Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 43
Todo O Meu Amor É Pra Você


Notas iniciais do capítulo

Oii galera!
To de tpm hoje e ainda recebo a notícia bombástica das regras de postagem do Nyah! Vocês já viram? O que vai ser das nossas vidas hein?
Vocês também gostaram do capítulo passado né? Esse eu também gostei até. Escutem a músiquinha e façam bom proveito. Ninguém sabe até quando vamos ter né?



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All My Love Is For You - Girls Generation





- Eu não vou pra casa sem você.

Pareceu terem se passado horas até ele levantar a cabeça e olhar para mim. Eu já estava quase me desfazendo de tanta agonia. Diabo, por que ele não podia dizer logo que me queria de volta? Era só isso que eu queria. Ele se sentou na ponta do sofá ficando bem perto de mim. Um tremor percorreu meu corpo, ele estava tão perto de mim e ainda assim tão longe. Tomei coragem e olhei dentro dos olhos dele, que não estavam mais frios e sim profundos, fortemente conectados aos meus. Suspirei fundo e fechei os olhos. Senti então suas mãos puxarem minha nuca e seus lábios se colarem aos meus. Vorazmente.

Eu não sabia se sorria ou se o beijava. Eu estava completamente preenchida por uma sensação de alívio. Okay, ele não tinha dito que me queria de volta, mas isso era bem melhor não? Enrosquei meus dedos nos seus cabelos e correspondi seu beijo. E nós tínhamos plateia, por que eu ouvi muitas palmas e assobios dentro daquela sala.

Sentir sua boca depois de tanto tempo era algo quase surreal. Esse era de longe o melhor beijo da minha vida. Meu abdômen estava se contraindo e minha frequência cardíaca aumentou consideravelmente. E aposto que ele também estava sentindo o mesmo. Colocou uma mão na base das minhas costas, sem interromper o beijo e se levantou, me levando junto. Quando estávamos em pé, eu passei meus braços em volta do seu pescoço e colei nossos corpos. Um segundo depois disso Bill me empurrou dele e eu quase caí no chão. Fiquei o encarando de olhos arregalados, começando a sentir aquele medo de novo.

- Tira essa blusa! – ele apontava pra mim, e também estava com os olhos arregalados.

- Eu sei que eu estou de pijama, e estou ridícula assim, mas também não precisa fazer isso né? – disse alisando meu pijama. Eu já tinha até esquecido que estava com ele, por que ele estava fazendo esse escândalo? Só pra me matar do coração?

- Eu falei pra tirar! – ele gritou de novo.

- Calma, Bill. – Tom disse, com aquele tom de voz irônico dele. – Você quer mesmo fazer isso com todos nós aqui assistindo?

- Cala a boca, Tom. Não é nada disso, eu só quero que ela tire essa droga de blusa enorme.

- O quê? – perguntei colocando as mãos na cintura. – Você não está me achando atraente desse jeito?

- Não é isso... você não pode só tirar essa blusa? – ele devia estar ficando louco. E eu não ia contrariar. Peguei a barra do meu blusão e percebi. Ele era folgado demais, realmente folgado demais. Sorri e puxei-o, ficando só com a regata colada.

- Uau... – alguém da plateia disse e Bill deu seu maior e mais fofo sorriso. Se aproximou de mim e passou a mão na minha grande barriga. Quando ele foi para o Japão mal estava parecendo que eu tinha escondido uma bola de gude embaixo da roupa. Agora ainda não estava parecendo que eu tinha escondido uma bola de basquete, mas já estava parecendo que eu tinha escondido uma de futebol americano.

- O que eu perdi...? – disse pesaroso.

- Nada demais, - abracei-o sorrindo – só uns chutes e algumas estrias.

- Carol. – Tom me chamou e eu olhei para ele, que juntamente com Georg, seguravam Mandy. – Agora você pode fazer o que quiser com ela.

Ela deu um sorriso irônico, o que só fez a minha vontade de dar um soco nela – de novo – aumentar.

Aproximei-me fitando o rosto dela e lembrando a maldita foto. Meus punhos se fecharam imediatamente. Eu respirei fundo, tentando raciocinar que eu não era do mesmo nível dela. Mas isso não me impedir de me divertir um pouco, me aproximei mais e agarrei a gola da sua blusa. Ela arregalou os olhos e prendeu a respiração. Soltei sua blusa e dei um sorriso enviesado. – Eu não preciso disso. Você não conseguiu o que queria, acho que já é o suficiente. Sofra com isso.

- E você – Bill falou duro e até decepcionado – vai sair imediatamente da minha casa, mesmo que eu não more mais lá, não quero você nem mais um segundo lá. Tire seus trapos e suma da minha vista. Nunca mais apareça.

- Vocês vão ver! Vão se arrepender disso. – ela gritava enquanto nós seguíamos para a porta. – Quando vocês menos esperarem vão se lembrar de mim!

- Vadia. – eu e Bill dissemos quase em uníssono.

- Ela que tente alguma coisa pra ver... – eu disse.

- Eu realmente achei que você ia esmurrar ela. – ele disse rindo.

- Não, o outro já foi o suficiente.

Ele parou e olhou para mim com a boca aberta. – Outro? Então quer dizer que aquela vez ela não caiu... foi você. – riu e me abraçou. – Bem que eu sempre achei estranho...







- Eu estava morrendo de saudade disso aqui. – Bill disse olhando ao redor da casa e suspirando.

- E eu estava morrendo de saudades de você. – eu disse e ele se voltou para trás sorrindo ternamente. Mordi meus lábios tentando segurar o sorriso. Ele não falou nada, apenas me abraçou, apertando forte seus braços ao redor da minha cintura, me puxando contra ele. Ele parecia gostar disso.

- Me desculpa...

- Chega disso, Bill. – afastei meu rosto e olhei para ele. – Aliás, eu nem sei por que você está pedindo desculpas. A última coisa que eu me lembro é de estar fazendo um péssimo risoto. – ele gargalhou e me rodopiou nos seus braços. Eu sabia que ia valer a pena me humilhar daquele jeito, ainda mais de pijama. O resultado compensava tudo.

Senti algo se mexendo em meu ventre, algo parecido com gases, mas muito mais emocionante. Assim que ele me colocou no chão de volta eu puxei a mão dele sobre minha barriga e fiquei olhando ansiosamente esperando a reação que ele teria.

Ele ficou com a mão parada, fazendo uma leve pressão sob minha barriga, olhando fixamente para ela com a boca levemente aberta. Levantou os olhos totalmente brilhantes para mim e me deu um enorme sorriso fofo. Era para momentos como esses que eu vivia agora. Nunca achei que eu fosse ser uma super-esposa ou uma super-mãe, aliás, nunca achei nem que fosse ser esposa ou mãe um dia. Mas era por sorrisos como aquele que eu sabia que essa era a melhor coisa que tinha me acontecido.

- Eu te amo. – Bill disse quase num sussurro.

- Eu também te amo, Billy. – ele fez que sim com a cabeça e selou nossos lábios.

- E você, - ele nos separou – está bem? – ele perguntou cuidadoso, mas sua feição não parecia tão preocupada. Eu não devia estar parecendo tão mal assim, apesar do pijama.

- Estou. – disse segura. – Minha saúde parece ter se recuperado já que meu emocional estava destruído. – Bill ameaçou fazer uma careta. – Por causa do meu péssimo risoto, é claro.

Ele riu. – E vai ficar melhor ainda agora, eu estou aqui para cuidar de você.







- Vamos, Carol. – Bill gritou lá de baixo. – Você vai se atrasar.

Eu tinha uma consulta agora de manhã, mas Bill queria me levar a algum lugar antes e estava me enchendo o saco para eu ir logo. O problema é que eu estava me sentindo enjoada e estava dobrada sobre o vaso esperando vomitar, mas não conseguia. Não queria ter que fazer isso na frente do Bill.

- Vamos! – ele berrou da escada.

- ‘Tô indo! – desisti e fechei a tampa do vaso. Fui pegar minha jaqueta, mas não a alcancei, cheguei mais perto e ainda assim meu braço não percorreu distância suficiente. Suspirei e inclinei a cabeça. Me aproximei mais e lentamente estiquei meu braço e consegui finalmente pegá-la.

Corri pelo corredor até as escada, o que foi uma péssima ideia. Tropecei nos primeiros degraus, mas por sorte consegui me segurar no corrimão. Me endireitei, alisando a roupa e espiei lá embaixo. Ele estava de costas e não viu o que aconteceu, ainda bem.

- Você vai mesmo me arrastar para fazer compras? – parei com os braços cruzados na frente dele.

- Com certeza.

Suspirei ruidosamente e fui para o carro. Eu realmente não tinha paciência para isso e a última vez não tinha sido nada agradável.

Para piorar as coisas o sol brilhava a pino. Algumas pessoas podiam achar isso lindo, mas eu odiava calor. Liguei o ar no máximo, o que ajudou a enfrentar o trânsito de San Francisco. Geralmente não era tão ruim, por que as pessoas preferiam andar a pé ou de bonde do que enfrentar todos aqueles morros de carro. Mas hoje havia muito mais carros do que o normal.

Chegamos ao centro e estacionamos em frente uma galeria. Ótimo, pelo menos lá tinha ar condicionado e comida.

Descemos e entramos na galeria, Bill parou em frente a uma loja decorada em tons pastéis de rosa e verde. Na vitrine havia pequenos manequins. – Roupas de bebê! – eu exclamei. – Acredita que eu ainda não tinha pensado nisso?

- Acredito. – Bill falou balançando a cabeça e deu um leve aperto na minha bochecha. – Para falar a verdade eu tinha certeza. Se dependesse de você a bebê ia ter que ficar pelada.

Dei um tapa no ombro dele. – Não exagera.

Passamos umas duas horas escolhendo roupinhas, sapatinhos e mais um monte de coisas fofas para Julie. Bill exagerou um pouco, ela ia crescer antes de conseguir usar tudo que ele tinha escolhido. Eu peguei algumas peças mais confortáveis para ela, por que meu marido só pensava na beleza da roupa.

Nós também aproveitamos para escolher móveis e contratamos uma equipe para ir decorar e montar o quarto. Ia ficar lindo. A campainha do meu celular soou, marcando as 11:30. Hora da consulta. Apesar do frio do estômago que eu senti, chamei Bill e fomos para o hospital.






- Bom dia Dr. Carlton. – disse sorrindo nervosamente ao entrar na sala.

- Bom dia menina. Podem sentar. – ele apontou as cadeiras em frente a sua mesa. – Como você está?

- Bem. – suspirei fundo. Ia ter que começar a descrever praticamente um diário dos meus últimos dias. – As dores de cabeça diminuíram. Só ainda está dolorido no local da biópsia. Hum... – pensei mais um pouco – as tonturas quase sumiram também. E eu ainda me sinto enjoada, mas quase nunca consigo vomitar.

- E no mais, a coordenação, o equilíbrio... – ele colocou a mão no queixo, pensativo.

- Normais. – respondi.

- Eu acho que ela anda tropeçando bastante. – Bill disse. Olhei para ele, cerrando os olhos.

- Ah, mas eu sempre fui de tropeçar. – falei, confirmando com a cabeça.

- Mas você reparou se isso aumentou de um tempo para cá?

- Pode ser. – pensei um pouco. Eu quase havia caído na escada hoje mais cedo. – Talvez sim.

- E teve algum problema com medir distâncias?

Olhei para Bill por uns segundos, decidindo se falava ou não. Eu sabia que ele só iria ficar mais preocupado. Mas eu não queria mais ficar escondendo as coisas do médico. – Já. – percebi que ele me olhou. – Eu fui pegar uma jarra de suco na geladeira e em vez disso meu braço foi direto na caixa de leite e derramou por tudo. E eu não tinha reparado nisso, mas parando pra pensar eu às vezes não consigo pegar as coisas, como se meu braço não fosse longe o suficiente. Mas eu não sabia que isso era um sintoma. – dei de ombros. – Minha mãe nunca teve isso.

- É, é como eu suspeitava. – o Dr. Se esticou na cadeira. O que só fez com que eu ficasse nervosa. – É que o tumor que nós estávamos tratando fica no lobo frontal que é o mesmo lugar que sua mãe também tinha, como seu pai me contou. Por isso você tinha os mesmos sintomas que ela. Mas nos exames dessa semana nós percebemos diversas mudanças.

Apertei os braços da cadeira temendo o que poderia ter acontecido e eu vi que Bill se ajeitou na cadeira, desconfortável.

- Quais? – ele perguntou.

Dr. Carlton abriu um envelope e tirou uma folha de dentro. A esticou para mim. – A biópsia deu negativo. A quimioterapia teve o efeito esperado, diminui o tumor e o pequeno pedaço que sobrou agora está benigno.

Suspirei aliviada e soltei as mãos da cadeira, Bill logo as pegou e levou para junto dele. O médico levantou e pegou um envelope grande e tirou a folha preta da tomografia. As colocou na mesa e apontou com a caneta um pedaço do meu cérebro. – O sistema nervoso é dividido entre central e periférico. O central é composto por: cérebro, cerebelo, tronco encefálico, diencéfalo e medula espinhal. Dentre eles, aqueles que trabalham para fazer o corpo se movimentar livremente são: - foi apontando com a caneta. – o cerebelo, o tronco encefálico e a medula espinhal. Esta é a imagem do seu cérebro. Compare com essa ao lado. – pegou outra folha que estava em uma mesa lateral. – É possível ver que o seu cerebelo está com uma massa, um tumor. Que está atrapalhando o funcionamento dos neurônios.

Observei e comparei as duas, a minha parecia ter uma pequena manchinha na base cerebral. – Se o cerebelo é responsável pelos movimentos, - falei com o pânico tomando conta da voz e de todo o meu ser. – isso significa que eu vou perdê-los?


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Notas finais do capítulo

Eu só quero avisar, com muito pesar, que a fic tá entrando na reta final oficialmente. E EU AINDA NÃO DECIDI O FINAL!!!!!!
Triste não? Alguém pode me ajudar e dizer como gostaria que fosse?