Mudando o Jeito de Viver escrita por Mayara Paes


Capítulo 13
12- O começo do fim. (Edward)




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Somos terra e ar, fogo e chuva. Nada vai nos mudar, me enlouquece, mas eu não posso ficar bravo com você por nada, [...]
Você é a harmonia de cada canção que eu canto, e eu não mudaria nada.

A vida era algo engraçado.

Era hilária a forma como ela se torna rapidamente um ciclo praticamente interminável, onde essas voltas, só param, só realmente terminam, com a morte.

Nada é eterno. O mundo tem que girar e com ele tudo tem de se modicar, nada fica como antes, nada fica realmente igual.

Coisas mudam, situações mudam, expressões mudam, sentimentos mudam, pessoas mudam. Em uma vida inteira acontece de tudo.

Coisas estranhas e sem explicações acontecem. Como por exemplo, o amor.

O que é o amor? Além de um sentimento puro e sincero capaz de levar pessoas ao extremo, capaz de modificar a si próprio, tirar razões aos quais avidamente sempre seguimos.

Amar uma pessoa não é aquilo que queremos sentir e sim o que sentimos sem querer.

“O amor tem razões que a própria razão desconhece!”

Afinal, o que é o amor?

Ninguém sabe.

Esse sentimento não se define, apenas se sente.

Fala-se do amor das mais diversas formas: amor físico, amor platônico, amor materno, amor a Deus, amor a vida. É o tipo de amor que tem relação com o caráter da própria pessoa e a motiva a amar, no sentido de querer o bem estar da pessoa amada.

Uma pessoa ama verdadeiramente uma vez na vida. Pode haver paixões inesquecíveis no decorrer do tempo que realmente confundem, mas nunca uma dessas paixões será o mesmo que um amor intenso. Nem perto disso.

Nunca é cedo nem tarde demais para amar.

E parece que minha vez havia chegado. Chegado de forma brusca e inteiramente avassaladora.

Comigo não seria diferente, afinal, sou humano. No fundo, eu desconfiava de meus reais sentimentos por Bell, só não conseguia enxergar o obvio.

Posso até estar sendo precipitado, estar um tanto afoito com meu recente relacionamento com ela, mas posso afirmar, sem qualquer receio: Amo Isabella incondicionalmente.

Nada pode mudar tal sentimento. Nada, nem ninguém.

Sorri, olhando novamente o grande mural com nossas fotos, agora pendurado frente a minha cama. Ocupava praticamente metade da parede, o que era bom, pois assim, poderia ter uma bela visão quando acordasse.

Suspirei em meio a lembranças agradáveis daquela noite em que fui presenteado.

#Inicio Flashback#

A impaciência me dominava. Nunca foi tão difícil ficar vendado por meros cinco minutos. Ser curioso era, com toda certeza, meu pior defeito.

Balançava as pernas, ansioso. Só faltava começar a roer as unhas.

Nossa, a situação chegou ao extremo!

Já havia se passado o quê? Duas horas?

Arrrg! Porque ela demorava tanto?

A curiosidade estava me matando! Qual será a surpresa? Porque tanto mistério?

Até que finalmente, FINALMENTE, Bell havia retornado. Mas ainda não fui inteiramente saciado. Ela insistia em protelar, fazendo perguntas sobre o futuro e desejos.

Mesmo estando frustrado com toda essa embromação, respondi lhe com respostas curtas, mas totalmente verídicas.

Enfim, depois de quase me corroer por dentro, é retirada a venda e vejo o enorme embrulho vermelho sobre o meu colo.

–Nossa, o que é isso? – questionei-a surpreso com o tamanho.

–Se não abrir, nunca vai descobrir! – respondeu-me com sua melodiosa voz, lançando-me um de meus favoritos sorrisos.

Não querendo parecer muito... vamos dizer assim... desesperado, com uma calma torturante, retirei o papel de embrulho até o presente está totalmente exposto.

Assim que meus olhos pausaram sobre o mural, imediatamente a incredulidade me tomou por completo com a quantidade de fotos presentes nele. Eram várias, em diversas poses, diversas caretas e posições.

Ainda maravilhado, rapidamente decidi. Esse era o melhor!

#Fim do Flashback#

Fui retirado de meus devaneios por leves batidas na porta seguida de uma voz fina e doce.

–Posso entrar? – questionou-me pondo somente a cabeça dentro do quarto.

–Claro Marie, entre! – permiti levantando-me de minha cama e terminando de fechar os botões de minha camisa social branca.

Marie, com seu vestido floral, sentou-se ao pé de minha cama, balançando as pernas para frente e para trás.

Nossa, ainda não me acostumei com a semelhança de Bell e Marie. Eram totalmente idênticas.

–Posso ficar aqui com você? Bell ainda está se arrumando e lá em baixo está cheio de adolescentes chatos. – disse-me fazendo uma leve careta.

Sorri.

–Você sabe que ainda sou um desses adolescentes chatos, não sabe?

–Sei que você é um adolescente, mas não como os outros. – disse-me. – Você e Bell são diferentes.

–Como assim “Diferentes”? – questionei pondo a gravata ou pelo menos tentando.

–Não sei explicar, vocês são mais maduros, não gostam muito de brincadeiras infantis. – explicava balançando suas perninhas. – Poxa, parece que eles lá embaixo têm a minha idade. Pessoas sem cérebro, sem maturidade, seja lá o que isso for.

Olhei-a chocado.

–Porque pensa assim? – perguntei incrédulo.

–A forma como os garotos tratam uma menina, esse é um exemplo. – disse-me. – Uma garota deve ser tratada com devido respeito, independente de suas ações ou de sua personalidade. Adolescentes como aqueles, debocham das meninas, fazem brincadeirinhas de mau gosto. Estão mais parecendo os meninos da minha escola, que ficam fazendo piadinhas de nós. Como se eles fossem melhores. – bufou revirando os olhos.

–Nem todos os garotos adolescentes são assim Marie. – discordei tentando dar um nó na gravata.

–Eu sei, não estou incluindo todos, claro, você é a exceção, não se preocupe. – disse-me sorrindo.

–Obrigado, fico lisonjeado! – agradeci concentrado na gravata.

Tentei ajustá-la inúmeras vezes, até que irritado, tirei-a com violência decidindo não usar droga de gravata alguma.

–Quer ajuda? – questionou Marie olhando-me divertida.

–Aceito se souber dar nó em gravatas.

–Eu sei dar um nó simples, venha aqui que eu faço. – disse-me esticando os braços.

Olhei-a desconfiado e desafiador.

–Tem certeza?

–Absoluta, venha. – garantiu-me arqueando suas sobrancelhas.

Caminhei um tanto receoso até a sua frente, onde me ajoelhei, ficando á sua altura.

Marie rapidamente retirou delicadamente a gravata de minha mão, passou por meu pescoço e com poucos movimentos o nó estava perfeito.

Olhei-a abismado.

–Você saber dar nó em gravatas com essa idade e eu não, é um insulto. – murmurei de olhos arregalados. – Desde quando sabe dar nó em gravatas?

–Aprendi recentemente, meu papai que me ensinou. – disse-me sorrindo triunfante.

–Você é uma menininha muito inteligente, estou completamente chocado! – comentei levantando-me e afrouxando a gravada dando um ar despojado ás minhas roupas um tanto formais. Dobrei as mangas longas de minha camisa social até a altura dos cotovelos.

Olhei-me no espelho gostando da combinação. A calça jeans preta e o sapato esporte igualmente preto dava-me um ar jovial.

Lembrar-me de agradecer Alice depois.

Bagunçava meus cabelos quando:

–Sabe, Bell está completamente apaixonada por você! – revelou-me de repente.

Olhei-a rapidamente, repentinamente alerta. Agachei-me novamente á sua frente.

–O quê? Como sabe? – questionei eufórico.

–Bell diz coisas dormindo. Um dia eu entrei em seu quarto e ela dizia que te amava e pedia para nunca abandoná-la. – confessou olhando em meus olhos. – E você, a ama também?

Não precisei pensar muito.

–Amo, amo demais.

–Então me promete uma coisa? – perguntou-me seriamente.

Afirmei.

–Promete-me que nunca irá abandoná-la? Nunca irá magoá-la? – pedia-me suplicante.

–Prometo Marie, nunca farei nada que fira sua irmã, nunca! – garanti lhe fazendo-me também uma promessa.

Sorriu lindamente abraçando-me.

–Obrigada! – sussurrou.

–Disponha! – sorri.

–Ah, já ia me esquecendo! – desvencilho-se de mim e pegou algo dentro de sua pequena bolsa. – Fiz isso para você! – entregou-me uma folha branca dobrada.

Curioso, rapidamente abri e vi algo que me cativou. Era um desenho. Havia três pessoas, os três de mãos dada com um enorme coração vermelho no centro.

–Olhe, essa daqui é a Bell e esse é você! Dar para ver pelo cabelo. – riu apontando. – Essa menor aqui sou eu.

Sorri encantado abraçando lhe novamente.

–Obrigado Marie, muito obrigado! – agradeci.

–De nada, é só uma forma de te agradecer por ter entrado na vida da minha irmã, você á a melhor coisa que poderia ter acontecido a ela. – sorriu. – Bell era muito sozinha e ainda sofre.

Antes que eu pudesse questionar o porquê, batidas na porta interrompem – me.

–Entre. – permiti levantando-me.

Eu não estava preparado para o que eu estava vendo. A perfeição em pessoa estava diante de meus olhos, ainda mais bela, se é que é possível. Deslumbrante.

–Ah, ai está você! – disse Bell olhando Marie. – Venha, mamãe está louca atrás de você.

–Tudo bem. – concordou Marie. – Tchau Edward! – despediu-se me dando um beijo na bochecha e correndo porta a fora, mas não sem antes dar um beijo em Bell também.

Ainda paralisado, olhava-a abobalhado.

Veio na minha direção, dando-me um leve beijo nos lábios.

–Nossa, você está linda! - comentei.

–Agradeça a Alice, ela fez todo o trabalho sujo. – sorriu. – Alias, você também está lindo Sr. Cullen.

–Não mais que você Srta. Swan, não mais. – dei lhe um beijo caloroso.

–Edward, nós temos que descer! – avisou entre meus lábios. – Estão todos nos esperando.

–Que esperem!

–Mas você é o aniversariante, não pode se atrasar. – separou-se de mim fazendo-me resmungar em desgosto. – Ah, não faça essa cara! Vai ser divertido! Tudo mundo está ai! A festa já está a todo vapor. – sorriu ajustando minha gravata e blusa.

–Esse é o problema, TODO MUNDO ESTÁ AI! – murmurei contrariado.

–Edward, divirta-me. – pediu.

Suspirei.

–Tudo bem, vamos á tortura! – disse entrelaçando nossas mãos e saindo do quarto.

Assim que descemos as escadas, fomos acometidos por luzes coloridas cegando-me e pessoas desconhecidas cumprimentando-me.

Era muitas pessoas tentando falar comigo ao mesmo tempo, todos eufóricos e alguns até bêbados deixando-me totalmente perdido. Atônito, cumprimentava á todos, tentando inutilmente acabar logo com aquele sufoco. Passei por todos rapidamente indo de encontro aos demais, um pouco mais de afastado de nós.

–Nossa, quanta gente! Pelo amor de Deus! – comentei fazendo Alice e Jasper rirem.

–Nós vimos o aperto que você passou, mas se anime, vai ser divertido! – disse Alice sorridente.

–Assim espero Alice, assim espero! – disse eu olhando ao redor.

A decoração estava bem feita. O que antes era a sala, agora estava cheia de mesas brancas – objeção de Alice – cercadas de poltronas coloridas e luzes de diversas cores acendiam o local escuro. A cozinha estava cheia de aperitivos e um pequeno balcão, onde barmans faziam as bebidas dos convidados. Panos brilhantes cobriam o teto dando um ar divertido a todo local.

–Então, gostou da decoração? – questionou-me Alice.

–Pelo menos isso você acertou.

–Nossa, você está tão rabugento, cruzes. – disse cruzando os braços. – É sua festa de aniversario, devia estar animado.

–Desculpe, eu estou adorando tudo, mas podia ter moderado na lista de convidados. – desculpei-me.

Deu de ombros dando-me um beijo na bochecha.

Interrompendo-nos, Emmett chega com Rose ao seu lado.

–Olá pesso... Bellota? – seus olhos recaíram sobre Bell. – Quem é você e o que fez com a Bell?

Rimos. Bell corou.

–Dê tudo credito á Alice, ela fez tudo! – disse Bell sorrindo.

–Nossa, você está linda! – comentou olhando-a dos pés a cabeça. Estreitei os olhos. – Que saúde!

Antes que eu sequer pensasse, Rosálie deu um belo tabefe em Emmett.

–Emmett! – repreendeu com a voz ameaçadora.

–Que foi? Sou apenas realista! – defendeu-se. – E você sabe que só tenho olhos para você!

–Acho muito bom mesmo! – disse virando lhe as costas e saindo.

–Amorzinho, volta aqui! – pediu Emmett correndo atrás dela.

Gargalhamos com a cena.

Abracei Bell pela cintura e sussurrei em seu ouvido:

–Ao que parece, tenho que ter cuidado com você!

Riu batendo levemente em meu ombro.

–Você é muito bobo! – disse olhando-me. – Só tenho olhos para você amorzinho! – repetiu fazendo-me rir.

–Parece perfeito para mim. – sorri beijando-a.

Depois de algum tempo, pegamos bebidas e nos sentamos em algumas poltronas.

–Edward, vamos dançar? – pediu Bell olhando a pista no jardim.

–Claro, só se for agora! – puxei-a junto a mim e corremos para fora da casa.

A pista estava muito bem iluminada com globos espelhados e luzes coloridas animavam o local. O dijay estava sobre um pequeno palco enfeitado.

O corpo de Bell mexia-se em sincronia com a música agitada em uma coreografia perfeita. Olhou-me sorrindo e chamou-me com o indicador. Rapidamente a acompanhava na dança. Não sei quanto tempo ficamos ali, dançando juntos, só sei que eu me sentia cansado, mas feliz, como nunca antes.

Sorri satisfeito.

Ainda estávamos na pista, quando a música é interrompida e a voz de minha irmã soa no microfone. Olhei e a mesma estava sobre o palco ao lado do dijay.

–Boa noite á todos! Primeiramente gostaria de agradecer a presença de todos nessa noite tão especial para nós. – disse sorrindo. – Peço que nesse momento todos venham para o jardim, por favor.

Imediatamente, todos que estavam dentro da casa saíram e se aglomeraram ali no gramado.

O que ela estava fazendo?

Quando viro para questionar exatamente isso a Bell, a mesma não estava mais ao meu lado.

Cadê ela?

Olhei para os lados a sua procura e nada. Onde ela havia se metido? Alice chamou novamente minha atenção.

– Vocês devem estar se perguntando o que exatamente estou fazendo aqui, não estou certa? – varias pessoas concordaram. – Bom, estou aqui, nesse momento, para fazer uma pequena homenagem á meu querido e favorito irmão. Apesar de ele ser o único. – Rimos. – Edward, hoje é o seu dia, é um grande dia. Dias e anos se passaram e você continua especial e querido por todos que o conhecem e o admiram. Uma data especial para você, e que também nos deixa muito felizes por saber que você também está feliz. Você tem o dom de amar, tem a simplicidade, a paciência, e o carisma que fazem de você um ser maravilhoso. Apesar de você ser um pouco chato às vezes, mas só às vezes. – rimos. - É hoje seu aniversario meu irmão, dezoito anos não é pouco coisa não, hora de tomar decisões, hora de ter responsabilidade, hora de acordar para a realidade, viver sua vida do seu jeito sem se deixar abater por nada. Você demonstra toda sua vivacidade e sua luta para realizar os seus ideais, eu desejo que esse incentivo esteja sempre presente em sua vida para que possa conquistar mais e mais todos os seus sonhos. – Alice chorava enquanto falava. – Creio que da mesma forma como eu acho você importante, eu sou importante para você. É bom ter com quem partilhar as coisas, e você é mais que um irmão para mim, é um amigo. Você também sabe que sempre pode confiar em mim, estou ao seu lado para o que der e vier, quero lhe desejar tudo de bom neste dia e nos demais, pois você merece o melhor. – fungou. – Agradeço por tudo Edward! – assim que terminou de falar, uma salma de palmas encheu o ambiente. E eu aplaudia avidamente, completamente emocionado com seu discurso. Meus olhos marejados impediam-me de enxergar seu rosto, mas pude ver Alice jogar-me um beijo no ar enquanto sorria.

–Obrigado, muito obrigado! Mas ainda não acabou, então prepare seus corações fracos e vamos continuar. – sorriu. Não acabou? Como assim? – A pessoa que vou chamar agora se tornou indispensável em nossas vidas e creio que para a vida de Edward também. – Alice dizia olhando os convidados. – Peço que suba ao palco, Isabella Swan, minha mais nova cunhada!

Ah, lá está ela! Oh meu Deus, o que ela vai dizer?

Aplaudimos enquanto uma Bell constrangida subia ao palco. Alice passou lhe o microfone e sussurrou algo em seu ouvido que assentiu logo em seguida.

–Bo-a noite á todos! – gaguejou envergonhada. – Bom, agora vocês não estão se perguntando o que eu estou fazendo aqui, pois é meio obvio. – rimos. – Mesmo assim vou dizer: Venho aqui dizer o quanto Edward significa para mim, o quanto ele é importante. Mesmo com pouco tempo de convívio, nos tornamos inseparáveis e eu agradeço por isso. Agradeço por fazer parte de pelo menos um pequeno pedaço de sua vida. – sorriu com olhos marejados. Oh Deus é agora que eu choro! – Ninguém poderia ser tão especial como você é para mim, preenche minha vida, meu coração, meu mundo de felicidade. Há muito tempo eu não sabia o que era isso. Ser feliz. Mas você me mostrou, no sentido literal da palavra, o que é realmente a felicidade. Ninguém mais poderia me completar como você me faz com um simples gesto, com suas doces palavras, com seu sorriso, com seu delicioso carinho. – lagrimas escorriam livremente por sua face e pela minha também. – Ninguém poderia ser essa pessoa, tão especial, tão meiga, tão cativante, tão doce, tão carinhosa, tão encantadora, tão fascinante, tão apaixonante como você é para mim. Ninguém mais poderia me conhecer e me compreender melhor que você. Ninguém mais poderia ser o meu amor. Ninguém á não ser você! Lembre-se: Eu te amei ontem, te amo hoje e te amarei eternamente. – fungou respirando fundo. - Obrigada por seu amor meu lindo, obrigado pelo seu carinho, obrigada pelos momentos inesquecíveis, obrigado por simplesmente existir!


Em meio á palmas, Bell rapidamente desceu do palco e corre na minha direção, dando-me um abraço e um longo beijo. As palmas ficaram mais intensas.

–Eu te amo! – sussurrou olhando em meus olhos.

Antes que eu pudesse responder, fomos interrompidos por uma voz nova no microfone. Mas, essa pessoa não subiu ao palco para emocionar os convidados e sim causar um enorme vexame.

–Olá pessoas convidadas para essa festa medíocre! – disse Tânia Denali completamente bêbada. – Já que aquelas coisas insignificantes fizeram homenagens á Edward, acho que eu também tenho o direito de fazer uma. – gargalhou. – Ao contrario daquelas duas estúpidas, não direi que te desejo toda a felicidade do mundo, por que eu não desejo. Não direi que te amo, por que eu realmente não te amo. Quero mais é que todos vão para o inferno, isso sim! Na realidade, só vim mesmo para provar á Edward que eu consigo tudo que eu quero e também dizer que eu sou muito melhor que a nova “namoradinha” dele! – riu.

Borbulhando de raiva, corri até o palco agarrando-a pelo braço e tentando tirar-la de lá, em vão. Tânia rapidamente desvencilhou-se de minhas mãos e voltou ao centro do palco.

–Veja você mesma a prova Isabella “idiota” Swan, veja como sou melhor que você, ele sempre vem até mim. Edward me deseja, ele sabe que posso dar muito mais que você! – riu enquanto eu agarrava seu braço novamente, mas novamente em vão. – Coitadinha, é apenas uma esquisitona em um vestido bonito. Eu sinto pena de você, sabe por quê? Porque você não é nada, você não é ninguém. – olhei para Bell e essa chorava desesperadamente enquanto corria se afastando de todos. – Isso mesmo, fuja, vá para dentro do armário, que é o seu lugar, de onde você nunca deveria ter saído. Totalmente longe do mundo! Fuja! – ainda gargalhava quando os seguranças arrastaram-na para fora da festa.

–Você ainda vai se arrepender de ter nascido Tânia, á se vai! – gritei enfurecido indo em sua direção.

Mas fui interceptado por Rose e Alice.

–Deixe comigo Edward, deixe que eu mesma faça ela se arrepender de tudo que fez! – disse Alice retirando os saltos e correndo até Tânia ao qual foi arrastada pelo cabelo para a rua, com Rosálie logo atrás.

Olhei para os lados procurando desesperadamente por Bell. Corri até Emmett e esse não sabia onde ela estava. Ninguém sabia. Vasculhei a casa inteira e nada.

Deus, onde ela havia se metido?

Corri até a frente da casa e a vi. Sentada no pequeno balanço debaixo de uma árvore. Lá estava Bell. Seus soluços eram audíveis até para mim.

Odeio Tânia Denali com todas as minhas forças!

Andei apressadamente até lá quando sua voz rouca irrompe a noite silenciosa.

–Sabe o que mais me dói? – questionou-me ainda de costas para mim. – É saber que ela está certa, é saber que ela pode dar á você tudo que eu não posso, é saber que Tânia Denali é melhor do que eu!

Corri completamente incrédulo até seu encontro, sentando-me ao seu lado e segurando seu rosto banhado em lagrimas entre as mãos.

–Nunca mais diga isso, está me ouvindo? Nunca mais! – sussurrei olhando em seus olhos vermelhos. – Você é melhor do que qualquer pessoa que já conheci e vou conhecer! Você é tudo que eu preciso, tudo! Você é tudo para mim, não preciso de mais nada com você ao meu lado! – limpei suas lagrimas. – É você que eu quero, é você que eu desejo, é você que eu amo! – beijei lhe os lábios, as bochechas, os olhos, o rosto inteiro.

–Eu te amo Edward, amo como nunca amei ninguém antes. – sussurrou chorosa. – Você é tudo que eu quero antes de ... Tudo que eu quero antes de...

–Shiiii, não precisa dizer nada! – abracei lhe apoiando sua cabeça em meu ombro. – Nada nem ninguém irá nos separar, eu prometo!

Suspirei tomando uma decisão.

Afastei lhe delicadamente e olhei em seu rosto.

–Como prova, quero que fique com isso. – retirei o cordão que minha avó havia me dado e estendi em sua direção. – Ele é praticamente um pedaço de mim e quero que esse pedaço lhe pertença.

Bell atordoada, alternava olhares entre mim e o colar em minhas mãos.

–Edward, eu não posso aceitar. – negou fungando. – Sua avó que te deu esse colar e...

–Tenho absoluta certeza que ela ficará muito feliz em ver o cordão no pescoço da menina que seu neto escolheu para amar. – disse sorrindo. – Aceite.

Olhou-me incerta.

–Não, eu não posso.

–Ah, não faça essa desfeita. – tentei persuadi-la. – É um presente, não pode ser recusado.

Antes que dissesse alguma contradição, coloquei o colar em seu pescoço observando atentamente Bell maravilhar-se com o presente.

–Mesmo não achando certo, eu agradeço. – beijou-me sorrindo levemente.

–Eu que agradeço por estar em minha vida! – sussurrei abraçando-a. – E espero que você permaneça nela para todo sempre.

Esse era meu maior desejo. Amá-la para sempre!

Obrigada por simplesmente existir Bell!

X-X

Hoje, domingo, o dia seguinte à festa desastrosa, depois de uma noite totalmente insone, resolvi por fim conversar com meu pai sobre minha falta de sono. Talvez ele me receite um calmante ou até mesmo remédios para dormir. Eu agradeceria por isso.

Já se passava das duas da tarde, Carlisle em breve iria para o hospital, então fui ao escritório a sua procura.

–Pai? – chamei já dentro do aposento.

–Estou no banheiro Edward, espere um pouco que já vou sair. – disse-me com a voz abafada pelas paredes.

–Ok! – respondi dando uma olhada na estante de livros.

Peguei um desses livros e sente-me em sua cadeira diante da mesa.

Nossa, quanto papel! – pensei olhando os inúmeros papéis espelhados por sobre sua mesa de madeira.

Comecei a recolhê-los, mas estranhamente um deles me chamou a atenção. Era um prontuário médico. Olhei mais atentamente e o que li me chocou completamente.

Paciente: Isabella Swan.

Idade: Dezessete anos.

Diagnostico: Doença de Degos. Uma doença rara, que ainda não foi devidamente pesquisada. Em estudo.

Sintomas: Crises cardíacas frequentes, dores musculares, hemorragias internas, falha do funcionamento do fígado e pâncreas, sangramentos nasais, comprometimento dos pulmões, má coagulação do sangue, diminuição de plaquetas e a paralização do coração.

Tratamento: Remédios controlados, ingeridos diariamente, mas que não apresentam resultado no caso. Não existe cura.

Complicações: Morte do individuo em um curto espaço de tempo. Não há reversão.

Observações: O paciente deve ficar sob vigilância honoraria. Internamento permanente.

Ultima consulta ou complicação: Dia 19\06.

Diagnostico: Sangramento nasal, hemorragia interna e possível falha dos rins.

Eu ofegava a cada linha que eu lia. Meus olhos estavam embaçados, fazendo-me enxergar parcialmente.

Abri o grosso envelope que continha o nome Isabella Swan na capa. Havia inúmeras receitas medicas e diagnósticos. Todos apresentavam piora em seu caso.

Sente-me derrotado na cadeira.

Não, não é possível. A minha Bell, minha Isabella Swan doente? Uma doença sem cura? Minha Bell estava morrendo e eu não sabia?

Ouço a porta do banheiro ser destrancada e Carlisle aparecer sorridente, mas a medida que olhava meu rosto e nos papeis em minhas mãos, seu sorriso imediatamente desapareceu.

Essa era a confirmação que eu precisava. Essa com certeza era a minha Isabella!

–Edward, o que está fazendo? Você não devia mexer nessas coisas. – repreendeu Carlisle vindo rapidamente na minha direção e retirando todos os papeis da mesa.

–Eu só quero que o senhor me responda uma pergunta. – disse tentando conter as lagrimas. – A minha Bell está morrendo?

–Edward eu... – tentou desconversar.

–ME RESPONDA! – gritei totalmente fora de mim.

–Meu filho, se acalme, eu não posso te dizer nada, esse segredo não é meu! – disse olhando-me preocupado.

–Era a resposta que eu precisava! – disse correndo escritório a fora.

Ouço passos apresados me seguindo.

–Edward volte aqui, você não pode sair nesse estado! VOLTE! – gritou Carlisle.

Tarde demais, eu já saia porta a fora destravando o carro. Nada me impediria nesse momento.

Mas antes de sair, ouvi algo que me destruiu mais ainda, se é que é possível.

–Ele descobriu!

Retirei bruscamente o carro da garagem e dirigi rápido de mais, indo questionar a única pessoa que me responderia todas as perguntas. Iria questionar a própria Bell.


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