O enorme e feroz dragão serpenteia pelo céu cuspindo fogo pela boca com cada giro que dava no ar.

Etzel acaba de subir ao alto de um prédio num instante que ele fazia uma manobra, o que faz com que ela se abaixe para não ser acertada.

A ruiva o xinga baixinho, antes de retomar a sua postura original. Ela então volta seu olhar para um enorme desmoronamento que ocorria a metros dali, mas que erguera uma vasta nuvem de poeira. Em seguida, deixa-se cair sentido o vento frio tocar seu rosto com uma graça quase mortal.

Enquanto isso o dragão fazia uma nova manobra ao tempo em que estivava o máximo que podia suas asas que destruíam as janelas dos prédios e lojas facilmente, logo depois ele pousa sobre um prédio, envolvendo-o com sua cauda e crivando suas patas nele também.

Ele logo abaixa a cabeça despejando uma larga chama proveniente de sua boca enquanto com sua cauda e patas destrói o prédio onde estava.

Em outro ponto Kari e Kane ajeitavam mais flechas em seus arcos sem diminuir o ritmo de seus passos ao tempo em que se desviavam das pessoas que corriam pelas ruas com o desespero e a agonia estampadas em seus rostos pálidos e chorosos.

A elfa aponta sua flecha para uma mulher que praticamente vinha ao seu encontro quando é interrompida por Kane que segura seu pulso o baixando.

Ela olha-o num misto de surpresa e irritação pela intromissão.

-Não vê? – indaga ele apontando com o queixo a mulher.

Kari arqueia uma sobrancelha enquanto batia o pé com impaciência.

-Ela está marcada com estigmas – diz Kane como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

-Estigmas? – sibila ela franzindo a testa procurando pela mulher que continuava a direção.

-A marca sagrada dos Santos – esclareci o elfo deixando a mulher passar entre eles – Não podemos tocá-los.

-Mais isso não impedirá de que morram – diz Kari erguendo novamente seu arco – Não importa se seremos nós que faremos isso.

-Está enganada – discorda o elfo solene – Enquanto não a matarmos diretamente ficarão bem.

A elfa volta-se para ele seria enquanto pesa as palavras dele. Logo depois nota que poucas eram as pessoas metidas naquela multidão que possuíam estigmas na cabeça. Ela sorri rapidamente, mas o perdi ao ver que outros detinham o numero 666 gravados na testa.

-Kane – ela o chama – 666 ao que dizem não é o numero que se designa ao papa?

-Exato – confirma Etzel se aproximando deles.

-Por que esse numero está cravado na testa dessas pessoas? – pergunta Kari estreitando as sobrancelhas.

-Pelo visto faltou essa aula – zomba a ninfa – 666 é o numero da primeira besta, o adorável homem que representa o cristianismo em si.

-Um dos três espíritos imundos – acrescenta Killian se aproximando deles completamente nu.

As duas mulheres olham seu corpo escultural e pousam seus olhares no peito esculpido dele ainda mais pela tatuagem de dragão que o tomava por quase inteiramente. Tudo isso antes de Kane colocar suas mãos na frente dos olhos das duas e olhar sugestivamente para o dragão que gargalha antes de seguir para uma loja onde entra pela porta recém-destruida.

Dentro repara em algumas peças a procura de algumas que lhe caíssem bem. Enquanto isso, as duas mulheres retiram as mãos de Kane de seus rostos e o olham reprovativas por segundos rápidos.

-Afinal de contas o que tem os três espíritos? – pergunta Kari ajeitando seu cabelo

-Vai dizer que não sabe quais são? – replica Etzel a olhando complacente

Kari dá de ombros fazendo a ninfa revirar os olhos.

-Trata-se do Catolicismo, Espiritismo e Protestantismo - continua a ruiva enquanto ajeita sua roupa que ficara amarrotada devido a queda livre – Bem isso de acordo com o livro do Apocalipse.

-Ele também diz que o Papa é a primeira besta e que os Estados Unidos é a segunda? – indaga Killian se aproximando com uma mochila esverdeada no ombro esquerdo

Todos olham para o que ele vestia. Uma blusa branca com os quase todos os botões por abotoar acompanhada do paletó cor de areia seguido da calça de linho cor de areia também e o sapato vernizado preto.

Kari assobia enquanto passa um de seus braços ao redor do dele.

-Quando podemos nos casar? – indaga ela o encarando

Ele a olha pasmo enquanto ela se afasta.

-Isso foi para descontrair – explica ela enquanto ajeita seu arco no ombro direito.

-Qual a razão da bolsa? – pergunta Kane olhando Killian

-Bom precisarei de mais algumas roupas por esse tempo – respondi o dragão com um rápido sorriso.

O elfo revira então os olhos e volta-se para as mulheres.

-Acho que devemos terminar as coisas por aqui – sugeri ele – Além do que devemos dar um pouco de misticismo á tudo.

-O que quer dizer? – pergunta Etzel curiosa

-Onde se encontra o trono da besta? – replica ele a olhando

-Itália – respondi a dríade cruzando os braços – Mais precisamente em Roma onde estão as supostas sete cabeças ou colinas mencionadas no Apocalipse.

-Isso. Sabe me dizer que colinas são essas? – indaga o elfo a olhando

-Pode esquecer que me lembro de tudo muito bem, idiota – diz ela ríspida – São Aventino, Palatino, Quirinal, Viminal, Célio, Esquilino e Capitolino.

Kane deixa sua expressão se tornar brincalhona num segundo antes de tornar a seriedade de antes.

-Bem podemos fazer uma alusão a quinta taça, correto? – indaga ele olhando alternadamente para os demais

-Quinta taça? – sibila Killian

-Não me diga que não se lembra? – indaga Kari surpresa

-Nem me lembro da primeira imagine da quinta! – exclama o dragão

-Bem de forma bem rápida e sem rodeios, a quinta taça descreve que as trevas se apossarão do país onde está o trono da besta que acabará dando angustias as pessoas – explica a elfa descarrilada.

Killian pisca atordoado antes de assobiar.

-Então devemos fazer isso? – indaga ele retórico – Acho mais provável fazer isso com a segunda besta.

-Está falando dos Estados Unidos – refleti Etzel – O local onde existe a liberdade religiosa e civil.

-Correto – concorda Killian – Podemos fazer um maior estrago aqui do que por lá. Além do que acredito que certa bruxa fará algo pior no Vaticano do que nós indo lá.

-O que ela perdeu por lá? – pergunta Kari curiosa

-Esqueceram-se da caça as bruxas? – replica ele se voltando para a massa humana que ainda corria.

Um vento passa por eles ao tempo que assimilam a noticia.