Capítulo 1- Testando uma arma russa

Departamento de Crianças Superdotadas da secreta KGB. Moscou, Rússia

Por que raios entre todas as pessoas no mundo, justo eu tenho que encara essa mosca morta? Annabeth se questionava mentalmente enquanto encarava a mulher. Poderia até ter aparência de pobre velhinha, os grandes olhos azuis cobertos pelas grossas lentes de grau dos óculos e os cabelos brancos caindo no rosto envelhecido, mas na verdade era uma peste das peçonhentas em sua opinião.

Bufou e voltou à atenção para prova à sua frente. Já estava cansada daquilo. Considerava- se pronta para sua maldita missão (seja lá qual fosse) e não precisava mais ser testada.

Avaliou-a mais uma vez e entregou para senhora. Esta avaliou Annabeth com desprezo e dispensou- a da desconfortável salinha.

Livre, pensou disparando pelo enorme corredor. Estava plenamente enganada. No final, eles a esperavam. Ah não agora, eles não.

Os homens de crachá deixaram a menina passar a sua frente e viraram à direita, a última entrada do corredor. Caminhava em direção à sala a prova de som, com os agentes no seu encalço, o lugar do interrogatório.

Aquela podia se juntar a lista de categorias de que Annabeth não agüentava mais. Inspeção. Todo mês a mesma coisa. Eles sempre a vigiavam mais de perto que os outros alunos. Porque ela era especial.

Tinha todas as aulas particulares desde que chegara ali, menos à de inglês, a primeira língua que aprendera a falar antes do próprio russo. Nunca tivera contato algum com o mundo de fora, e total atenção de homens do serviço secreto que deveriam muito mais coisas para fazer do que vigiar uma adolescente de 17 anos.

Mas o pior em tudo era que ela amava isso. O sentimento de temor e respeito quando passava, a inveja por ser quem era e o que fazia. Sentia-se no seu lugar. Estaria enganada?

Sala de reuniões da CIA, Washington D.C., EUA. Duas semanas antes.

Percy Jackson observava os senhores do departamento secreto de seu país discutir a situação do momento. Haviam acabado de descobrir o maior segredo russo de todos os tempos, e não deixariam a oportunidade de acabar com tudo passar em branco.

_E quem é ela?_ perguntou algum tenente, apontando para foto da menina em cima da mesa de reuniões. Como os outros homens a sua volta, Percy levantou-se para vê-la de perto.

A russa era bonita, ele tinha que admitir. Os cabelos loiros cacheados caíam rebeldes na frente de um rosto fino e delicado. Por pouco não tapavam olhos cinzentos. Estes, pareciam carregados como nuvens de tempestade, um sentimento que parecia ser desconhecido pelo jovem soldado, por sinal bem maduro para seus vinte anos. Annabeth Chase, encontrava-se escrito embaixo numa letra miúda.

_E então, qual o próximo passo?_ perguntou o diretor de toda organização, Senhor Dionísio D’laveiga, sentando- se preguiçosamente em seu assento no final da mesa.

_Eu tenho um plano_ disse Quíron, o general militar, com a voz firme. Todos voltaram sua atenção para o homem barbudo. Respirando fundo, prosseguiu._ Não podemos sair disparando bombas e acabando com tudo, apesar da descoberta ser chocante. Ela ainda é uma adolescente, e não vão mandá-la nem tão cedo. A garota é o trunfo deles não?

_Exato_ a maioria dos homens concordou.

_Sendo assim_ o militar passou a andar em volta da mesa, os holofotes focados nele_ como mandar uma criança matar todos os homens mais importantes dos EUA, destruir o controle nuclear do país e criar um controle sobre a maior potência do mundo? Idiotas aqueles russos cretinos não são.

_E quando chegamos à maldita solução?_ enjoado, Dionísio revirava os olhos em cada palavra do homem. O diretor que deveria tomar todas essas medidas, não aquele generalzinho.

Quíron ignorou o próprio chefe:

_Agora é hora de acabar com nossa pequena ameaça._ esfregou as mãos pensando em como poderia ser a melhor medida seu plano_ enviaremos um infiltrado para acabar com a Srta. Chase.

Um alvoroço seguiu- se pela sala. Um falatório de discussões no mesmo recinto. Xingamentos por causa de um plano arriscado demais.

_Silêncio_ gritou o diretor, tentando passar uma idéia de autoridade, por menor que fosse_ SILÊNCIO!

Dessa vez o tumulto cessou, e todos passaram a fitar a face corada de raiva homem.

_Que merda é essa Quíron?_ esbravejou o homem ainda enfezado. O general sorriu por debaixo da grossa barba.

_Alguém tem plano melhor?

Todos calados.

Ainda sem saber o que um simples soldado fazia numa reunião de um caso tão sério, Percy Jackson perguntou:

_E quem será o infeliz que irá à prova de fogo?

_Você_ respondeu ainda sorrindo.

Departamento de Crianças Superdotadas da secreta KGB. Moscou, Rússia.

_Entre, por favor, senhor Jackson_ disse um dos seguranças abrindo a porta. Por ela, surgiu um rapaz que deveria estar antes dos 25 anos. Cabelos negros, olhos verdes marcantes e um corpo de tirar o fôlego. Mesmo assim, Annabeth ainda preferia seu antigo mestre de esgrima, Luke Castellan. Nunca admitiria a ninguém que gostava do rapaz, mas as garotas de seu dormitório fofocavam sobre. Cocozentas, era a opinião da menina sobre elas.

_O senhor Jackson já trabalhou na área militar norte-americana, é o professor perfeito para você querida_ disse à psicóloga que freqüentemente avaliava o estado emocional de Annabeth nessas reuniões. Já havia percebido a intimidade de Annabeth com seu antigo mestre, e isso não era nada bom para os planos que acarretavam para ela.

_Será um prazer lhe ensinar essa arte Srta. Chase_ dirigiu-se educadamente o rapaz à menina, beijando sua mão.

Esta praguejou em sua mente. Já não era boa em esgrima, agora odiava “essa arte”. Por que me deixou Luke?