Apocalipse escrita por Razi


Capítulo 8
Encontro


Notas iniciais do capítulo

A união de todos.



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West Flowers tratava-se de um parque com cerca de cinco quilômetros de extensão.

Por toda parte via-se varias espécies de arvores, algumas inexistentes em qualquer outro lugar do mundo, além do que na noite que se seguia, todas exalavam seus mais diversos aromas deixando quem os inalasse por um minuto desnorteados.

Os minutos se decorriam enquanto algumas dríades saltavam de galho em galho deixando tudo com um brilho estranho na noite sem lua, com algumas estrelas.

Em uma parte um pouco profunda do parque, havia uma espécie de altar, melhor uma capela, onde residia um trono de mármore com entalhes representando um ramo de flores.

Um trono que por sinal estava vazio, tal como o resto do que o rodeava.

O vento encarrega de levantar as folhas secas que ali existiam ao tempo que Destiny aproxima-se do local de forma indiferente.

—Não acredito que tive a loucura de vir aqui – resmunga ela enquanto olha por todo o lugar.

—Sou sujeito a dizer isso também – concorda Ethel aproximando dela com o cabelo molhado.

Ela arqueia uma sobrancelha enquanto cruza os braços.

—Usei a fonte – esclareci o moreno num tom suave. – Meio veloz que encontrei.

A loira limita-se a assenti com a cabeça enquanto seu olhar se foca nas arvores que haviam detrás de Ethel.

Alguém também estava chegando.

Não se demora muitos segundos para Kari e Kane estarem sob suas visões. Ela com uma expressão de claro aborrecimento, por outro lado, ele detinha-se numa feição serena que nunca saira de seu rosto.

—Destiny, Ethel – diz ele num tom doce de surpresa – Não imaginei que estariam aqui.

—Acredite nem eu estou acreditando – concorda Destiny indo ficar ao lado de Kari que apenas a abraça fortemente – Se eu fosse uma humana já estaria com as costelas quebradas.

A elfa a solta enquanto a deusa apenas deixa um sorriso escapar.

—Que sorriso lindo – comenta Killian se aproximando enquanto o vento novamente se faz presente fazendo seu cabelo esvoaçar.

Destiny cora enquanto ele apenas sorri virando-se para Ethel e Kane.

—Queria encontrá-los em situação de mais bom humor – continua o dragão enquanto arruma seu casaco branco.

—Acho que devo concordar – diz Ivor se aproximando junto com Egil.

Todos olham a dupla com um misto de surpresa e curiosidade.

—Encontrei com ele na metade do caminho – esclarece Egil bocejando – Acho que alguém aqui deve saber o que estamos fazendo aqui.

—Pergunta difícil de responder – replica Etzel aparecendo em cima do telhado da capela – Penso que não estou querendo saber a causa.

—Então não deveria ter vindo – argumenta Kari a olhando rapidamente.

—Também queria fazer isso, mas não tive muitas opções de escolha – explica a ninfa deixando seu olhar opaco – Seja lá o que for, terá um impacto do qual não tenho como correr.

Kari e Ethel murmuram ao mesmo tempo enquanto os demais pensam sobre suas afirmações. Killian espreguiça-se enquanto seu nariz acaba de captar um cheiro doce e amadeirado.

—Anjos na área – avisa ele segundos antes de Alden e Abel se juntarem á eles.

Etzel se lança para Abel que a ampara com um breve sorriso.

—Olá, dríade – cumprimenta ele afagando seu cabelo.

—Que saudades – conta ela roçando seu nariz no peito do anjo – Pensei que tivesse me esquecido.

Ivor e Egil reviram os olhos acompanhados de Kari que se encaminha para Alden parando na sua frente.

O anjo terminava de tirar seu capuz e retorna seu olhar para a elfa que o encarava fixamente.

—Algum problema? – indaga ele curioso.

—Pelo visto nenhum – diz ela dando de ombros e retornando para o lado de Destiny.

—Pelo menos ainda – discorda Victorine aproximando-se com Anke em seus calcanhares.

Todos deixam seus olhares recaírem na única bruxa que restara na face da terra. Ela emanava uma mistura de poder com tristeza que os pegava em cheio.

Todos inclinam sua cabeça respeitosamente para ela, que detinha-se apenas a sorrir para eles.

—Tive saudades de vocês – conta ela deixando seu olhar parar em Killian – Mais agora poderei saciá-las.

—Uma outra hora – sugeri Kane levemente – Sei que deves saber qual a causa de todos sermos chamados aqui.

—Será que o lugar não os iluminara? – indaga ela correndo seus olhos por todos.

—Ah – diz Kari com desanimo – Então se trata disso.

—Depende do que você se refere ao falar assim – replica Destiny.

Kari apenas trinca os dentes enquanto cruza as pernas. Egil volta-se para Anke que se mantinha próximo ao trono.

—Diga duma vez o que quer fazer – pedi o demônio autoritário.

Anke ergue suas pedras verdes para ele e sorri largamente ao tempo que uma criança de meros noves anos, feições suaves e serias, o cabelo negro como a noite e vestida de maneira antiquada; um manto esverdeado bordado com linhas amarelas e vermelhas, apresenta-se á eles.

Quase todos fazem uma reverencia á ele, em mostra de respeito enquanto a criança seguia para o trono á passos rápidos e leves.

Etzel olha para ele deslumbrada.

Preferia que o Pai permanecesse nessa forma a como um velho de barba branca.

—Boa noite – cumprimenta ele quase que cantando fazendo sua voz verberar por todo canto.

Todos permanecem em silencio com seus olhos pousados nele.

Pai deixa um suspiro escapar enquanto seus dedos tamborilam nos braços do trono.

—O que pretende fazer conosco? – pergunta Kari quebrando o silencio.

A criança volta seus olhos acinzentados para ela que sente como se sua alma estivesse sendo vista agora.

—Tenho um favor a pedir para todos que aqui se encontram – respondi ele dando um olhar para cada um.

—O que quer que nós façamos? – pergunta Etzel já um pouco impaciente com o suspense que começava se instalar entre eles.

O Pai deixa mais outro suspiro escapar enquanto tenta achar as melhores palavras para soltar o decreto.

—Se acha tão difícil de falar – intervém Destiny o olhando – Eu posso fazer isso por você.

Ele dá como resposta um sorriso angelical negando ao tempo com a cabeça. A loira dá de ombros enquanto os demais esperavam pelas suas palavras.

Sabiam muito bem que deveria ser algo em relação aos humanos. As únicas decisões em se exigia a presença de todas as espécies ainda existentes no mundo remetia-se á isso.

—O Apocalipse chegou – informa o Pai solene deixando suas palavras caírem com peso sobre todos.

Victorine põe as mãos na cintura enquanto absorve de vez que estava certa sobre o que iria acontecer. Os demais faziam o mesmo.

Tinha então chegada à outra de serem os juizes.

—Apocalipse? – sibila Etzel deixando sua testa franzir – Não me diga que iremos cuidar dos humanos?

—Sei que é pedir algo muito duro para vocês...

—Pare por ai – Ivor corta o Pai – Se é a hora de executar o Apocalipse, vamos fazer duma vez.

Anke deixa um meio sorriso escapar que passa despercebido por todos, assim pensa.

—Mais o Apocalipse não seria algo vindo direto do Cristianismo? – indaga Etzel – Assim sendo estaríamos fazendo algo voltado ao que os cristãos pensam.

—Bem a visão do que seria Apocalipse é realmente vindo dessa religião – explica Kane – Trata-se de algo bem complexo e cheio de imprecações, onde se vê o Juízo final, arrebatamento...

Etzel solta um “ah” enquanto suas sobrancelhas estreitam-se novamente.

—Acho que todos sabem que a interpretação muda de acordo com cada religião correto? – indaga Destiny – O que se entende de Juízo final, por exemplo, para um mulçumano é diferente do que o espírita acha.

—Sensato, mas não temos tempo de ficar pensando nisso. – diz Ivor

—Na verdade – intromete-se Victorine sentando no colo de Killian – teremos que pensar nisso sim.

O demônio arqueia uma sobrancelha enquanto ela deixa um sorriso escapar.

—Sabem que existem dois tipos de leituras sobre isso, que devemos deixar para lá, quer dizer, devemos prestar atenção na profética que assinala algumas coisas interessantes.

—Tipo como faço para conquistar Alden? – indaga com sarcasmo Etzel.

Alguns dos presentes sorriem do comentário enquanto o próprio Alden fica um pouco constrangido.

—Relaxa – diz a ninfa dando um tapinha nas costas dele – Isso foi apenas para descontrair.

—Voltando ao assunto – retoma Egil em meio á um bocejo. – As profecias proclamadas pelo carinha chamado João são: cartas às igrejas, principio das dores, abertura dos selos, anjos derramam taças sobre a Terra que como nossos anjinhos aqui sabem refere-se a ira de Deus em sete etapas, governo do Anticristo por sete anos, a volta do amiguinho de vocês, Jesus Cristo e da igreja á Terra, depois vem o governo milenar dele, o meu preferido o Juízo final e o novo céu e a nova terra. Duvidas?

Kari levanta á mão, fazendo os olhares de todos recair sobre si.

—Estão me deixando vermelha – diz ela sentindo as bochechas esquentarem – Mais isso vem da idéia das igrejas protestantes, quer mesmo que usemos isso?

—Na verdade – entra na conversa Killian pela primeira vez – Alguma dessas já vem sendo feitas á tempos, apenas cuidaremos de terminar o serviço, manja?

Kari faz um beicinho enquanto pensa na possibilidade de se meter em algo relacionado ao caos que isso traria.

—Entendam também – diz Ethel – que muitas dessas profecias podem passar batido por nós.

—Nas entrelinhas devemos apenas nos ater em causar o terror e verificar quem são os Santos e quem são os Pecadores – diz Ivor ajeitando as mangas de sua camisa preta.

—Aplicaremos o Juízo Final – conclui Egil com prazer estampado na voz.

—Se bem que de Santos acho que se houver uns dez é muito – comenta Kari ajeitando seu cabelo.

Alguns assentem com a cabeça e outros suspiram.

Victorine levanta-se e volta seu olhar para o altar.        

Estavam tão imersos na discussão que nem notaram quando Anke e o Pai sumiram.


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Notas finais do capítulo

Vamos por partes.
Eu troquei as ondas em relação ao Juizo Final e Apocalipse.
Este apenas apresenta duas leituras, a simbolica e a profetica que vcs leram.
Agora o Juizo Final é que tem uma interpretação em algumas religiões e subramos destas.
Só mesmo para deixar claro, o muçulmano acredite que nele se há a morte enquanto que o espirita não ocorre isso, existe apenas a regeneração das almas, nada de morte.
Sobre o Pai, dei uma inovada na forma como ele se apresenta, tal como vocês entenderão sobre a figura dele com o passar dos cap.
Para finalizar sobre a interlação entre todos, vivem há mais de decadas e nunca terem se cruzados é completamente inconcebivel, assim sendo verão o introssamento deles de forma bem ampla.
Sem mais enrolações vamos para o proximo cap.
o/



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