Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 45
Ao Seu Lado


Notas iniciais do capítulo

Postei o capítulo e deu erro. Maravilha não? ¬¬
Pois é, e agora não tenho mais empolgação pra fazer notas iniciais felizes.
Eu escrevi o capítulo ao som de By Your Side, mas eu indico vocês lerem o começo com ela e o final com Falling In Love que eu vou postar ali junto, vai ficar perfeito.
E como eu disse, nesse capítulo vai acontecer a coisa mais fofa da fic toda!
Aproveitem.



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Falling In Love - Yiruma





- Seu celular está tocando. – Bill disse.

- Ele tá lá em cima... – olhei para ele com olhos de cachorro pidão e fiz beicinho.

- Tá... eu pego. – deu um selinho no meu beiço e subiu as escadas gritando. – Você está ficando mal acostumada hein.

Desfiz minha cara fofa e disse para mim mesma – Ambos sabemos que não é nada disso, Bill. – Se eu mesma fosse ir buscar meu celular havia grandes riscos de quando eu chegar o celular já ter parado de tocar.

Me enrolei de volta no edredom que Bill havia tirado quando se levantou e dei play no filme que estávamos assistindo.

- Era a secretária do Dr. Carlton. – ele voltou e se jogou no sofá ao meu lado. – Ela diss...

- Você atendeu meu telefone?! – me virei para ele com os braços cruzados e olhos cerrados. – Eu nunca atendo seu telefone.

- Por que você não quer. – deu de ombros e voltou a falar sem dar importância a mim. – Então, ela disse que é para você ir fazer a primeira sessão hoje, por volta das quatro. – olhou de volta para mim e ficou enrolando seus dedos nos meus cabelos. – Agora agradeça por eu ter ido atender seu celular.

- Obrigada, Bill. – dei um sorriso fingido. – Por ignorar a minha privacidade.

- Precisando... – ele disse e gargalhou de mim. Eu infelizmente não consegui me manter séria e virei o rosto para ele não ver que eu também estava rindo.

- Chegamos! – ouvi Tom berrando.

Bill pulou do sofá e foi correndo abraçar ele como se estivesse há anos sem ver o irmão e eu me levantei do sofá numa extrema lentidão e ainda embrulhada no edredom. – Oi. – disse e pude ficar realmente muito feliz de ver que só estavam Tom, Gustav e Georg. Ganhei abraços de urso de todos eles. Depois daquele dia no estúdio eu senti que eles realmente faziam questão que eu fosse parte da ‘família’ e isso era muito bom.







- Então vamos lá para a outra sala cortar o cabelo agora.

- O QUÊ?! – eu praticamente berrei quando a enfermeira veio me chamar na sala. – Cortar meu cabelo?

Ela se aproximou mais de mim e explicou-me lentamente. – Nós temos que injetar o remédio aqui. – apontou para a minha nuca. – Precisamente em cima do tumor.

- E não dá para fazer isso com os meus cabelos aí?

- Infelizmente não, nós precisamos fazer ultrassom e tudo mais. Mas você não precisa raspar todo o cabelo.

- Ah claro, o que é ótimo, só raspar a nuca e deixar a parte de cima grande. – suspirei exasperada.

- Dá pra fazer assim... – Bill falou e se aproximou de mim, querendo demostrar para mim como eu poderia fazer o corte. Tanto ele, como os outros três estavam com olhares de pena pousados sobre mim. Amaldiçoei que eles tivessem vindo justo hoje.

- Não. Eu não vou fazer isso. – disse firme. Como eu poderia fazer uma coisa dessas? Desde que eu me entendia por gente tinha tido o mesmo cabelo, comprido e levemente repicado. Por causa do ballet eu nunca pude fazer nada diferente, nenhum corte, nenhuma cor exagerada. E eu gostava disso, sempre gostei do meu cabelo longo e escuro. A maior extravagância que já tinha feito nele foi uma franja, longa. E tinha recebido reclamações por isso.

- Não há outro meio de fazer a aplicação. – a enfermeira disse, começando a ficar impaciente. – Você terá que fazer isso.

Senti meu coração apertar ao ir me dando conta de que eu realmente teria que fazer isso. Fiz que sim com a cabeça insegura e fui seguindo a enfermeira. Ouvi os passos de alguém atrás de mim e me virei. – Não, Bill, eu não quero que você venha. – o que eu menos queria era que ele presenciasse isso. E eu ainda não sabia se teria coragem de sair na frente dele depois.

- Mas... – ele ia começar a protestar, mas parece ter percebido em meu olhar como aquilo seria humilhante pra mim e desistiu. Deu um sorrisinho e acenou com a cabeça para mim.

Entramos numa pequena sala, onde havia uma cadeira de cabelereiro e um espelho com uma prateleira onde estavam uma tesoura e uma máquina. – Pode sentar-se. – uma moça que já estava na sala disse. Mas eu simplesmente não conseguia, eu estava ficando desesperada. Me agachei no chão e abracei minhas pernas dobradas. Eu não estava pronta para abrir mão dos meus cabelos, não mesmo. Droga... será que eu teria que desistir de tudo que eu sou por causa dessa maldita doença? Talvez eu não fosse tão forte assim como aparentava. As últimas notícias estavam me deixando totalmente abalada. Primeiro os movimentos e agora o cabelo... Não... eu não ia aguentar.

- Eu não vou fazer isso. – disse entre dentes.

- Você vai. – ouvi a voz de Georg e levantei meus olhos. Ele estava agachado a minha frente. – É só cortar o cabelo... eu vou ficar aqui com você.

- Não... não é só cortar o cabelo. – minha garganta já estava apertada pela maldita vontade de chorar, sem lágrimas. – É uma parte de mim que eu vou ter que abrir mão.

- Eu sei, eu entendo. – ele sorriu compassivo.

Sacudi minha cabeça em negativa. – Eu não vou conseguir.

- Vai sim. – ele se levantou e pegou a tesoura que estava na prateleira. – Olha aqui. Eu disse que vou ficar com você, eu vou fazer isso com você. – ele aproximou a tesoura dos cabelos na altura da orelha e os cortou. Um gelo percorreu meu estômago.

- Não! – eu gritei e me levantei, tentando pará-lo. – Não faça isso, Georg... você não precisa.

- Não, não preciso. – ele segurou minha mão que tentava tirar-lhe a tesoura. – Mas eu quero. – sorriu e cortou mais um bolo de cabelos.

Eu levei minha mão a boca, não acreditando no que eu estava vendo. Senti meus olhos marejarem a cada tesourada que ele dava. – Georg...

- Você é o amor da vida do Bill, e isso importa mais pra mim do que o meu cabelo. – ele disse sorrindo e sem dor alguma cortou quase todo o seu cabelo. Aquilo significou o mundo para mim. Ele se aproximou de mim e olhou-me. Eu balancei a cabeça afirmativamente dando-lhe permissão e ele lentamente cortou uma mecha do meu cabelo. Eu fechei meus olhos enquanto ele fazia isso.

- Pronto. – ele disse depois de algum tempo.

Abri meus olhos novamente, mas não tive coragem de me olhar no espelho. Passei a mão pelos meus cabelos e eles quase não existiam mais. Mas não foi tão dolorido quanto eu imaginei que fosse ser. Olhei para Georg com aquele cabelo todo irregular e sorri. – Acho que era bom você passar uma máquina aí.

Ele riu e apontou para mim. – Você também. – abracei-o. Forte. De uma maneira que quase demostrava o quanto eu estava agradecida pelo que ele havia feito.

A moça primeiro passou a máquina no cabelo dele e confesso que ficou muito bonito, ele parecia outra pessoa. Eu já estava me sentindo mais confortável. Não estar sozinha nisso fazia toda a diferença. Georg devia ter uma coisa com o cabelo dele ainda maior do que a minha. E ver ele abrir mão disso tão fácil tornou tudo isso uma experiência até agradável. Depois disso eu tive coragem suficiente para me sentar na cadeira e fazer o mesmo.

Ela terminou e eu me levantei. Georg me olhava de braços cruzados. – Pronta?

- Pronta. – sorri e juntos nós dois nos viramos para o espelho. Georg ficou rindo olhando para ele mesmo e passando a mão no cabelo. Criei coragem e me olhei. Minha boca se abriu instantaneamente. Eu não fazia ideia de que podia ficar assim tão diferente. Meu cabelo estava curto na nuca, mas não raspado. Na frente também estava curto como atrás, mas eu agora tinha uma franja que caía no rosto. Eu até que não estava tão mal assim.

- Wow. – dissemos em uníssono.







- Wow! – Bill, Gustav e Tom disseram quando nós chegamos a recepção. Eu meio que me escondi atrás de Georg, mas mesmo que não tivesse me escondido, as pessoas não teriam reparado tanto em mim. O que era mais inesperado eu ou ele de cabelo curto?

Fui saindo de fininho enquanto todos estavam muito empolgados com o novo corte de cabelo do baixista. – Onde você pensa que vai moça linda do cabelo curto? – meu coração gelou. Eu estava realmente apavorada, e se ele me achasse ridícula?

Eu dei uma risadinha e me virei para ele provavelmente com o rosto já completamente vermelho de vergonha. – Oi.

- Oi. – ele sorriu e passou os dedos pelo meu resto de cabelo. Pelo modo doce como ele me olhava eu já não estava mais me sentindo tão horrorosa assim.

- Muito mal? – perguntei e ele balançou a cabeça, para os lados. Sorrindo de um jeito malicioso.

- Nada mal.







- Pronto, já liguei a câmera. – Bill sentou do meu lado na cama, após colocar a câmera em cima da cômoda. Ele tinha colocado na cabeça que nós deveríamos fazer uns vídeos para a Julie ver quando grande, e eu tinha apoiado essa ideia. Só não sabia como agir.

- Ai, Bill... – abaixei minha cabeça, envergonhada. – Eu não sei o que fazer.

- Deixa comigo. – ele falou e sorriu para a câmera. – Oi Julie, eu sou o papai Bill. – eu ri dele e me joguei na cama. – E essa é a mamãe boba Carol. – ele virou pra mim e falou baixo. – Levanta daí.

Eu obedeci e me levantei. – Oi bebê!

- Quando ela estiver vendo isso não vai mais ser bebê, amor. – revirei os olhos e olhei para ele com os olhos cerrados, em seguida virei para a câmera.

- Oi, filha! – virei pra ele. – Tá bom assim?

- Você não tem jeito! – virou-se para a câmera novamente. – Agora a mamãe está grávida de seis meses de você... – eu apontei para a minha barriga enquanto ele falava.

- Não parece, mas eu estou.

- É, e agora você já chuta. – ele falou sorrindo como uma criança.

- E se mexe muito! – fiz uma cara de dor ao falar. – Seja uma boa menina, por favor.

- Ah, e hoje a mamãe e o Tio Georg cortaram o cabelo! – ele arregalou os olhos, fazendo uma careta ao falar. Eu ri, ele era tão fofo, tão animado por somente fazer esse vídeo. Parecia que tinha ganhado o melhor presente do mundo. E tinha né, só não o tinha visto ainda, só daqui três meses. – Isso foi incrível, por que sua mãe nunca tinha cortado o cabelo desde que nasceu.

- Já o seu pai... muda o cabelo toda a semana! – fiz careta igual ele. – Não seja igual ele, Julie.

Bill me deu um tapa no braço. – Isso está sendo muito instrutivo para ela. – reclamou colocando os braços na cintura, e tentou manter os olhos cerrados enquanto bocejava. O que foi muito engraçado.

- Foi você que começou com isso, não coloque a culpa em mim. – dei um tapa no braço dele também. – Mas você tem razão. – me virei para a câmera de novo na tentativa de fazer alo ‘instrutivo’. – Eu e o seu pai estamos muito felizes por ter você, de verdade. Você já mudou nossas vidas, mesmo estando aqui dentro ainda. – Bill estava olhando pra mim com cara de cachorro feliz. Eu sorri para ele. – Eu espero sim, que você seja igual a ele. E eu vou fazer de tudo para que você possa crescer sempre feliz como ele é. – apontei para o sorriso gigantesco que ele estava no rosto, mas ele o desfez, bocejando de novo.

- Até a próxima, papai está com muito sono. Nós te amamos, bebê. – ele disse com os olhos brilhando.

- Ué, você não disse que ela não ia ser mais bebê? – cutuquei o braço dele, o provocando.

- Ela vai ser sempre um bebê para mim. – eu me derreti e ele voltou-se para a câmera. – Ouviu? Você sempre vai ser minha bebê! Tchau.

- Tchau. – ele se levantou e desligou a câmera. Depois se jogou na cama e me puxou para junto dele.

- Vamos dormir que eu estou morrendo de sono. – eu o abracei também e poucos minutos depois ele já estava dormindo profundamente. Eu ainda custei um pouco a dormir. Relembrando ele dizendo que a Julie ia ser sempre um bebê para ele. Aquilo tinha me feito muito feliz. Eu tinha certeza de que ele ia ser um ótimo pai, e eu quis mais do que nunca poder presenciar tudo isso.







Acordei pouco depois de ter pego no sono com uma dor no pé da barriga. Me sentei na cama e senti minhas pernas um pouco molhadas. – Droga! – resmunguei baixinho para mim mesma. – Não acredito que fiz xixi na cama depois de adulta. – tirei a coberta de cima de mim e quando olhei havia uma pequena poça de sangue entre minhas pernas. Senti como se tivesse levado um tiro no peito. – Biiiiiiiiill!

Eu gritei desesperada, mas Bill dormia profundamente. Senti as lágrimas escorrerem, as que eu queria colocar pra fora há tanto tempo e que agora caíam dolorosamente. E ao contrário do que eu pensava, elas não levaram a dor embora. Inconscientemente, como se isso pudesse evitar o que estava acontecendo, coloquei a mão entre minhas pernas e pressionei. Com a outra mão livre cutuquei o braço de Bill, sem gritar, para que ele não se assustasse. Ele abriu os olhos vagarosamente e assim que me viu os arregalou.

- O que foi? – sentou-se, tirou os cabelos do meu rosto e o segurou. – Você não está bem?

- Eu estou perdendo o bebê, Bill. – disse engasgando com o choro. E aquelas palavras doeram mais do que eu poderia imaginar. Ele olhou para baixo e levou a mão a boca quando viu a poça de sangue. Agarrei o braço dele com força e supliquei. – Me ajuda.

- Eu já volto, fiquei aí. – ele saiu correndo e eu me senti mais desesperada ainda sozinha naquele quarto. Eu jamais iria permitir que algo acontecesse a Julie. Eu nunca iria abrir mão dela, nunca iria desistir dela. Nem que para isso eu tivesse que dar a minha vida. Abracei meu corpo e chorei como nunca.

- Tira logo o carro, Tom! – ele gritou já voltando ao quarto. Vestiu rapidamente um casaco nele e pegou um para mim, me ajudando a vestir. Segurou meu rosto entre as mãos e me olhou profundamente com os olhos também repletos de dor e desespero. – Vai ficar tudo bem, okay? – continuei chorando e abaixei meu rosto. Ele o segurou de novo. – Confia em mim. – fiz que sim incerta com a cabeça. Ele me abraçou e me pegou no colo. Me agarrei ao pescoço dele, chorando descontroladamente, enquanto ele descia as escadas rapidamente.

- Não deixa ela ir, Bill... – disse entre as lágrimas, apertando o pescoço dele.

- Eu não vou deixar, não vou.



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Notas finais do capítulo

Eu quero o Georg pra mim! E o Bill também! E a Julie também! Não deixa ela morrer, Bill...
E agora só faltam mais uns cinco capítulos pra vocês se livrarem de mim. E vamos torcer pra eu conseguir postar agora né?