Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 35
Eu Aceito


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOIIIIIIIIIII
Não me matem, sério, dessa vez não foi minha culpa. Meu pc deu pau e eu fiquei sem ele por um mês, um mês! Mas pelo menos eu escrevi no caderninho e hoje que ele voltou já estou postando.
E vocês como foram de festas e férias? Eu fui péssima, a viagem foi pros ares e o pc tbm. As piores da minha vida, mas cá estamos.
E obrigada a kakaulitz pela recomendação, valew mesmo, muito fofa *-* capítulo dedicado a ti como recompensa.
É o tão esperado casamento, tcharan! Eu espero que vocês gostem e tbm espero que a foto funcione.



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Já fazia alguns minutos que eu estava acordada, com os olhos abertos fixos no tecido preso ao cabide bem a minha frente. Meu vestido de casamento. Isso era pavoroso, principalmente hoje. Eu estava levando toda essa história numa boa, até ontem à noite. Hoje eu havia acordado com toneladas sobre os meus ombros. Isso parecia tanta responsabilidade para eu carregar sozinha. Era tão assustador passar por esse dia sem minha mãe aqui. Parando para pensar, tudo isso aqui estaria tão diferente se ela estivesse ao meu lado. Não que eu estivesse desistindo de casar com o Bill, longe disso, eu só sentia como se tudo isso estivesse sendo demais para mim. Eu podia parecer e tentar ser muito forte, mas eu era totalmente o contrário. Eu era fraca, e estava sentindo todo o peso da minha fraqueza nesse dia.

O celular em cima do criado mudo despertou, como se precisasse de alguma coisa para me acordar. Desliguei-o e me dirigi para o banheiro. Passei uma meia hora enfiada na banheira tomando cuidado para não molhar o cabelo que estava cheio de rolinhos. Coloquei o roupão e desci para a cozinha.

O microondas dizia que eram apenas 07:30. Ainda havia tempo de sobra, o casamento era apenas as 10:00 da manhã e eu ainda tinha o direito de atrasar uma hora. Fui até a geladeira procurar se, quem sabe, tinha suco de pêssego. Tinha uma jarra com um líquido amarelado, devia ser. Estiquei o braço para pegá-lo, porém minha mão desviou uns sete centímetros atingindo uma latinha de cerveja, derrubando-a. Puxei meu braço e desta vez direcionei-o um pouco mais para a esquerda. Mas ele foi para a esquerda demais e derrubou a caixinha de leite molhando toda a geladeira.

- MERDA! – berrei socando a geladeira. A cozinheira logo apareceu. Abaixei-me para limpar aquela sujeira do chão.

- Pode deixar que eu limpo tudo senhorita, pode deixar. – ela tirou a caixa de leite. – A senhorita estava procurando alguma coisa?

Respirei fundo, me acalmei e levantei do chão. – Eu queria o suco de pêssego. – e apontei para a jarra.

Ela fez uma careta. – Bem, suco pronto na geladeira só tem de uva. Mas se a senhorita quiser eu posso fazer um de pêssego agora mesmo.

- Eu disse pêssego?! – debochei falsamente de mim mesma. – Eu quis dizer uva... eu quero aquele suco de uva... – ela tirou da geladeira exatamente a mesma jarra que eu havia visto, só que agora ela estava com um líquido roxo.

Okay, aquilo havia sido apenas um comum engano, quem nunca trocou laranja por roxo? Não havia nada demais em enxergar laranja ao invés de roxo. Até por que trocar a cor de apenas uma coisa não tinha nada a ver com o meu problema no cérebro. Isto é bem mais provável de ter sido causado pelo meu nervosismo de hoje, isso sim. Já o erro de cálculo de distância sim, eu lembro que a minha mãe vivia derrubando as coisas. Ah, minha mãe... por que ela não está aqui agora? Por que as coisas nunca podem ser do jeito que nós queremos?

Peguei os suplementos vitamínicos e os engoli junto com o suco.

- Onde ela está? – ouvi uma voz feminina desconhecida ao longe.

- Aposto que ela fugiu. – esse era o Benji, só podia.

- Eu não estranharia isso. – Jared, e pelo tom de voz dele ele parecia realmente acreditar nisso.

Ri dos comentários deles e me dirigi até a sala antes que eles surtassem. Era a cabeleireira e o maquiador que estavam lá. Graças a Deus nenhum deles era a Natalie. Se bem que uma hora dessas ela devia estar arrumando o Bill. Droga, eu devia ter exigido que ela viesse me arrumar, isso seria mais seguro.

- Vamos logo, ou você vai chegar atrasada. – o maquiador disse.

- Mas eu devo chegar atrasada, não?

- Uma noiva chegar atrasada quer dizer que ela chegou mais de uma hora depois do horário marcado.

- Okay, vamos para a minha casa. – enfatizei o minha e fomos para a casa de hóspedes.




Finalmente eles acabaram o serviço e me deixaram sozinha. Só tive segurança de me olhar no espelho depois que eles saíram do quarto. Encarei o espelho que se estendia por toda a parede do quarto. Confesso que me assustei um pouco com o que vi. Eu parecia outra pessoa com aquele vestido glamouroso e maquiagem impecável. Mas ainda assim parecia comigo. Contraditório, mas é a verdade. Era como se fosse um lado meu que eu sempre tivesse tentado esconder. O vestido que eu iria usar tinha sido feito pela Nina, e graças a Deus ela não tinha exagerado tanto. Ele era em um tom champagne, tipo sereia - sorte minha barriga ainda estar quase imperceptível -, e lá no final havia camadas e camadas de flores de tecido.

Eu gostaria de poder usar o mesmo vestido que minha mãe, se ela tivesse usado um. Pelo que o meu pai disse, quando eles casaram ela estava usando calça jeans e uma camiseta de bailarina e um véu lindo, enorme e todo bordado. E quando eu perguntava “por quê?” ele só me respondia “Vegas Style”. Infelizmente eu não podia fazer o mesmo.

- Ficou melhor do que esperava, não?

Assustei-me ao reconhecer a voz de da minha sogra. – Ficou sim, Dona Simone. – sorri, ainda sem jeito.

- Por favor, só Simone, você vai casar com o Bill hoje, já é tempo de largar as honrarias não acha?

- Tudo bem senh... Simone.

- Eu queria lhe pedir um favor. – ela se aproximou de mim e sorriu de um modo terno.

- Claro.

Ela colocou uma bolsa em cima da cama e tirou algo lá de dentro.

- Eu gostaria que você usasse isso. – ela me mostrou uma pequena tiara com pequenas flores do campo entrelaçadas. Inclinei minha cabeça para que ela pudesse colocá-la. – E o sal no sapato também.

- Sal no sapato?

- Sim. É para começar com o pé direito, uma tradição alemã.

- Tudo bem... – tirei minha sandália e ela aspergiu um pouco de sal sobre ele.

- Pronto, isso deve dar sorte. – ela me olhou por uns segundos e os seus olhos foram se enchendo de água. – Eu nunca imaginei isso. – ela deu uma risada e secou as lágrimas. – Muito obrigada, Tochter.

Subitamente a abracei, eu justamente estava sentindo mais falta da minha mãe do que nunca e ela apareceu do nada para ajudar a suprir essa falta hoje. – Eu que agradeço, por tudo, minha gratidão está quase do tamanho do meu nervosismo.

- Agora eu tenho que ir antes que o Bill surte. Aliás, ele já está surtado há muito tempo.

- Sério?

- Você não faz ideia... – segurou minhas mãos – por favor, cuide dele e não o magoe ele ama muito você.

- Pode deixar.

- Tchau querida.

Quando ela saiu, voltei a encarar o espelho, me sentindo menos estranha graças a Don... a Simone.

- Quando o juiz me perguntar se eu lhe entrego por livre e espontânea vontade eu vou dizer que não. – meu pai entrou no quarto, já devidamente vestido.

- O juiz vai te perguntar isso?

- Não vai?

- Sei lá. – dei de ombros. Instalou-se um longo e irritante silêncio entre nós. E grande parte por que ele não demonstrava nenhum sinal de felicidade. – Pai, eu não vou me mudar tipo, pro outro lado do mundo, são só alguns metros.

- Eu sei, mas é assustador, não é? – ele parou ao meu lado no espelho observando-me pelo reflexo. – Sua mãe devia estar aqui hoje.

- Devia. – confirmei, com a dor saltando na voz do mesmo modo que saltava em meu peito. Puxei a mão dele para mim e a apertei como se isso pudesse fazê-la passar.

- Ah, eu ia me esquecendo. – ele se voltou para um pacote que havia jogado em cima da cama, o qual eu nem havia reparado. – Eu guardei isso para você. – me estendeu um tecido fino branco, todo bordado e sem precisar de explicações eu já sabia o que era. O véu que a minha mãe havia usado.

- Droga, pai. – o abracei e senti imediatamente meu rosto encharcado de lágrimas. Tudo que eu havia reprimido até esse momento transbordava pelos meus olhos. Toda a insegurança pela falta da minha mãe justo hoje estava me matando.

- Calma, meu anjo. Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você. Pare de chorar ou você vai borrar todo essa tinta do seu rosto. Mas se você quiser desistir...

- Paaara! – me afastei e dei um soco nele, não um soco de verdade, ele era meu pai né.

- Eu estou aqui para o que você precisar, não precisa se desesperar. – eu o abracei novamente, mas desta vez sentindo a proteção e me acalmando mais.

- Está pronta? – me afastou e esperou minha resposta.

- Não.

- Mas nós vamos do mesmo jeito. Só faltam dez minutos.

- Para as dez?

- Sim, você não vai chegar atrasada vai? – fiquei confusa, eu devia ou não chegar atrasada? – Ah, e troque o anel de mão, você precisa abrir espaço para a aliança.

Um arrepio percorreu minha espinha ao ouvir a palavra aliança. – Vamos.



Eu já estava parada há alguns minutos em frente ao Palácio de Belas Artes, apenas segurando o pingente de bailarina passando os dedos pela inscrição em baixo relevo, tentando ganhar coragem para subir os degraus. A música começou a tocar e meu pai me estendeu a mão e eu tive de ir de qualquer jeito.

Assim que o rosto do Bill apontou eu senti a segurança que me faltava, o porquê de eu estar fazendo aquilo voltou a fazer sentido. A cada passo que eu dava meu coração batia mais rápido e meus olhos se enchiam d’água. Eu não parecia estar indo para o abate como eu pensava que pareceria, eu me sentia caminhando para uma nova vida. Uma vida só minha e dele.



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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora de novo. Espero não demorar tanto da próxima vez...
Não foi muito romântico né? Mas foi a altura do que vocês esperavam?
E o aplicativo hein? Só pude ver agora e nem vi tudo ainda...
Bom, nos encontramos nos reviews.
Beijos