Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 7
Véspera


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Desculpa a demora, mas como eu estava postando aleatoriamente decidi postar com regularidade, e na sexta é melhor pq vcs tem o findi inteiro p ler.
Hoje tem muuuitos links embutidos, mas eles são necessários, então olhem ok? E se algo der errado com eles me avisem que eu conserto, certo?
Boa leitura. beijinhos*



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(Taylor Swift – Superstar)



Cheguei ao meu habitual local de ensaio, uma escola de artes abandonada, ainda rindo.


– Isso é comportamento de alguém na véspera de um campeonato? – Eva, a minha sempre exigente “professora” repreendeu.


– A senhora preferia que eu estivesse tendo um ataque de nervos? – joguei minha mochila no chão e tirei de lá de dentro a sapatilha de ponta.


– Sim, ao menos você estaria mais concentrada.


– Eu estou concentrada, a senhora não precisa se preocupar.



Ensaiei até as duas horas da tarde, tendo toda hora a coreografia interrompida por Eva, para segundo ela, corrigir os últimos erros. – Amanhã, apenas descanse e se concentre, entendeu bem?


– Sim senhora.


Depois de almoçar fui para o Theater Des Westens onde seria o ensaio geral com todas as bailarinas do Grand Prix.


Fiquei lá até as 7 da noite, e fui direto pra casa. Comi alguma coisa, tomei banho e me deitei, sentindo uma leve dor de cabeça.



Acordei me sentando depressa com os olhos arregalados de susto e com aquela sensação de que estava totalmente atrasada para alguma coisa. Olhei para o relógio e vi que eram apenas 8:30AM. Comecei a sentir um tipo de bolo no estômago e corri em disparada até o banheiro. Vomitei tudo que tinha comido no mês inteiro. Minha garganta até ficou doendo por isso, queimando, como se um ácido estivesse passando por ela. Estava ficando difícil respirar com toda aquela coisa nojenta jorrando da minha boca. Finalmente aquilo parou, eu fui tonta, cambaleando até a pia, enxaguei muito bem a boca e escovei os dentes.

Estranhamente fiquei com uma imensa fome. Fui até a cozinha, com as pernas doloridas de tantos ensaios, e senti uma vontade louca de atacar um brigadeiro. Mas infelizmente eu não podia e tive que me contentar com um sanduíche integral e um copo de suco de laranja bem forte.


Fiz minha higiene matinal, me vesti com roupas esportivas, liguei meu Ipod com uma música bem alta e fui andar pelos arredores do Palácio de Charlottenburg, precisava descarregar minhas energias de alguma maneira ou eu enlouqueceria até a noite. Todos os meus esforços de me manter calma e relaxada só funcionaram até o dia de ontem, hoje eu já havia amanhecido numa pilha de nervos.


Apenas uma hora depois voltei para casa, apesar da minha vontade de correr e liberar endorfina para o meu corpo por mais um longo tempo. Tinha medo de que os meus músculos já levados a exaustão por dias de ensaios puxados de ensaio dessem uma pane justo hoje.


Joguei-me no sofá e liguei a TV num canal qualquer, mas minha mente não estava ali, ela estava concentrada repassando toda coreografia por várias vezes consecutivas. Desisti de apenas repassá-la mentalmente e aproveitando que o meu corpo ainda estava aquecido, comecei a dançar no meio da sala, ignorando as recomendações de Eva para que eu apenas descansasse. Dancei durante uns 20 minutos apenas, afinal ainda me restava um pingo de bom senso.


Senti um cheiro familiar vindo da cozinha. – Alma? – minha funcionária me entregou meu almoço. – Um monte de salada, e um bife grelhado de frango, nada muito atrativo não acha? Esta aí o motivo de eu andar desmaiando... – e ainda por cima vomitando. Que droga, eu estava começando a ficar preocupada.


– Eu apenas sigo o cardápio que a professora da senhorita me entregou. – ela disse sorrindo como se pedisse desculpa.


– Está bem, eu te perdôo, afinal, a culpa não é sua. – desisti de reclamar e fui para a sala como o meu ‘delicioso’ almoço.


Acabei de comer, tomei um bom e demorado banho e fui arrumar as coisas para hoje à noite. Roupas da apresentação, maleta de maquiagem e sapatilhas, - uma reserva, nunca se sabe - na mochila. Depois, conferi tudo umas três vezes para ter certeza de que não esqueceria nada. Sentei-me na cama e fiquei balançando os pés impaciente e irritantemente.


Levantei e fui até o closet dar uma olhada no vestido que usaria na after-party. O convite dizia Black Tie então tive que ir com algo mais sofisticado, apesar da vontade de ir de calça jeans e com um All Star surrado. Um vestido preto, tomara-que-caia com um laço na cintura e algumas camadas de tecidos esvoaçantes pretos na saia. Bem bonitinho ele.


Voltei para o quarto, peguei o notebook e me atirei na cama. Ninguém de interessante online. Mandei uns emails para os ‘meus homens’, contando todas as novidades que eu podia como se estivesse tudo bem entre nós e falando sobre como a saudade que eu sentia deles estava me matando, eu tinha certeza que eles leriam, apenas não responderiam. Isso estava me sufocando, deitei abraçada ao travesseiro me permitindo sentir toda a dor sufocada. Eu estava aguentando as consequencias por estar quebrando as regras para ficar com Bill, mas ficava cada vez mais difícil. Esse era o preço que eu tinha que pagar por tanto amar aquele homem.




Coloquei Psicose, no notebook mesmo, na tentativa de me distrair. Nada como um clássico filme de suspense, aliás, o meu preferido. Mas nem isso adiantou, a dor emocional persistia e minha mente ficou de novo repassando a coreografia e pensando nas infinitas possibilidades de tudo dar errado. Isso fez aquela dor de cabeça chata voltar.




Terminei de ‘assistir’ o filme umas 5:00pm. Reservei essa hora para a yoga, o que eu só fazia em situações extremas de stress.





– Quarenta e cinco minutos para começar, hora de se arrumar. – a contra regra nos avisou e cada bailarina foi para o seu camarim.


Tirei as roupas de moletom que eu vestia, sentindo o frio daquele minúsculo cômodo me atingir. Calcei rápido minha meia-calça rosa claro, sapatilha de ponta e vestidinho vermelho e preto, uma verdadeira Kitri. Coloquei de novo meu casaco de moletom e me sentei em frente ao espelho. Prendi o cabelo em um coque bem apertado com vários grampos e laquê, por último a rendinha rosa. Comecei a maquiagem escondendo as tatuagens, quilos de corretivo, base e pó sobre a nuca, pulso e antebraço. Após isso segui para o rosto, escondendo bem as olheiras, coloquei cílios postiços, delineador preto, iluminador, várias camadas de rímel, blush bem rosinha, pó de borboleta em toda a pálpebra e um batom bem brilhoso. Fixador de maquiagem e finalizando um glitter em spray por todo o rosto.


Já tinha se passado meia hora, me levantei começando a sentir o nervosismo fazendo a garganta apertar. Depois de pronta fui até a barra me alongar e me aquecer.


– Esteja na coxia em dez minutos. – a mesma contra-regra veio me avisar. Apenas entrou, deu o recado, virou as costas e saiu.


Terminei de me aquecer e peguei o leque. Dei uma última olhada no espelho; tudo certo.

Como eu queria que o Yoshi estivesse aqui para dançar comigo e me passar toda a confiança que eu precisava. Mas até ele tinha me abandonado. Voltou para o Brasil por um rabo de saia.


O nervosismo já havia se instalado sobre mim, eu podia sentir minhas mãos suarem, trêmulas. A preocupação de que tudo desse errado estava fazendo minha cabeça latejar, eu não podia permitir que isso atrapalhasse meu desempenho, de maneira alguma.


Dirigi-me até a coxia, umas bailarinas já estavam sentadas. Outras ainda se aquecendo. Resolvi me sentar também, relaxando um pouco. A comissão organizadora veio falar conosco e logo depois as apresentações tiveram início, por ordem de sorteio. Eu iria ser uma das últimas, então aproveitei esse tempo a mais para me concentrar e nem olhei as apresentações anteriores.


– Senhorita LeMarchand, você é a próxima. – suspirei fundo, levantei e fui até o centro do palco. Concentrei-me ao máximo, e assim que a música de Ludwing Minkus soou com a primeira nota iniciei a coreografia .


Minha cabeça ainda latejava pesada uma tontura se apoderou de mim e em um dos passos mais fáceis eu tropecei e caí. Maldita vida, tudo acabado.






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Notas finais do capítulo

Tadinha dela... Ela é capaz de se matar por perder o Grand Prix né?O que acharam?E tenham calma que a verdadeira história começa no capítulo dez...
Mais uma coisa, quem quiser recomendar a fic sinta-se totalmente à vontade...