Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 33
Vegas, Baby!


Notas iniciais do capítulo

Ressurgi das trevas!
É, tá virando rotina essa história de demorar tanto pra postar... por isso nem adianta mais pedir desculpas né =/
Pois é, o capítulo de hoje tá tipo "eu uso dorgas mano". Vocês perceberão isso.
Ah, agradecimento especial para iamhumanoid_, pq sem ela o começo do capítulo demoraria muito mais para sair.
Ah², troquei de capa de novo, viram? Gostaram?



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Pixie Lott - All About Tonight



- Isso Sabine, você é a minha garota! – Sabine sempre tentando impressionar, uma das meninas mais esforçadas que já vi tão pequena e tão talentosa. Ela lembrava a mim mesma, espero que ela não tenha que desistir de tudo tão cedo como eu.

Elas não aguentavam mais ficar na barra, e estavam loucas para começar a coreografia. – Meninas, quero ver outro demi-plié. Vocês precisam alongar antes de continuar a coreografia, só mais um e já iremos começar a dança.

Tínhamos uma apresentação de dança, uma apresentação especial, a primeira delas, e tudo tinha que ser perfeito, era difícil claro, ainda mais esta coreografia, o clássico Lago Dos Cisnes adaptado para crianças. E agora era o meu papel as fazer serem perfeitas, como eu sempre quis ser. Como eu não fui na última tentativa. Sem nenhum erro, sem nenhuma queda.

- Pronto, agora todo mundo fazendo o solzinho... – todas ergueram os braços curvados acima da cabeça. – Muito bem... Vamos começar!

- Vem aqui! – A voz fina da Nina ressoou por todo o estúdio. Ela não era capaz de cuidar do JJ por um segundo sequer?

Voltei minha atenção para as meninas, a música começou e elas entraram. Em uma fila perfeita, uma sincronia fantástica, e depois se deslocaram para seus lugares.

Ouço de novo a gritaria só que mais alta. Mais agora essa, minha última aula e ficam me interrompendo o tempo todo. Paro a música, as garotas me olham com curiosidade, um pouco assustadas claro, mas nada de mais. Sabine estava concentrada em um salto difícil para a idade, mas ela o fazia com perfeição, e agora não deixara de fazê-lo, e assim como eu, sem querer caiu. Fui até ela rapidamente para ver se estava tudo bem, minha melhor menina não podia se machucar, não agora.

- Sabine, está tudo bem? – Eu sentia como se olhasse o meu reflexo.

- Sim, por que parou a música? – Essa garota tinha mesmo quatro anos?

- Foi mal, galera. – falei no maior estilo menina de gangue e me concertei falando o correto ‘desculpa’. Ajudei Sabine a levantar e me dirigi até a porta para ver o que estava acontecendo, assim que a abri, meu gurizinho passou correndo estúdio adentro.

- Tiaaa, não deixa eu ficar lá fora com essa maluca, por favor!

- JJ... você não pode ficar aqui agora... você iria distrair elas com esse seu rosto de galã.

Ele ficou corado e deu um sorriso muito fofo. – Então eu posso dançar junto...

Dei o maior sorriso do mundo. – Você quer mesmo?

- Qualquer coisa é melhor do que ficar com a louca de cabelo azul! – ele disse parecendo realmente assustado.

- Okay, então vá lá para o final da fila, vamos ver se você sabe o que fazer. – ele saiu saltitando até as meninas.

Notei que ele olhava muito para Sabine, e ela pra ele. Quando Sabine me viu, e percebeu que eu a havia pego no flagra, ficou vermelha.

Disse a elas que voltassem à posição de início, iríamos recomeçar a dança.

Assim que a música voltou a tocar elas recomeçaram a dança perfeitamente, com todos os passos sendo executados perfeitamente, como se fossem profissionais. Durante esse início de coreografia, percebi que Sabine estava meio distraída, tão distraída que perdeu o compasso, e se atrasou para o salto. Corrigindo sua distração, caiu sobre os pés com extrema perfeição, pulou um Tendu que deveria ter feito, e continuou dançando.

Fiquei boquiaberta, aquela garota, além de ter um dom para dançar, conseguia improvisar perfeitamente, fazendo parecer parte da coreografia.

Não era a toa que Sabine era minha aluna preferida. Pensando nisso, lembrei que era minha última aula, provavelmente a última vez que eu veria meus pequenos prodígios dançando. As últimas notas da música soavam harmonicamente, e elas finalizavam a coreografia delicadamente. Com meu pequeno sobrinho seguindo-as com uma postura excelente, esse tinha futuro!

Ao final da aula, todas vieram receber suas estrelinhas e eu me senti tão mal por estar abandonando todas elas... abandonando para... casar. Tudo bem que eu poderia voltar logo depois, mas eu sabia que não teria saúde para isso por mais tanto tempo. Um dia eu estaria incapacitada, e não poderia fazê-las passar por isso. Abracei cada uma delas, sentindo uma imensa vontade de chorar, porém retendo qualquer lágrima que teimasse aflorar e mantendo o melhor sorriso de felicidade no rosto.

- Até semana que vem, tia Carol! – uma lágrima fujona escapou dos meus olhos quando Sabine gritou isso ao me dar tchau. Peguei o Jared Júnior no colo e enfiei minha cabeça em seus cabelos perfumados afugentando todos os pensamentos perturbadores que invadiam a minha mente.

Tentando encher minha mente com coisas mais revigorantes comecei a relembrar o jantar da semana passada. Apesar de ter sido surpresa. Apesar de estar lotado. Apesar de ter sido bem mais badalado do que eu esperava. Foi bom. E o ponto alto foi a exibição de um vídeo que Tom e os G’s haviam feito. Ele era composto de capturas de momentos meu e do Bill em que não fazíamos idéia que havia alguém presente, quanto mais alguém filmando. Por exemplo, a nossa guerrinha de comida do mesmo dia. Mas eu confesso que tive de me segurar para não chorar, como todos a minha volta estavam fazendo, inclusive o meu querido noivo.

- Essa é a vovó? – JJ perguntou retirando-me dos meus devaneios, ele apontava para a foto grande da minha mãe na parede.

- Não Junior... essa é a minha mãe, ela é a razão de termos feito essa ONG.

- Mas Calol, se ela é xua mãe é também a minha vó. – olhei para ele espantada, e fiz que sim com a cabeça. – Eu queria que ela estivesse aqui...

- Eu também JJ, eu também... – disse com bastante pesar sentindo as palavras saírem pesadas da minha boca.

- Esse teu namorado é muito insuportável! – Nina adentrou ao estúdio resmungando com o celular.

- Noivo. – a corrigi, percebendo que já havia pego a mania ridícula do Bill. Revirei meus olhos e esperei que ela continuasse.

- Ele não para de ligar e dizer: “Olhe lá o que você vai fazer com ela... Ela está grávida... e... em tratamento... e... não deixe ninguém chegar perto dela.” – ela revirou os olhos – Eu já disse pra ele que você está em boas mãos, ‘tá com a Nina, ‘tá com Deus.

- Ô! – arregalei meus olhos já temendo o que viria por essa noite.

- Agora vamos, você tem que ficar sexy para hoje à noite.







- Vocês poderiam me dizer para onde estão me levando? – olhei emburrada para Nina e Eve que andavam a minha frente carregando uma mala que elas diziam ser para mim. Isso mesmo, nem a dignidade de pegar minhas próprias roupas eu tive.

- Não! – elas disseram em uníssono.

- Se eu contasse perderia toda a graça. – minha prima completou.

- Eu não sei o que passa na cabeça das pessoas que me rodeiam... Jantar de noivado surpresa, despedida de solteiro surpresa... Daqui a pouco eu vou ter um casamento surpresa!

- Boa idéia! – Nina deu um gritinho. – Vou sugerir isso ao Bill.

Revirei meus olhos e as segui até o Maserati alugado que estava estacionado em frente a minha casa.

- Me deixem dirigir pelo menos. – resmunguei admirando a bela lataria prata do conversível.

- Não! – as duas disseram juntas novamente deixando-me assustada com isso. – Você tem que ir no banco de trás para poder aproveitar a viagem.

  Nina me obrigou literalmente a entrar no carro enquanto Eve dava a partida.







Eu devo ter dormido a maior parte do caminho, pois quando dei por mim já estava escuro e a brisa quente batia no meu rosto.

- Boa noite bela adormecida. – minha prima sorriu tentando me observar pelo retrovisor.

- Boa. – resmunguei me espreguiçando e aproveitei para observar o deserto de Mojave parcialmente iluminado pela luz da lua. Ele devia ser bem mais bonito banhado pela luz plena do sol, com toda a extensão dos vales cobertos por vegetação seca visível.

- Ela vai casar! – olhei assustada para frente. Nina estava praticamente em pé e acenava como uma louca para o caminhão que vinha no sentido contrário. O caminhoneiro colocou a cara gorda dele para fora, murmurando coisas ininteligíveis e buzinando a todo vapor. Eu comecei a rir da cara dela, era realmente incrível o quanto ela era pirralha. – Você devia experimentar, é tão divertido. – ela sorria como uma criança quando ganha uma caixa de chocolate.

- Eu vou casar! – a imitei e levantei-me. O vento soprava muito mais forte assim, bagunçando meus cabelos proporcionando-me uma ótima sensação. Um carro preenchido por vários garotos com jaquetas da universidade de Las Vegas passou por nós diminuindo significativamente a velocidade.

- É uma pena! – um deles gritou. Dois se penduraram para fora da janela, gesticulando os braços para que eu entrasse no carro também.

Outro carro passou a buzinar atrás deles, uma mulher irritada estava ao volante e não cessava a barulheira.

- Tchau amor! – o mesmo rapaz gritou e voltou a correr com o carro na direção contrária.

- É realmente muito divertido. – me joguei no banco de trás as gargalhadas.

- Eu devia gravar isso para o seu noivo ver, aí sim seria divertido. – ela retrucou, me fazendo imaginar a cena. Seria realmente divertido, mas segundos depois eu estaria morta, o que no final não seria tão divertido assim.

- Vamos fazer de novo? – eu disse empolgada. – Mas sem gravações.







- Eu não estou sexy, estou parecendo uma perua. – Todas as meninas já estavam prontas esperando no corredor assim que eu saí do quarto com Nina e Eve.

Bia e Mandy me olhavam com os olhos arregalados.

- Oh... você não é você. – Mandy disse num tom que eu não consegui distinguir se era de admiração ou deboche.

- E isso é bom? – perguntei para ela.

- Ótimo. – quem respondeu foi Bia, com o seu sorrisinho fofo. – É sua despedida de solteiro não? Você tem que estar seduzindo.

- Okay, estamos todas lindas e gostosas, mas vamos logo de uma vez. – Eve falou e saiu desfilando na frente com seus cabelos loiros esvoaçantes. É, é muito duro ter uma prima modelo, você nunca vai se sentir bonita se estiver com ela por perto.

Ela chamou o elevador, que chegou rapidamente e estava vazio. Entramos e automaticamente todas nos viramos para o espelho conferindo as roupas. Mandy estava com um vestido realmente chamativo, com um decote extremamente profundo e coberto por paetês pretos. Bia com um vestido bem simples e fofo. A Nina com um vestido super fashionista, com a barra do vestido da mesma cor do seu cabelo. A Eve estava com um bem simples também, mas que realçava toda a beleza dela. E eu com uma roupa não tão chamativa, mas que apertava bem o meu corpo e dava a falsa sensação de que eu era sexy e gostosa. Eu ficava toda hora puxando ele pra baixo, visto que eu não costumava usar roupas tão curtas assim.

Andamos todo o pátio do The Venetian , atravessamos de gôndola a grande piscina que imitava os canais de Veneza e subimos o terraço finalmente chegando ao nosso destino: Lounge TAO.

TAO no Venetian era mais do que uma simples boate com temática asiática, era na verdade um lounge, restaurante e sushi bar em uma só coisa. O lugar devia ter uns quatro andares e cada um dele apresentava uma atmosfera diferente.

Logo na entrada havia duas modelos flutuando numa piscina de flores. E bem no meio da sala principal o que parecia flutuar num lago repleto de peixes japoneses era uma estátua de Buda com uns vinte metros de altura.

Em outra área do clube havia um bar coberto de dezenas de estátuas de monge e logo no andar de cima, havia a discoteca. Este era decorado em vermelho escuro e preto com várias estátuas e peças de iluminação do acento ao caminho através das salas e corredores mal iluminados. Havia também umas espécies de quartos, com uma cama que parecia ser bem fofa e envolta por uma grossa cortina – e eu já pude notar uns casaizinhos se pegando ali sem a menor cerimônia.

Nos sentamos nos pufes de veludo vermelho, a Nina estava com uma carinha tão feliz que eu tenho certeza que foi ela que teve a idéia de virmos para este lugar. Que devo admitir, era realmente incrível.

- Você não pode beber né? – Eve perguntou-me e ao meu balançar de cabeça fez um biquinho. – Então nós não beberemos também.

- Ah vá. – resmunguei com ela. – Eu consigo me controlar, podem beber na minha frente que eu não ataco ninguém. E se precisar, eu dirijo. – disse feliz sabendo que eu poderia guiar aquele carro no caminho de volta.

- Não. Até amanhã o efeito da bebida terá passado. – Nina se levantou e foi em direção ao bar.

A pista de dança estava praticamente vazia, uns poucos tímidos dançarinos a preenchiam. Nina voltou com as bebidas - suco pra mim, é claro – e logo depois a comida chegou. Também asiática, mas nada se sushi. Ela me parecia mais chinesa, mas só pelo nome.

Aos poucos o lugar foi se enchendo, e minhas amigas ficando cada vez mais desinibidas. Principalmente a Bia, eu me perguntava se ela já tinha bebido alguma vez na vida. Assim que me cansei daquilo ali as puxei para a pista de dança. E ao chegar lá era como se tudo se transformasse. Era como se eu não tivesse doença alguma, tristeza alguma, noivo algum... A dança era claramente uma libertação para mim.

Em pouco tempo eu já estava quase aos pulos, eu me continha um pouco apenas pelo bebê que estava em meu ventre. Mais a frente havia um rapaz alto e ruivo que parecia não tirar os olhos de mim. É, despedida de solteiro é algo realmente legal. Comecei a dar bola para ele, mas assim que ele se aproximou dei um jeito de afugentá-lo.

- Eu vou contar para o Bill. – gelei ao ouvir alguém sussurrar isso em meu ouvido. Olhei para trás e Mandy gargalhava da minha cara. – Você ficou realmente assustada! – cerrei meus olhos e já me preparei para berrar alguma coisa, mas ao olhar para a mão dela desisti. Ela só estava bêbada e amanhã não se lembraria de mais nada. Fui para o outro lado da pista de dança, mantendo-me longe dela. Cuidado nunca é demais.

Repeti a mesma cena com mais vários outros caras e alguns eram bem mais insistentes e não se contentavam em apenas dançar. Por isso tive que dar alguns chutes em partes mais delicadas, o que, confesso, também era bem divertido. Quando eu planejava fazer isso com o último deles meu cérebro fui bruscamente invadido por flashes consecutivos. Parecia que alguém estava com uma super câmera, tirando fotos em frente aos meus olhos. Senti-me subitamente tonta, e só não caí no chão por que o cara que dançava comigo me segurou, se aproveitando da situação. O chute que eu tentava acertar-lhe parecia não surtir efeito algum. Nesse momento eu já não achava mais aquela brincadeira legal. Lembrei do que meu pai ensinou, caso alguém quisesse abusar de mim algum dia, “deixe ele pensar que está no comando da situação e então ataque!”. Comando da situação... ele já estava no comando da situação! Eu estava praticamente desmaiada, ele poderia fazer o que quisesse comigo. Respirei fundo e me acalmei. Abaixei minha guarda e deixei que ele pensasse que eu estava realmente gostando daquilo e quando ele menos esperou eu finalmente consegui acertar uma joelhada no seu centro de produção de esperma.

Olhei ao meu redor e as minhas quatro acompanhantes estavam certamente aproveitando a noite. Pobre Yoshi, do jeito que Eve estava ele provavelmente acordaria com uma mega dor de cabeça. Mas “o que acontece em Vegas, fica em Vegas”. Sorri deste meu pensamento e desci as escadas meio trôpega, o elevador estava lotado e eu não iria atrapalhar a noite delas pedindo ajuda para sair dali parecendo mais bêbada do que qualquer uma.

Não era como se eu estivesse realmente passando mal por causa da doença. Só... tudo aquilo tinha sido demais pra mim. Muita luz, muito barulho, muita gente...

Atravessei o pátio do hotel e me sentei na beira da calçada. As ruas não estavam tão movimentadas quanto eu esperava. Uma hora dessas todos os turistas deviam estar enfiados nos cassinos e boates espalhados pela Strip. Que, aliás, era muito mais bonita à noite. A vista aqui fora estava muito melhor do que lá dentro.

É nestes momentos que você percebe que Vegas é mesmo Vegas. Um grupo de uns quatro rapazes saiu de um dos cassinos, dois deles cambaleavam, mas ainda assim não deixavam que suas bebidas entornassem. As garotas que saíram junto com eles se despediram e passaram bem a minha frente. Pelo tamanho das saias delas eu podia me sentir uma careta com um vestido tão comprido. Observei a careta de frustração que moldava o rosto delas, não tinham tido sorte com os quatro arruaceiros. Assim como eu, elas também me observaram de cima a baixo.

- ‘Tá olhando o quê?! – resmunguei alto. Eu realmente devia estar parecendo uma bêbada, jogada no chão e gritando com desconhecidos.

- “We'll be dancing and singing and climbing up on the tables. We'll be rocking this party. So tell the Dj don't stop! Grab someone if you're single. Grab someone if you're not. It's all about tonight!”– cantarolei alto. Se eu já estava parecendo uma bêbada de qualquer maneira, iria aproveitar.

- “Yeah it's all about tonight” – ouvi uma voz rouca soar a última frase do refrão. – Que tal irmos aproveitar a noite em outro lugar.

- Não, obrigada. – respondi sem o mínimo de educação.

- Você não sabe o que está perdendo. – olhei indignada para o cara a minha frente que dizia estas coisas. A luz vinda do poste me impedia de ver o rosto dele, só uns fios loiros ficavam mais visíveis na ponta de um moicano.

- Não ‘tô afim. – resmunguei de novo. Eu estava ficando chata. Levantei e andei na direção do meu hotel. O cara teve a ousadia de me puxar para ele, grudando minhas costas nele. Eu dei um coice na sua canela e voltei a andar. Eu estava ficando expert em me livrar de caras inconvenientes, é. Sorri da minha esperteza e fiz um pacinho ridículo à lá Michael Jackson. Quando eu já estava me achando a motherfucker da parada, o cara voltou e me agarrou novamente, desta vez de frente. Colou nossas bocas me impedindo de reagir. Eu já estava pronta para acertar um chute bem no meio de suas pernas quando eu senti meu corpo fraquejar, se arrepiar ao perceber o piercing passeando pela minha boca. Deixei-me envolver no beijo sem deixar transparecer que eu já sabia de quem se tratava.

Ele parou brusca e imediatamente. – Você sai por aí beijando desconhecidos?! – exclamou totalmente alterado.

Dei um sorrisinho sacana. – Você acha que me engana, Kaulitz. – Continuei andando em direção a entrada do hotel. Lembrei-me dos fios loiros que eu havia visto em sua cabeça. Olhei para trás encarando-o. – Por que você está loiro afinal?

Ele deu de ombros. – Sei lá. E você, por que está na rua afinal?

Eu dei de ombros. – Sei lá. Eu estava sendo muito assediada lá dentro. – ri da careta que ele fez e passei meus braços pela cintura dele. – Se divertiu muito?

- Não... – ele disse tímido, pensando que eu cairia nessa.

- Como se eu não tivesse visto aquelas vadias saindo do cassino com vocês. E não, eu não estou com ciúmes.

- Eu sei que não. – disse rindo e deu uma mordida na minha bochecha, logo em seguida soltou um suspiro alto. – Paparazzi. – apontou discretamente para uma moita a nossa direita.

Sacudi os ombros, enfiando mais a cabeça no pescoço dele. – Não me importo mais com isso. Até por que ninguém vai nem perceber que eu estou aqui. – apontei para o cabelo dele, observando mais atentamente como ele tinha ficado com o look novo. E claro, sem dúvida alguma, isso só tinha feito ele ficar mais lindo ainda, com os olhos mais expressivos. Ele percebeu que eu o admirava - com uma enorme cara de retardada, provavelmente, quase deixando a baba escorrer - e depositou um leve beijo em meus lábios.

- Ah, fala sério! – Nina gritou das escadas e veio na nossa direção com as três espiãs demais - “três espiãs demais?! É... o Bill realmente me faz mal.” - atrás dela. – Isso era para ser uma despedida de solteiro, não uma lua de mel. – falou resmungando e puxando-me para perto dela.

- Biiiill! Já pra festa! – Tom chegou reclamando, seguido de Georg e Gustav, que já estava trançando as pernas. Acho que ser fraco para bebidas era mal de família.

- Não quero. – o mais alto respondeu puxando-me de volta para ele.

- Mas vai. – Nina falou ainda mais alto, pegando-me pelo braço que estava disponível. Eu me senti o cabo do cabo de guerra.

- Me soltem! – eu gritei e os dois me soltaram imediatamente. – Obrigada. – disse alisando meu vestido.

- Sabe Bill, – Mandy se apoiou nos ombros dele, falando pausadamente, atraindo a atenção de todos ali. Ela me olhou furtivamente, fazendo-me imaginar o que viria a seguir. Meus olhos se arregalaram e cerraram ao mesmo tempo. Ela não seria capaz disso. – a sua noiva estava...

- Sentindo a sua falta. – Eve completou sorrindo e meu noivo olhou para mim desconfiado.

- Isso mesmo, ela estava. – Bia confirmou sorrindo para ele. É, me senti protegida neste momento, e sorri com isso.

- Eu vou... – Gus urrou e em seguida se dobrou sobre o abdômen vomitando nos nossos pés. Bia correu para acudi-lo enquanto as outras garotas gritavam de nojo olhando para os belíssimos sapatos sujos de vômito.

- Pois é, né. A dor é grande, mas nós temos que partir. – Tom disse, dando um olhar pesaroso para Gustav no chão.

- Tchau cachinhos dourados. – antes mesmo que eu pudesse terminar a frase me arrependi de tê-la dito. Eu estava realmente retardada hoje.

- Você bebeu? – Bill olhou para mim fingindo-se de preocupado.

- Não, eu zelo pela nossa filha. – dei um sorrisinho fofo sendo retribuída da mesma maneira.

- Auf Wiedersehen mein Schatzen. – do jeito que ele estava hoje, com a voz rouca e ainda falando alemão... ele conseguiria qualquer coisa de mim. Melhor não deixá-lo saber disso.

- Vamos logo! – as quatro garotas gritaram juntas da escada.

- Bye Bill. – disse fazendo um biquinho, eu não era tão gamante quanto ele para ficar falando coisas bonitas. Dei um beijo rápido em seus lábios e corri até elas. – Sabe, essa noite não poderia ter sido melhor.



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Notas finais do capítulo

Participação especial das três espiãs demais!
Eu acho que preciso me internar, a situação está cada vez mais preocupante.
Enfim, o casamento se aproxima, tcharan... "Quem tem algo contra deixe review agora ou cale-se para sempre!"
Chega, vou embora antes que vocês mandem o hospício atrás de mim.
=*