direção, percebi que uma das mãos dela tinha um papel grosso. Não posso perguntar nada porque ainda estava na forma de lobo.

 

Sem pensar em duas vezes ela me abraçou, eu abaixei, ficando com as quatro patas no chão, para poder receber seu abraço. Ela se enroscou nos meus pêlos, senti que eles estavam ficando úmidos pelas suas lágrimas. Aquilo me assustou, só consegui ouvir ela dizendo.

 

-Jake, eu te amo. – entre soluços ela repetia sem parar que me amava. – Não tenho força sem você.

 

A deixei chorar, olhei para ela intensamente e pensei, em uma tentativa ridícula que ela me ouvisse: “Eu estou aqui, eu te amo”.Ela me deu um sorriso lindo, que fez eu gemer de felicidade, e disse:

 

-Eu também te amo!