Ficamos assim por bom tempo, mas não iniciamos um beijo, e isso tornou a situação ainda mais especial. Sentir seu cheiro, seu calor, foi a melhor coisa que me aconteceu desde que tudo isso começou; como senti falta disso, mas não vou dar um passo para tráz, estou decidido a começar tudo novamente, e algo mais "profundo" iria estragar meus planos, ou seja, isso é tudo o que temos para hoje!

G:Estranho que depois de tudo que a gente já passou é inexplicável que isso seja constrangedor.

F:De fato, mas eu acho mais interessante!

G:Mais do que o sexo no porão?

F:Tá, digamos que nem tanto! -ri

8 meses depois

Nossa banda decolou. No início faziamos pequenos shows em "currutelas", mas logo arrumamos outro guitarrista e a coisa começou a ficar maior; seu nome é Ray, nos encontrou durante uma de nossas apresentações em um desses lugares. Ele já era conhecido e memorado por já ter tocado em várias bandas que costumavam apresentar-se nesses lugares, e isso só tornou nossa popularidade mais fácil. Gravamos um disco, nada grandioso, grunje, cru, mais ou menos como um Misfits do século 21 mas com mais pretenções de grandiosidade; para nós era algo pequeno, mas logo isso tomou rumos incontroláveis, e o crescimento do nosso nome no meio da música fugiu de nosso controle, foi como uma explosão! Hoje somos o My Chemical Romance, conceituada banda de "punk-hard-core" ou algo parecido. Hoje temos um nome, lotamos pequenos estádios, e até já abrimos shows para bandas como Green Day. Foi tudo muito rápido, talvez rápido demais para cairmos a ficha de quem realmente somos agora. As vezes ainda esquecemos de quem somos e saímos andando pela rua como se nada estivesse mudado, mas logo nos lembramos das mudanças quando somos seguidos por uma legião de fans enlouquecido; a pior parte de tudo isso nós experimentamos hoje de manhã, quando pegamos o jornal e tivemos uma surpresa: "Seria Gerard Way e Frank Iero, integrantes da nova banda do momento, My Chemical Romance, os novos nomes homossexuais da música?" Sim, isso surgiu, e para complementar uma foto nossa, em um momento "mais intimo" por assim dizer; nada explícito, mas suficiente para estourar uma bomba como essa. Não sabiamos como reagir a tal situação, era novo e muito estranho para nós, além do mais eu e Gerard havíamos parado de nos ver como "gays". Durante essa temporada em que ficamos separados percebemos que não é assim tão radical. Gerard prefere nos ver como "mentes-abertas", mas na verdade, deixando a hipocrisia de lado, todos sabem que a definição de mente aberta é "amo gays, fasso coisas de gay, mas não sou gay", ou seja, conforme-se, você é uma beesha!

A partir do momento em que essa new estourou, Gerard e eu percebemos que seria uma boa fazermos "coisas" no palco para influênciar nossos fans a deixar a homofobia de lado, bem, na verdade esse não era o grande motivo, mas sim porque estavamos com medo de que nossos fans pudessem ter alguma reação negativa em relação a tudo isso, então o melhor a fazer era convencê-los de que isso não era assim tão ruim, já que desmentir a imprensa não era a coisa mais fácil de se fazer; assim, nos tornamos o que os fans começaram a chamar de "Frerard".