Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 34
E Nada Impede a Loucura Voltando, Assombrando


Notas iniciais do capítulo

Volteeeei! E nem demorei tanto assim, vai né. Só um pouquinho. Okay, eu demorei, me desculpem.
E Nada Impede A Loucura Voltando, Assombrando -> Uou, título tenso não? Mas não se assustem, o começo do capítulo é totalmente compatível com o título. Teenso. Ah, e a músiquinha ali é pra dar o clima. Então escutem só na parte em itálico. Mas por favor, leiam escutando.
Ah, e o capítulo de hoje tá bem pequeno e sem graça. Mas o próximo vai ser o tão esperado dia XD
Ah¹, Tem personagem novo de presente pra... Morita(?) Esses novos nicknames me confundem.
Ah², Mudei meu nickname tbm, viram? Fiquei tão feliz que pude fazer isso, pq né, meu perfil foi doado então eu não tinha tido a oportunidade de escolher o nome. Sem falar que eu não era nem a laah, nem a tatah HSUASHUAHSU Mas agora eu sou a Cherrie *-*
Ah³, boas vindas para a nova leitora que deixou um review muito querido, Jana_Kaulitz483. Volte sempre XD
Ah, to feliz hoje... boa leitura!



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Transylvania - McFly



Carol sentia cada vez mais frio, uma fina chuva caía sobre os ombros desnudos. Assim que seus olhos se abriram ela percebeu que estava novamente naquela floresta. Aquela floresta horrenda, escura não era desconhecida para ela. A garota já havia visto as pedras cobertas de lama e musgo, os cipós cobertos de lodo que pendiam de uma árvore a outra, a densa neblina e principalmente o estranho sussurro que ecoava por todo o lugar. Parecia fazer muito tempo desde que ela esteve ali pela última vez, mas essa fina voz ainda era capaz de fazer seu coração parar de bater. Começou a dar leves passos na direção do sussurro, escorregando nas pedras e amaldiçoando-se por não conseguir lembrar-se de onde conhecia esse maldito lugar. Ouviu o som de uns galhos quebrando-se, vindo do lado oposto do sussurro, o que fez seu coração pular algumas batidas. Virou-se imediatamente começando a ficar apavorada, seu peito subia e descia rapidamente, mal a dando chances de respirar direito.

- Carol... – a voz sussurrou novamente, desta vez mais perto.

- O que você quer?! – gritou, mas apenas sua voz ecoou algumas vezes pela floresta. Ouviu a respiração pesada e acelerada de alguém próximo a ela, e cada vez mais perto. Começou a correr desesperadamente na direção contrária do som da respiração, mas era justamente na direção dos galhos sendo quebrados que ela ia.

- Carol... – a voz se tornava mais alta a cada passo que a garota dava. – Carol... – o chamado era como uma súplica, um pedido de socorro. – Carol! – este último grito a fez parar. Ela conhecia essa voz, ela conhecia esse lugar.

- MÃÃE! – sem que ela percebesse seus passos a guiavam desesperadamente na direção do chamado da mãe.

Ao longe ela viu um vulto passar por entre árvores e correu com tudo que pôde ao encontro dele. Porque ela sabia o que iria acontecer. A mãe iria morrer. Mas Carol não deixaria que isso acontecesse, não dessa vez.

Os galhos, as pedras cobertas de lodo, as folhas soltas... tudo parecia tentar impedir que ela chegasse até a mãe. De tanto cair no chão seu pijama já estava todo coberto de lama, as pernas arranhadas e o pé descalço escorria sangue. Ela parou um pouco para conseguir respirar, apoiando-se sobre os joelhos. O vento parou de soprar, deixando o lugar mais silencioso e permitindo que ela escutasse o chorinho fino que pairava sobre as árvores. – Julie? – a garota perguntou, obtendo a resposta de si mesma. Sentiu seu ventre vazio, e as entranhas se corroerem de dor ao ouvir o choro sofrido da filha. Esqueceu toda a dor que sentia e voltou a correr.

Carol conseguiu chegar à clareira, mas ela era grande demais, e ela não conseguia se lembrar em que lugar ficava o buraco. Aquele maldito buraco. Pelo canto dos olhos ela viu o vulto passar novamente. Virou-se e viu a sombra da mãe desaparecer pelo chão.

- NÃO! – urrou e correu na direção do buraco. Ao chegar à beirada do mesmo não viu exatamente o que esperava ver. A mãe caindo em meio à escuridão do buraco sem fim já era uma cena conhecida por ela. Mas aquela bebê enfiada no meio de tudo aquilo, chorando assustada enquanto caía era uma coisa desconhecida.

Ela tentava alcançar a mão da mãe ou o bracinho de Julie, mas tudo era em vão. Elas já estavam longe demais. Sem conseguir pensar direito ela se jogou dentro do buraco, tentando agarrar de todas as formas as duas que caíam. Carol se via próxima das duas, mas ao esticar os braços para tocá-las elas pareciam tão distantes, isso era desesperador. Ela se sentia impotente, por permitir que a mãe se fosse novamente e por não conseguir proteger a própria filha.

Fechou os olhos esperando o iminente choque ao chão, porém ele nunca acontecia. Por que a merda do chão não chegava logo para acabar com tudo isso? Ela não suportava mais escutar nem um pedido de socorro da mãe, mas nenhum segundo de choro da Julie. Abriu os olhos e viu uma silhueta a beira do buraco com a mão esticada. Isso fez com que o coração dela voltasse a ter vida. Antes que o homem a beira do buraco desistisse e fosse embora, deixando-a desesperada novamente, ela gritou.

- BIIIIILL!!!



- BIIIIILL!!! – acordei gritando loucamente, com o coração acelerado e as mãos trêmulas. Tinha tido aquele maldito pesadelo de novo.

Eu já havia tido esse mesmo sonho, várias vezes. Porém não recentemente, já fazia muito tempo que eu não o tinha. Ele era freqüente nas primeiras noites em que eu senti tanta falta da minha mãe que nem dormindo eu conseguia esquecer isso. E depois se tornou freqüente novamente quando eu tive o primeiro tumor no ouvido. Depois disso ele tinha se apagado. Mas parecia estar apensas escondido em algum lugar obscuro.

Mas ele estava diferente dessa vez, mais próximo da realidade. Assim como a merda dessa doença levou minha mãe para a escuridão, planejava me levar também. E agora, a Julie também. O horror durante o sonho era praticamente o mesmo que eu sentia acordada ao pensar que minha filha poderia passar por isso. Contudo, o final inteiramente novo dele havia me aliviado quase que completamente. Bill havia aparecido para salvar uma de nós. E neste momento eu gostaria de cantar para ele: “Because maybe,you're gonna be the one that saves me. And after all, you're my wonderwall” – Isso, claro, se eu soubesse cantar. E se minha voz fosse bonita. Não, nem assim.

- Você acordou! – olhei assustada para a porta, temendo que o meu pesadelo pudesse ter vindo para a vida real. Mas eram apenas as quatro gurias que me seguiam a todo momento.

O quarteto mais animado da face da terra atravessou a porta do meu quarto. – Hoje é o dia da noiva. – Eve falou animada e tudo o que eu pude fazer foi enfiar minha cara no travesseiro.

- Nem tente fugir, o casamento é amanhã de manhã. – Bia disse e eu me sentei rapidamente com os olhos arregalados.

- Amanhã?!

- Você tinha se esquecido? – Mandy perguntou num tom divertido.

- Não é que eu tenha esquecido... eu só não tinha me lembrado. – explanei tentando me situar no tempo e espaço. Espaço: okay, eu ainda estava no meu quarto. Tempo: Oh Meu Deus eu vou casar amanhã!

Fiquei em pé na cama. – Eu vou me casar amanhã. Eu vou me casar amanhã. – afirmei para mim mesma, tentando me conscientizar da realidade cruel. Joguei meu corpo para trás me deixando cair na cama novamente. – Cara, isso ainda não soa normal. – virei para Nina e Eve que estavam sentadas na beirada da cama. – Vocês algum dia imaginaram que fossem me ouvir dizer uma coisa dessas? – elas duas balançaram a cabeça negativamente. – Nem eu.

- Não importa. Vamos logo que você tem muitas coisas para fazer hoje. – resmunguei e não tive escolha a não ser me deixar levar.




Yoshi estacionou o carro segundo ordenado por Eve em frente a uma construção moderna e luxuosa. A frente era feita por paredes de vidro envoltas por ferro destorcido. Havia uma placa a frente do local, que dizia em letras desalinhadas “House of Beauty”. Ah, claro. A coisa que eu mais amo no mundo: salão de beleza. Eu amava isso quase tanto quanto fazer compras. Blergh. Para mim isso poderia se chamar “House of Torment”.

- Eu não preciso disso, eu já sou bonita naturalmente. – disse com a maior convicção tentando fazer com que todo mundo desistisse dessa ideia. – Sem falar que o casamento é só amanhã. Que raios eu estou fazendo aqui hoje?

- Mas você já tem que estar praticamente pronta, para amanhã só dar o toque final.

- Cabelo e maquiagem. – Bia afirmou sorridente.

- Vão indo na frente. Daqui a pouco eu carrego ela lá para dentro. – Yoshi disse, fazendo-nos todas olharmos para ele que estava encostado no carro.

Dei um suspiro de alívio ao lembrar que um homem estava ali. Eu não estaria completamente sozinha no meio daquelas loucas. Eu sei que eu devia ser um pouco mais feminina e ficar um pouco mais feliz de ir a um salão de beleza. Porém eu não tinha paciência para isso. Esse não é um lugar que você entra, faz o que tem que fazer e sai rapidamente. É um lugar que você tem de passar praticamente o dia inteiro, e o pior de tudo, escutando fofoca e gente falsa dizendo que você está linda. Isso era o que torrava minha paciência.

- Okay, então. – Eve disse puxando as outras a contragosto. – Mas não demorem. – mandou um beijinho para o namorado e desapareceu salão a dentro.

Encostei-me ao lado de Yoshi no carro. Ficamos por um bom tempo calados, como se estivéssemos sem jeito para conversar. Isso era totalmente estranho, antes nós costumávamos ser tão unidos e eu não me lembro de alguma vez termos passado por uma situação dessas.

- Eu acho que te devo desculpas... – ele começou a falar quebrando o gelo. – por nunca ter ficado na Alemanha como prometi. É que... eu era tão imaturo, tão ingênuo... Eu fiquei muito revoltado, muito decepcionado quando você simplesmente jogou tudo para o alto e fugiu para o Canadá. E resolvi me vingar, isso é ridículo, mas na época eu não achava. Eu achava que você merecia o pior castigo por quebrar tão facilmente o nosso trato de nunca dançarmos separados, e só agora eu percebi o quão idiota eu fui...

- Cara, pára com isso. Você não pode fazer esse tipo de coisa com uma mulher grávida. – falei tentando conter o nó que se formava em minha garganta. Essa gravidez estava me deixando muito sensível. – Mas se esse era o teu objetivo, me castigar, você conseguiu. Por que esse foi o maior castigo que você poderia me dar. – respirei fundo, controlando a emoção. – Sabe, quando eu voltei e percebi que estava lá sozinha, droga, eu me senti tão mal. Toda vez que eu dançava com alguém eu me lembrava que não era você e de que era tudo culpa minha, sempre é. Se eu não tivesse sido tão infantil e fugido na primeira discussão que tive com o Bill, você ainda estaria lá e a minha família também... – percebi que a conversa estava se tornando uma sessão “remoendo o passado e se culpando com Carol Ford” e mudei de assunto. – Mas eu me acalmava quando pensava que você tinha sumido por causa da minha prima. Ela sempre gostou de você, apesar de você ter odiado ela por tanto tempo. Eu sabia que vocês estavam felizes. – sorri contrariando meu eu interior.

- ‘Tá, deu de nostalgia agora. – ele sorriu para mim com os olhos se fechando e fez uma reverência – Quer dançar? – dei um sorriso feliz e estiquei a mão para ele.

Aquilo era uma sensação tão boa. Parecia que não sentia isso há séculos. Fazia tanto tempo que eu não dançava com o Yoshi, fazia tanto tempo que eu não dançava. Tirando os passinhos que eu fazia no baby class, eu nunca mais tinha dançado. Eu não me importava se estava fazendo isso sem música alguma ou se estava fazendo isso no jardim de um salão de beleza - onde, aliás, eu deveria estar - a única coisa que eu sabia é que há dias eu não havia me sentido tão bem. Até minha dor de cabeça rotineira havia sumido. Tinha sido muito bom esclarecer as coisas com o meu melhor amigo, e isso ele nunca iria deixar de ser.

- Ô vocês dois! – me assustei com aquela voz fina da Nina ecoando pelo jardim. Ela era realmente insuportável. – Estão fazendo o quê? Traz ela já pra cá seu chinesinho.

- JAPONÊS! – Yoshi gritou me carregando de volta para aquele inferno.

- Eu não quero... – resmunguei sem ter nenhum efeito.

- Aqui é o lugar das mulheres? – ouvi uma voz ao longe. Era conhecida, mas eu tive de olhar para trás para ter certeza. Jean estava parada com os cabelos loiros ondulados ao vento. – Eles me expulsaram de lá por que lá era “o recanto dos homens” – ela disse imitando Georg de um modo retardado nas últimas palavras. – Bia e Mandy já te enlouqueceram?

- Já. – disse sentindo-me realmente feliz por ela estar ali. Ao contrário das outras duas que estavam na minha cola - e também ao contrário da minha amiga e da minha prima - Jean era bem centrada e madura. Também tinha que ser, para conseguir dominar um cara como o Georg. Tudo bem que eu não tinha lá muito contato com ela, mas não deixava de ser uma ótima companhia quando tínhamos que nos disfarçar durante alguma aparição em público com os nossos namorados.

- Vamos agora? – meu amigo apontou para dentro do salão e eu tive que ir. Sentindo-me como se estivesse indo para o abatedouro.





Voltei para a casa com os cabelos brilhantes, unhas feitas e pele macia e perfumada. Apesar de ter passado o dia inteiro socada naquele inferno, não tinha sido tão insuportável assim como eu tinha pensado. Tinha sido ruim, porém suportável.

Apoiei-me na grade da sacada, de onde eu tinha uma bela vista de onde seria minha casa a partir de amanhã. Eu e Bill havíamos discutido muito sobre isso dias atrás.

“ - Você vai morar comigo em L.A.

- Não! Eu não vou deixar meu pai e meus irmãos, não agora, não depois de todo o tempo que eu passei longe deles.

- Eu não vou morar com o tirano do seu pai e seus irmãos problemáticos.

- Você é que é problemático Bill! Não fale desse jeito deles...

- Eles não iriam deixar a gente em paz.

- Então arranje uma solução. “


É, tinha sido mais ou menos assim a nossa discussão. E ela continuaria por mais um longo tempo se não tivéssemos olhado para frente e encontrado a solução perfeita para os nossos problemas. A casa de hóspedes. Perto dos ‘meus homens’, mas não o suficiente para eles atanazarem a nossa vida. Depois disso mais uma dúvida ainda pairava no ar: “E o Tom?” Mas o próprio tinha dito que ele ficar bem. Que Dona Simone não iria conseguir deixar ele em paz, e que de qualquer maneira ele iria passar mais tempo ali do que na própria casa.

Resolvi ir passar minha última noite de solteira - credo, eu estava realmente quase começando a gostar disso - no lugar onde eu passaria a primeira noite de casada. Peguei um travesseiro, me enrolei na coberta e fiz uma quase longa caminhada escutando o som das ondas quebrando na baía indo em direção ao meu futuro lar.

“Because maybe,you're gonna be the one that saves me. And after all, you're my wonderwall”– cantarolei mais uma vez, sentindo essas palavras me acalmar, até pegar no sono. Um sono livre de pesadelos.




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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam???
Espero que tenham gostado.
E andei pensando nessa história de melhor review... acho que vou começar a dar estrelinha p alguém todo capítulo. O q vcs acham? Quem sabe isso incentive vocês a deixarem reviews maiores, pq sabe, eu ADORO conversar nos reviews, alok.
Mas eu amo vcs de qualquer jeito *-*
E, antes que eu esqueça... obrigada pela recomendação AmandaM (geral mudando de nickname, e eu parecendo favelada falando 'geral') Tão liiiinda, fiquei tão feliz, brigadaaaaaaa.
E quem se sentir motivado, não se acanhe, pode recomendar.

=*