Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 32
Acontecimentos Realmente Ordinários


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ME PERDOOOEM!!!
Nunca pensei que um dia passaria quase dois meses para postar um capítulo, me perdoem.... Sempre xinguei as autoras que faziam isso e agora cá estou a fazer. Mas fiquem tranquilos, eu prometo que jamais abandonarei a fic antes do fim, passe o tempo que passar, eu voltarei.
E para compensar todas vocês eu vim com um capítulo GIGANTE, realmente enorme. Sem muitas emoções mas enorme. Espero que gostem. Eu, de verdade, dei o máximo de mim nele por que as coisas estavam realmente difíceis por aqui.
Ah, humanoid_mandy e iamhumanoid_ morram!



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Make It Rain - Colbie Caillat


- Pode entrar senhorita. – uma moça com aquele vestidinho rosa fofo de empregada abriu a porta para mim. – Sinta-se a vontade, com licença. – sorriu e saiu.

Eu havia ido para a casa do Bill e iríamos até o aeroporto receber os amigos e parentes que chegariam para o jantar de noivado dali a três dias. Eu não estava nada animada com isso, mas ao menos consegui fazer todo mundo desistir da ideia de fazer algo magnífico, ia ser simples e com quase ninguém como eu queria.

Não parecia haver sinais de ninguém por ali. Desatei a procurá-los pelo andar de baixo da casa. Pela sala de estar, sala de TV, na de jantar e finalmente na cozinha. Realmente, não havia ninguém ali. Virei-me na direção das escadas para procurar Bill no quarto, mas logo decidi mudar de direção pelo som de gente conversando que parecia vir do quintal.

Atravessei a cozinha e empurrei a porta de correr branca que dava acesso aos jardins da casa dos gêmeos.

- NEM PENSE NISSO! – fui carregada pela cintura sendo praticamente erguida nos ares para o lado de dentro da cozinha.

- O que houve criatura?! – perguntei olhando arregalado para Bill colocando a mão sobre o peito sentindo seu ritmo freneticamente acelerado pelo susto. – Quer me matar?

- Foi mal. – Bill me soltou e deu de ombros com um sorrisinho sem graça e se se encostou ao balcão. – Como vai a futura senhora Kaulitz?

- Ela estaria melhor se não estivesse tendo um ataque de coração neste momento. – me apoiei no balcão ao lado dele e abanei meu rosto com as mãos tentando me recuperar do susto. Mas parecia que o ar me faltava. – Eu preciso ir lá fora tomar um ar. – Novamente me dirigi até a porta, e novamente fui agarrada pela cintura.

- NEIN! – Bill me virou de frente para ele e me prensou contra o balcão.

- Por que não Kaulitz?! – tirei as mãos dele que me seguravam e tentei sair de novo, porém Bill me puxou de volta a ele. – ME DEEEEIXA! – gritei, tentando me debater, mas Bill me segurava com toda força e eu podia escutar as risadas abafadas dele em meu ouvido.

- Eu não vou deixar você ir. Já disse.

- Tá bom, tá bom... – parei de me debater, esperei que ele afrouxasse os braços um pouco e assim que ele o fez peguei o potinho de geleia de framboesa e me virei de frente pra ele jogando todo o conteúdo do potinho em sua cabeça. Bill simplesmente deixou o queixo cair e ficou por vários segundos assim com os olhos arregalados, já eu não consegui aguentar por muito tempo e caí na gargalhada.

- Você vai ver! – disse-me com um olhar assassinou e desatou a correr atrás de mim.

- Bill, eu estou grávida! – eu gritava enquanto tentava fugir dele, correndo pela cozinha.

- E...? – eu parei de um lado do balcão, e ele do outro, os dois mais rindo do que qualquer outra coisa. – Eu vou te pegar.

- Não vai, não. – determinada, corri para um lado do balcão, porém para a minha infelicidade Bill correu exatamente para aquele lado também. – Ah, droga. – ele me prendeu em suas pernas de costas para ele e pegou o potinho de manteiga girando sobre a minha cabeça. – Não, por favor, manteiga não! Meu cabelo vai ficar uma merda...

- Tá... – disse compadecido e colocou o pote de lado. Eu respirei aliviada por ter saído ilesa dessa ‘briguinha’. O que aumentou ainda mais o meu espanto quando senti um líquido gelado escorrendo por todo o meu corpo e me molhando por completo.

- Bill Kaulitz, você acaba de assinar sua petição de morte. – tentei me livrar tanto das pernas dele que me enlaçavam como os braços e até mesmo da cabeça dele que agora se esfregava contra a minha melando todo o meu cabelo molhado de suco de laranja com geléia. Desisti de tentar me soltar e decidi tentar empurrá-lo até o balcão com o meu próprio corpo. Projetei o tronco para frente e o quadril para trás, mas parei ao sentir algo um pouco mais rígido do que deveria ser. Olhei para trás com os olhos arregalados, convenhamos esta situação não era nem um pouco excitante.

Bill começou a dizer desviando o olhar. – Sabe, ‘ele’ não anda recebendo atenção ultimamente. – me soltou e sentou-se na banqueta com o rosto completamente vermelho, encarando a geladeira.

- Só mais um mês Billy, só mais um mês... – me aproximei dele afagando os seus cabelos sujos, e sem que ele percebesse peguei o potinho que continha creme de chocolate com avelã. Quando percebi que Bill já estava distraído espalhei lentamente todo aquele creme pelo lindo rosto dele. Mas isso realmente não tinha sido uma boa idéia, meu noivo estava todo coberto de chocolate. Isso era um desperdício. Revelei o mesmo olhar assassino que ele me lançava e uni o útil ao agradável - limpei o rosto dele e comi o creme - com a minha língua. Eu não sei o quanto isso tinha parecido sexy para ele, mas antes que eu me demorasse mais com aquilo Bill puxou-me grudando-nos e me proporcionando o beijo com a maior mistura de gostos e sensações que eu já tinha provado.

- O que é toda essa bagunça meu filho?

Ouvi a voz de dona Simone e tive plena certeza que o meu coração pulou várias batidas. Espalmei as mãos no peito de Bill o empurrando e virei-me imediatamente tentando esconder a ‘felicidade’ dele, que com o susto já não passava de uma pequena alegria. Assim que meus olhos se conectaram aos dela estreitados e ainda assim surpresos eu tive a suspeita de que perdi qualquer vestígio de cor que tinha em meu corpo, a minha vontade era de cavar um buraco no chão da cozinha e enfiar minha cabeça lá dentro.

Foi Bill quem quebrou o gelo. – Oi mãe. – ele me cutucou, o que eu demorei um pouco para entender o motivo e mesmo após ter entendido ainda demorei certo tempo para fazê-lo.

- Bom dia dona Simone.

- Eu me sinto uma senhora com você me chamando desse jeito, menina. – ela disse com certo ar de desgosto. – Bill, eu acho que o Tom está precisando de ajuda lá fora. – ao ouvi-la dizer isso apertei forte o braço de Bill para que ele não me deixasse ali sozinha.

- Ah, não precisa. Ele consegue se virar sozinho, mãe.

- Ele me disse que precisava de você lá, Bill. Depois ele ainda vir reclamar comigo que eu não dei o recado. – eu apertei mais ainda meus dedos ao redor do braço dele e eu já podia sentir minhas unhas em sua pele. – Ande menino, vá logo lá.

- ‘Tá bom, mãe... – ele tirou um a um meus dedos do seu braço e encarou meus olhos arregalados com uma segurança que dizia ‘vai ficar tudo bem’ e então atravessou a porta e sumiu em meio à esvoaçante cortina branca. Olhei para ela e dei um sorriso totalmente sem graça.

- Vocês andaram se divertindo aqui, não é? – ela disse observando toda aquela meleca pelo chão.

- É... – pensei no que eu poderia dizer neste momento e cheguei à conclusão de que deveria dizer o que as pessoas normais diriam. – Mas a senhora não precisa se preocupar, eu limpo tudo isso. Afinal, eu que sujei não. – Simone olhou-me completamente não acreditando no que eu havia dito. Okay, acho que ninguém nunca acreditaria em mim se eu dissesse isso. Não sou o tipo de pessoa que nasceu para ser dona de casa, não mesmo. E isso pelo visto estava estampado em meu rosto.

- Imagina, não precisa. – ela respondeu somente para ser educada. Sorriu verdadeiramente para mim, com um carinho enorme fazendo-me perder todo o mal-estar que eu estava sentindo por estar ali. – Obrigada por me dar a felicidade de ter um neto. – seus olhos brilharam no momento em que ela disse isso e eu senti meu coração ser derretido. – Se você não estivesse toda suja assim tornaria as coisas mais fáceis, mas tudo bem... – veio até mim e abraçou-me fortemente. Soltou-me e disfarçou um pouco. – Acho que você deveria tomar um banho agora. – fiz que sim com a cabeça. – Você precisa de alguma coisa?

- Não, está tudo bem, obrigada. – voltei até o carro, peguei minha mochila e fui até o quarto de hóspedes tomar um banho. Vesti uma mini sai preta, camiseta branca com a língua dos Rolling Stones e uma camisa jeans por cima e também um all star – claro, eu devia ser patrocinada por essa marca, porque eu era praticamente uma garota propaganda.

Desci rapidamente, Bill e Tom estavam apoiados no sofá e assim que me viram os dois olharam para o relógio ao mesmo tempo.

- Desculpa a demora. Eu tinha muita nhaca pra tirar do cabelo, né Bill.

- Nem por isso, eu também tinha.

- Ah vá Bill, vamos logo que já está na hora.



- Vôo 3667 desembarcando no portão 6. Vôo 3667 desembarcando no portão 6.

- Vamos! – Puxei Tom e Bill pelo braço até o portão de desembarque. Eu não conseguiria reconhecer os meus dois pequenos primos se eles não fossem a Charlotte cuspidos e escarrados. Tio Theodore veio empurrando o carrinho das malas e as duas crianças vieram emburradas logo atrás dele.

- Como vai, Carol?

- Vou bem, e o senhor? – ele sorriu em resposta. Apontei o Bill. – Este é o meu namorado, Bill Kaulitz. Bill, tio Theodore.

- Eu sou o noivo, prazer. – Bill disse enfatizando a palavra noivo.

Enquanto eles se conheciam agachei-me para cumprimentar meu primo que estava entretido com o seu Ipad. – Oi Mac!

- Ninguém me chama assim desde que eu era uma criança. – Matthew reclamou.

- Por que agora você já é um adulto né. – murmurei para mim mesma.

- Desculpe, este pirralho está na fase da aborrecência. – Meu tio sorriu – E os seus irmãos?

- Vão vir com o pai de Frisco. – sorri para ele e me voltei para a pequena loira a minha frente. – Oi Becca.

- Oi. Pai a gente pode voltar? Você disse que se estivesse muito quente nós poderíamos voltar. Eu quero voltar pra Dearborn, lá está friiio. – ela falou tudo de uma vez, emburrada.

- Olhe pelo lado bom, pelos menos você pode tomar banho de piscina o dia inteiro. – os olhinhos dela brilharam ao me ouvir dizer isso.

- Eu posso?

- Pode. – Bill disse – Assim que você chegar na minha casa pode se jogar lá.

Tom os levou até o táxi e indicou o caminho até a casa dele. – Tem certeza de que eles podem ficar lá até domingo? – Bill sorriu em confirmação enquanto ouvíamos a voz feminina indicar o vôo que havia acabado de desembarcar.

- VOO 5678. - disse a voz mecânica do aeroporto.

- Mas já?! – Bill soltou ao reconhecer o número que estava sendo chamado que era o mesmo do papel que ele segurava. Bill puxou a minha mão, empurrou Tom e olhou para mim. Eu estava calada, insegura e totalmente nervosa. Os amigos deles haviam chegado e mesmo eu conhecendo a maioria deles eu estava apavorada. Graças a Deus a família dele estava ocupada e só iria poder vir no casamento.

Paramos em frente à porta de vidro onde podíamos ver os passageiros esperando as malas. Escondi-me atrás de Tom e pelo ombro dele pude ver Georg, Gustav, Andreas e Natalie. Havia algumas pessoas próximas a eles e eu fiquei tentando imaginar quem eram os amigos de infância do Bill.

Um grupo grande veio em direção a nós. Minhas pernas começaram a tremer, minhas mãos a soar e eu me senti um pouco tonta.

Felizmente os G’s vieram na frente, deixando-me mais relaxada, ainda assim permaneci escondida atrás de Tom, um pouco mais afastada do bolinho que estava se formando. Era tão grande a empolgação ali que eles nem repararam que eu não estava ‘presente’.

Minha ansiedade aumentou quando os três desconhecidos se aproximaram. Um rapaz alto, de cabelos castanhos e o rosto repleto de sardinhas que o deixavam com um ar bem alegre. Uma moça bem clara, de cabelos negros tingidos e com roupas totalmente fashionistas. Por último, uma garota não muito alta, com cabelos castanhos bem escuros e lisos que lhe caíam pelos ombros.

- Mandy?! – Bill exclamou espantado para esta última.

- Mudei muito não é? – ela sorriu largamente revelando os dentes extremamente brancos e um piercing em um deles.

- Não, pelo contrário, continua exatamente a mesma só que agora você...

- TEM SEIOS! – exclamou Tom divertido. A Mandy deu um tapa no braço dele e em seguida deu um abraço nele e em Bill também, mais demorado por sinal.

- Oi Bia! – Bill cumprimentou a moça alta logo em seguida e eu tive plena certeza que ela era irmã do Gustav ao observar suas feições mais atentamente.

- Bill, onde está sua namorada afinal? – perguntou o das sardas e ao ouvir isso eu gelei.

- Boa pergunta, Peter. – a voz chata de Natalie encheu o lugar fazendo-me revirar os olhos. Essa minha implicância com ela já estava passando dos limites, eu tinha que parar com isso.

As duas moças começaram a procurar em rostos pelo lugar. Bill encontrou meus olhos e fez uma careta de reprovação fazendo-me soltar um sorriso amarelo recusando-me a ir até lá. Ele teve de sair do lugar dele e vir me buscar. Colocou-me debaixo do braço e me levou até lá.

Eu sentia meu rosto quente, devia estar completamente vermelha. Dei um sorriso bobo ao me aproximar deles. – Oi. – sorri timidamente. Estendi a mão primeiramente a Peter. E em seguida as outras duas. Minha mão devia estar gelada, mas eu sempre podia usar a desculpa do frio né. Frio em Los Angeles? Não... – Você é irmã do Gus?

- Isso, e pode me chamar de Bia. – ela deu um sorriso bem fofo.

- E eu de Mandy. – disse a ex sem peitos piscando para mim. Okay, não tinha ido tão mal assim né.

- E a mim você pode chamar como quiser. – o das sardinhas disse também piscando, mas diferente da Mandy ele estava tentando seduzir com a piscada. Ouvi Bill pigarrear.

- Okay, mas eu prefiro lhe chamar pelo seu nome mesmo. – disse tentando ser educada, mas as risadas dos moleques - principalmente do Bill - ao meu lado fizeram isso soar diferente. – Peter, certo? – ele confirmou com as bochechas cheias de sardinha completamente vermelhas. Estendi o punho fechado pra bater contra o dele e felizmente ele não me deixou no vácuo, erguendo o dele também.

– VOO 7333 – DESEMBARQUE INTERNACIONAL – GATE SIX. – a informação passou despercebida pelos meus ouvidos. – VOO 7333 – DESEMBARQUE INTERNACIONAL – GATE SIX – achei algo familiar nestes números, mas ainda assim relevei a informação e voltei a tentar gravar o nome de todos eles. Bia – irmã do Gustav. Mandy – ex sem seios. Peter – safado das sardinhas.

- VOO 7333! – quase gritei arregalando meus olhos. Tentei me recompor sorrindo para os que olhavam para mim estranhamente. – São meus amigos, tenho que ir. – fiz uma reverência para eles, sem entender o porquê disto, e saí correndo para as escadas rolantes.

Cheguei à porta de vidro e reconheci imediatamente os cabelos loiros quase brancos da minha prima Evelyn. Tentei correr lá para dentro, mas fui impedida pelas faixas de segurança. Um cara muito alto e forte, com os cabelos bagunçados abraçou-a por trás.

- YOSHI! – gritei e ele imediatamente se virou para trás, sacudindo os braços tal qual um boneco de posto.

Alguém com um cabelo de cor de céu ficou se metendo em minha frente tentando me impedir de ver meus amigos lá. Tentei ser educada, pedindo licença, me desviando. Mas aquela nanica em minha frente não queria colaborar.

- Você poderia me dar licença que eu gostaria de ver se a minha amiga já chegou, por favor?

- Talvez uma chamada Marina? – olhei desconfiada para a garota em minha frente que revirava aquelas duas enormes jabuticabas negras que ela chamava de olhos.

- NINAA?! – ela sorriu e enlaçou seus braços em meu pescoço.

- Que porra é essa na tua cabeça?! – exclamei ao soltá-la.

- Meu cabelo? – ironizou com uma careta de irritação.

- Eu não sei como eu ainda consigo me surpreender com você... – fiz uma falsa cara de desgosto, não conseguindo segurar por muito tempo. Aquela felicidade louca dela era extremamente contagiante, só faltava sair pulando pelo aeroporto junto com ela. – Hey, você tem certeza que está grávida ou está só tentando dar o golpe da barriga no seu namorado?

- Oi praguinha! – meu amigo japonês apareceu apertando minhas bochechas e conseguindo diminuir ainda mais seus olhos. Sem nem perceber o que estava a fazer pulei em cima dele, agarrando-me forte a seu pescoço. Fazia muito tempo que eu não o via, muito mesmo.

- Você poderia largar o meu namorado, por favor? – ouvi a voz doce e fina de Eve ressoar nos ares.

- Essa tua prima é muito chata sabia? – ele sorriu e colocou-me no chão, assim eu pude abraçar a minha loira prima. Ouvi umas vozes familiares atrás de mim, o outro grupo já tinha me rastreado e me encontrado. Agora eles se cumprimentavam felizes. Pelo menos eu consegui achar uma coisa boa dessa coisa de casamento – além de ficar com o Bill, é claro – todas as pessoas que eu gostava estavam perto de mim novamente, e isto era realmente muito bom.

Observei que a Nina, Mandy e Bia olhavam fixamente, boquiabertas e seduzidas para algum ponto atrás de mim. Virei-me e vi o motivo da babação delas se aproximando. O cara loiro e grande, com lindos olhos verdes e lábios carnudos se aproximava cada vez mais. Eu encurtei esse tempo me dirigindo até ele também e assim que eu senti os braços de Lewis ao meu redor não consegui conter as lágrimas que se formavam em meus olhos. Afinal, a última vez que eu o tinha visto eu estava em maus bocados. E eu jamais conseguiria esquecer o que ele foi para mim quando todo o meu mundo desmoronou. Ele era o único que estava para me apoiar, me segurar e me ajudar a fazer o que quer que fosse. Tinha sido um amigo de verdade.



- Não acredito, não acredito que eu aceitei uma coisa dessas. – murmurei para mim mesma jogada no sofá em forma de sapato da D&G.

- Nem eu. – Gustav reclamou. – Me lembre de matar o Bill por isso.

- Com toda a certeza. Ele vai me pagar. – nem sei por que eu havia caído nessa história dele. Eu deixei meus amigos irem para casa dele, eu deixei o Lewis ir junto com ele - muito perigoso - e vim fazer companhia para duas garotas consumistas que eu mal conhecia. E convenhamos, ficar pulando de loja em loja para encontrar um ‘vestido perfeito’ não era o meu forte. Por sorte Bill tinha obrigado o pobre do Gustav a vir conosco, ou eu estaria mais morta do que já estava.

- Esse é lindo não é? – Bia saiu da cabine com um vestido todo florido e que me parecia ser bem bonito, mas depois de tantas trocas eu já nem conseguia distinguir o que era o que.

- Não gostei dessa loja. – Mandy falou baixinho saindo da cabine ao lado, já vestida com a sua roupa. – Você poderia nos levar em outra? Uma que tenha vestidos lindos, incríveis e que você também possa provar?

- Tem outra butique, que tem outras grifes... – bufei – mas eu sinceramente acho que nós deveríamos deixar isso para outro dia.

- De maneira alguma! – Mandy gritou e me arrastou para fora mais uma vez. Gustav dirigiu até a loja que eu lhe indiquei. As moçoilas morenas desceram totalmente empolgadas e eu e o Gus descemos bufando, rastejando até a entrada da loja. Assim que avistei a arara do Elie Saab corri para ela. Os vestidos desenhados por ele sempre faziam o meu lado bailarina tomar conta de mim. Um vestido começou a me seduzir e ao pegá-lo me senti instantaneamente levada a um mundo de fadas.

- Você tem que vestir esse! – a voz de Bia ecoou pela loja num gritinho de extrema felicidade.

Fiz que não com a cabeça e coloquei-o de volta na arara. – Ora, vamos... Se faz de menina doce e deixa a gente te ver de vestido ao menos uma vez! – Mandy fez uma careta que eu fiquei em dúvida se ela queria parecer irritada ou engraçada. Rolei os olhos e fiz que não com a cabeça.

- Por favor! – elas duas praticamente gritaram juntas. Berrei mentalmente “Bill você me paga” mais uma vez, respirei fundo, muito fundo, peguei o vestido e entrei dentro daquela cabine.

Aquele vestido parecia ter sido feito para mim - para o meu eu bailarina - fiquei com ele no corpo admirando o reflexo do espelho por um bom tempo. Ele era de um tecido nude transparente, todo coberto por detalhes feitos á mão. Minha mente voou e eu logo me imaginei no meu casamento, vestida de noiva. E incrivelmente esse pensamento me fez sorrir. Blergh! A cortina da cabine se abriu e as duas garotas colocaram os rostinhos felizes para dentro.

- Anda, sai daí!

- Deixa a gente te ver!

Saí de lá sendo puxada por elas até o meio da loja. Mandy estava com um vestido bem curto, azul marinho drapeado, e Bia estava com um nude coberto de aplicações de flores e um laço preto na cintura. - Você está linda... – Bia disse com um sorriso fofinho. Eu fiz uma reverência dramática com a ponta do vestido sorrindo sem graça.


- É tenho que concordar... – ouvi a voz de Gustav vir por trás de mim e quando o olhei ele estava de calça, isso mesmo... De calça, e uma camisa social preta com um blazer verde escuro de veludo. Eu caí na gargalhada quando vi ele daquele jeito, que maldade.

- Gus, você está incrível. – disse tentando controlar os risos.

- OH MEU DEUS, NÓS FOMOS ASSALTADOS!

– O quê? – dissemos os quatro em uníssono ao ouvir a atendente gritando.

- E levaram até as roupas de vocês das cabines.

- O QUÊ?!?! – desta vez só eu berrei como uma louca. – Minhas roupas? – fui lá para conferir e elas não estavam realmente lá. – Eu vou pegar esses desgraçados! – corri em direção à saída da loja disposta a perseguir esses bandidos.

- Hey moça! Eles roubam as suas roupas e agora você quer roubar as da loja? – olhei para o que eu estava vestindo e voltei para a loja corada de vergonha.

- Liga e pede para o Bill trazer umas roupas para você.

- Gustav! – as duas o repreenderam.

- Que foi... ele é o noivo dela não é, ele pode muito bem fazer esse favor. – olhei para ele bem séria. – Que foi? Ainda tem problema que os outros façam coisas para você?

- Não. – respondi grossa. – Eu só acho que ele não precisa fazer isso.

- Então o único jeito é ir assim.

- Nem morta! – me alterei de novo, e Gustav continuava impassivo.

- Então o jeito é ligar para ele.

- NÃO! – gritei e encarei a cara dele de interrogação. – Okay, vamos embora de uma vez. – peguei o cartão de crédito e o entreguei a moça.

- Você não pode ir de vestido e tênis assim. – Bia disse com a voz doce. Olhei para ela com cara de “What The Fuck?”

- Se você for assim vão achar que você assaltou a loja. – Mandy quem respondeu. – No mínimo você tem que parecer estar indo para uma festa não acha?

- Eu pelo menos não quero passar vergonha... – Bia se dirigiu a atendente. – Aqui tem como arrumarmos o cabelo e também maquiagem?

“Não, não, não, não...”


Desci do carro em frente à casa de Bill com o cabelo arrumado, maquiagem e saltos altos. Tudo para não contrariar aquelas amigas loucas dele, pelo menos elas pareciam estar bem felizes, e eu bem revoltada. “Eu ainda te mato, Kaulitz.” Resmunguei mais uma vez e adentrei a mansão. Estava o maior breu dentro daquela casa, tateei a parede a procura de um interruptor, mas ele parecia não chegar nunca. Tropecei na ponta de um tapete, dei de cara com uma porta de vidro... mas tudo bem. Abri a porta que tinha acabado de me atacar e passei por ela, ainda sem saber para onde ela daria, mas torcendo que fosse para um lugar bem escondido em que ninguém pudesse me ver até eu trocar de roupa.

- Surpresa! – uma multidão gritou de repente, deixando-me surda e a luz do local se acendeu permitindo-me ver que realmente existia uma multidão ali no jardim dos Kaulitz.

Todas as atenções pareciam estar sendo direcionadas a mim naquele momento. E eu achando que já tinha esgotado a minha cota de momentos vergonhosos do dia. Todo mundo estava ali, até a minha família, até os meus irmãos que haviam ido embora, até o JJ de terninho...

Sorri sem graça e fui em direção a Bill que se declarava culpado pelo sorrisinho que estampava. – O que é isso?!

- Nosso jantar de noivado. – ele me abraçou.

- Um jantar de noivado surpresa? Não sabia que isso existia. – fui retribuindo. – Ah, e antes que eu esqueça: Você me paga Kaulitz, eu ainda te mato. – disse com a voz carregada de ódio, enfatizando bem o “Kaulitz” para que ele percebesse que eu estava realmente muito indignada.

- Mas valeu à pena, - olhou para mim com os olhos brilhantes e sérios. – Você estava mais linda do que jamais esteve. Nunca achei que isto pudesse ser possível.

Depois disso eu esqueci qualquer coisa que já estava sentindo antes, o calafrio que percorreu minha espinha lembrou-me por que eu ainda não havia matado ele. – Eu te amo, Bill.



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Notas finais do capítulo

Yeap! Novas personagens para minhas queridas leitoras *-*
Logo, logo mais algumas aparecerão, para a felicidade geral da nação.
See Ya!
P.s: To fugindo agora pra casa do meu irmão, respondo aos reviews amanhã okay?