Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 40
Apenas Diga-me Por Quê


Notas iniciais do capítulo

E aí geeeeeeeeeeeente.
Voltei rápido não? Podem dizer que vocês estão morrendo de felicidade em me ver aqui.
G.G
Okay, estou feliz por postar rápido. E o capítulo nem é pequeno. Então estou realmente feliz. Coloquei a música da Adele ali pq na primeira vez que eu ouvi ela veio toda a cena da Carol lá no final na minha cabeça. Foi uma avalanche de inspiração, então, se quiserem, ela tá ali.
Vocês vão querer matar a Mandy com certeza...
Ah, e a parte em itálico é Bill's Pov, o normal é normal, okay?
Vejo vocês lá embaixo.



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Set Fire To The Rain – Adele



40) Apenas Diga-me Por Quê



O celular que estava em minhas mãos caiu no chão e eu não fiz nenhum movimento para pegá-lo. Eu piscava meus olhos incrédulo, o peito irradiando dor a cada batida. Minha garganta doía pelo choro que se formava, mas não se atrevia a sair.

- Eu não acredito. – as palavras saíram fracas da minha boca.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Tom perguntou, repetidas vezes, mas eu simplesmente não tinha força para responder. Eu só repetia para mim mesmo “Eu não acredito que ela tenha feito isso”. Por que ela realmente não poderia ter feito isso comigo.

- Ela me disse pra não voltar mais pra casa. Eu não acredito nisso, de novo não... – fechei meus olhos e suspirei fundo - Ela não seria capaz. – senti meus olhos se encherem de lágrimas. – Por que, Tom? Por quê?

- Bill...

- Eu só queria ela aqui, me dizendo que é mentira, que me quer de volta. – segurei o choro. – Ou mesmo que dissesse que era verdade, que ela havia mandado isso, mas que havia se arrependido. Eu não me importaria, eu a perdoaria, eu esqueceria tudo. Mesmo que ela me faça chorar é a razão que me faz continuar a viver. Eu não posso viver sem ela, eu não consigo. O que eu faço? – olhei para o meu irmão, que também tinha a expressão triste e me abraçou.

- Vamos falar com ela depois, você vai ver, vai ficar tudo bem.

Fiquei um tempo abraçado a ele, até que as lágrimas secassem e eu me acalmasse. – Eu vou ir dar uma volta. – me separei dele e me levantei, ele foi se levantando junto. – Eu vou sozinho. – ele me olhou preocupado. – Está tudo bem, só vou esfriar minha cabeça.

Fui até os fundos do local do show, me escorei na grade e acendi um cigarro que tinha roubado do Tom. Já fazia meses que eu não fumava, mas estava tão revoltado que não estava me importando com isso. Nas duas primeiras tragadas me engasguei com a fumaça, a terceira queimou minha garganta. Joguei o cigarro no chão e esfreguei a bituca com a ponta do pé. – Nem fumar mais eu posso. – reclamei comigo mesmo e abracei meu corpo, me protegendo do vento que passava forte. – Desculpa, Julie, eu não farei mais isso, prometo. – falei como se minha filha pudesse me escutar e as lágrimas voltaram a escorrer quando eu me lembrei dela. Não voltar pra casa implicava em não ver minha filha quando ela nascesse. Isso jamais aconteceria, jamais. E até ela nascer eu e a Carol já teríamos nos acertado. Nós teríamos, eu não suportaria todo esse tempo...

- E aí, Bill.

- Mandy. – acenei de leve com a cabeça para ela, que se encostou ao meu lado na grade. – Você é mulher, certo?

- Pelo que eu saiba. – ela gargalhou e eu sorri brevemente, um segundo, mas já aliviou a tensão um pouco. – Por quê?

- Por que uma mulher, de uma hora para a outra terminaria com o cara, sem motivo nenhum?

- A Carol fez isso? – olhei para ela, e confirmei. – Olha, eu realmente não sei. Nem eu consigo entender, mesmo sendo mulher. Se fosse eu, jamais deixaria um cara incrível como você. Por motivo nenhum.

Dei um sorriso torto, que mais parecia uma careta, por todo o esforço que eu fiz. Essas eram as palavras que eu gostaria de ouvir, mas não dela exatamente. Não que eu não gostasse da Mandy. Ela era doce e uma boa amiga, mas não era a Carol. – Ela também devia pensar assim.

- Sinceramente, se ela foi capaz de fazer isso com você, ela não te merece.

- Eu não me importo, contanto que eu possa ficar com ela.

- BILL! – Mandy gritou, fazendo-me olhar assustado. Ela parecia estar revoltada. – Você tem que se valorizar mais! Não pode ficar aí chorando pelos cantos por uma mulher que não te merece. – fechei meus olhos, desejando poder fazer o mesmo com os meus ouvidos. Aquilo que ela estava falando podia ser verdade agora, mas eu não queria ouvir, não queria acreditar. Eu ia entrar, ligar para o Benjamin e ver que tudo não passou de um mal-entendido ou de uma brincadeira idiota dele e dos irmãos. – Se você ao menos olhasse ao redor, ia ver que tem gente que gosta muito mais de você. – arqueei minha sobrancelha, olhando-a. Ela baixou a cabeça e disse quase num sussurro. – Eu, por exemplo.

Abri a boca em surpresa. Ficamos nos encarando por longos segundos, até que ela avançou para cima de mim. Enlaçou seus braços em meu pescoço e colou sua boca a minha. Eu fiquei paralisado, sem saber como agir. Meu primeiro impulso foi afastá-la, mas eu decidi corresponder e a puxei mais para perto, por que eu estava com tanta raiva, que achava que a Carol merecia que eu fizesse isso com ela. Porém logo nos afastei, pois eu percebi que jamais conseguiria beijar nenhuma outra garota, que não fosse ela.

- Mandy, não faça isso de novo. – me afastei e passei a mão na testa, tentando falar de um modo que não a magoasse. – Eu não consigo fazer isso, então, por favor, não tente isso de novo. Eu não quero estragar nossa amizade. Você é uma ótima garota, vai encontrar uma cara muito melhor do que eu.

Saí e voltei ao camarim onde Tom ainda estava. – Ligue para o Benjamin.

Tom discou o número, colocou no viva voz e me entregou. Chamou várias vezes, quando eu já estava desligando ele atendeu.

- É ele. – Benjamin falou, com a voz fraca, como se estivesse longe do telefone

- Diga que eu nunca mais quero falar com ele em toda a minha vida. – ouvi uma voz fraca, a voz dela. Aquilo foi como um tiro no meu peito. Tudo era verdade, ela realmente tinha terminado comigo. Me joguei no sofá. Sentindo como se meu coração literalmente sangrasse.

- Ela disse que...

- Ele ouviu. – Tom falou, olhando para mim, com a expressão dura.

- Bom, então diga para ele nunca mais se atrever a aparecer por aqui. Você é um cara legal, sabe. E eu achava que seu irmãozinho também era, mas eu estava realmente enganado.

- Do que você ta falando?! – gritei, com a voz esganiçada do choro preso.

- Ora, por favor. Nós não precisamos discutir aqui precisamos? Só faça a vontade dela e nunca mais apareça por aqui, okay?

- Pode deixar, ela nunca mais vai me ver.








- E aí? – Jared se sentou ao meu lado no sofá.

- O quê? – perguntei.

- Achou o celular?

- Não, desisti de procurar. Precisava terminar isso. – ele pegou o scrapbook que estava em minhas mãos e o observou.

- Sério? – olhou para mim com cara de tacho. – Eu disse que você ia acabar fazendo essas coisas.

Cerrei os olhos – Isso não é coisa melosa de gente boba apaixonada, Jerry. É só um álbum de fotos, e o resto – apontei para os adesivos, enfeites e recados que eu estava colocando – é por que eu sou uma pessoa criativa, afinal eu sou uma artista.

- Você é só uma dançarina, não exagere.

- Bailarina. – o corrigi, como sempre tinha que fazer.

- Que seja.

Coloquei a última foto no álbum, uma do casamento. As fotos estavam em ordem cronológica, o que fazia parecer uma história sendo contada através de imagens. Okay, tinha ficado uma coisa melosa de gente boba e apaixonada. Mas no dia do casamento eu tinha aceitado liberar esse meu lado que estava surgindo. Eu só estava cumprindo minha palavra. E o Bill ficaria radiante de receber isso, eu tenho certeza.

- E aí? – dessa vez, Benjamin se sentou ao meu lado no sofá.

- O quê? – eu e o Jared perguntamos.

- Achou o celular?

- Não, ela estava fazendo coisas românticas. – Jerry entregou o scrapbook para o benjamim que logo começou a rir.

- Isso é ridículo.

- Não é não. – tomei da mão dele e escondi embaixo de uma almofada. – E eu desisto de procurar meu celular. Eu d-e-s-i-s-t-o.

- Então tome. – Benji me estendeu o celular dele.

- Eu também não sei o celular do Tom decorado, se eu não sei o do Bill por que eu saberia o dele.

Ele tomou o celular da minha mão, mexeu e me entregou de volta com o contato do Tom selecionado.

Ouvi um barulho de notificação de email recebido vindo no notebook. – 'Pera aí, quem sabe seja dele. – disse.

Coloquei o notebook em meu colo e abri a caixa de entrada, havia um email recebido de Bill Kaulitz. – Viu, eu disse. – sorri e abri o email.

Meus olhos se arregalaram instantaneamente ao ver a foto que havia vindo. Meu coração se apertava enquanto meu olhar percorria cada detalhe: os lábios colados, os corpos próximos, a mãe dele na cintura dela, os olhos fechados sem nenhum sinal de repulsa. Coloquei a mão sobre meu peito, apertando-o, tentando diminuir a dor que se formava, crescendo a cada segundo. Tentei fechar os olhos, mas eles estavam fixos na horrenda imagem do Bill e da Mandy se beijando. Eu tentava respirar, porém meu peito se recusava a buscar algum ar, fazendo a dor só piorar.

Eu ouvia meus irmãos perguntarem se eu estava bem, o que tinha acontecido, mas eu não conseguia responder, nem me mexer. Meu corpo estava absorvido na dor e continuava observando a foto, machucando mais ainda. O notebook foi tirado da minha frente e um telefone tocou me ajudando a sair do transe e ao menos conseguir fechar os olhos.

- É ele. – Benjamin disse.

A raiva foi tomando seu lugar assim que eu imaginei que ela estava do lado dele nesse momento. – Diga que eu nunca mais quero falar com ele em toda a minha vida.

Saí correndo, sem direção, para lugar nenhum. Como se a minha vida dependesse disso. O ar não entrava em meus pulmões, caí em meus joelhos.

Minhas costas estavam arqueadas lutando por ar. A dor em meu peito crescia cada vez mais. Uma chuva começou a cair sobre mim. Ela queimava meu corpo, como se estivesse com fogo ateado nela. Eu queria gritar, chorar, jogar para fora toda aquela dor que me impedia de respirar, mas eu não conseguia. Eu só estava jogada no chão, revendo os flashes da foto que teimavam em passar pela minha cabeça, fazendo a raiva se juntar com toda a tristeza crescente em meu peito. Eu já tinha certeza de que ia morrer ali, sem ar, com o peito comprimido, e sinceramente, eu não estava me importando. Porém alguém veio, me pegou no colo, me levou para casa e me colocou dentro de uma banheira de água quente. Eu não sei quem fez isso, mas após me colocar na banheira me deixou sozinha.

A água quente começou a fazer efeito, me acalmando, me permitindo respirar e pensar com clareza. O que foi pior, eu passei a sentir repulso, o homem que estava comigo há uma noite agora estava com outra, sem explicação nenhuma. Como ele tinha tido coragem de fazer isso comigo? Por quê? Por quê? Ele parecia tão apaixonado há um dia... A sensação de desespero por ter sido abandonada, trocada, por saber que ele não seria mais meu novamente e estaria com aquela vadia causava uma dor indescritível. Eu me sentia fraca por não ter ele ao meu lado e enojada por ele ter me traído. E sabia que não seria capaz de suportar isso. Desistir não me parecia má idéia. Meu fim ia ser esse de qualquer jeito, havia muitos motivos para me fazer repensar isso, mas nenhum deles me ocorreu no momento. Nenhum que fosse maior do que o desespero que eu sentia. Deixei-me cair dentro da água, a água quente cobrindo todo o meu corpo. A sensação de falta de ar voltou, mas não era tão ruim como antes, ela parecia mais aceitável.

Minhas forças haviam acabado, e então eu senti uma pressão na barriga, um movimento. Instantaneamente me sentei, o motivo para repensar me ocorrendo. Minha filha, ela estava lutando para que eu não desistisse. Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu realmente percebi o que estava prestes a fazer. Eu não podia fazer isso. Mesmo que tivesse que viver com a dor e a repulsa dessa traição para sempre eu ainda tinha meu pai, meus irmãos e principalmente minha filha. Que havia acabado de chutar para me trazer de volta a vida.



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Notas finais do capítulo

Okay, podem matar ela. Eu deixo. Podem caçar a AmandaM nos reviews e acabar com ela. HSUAHSUAHUSAHU Eu sei que ela gosta de ser má.
Hoje eu acabei de ver que tenho 21 leitores (segundo o Nyah) e ganho oito reviews por capítulo. Se você é um dos anônimos, por favor me dê sua opinião. Eu ficarei muito feliz.
E se todos os reviews não forem respondidos hoje, amanhã serão com certeza. Então até eles.
E quem de vocês aí tem Hanashi?